sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Um feliz 2000 e sempre paratodos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

segunda resenha também emplaca 10!








UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Eduardo Pimentel Affonso
TURMA:K
TRABALHO PARCIAL Nº2







Ortiz, Renato. Cultura Brasileira&Identidade Nacional





São Paulo, Brasiliense, 1985.








Um livro denso, conciso, impressionante! Afinal, quem descobriu(inventou) o Brasil, foi seu Cabral ou, foram as idéias reunidas em livro por Renato Ortiz?
RESENHA: EDUARDO PIMENTEL AFFONSO


Um dos suportes de investigação da cultura neste porto e além mar, noutras rotas de pesquisa em: em antropologia, sociologia, filosofia, literatura; é Homi Bhabha, pensador indo-britânico, autor de ''o local da Cultura”, que propõe a ideia de “diferença cultural”(categoria) em vez de “diversidade cultural”(processo), relação ambígua localizada em oposição aos “discursos unissonantes” dos nacionalismos do século XIX. Bhabha oponhe-se a Benedict Andersen(Comunidade Imaginária), que em termos bem gerais, descreve processos de pertencimento; reduzindo a nação ao grupo em que cada pessoa se relaciona. Exemplo: nação rubo-negra. Mengo! Embora sejamos uma “nação-universal de torcedores”, campeã, sem igual, a qual pertenço com muito orgulho amor e paixão... vamos ver ORTIZ, também campeão!
ORTIZ “redescobre o Brasil”, que se reinterpreta em torno do conflito de grupos em amplo front:, digamos, num campeonato nacional de poder político nos campos da: cultura, identidade, memória, raças, Estado, instituições, intelectuais, nação, povo, marxismo, etc... Nesse último ORTIZ, ao analisar o capítulo: Estado, Cultura Popular e identidade nacional, localiza uma outra relação ambígua, bastante significativa, via- la nave vá- do marxismo, singrando dois séculos em função dos conceitos de nação e povo (Marx & Engels).
Dois conceitos que se apresentam como insuficientes para ambos timoneiros de peso do socialismo; pois, conforme reorienta ORTIZ, desviando de recifes e contornando as tormentas da concepção marxista, ela já nasce em choque com os nacionalismos ; onde quer que estivessem ou aparecessem em fronteiras do mapa mundi. Mas o trabalho do intelectual é sempre contextualizar e sem dúvida, entender que falas trazem significações: para contribuir com o debate superando cristalizações do tempo e corrigindo a rota das mistificações.
Deste modo ORTIZ nos apresenta Gramsci, generosamente contextualizado: “(...)o marxismo se colocando como um pensamento universalista é calcado sobre o conceito de classe(p.128). O autor avista uma outra rota, que provocará bem mais que uma marolinha, digamos, no socialismo. A “reorientação do marxismo ”, em Gramsci, se apresenta, neste caso, em Cadernos do Cárcere:“(...)onde pela primeira vez se trava um debate em torno do nacional-popular(...)obra escrita sobre o forte impacto da unificação italiana(...)a problemática que se refira ao Estado esteja de alguma forma ligada à construção da nação italiana”(p.129).
Curiosamente, a Índia, uma outra nação lá no oriente, que ao fim da primeira metade do século XX logrou a independência, origem dos oitocentos Deuses, castas fora da lei, e etc, esteve reinterpretada como objeto do presente nas telas da tevê brasileira, por mediadores intelectuais, navegantes daqui mesmo. Esses intelectuais, dispostos atuar na indústria do mar incontável de novelas são acaso de um outro planeta? Os mediadores simbólicos aos quais ORTIZ com fértil densidade, profundo rigor e admirável competência se dispôs prazeirosamente a análise profunda, estão entre nós?
Ultrapassar as camadas de pensamentos justificáveis no tempo e procurar encontrar dimensões fora dos preconceitos, é uma das MUITAS pertinentes contribuições de Renato ORTIZ. Numa centena e meia de páginas ele marca um gol de placa! Apresenta-se para um trabalho campeão! Qual? Conforme apurei(eu, dublê) jornalista sem diploma(antes do fim), historiador sem regulamentação profissional, ORTIZ não vê novela, sabiam? Gente, humana, como ele, perguntou. “-Não vejo”, respondeu, sem fazer cena. Vejamos, então, que trabalho se deu esse nosso com todas a s l e t r a s : intelectual !
Ora, dialogar, num oceano de ideias em torno das questões propostas nos seis capítulos do livro, produzir conhecimento e, tornar-se(com vantagem), um dos grandes nomes do seleto grupo da universidade brasileira; ser constituinte de valiosa compreensão do pensamento do país! Um país da contradição, conforme o nosso nacional, cantor e poeta Lenine, enfatiza e canta num belo e sonoro sotaque nordestino. ORTIZ, relaciona-se, abertamente, com uma diversidade de observações não conclusivas.
Mas procura demonstrar o que nos faz ser assim; o arcabouço-ideário das mediações realizadas por aqui em terra brasilis; com os frutos de intelectuais debruçados no nosso passado, vivos e preciosos; nem sempre afinados na direção a seguir neste “nosso grande sertão veredas”, sem par neste mundão, dando flor e inventividade, em Guimarães Rosa -dos ventos, Brasil adentro...com uma língua de trazer significados novos falada por regionalidades incrivelmente reveladoras e ricas culturalmente-,por exemplo.
ORTIZ formado na França tem trânsito em Colômbia, Argentina e EUA e, é detentor de um senhor currículo (ver o currículo lates dele vale a pena), que muitos intelectuais daqui não sustentam, nem passam perto- mesmo! É presença num naipe de três obras fundamentais, que tratam de maneira geral da cultura brasileira e, de identidade nacional e de IDEOLOGIA. Vejamos o trio : Carlos Guilherme Motta- (Ideologia e Cultura Brasileira -Motta, 1974), Dante Moreira Leite(Caráter Nacional Brasileiro-tese de doutorado USP-Leite-1954) e o próprio Renato ORTIZ(1985).
“(...)Foram respectivamente em 1954, 1974 e 1984, sendo a primeira revista e ampliada em edição ulterior. Todas apresentam grande similaridade das fontes, principalmente eruditas, acrescentando-se novos elementos e perspectivas em função das sua épocas de realização. Por ex., ORTIZ pôde analisar os aspectos culturais em relação ao Estado autoritário(Cap.:“Estado autoritário e Cultura”).Os principais autores são Silvio Romero, Gilberto Freire, Raimundo Nina Rodrigues, Florestam Fernandes, Paulo Prado, Artur Ramos, Euclides da Cunha. Ajuntam-se Caio Prado Jr., Sergio Buarque de Hollanda, Nelson Werneck Sodré, Considerados renovadores da ideologia”(ver: Cultura, Identidade e Língua Nacional no Brasil: Uma Utopia? -Jean Baptiste Nardi -p.06).
Ainda que com mais liberdade para escrever com o advento da democratização, a brisa da primeira edição de 1985 e, instrumentais de toda ordem para estudos comparados, ORTIZ o faz integrando-se as seguintes áreas,por exp.: teatro, cinema, candomblé; convocando para o debate Pierre Verger, Roger Bastilde, Augusto Boal, Guarnieri, Paulo Emílio, Sinviano Santiago, Levi-Strauss, além. A reinterpretação do popular com ORTIZ tem vozes, olhos, bocas, cabeças(a cortada de Euclides Rodrigues da Cunha “Os Sertões”-,um deles(100 anos sem Euclides(1866-1909), que amalgamou entre outros, o Estado, “Frankenstein” brasileiro(?).
O Estado daqui que nada se relaciona, é claro, com o personagem de 1931 da novelista Mary Shelley, senão, pelo tamanho e certas justificativas livres, conduzidas por colagens dolorosamente caricatas, etc... Mas, com permisso, a memória(que ORTIZ também analisa), traz à tona a brisa solta que balança pendularmente na caricatura do grande compositor, desenhista, Antonio Gabriel Nássara(Nássara:1910-1996).
Nássara desenhou “a cara” de um sujeito de perfil, com uma faca enfiada na cabeça, abaixo da caricatura(do próprio Nássara, quem sabe...) a frase crudelíssima sem a menor complacência nacional, perdão: “só dói quando fico sério”. A obra de ORTIZ nos conduz ao Brasil real, sem humor. Mas sugere, que o humor esteja presente. Portanto, sem perder a veia do humor, linha de passe Nasseriana desta resenha, parece que em certo momento “da vida nacional lá atrás no passado”, foi escolhida uma certa elegância europeia.
A grandiloqüente (bellle epóque), civilizadora e moderna, caberia numa metáfora surrealista e não num país concreto e real. Mas como se esse país fosse espelhado, ele fosse como a “Confeitaria Colombo”; que incluiria, educadamente- com rosquinhas doces e oportunidades para poucos- inclusive, das camadas médias urbanas à época-, convidar personagens como Ceci e Peri para o Chá. Adiante, na passagem do séculos XIX para o veloz e moderno XX estaríamos nós ainda escravocratas . Já pensaram? Que ideias!!! Será que as ideias estariam fora do lugar? Será????
Roberto Shwaltz afirma que “as ideias viajavam”, influenciando, o Rio de Janeiro, os costumes, ex. Mas ORTIZ questiona essa influência, lembrando por que certas ideias chegam e outras não, testando o exemplo da abolição(veja mais adiante a contradição com o capitalismo). ORTIZ, conclui: “(...)No momento em que as teorias raciológicas entram em declínio na Europa(...)se apresentam hegemônicas no Brasil(...)assim torna-se difícil sustentar a tese da “imitação”, da “cópia” “da última moda”(p.29).
“As ideias estariam fora do lugar”, segundo Roberto Schwartz. Mas ORTIZ também continua dialogando em demais frentes com Schwartz, questionando-o, exemplo, ao analisar o ISEB- Instituto Superior de Estudos Brasileiros(capítulo: Alienação e Cultura o ISEB)o criador do conceito de que a cultura “significa um vir a a ser”(p.45), uma utopia negadora do passado intelectual brasileiro, priorizando a visão transformadora socioeconômica em detrimento dos estudos históricos.
Um debate fascinante! Imaginem como ficamos internamente sem a nossa história, vindo a ser, nalgum lugar do futuro, um brasileiro desenvolvido, cujo Estado- é agora-,credor do Fundo Monetário Internacional ! Acreditem! Mas que é “incapaz” de distribuir a riqueza, concentrador absoluto e injusto socialmente. As recorrentes tentativas de compreensão do Brasil, podem(minha responsabilidade) ter moldado como imagem a permanência da ineficiência absoluta nos usos e abusos do poder na República.
A República, que não deveria, mas empresta o papel de pavoroso patrimônio particular de grupos poderosos hegemônicos(em consonância com o branqueamento, num passo adiante de grupos que disputam esse ESTADO: “(...). Em disputa pela concepção do Estado nacional é reconhecida, diz ORTIZ, : “(...) a falência de um determinado tipo de economia, ela não coincide ainda com a implantação real do trabalho livre, ou sequer apaga a tradição escravocrata,(...)por outro lado a nação vive o problema da imigração estrangeira, forma através da qual se procura resolver a questão da formação de uma economia capitalista”(p.30).
ORTIZ nos oferece a certeza de que está certo ao contradizer Roberto Schwartz, realinhando a dimensão ideológica e econômica do Estado em seu nascedouro: “o fato de que este branqueamento se dar em um futuro, próximo ou remoto, está em perfeita adequação com a concepção de um Estado brasileiro enquanto meta.(...) eu diria que as ideias estão no devido lugar”(p.31). Parece exequível, sério, relacionar grupos que representam e dirigem orçamentos, cargos, posições de mando dentro e fora do Estado, atualmente.
Muitos detalhes para o ORTIZ, participam de uma construção real, que se tornou sofisticadamente plausível(vide implausibilidade) em Gilberto Freire(Casa-Grande & Senzala-1933) e que está(?) poderosamente aliada como imagem positiva de uma nação “distinta”, “fenomenal”, “maravilhosa”, que vista de fora ganha elementos de alegria e êxtase e que de dentro, tem hora para acabar na quarta-feira de cinzas. Relativizando a belle epóque e champagne, esta última derramada em poucas taças com o privilegio do uso do Estado-imexível está um país que bem, para poucos...
Em estudo comparativo, ORTIZ, superando e retornado os capítulos primeiros da obra, desnuda os conceitos de situação colonial e alienação dos anos 50 do ISEB(aponta a origem hegeliana anterior a data), demonstrando como são preparados, difundidos e assimilados esses conceitos. É uma rara ocasião observar como as coisas se confundiam ao ponto de embaralhar a realidade, para justificar o nacionalismo terceiromundista pós- Conferência de Bandung(1955) como uma “coisa só”.
No entanto “as ideias viajam para portos diferentes”, diz ORTIZ. “A situação argelina não era a mesma da sociedade brasileira”(p.66). Sim, claro... Conclusivamente, ORTIZ nos dá chance de investigar as nossas facetas e justificativas positivas e negativas, para lograr um dia uma cidadania plena diante de contraditórios diversos, que parecem não ter fim em nossa sociedade. Como as escadas de Piranese- sem fim e saída-, definitivamente, com nuances impecavelmente belas de uma aquarela, passos sobem e descem a rampa dos palácios onde a festa do poder acontece.
Nesse sentido, o artigo “Os Olhos Cheios de Cores”, dos historiadores Santuza Cambraia Naves e Frederico Oliveira Coelho(comparam o pensamento de Oswald no Manisfesto do Pau Brasil(1924) como uma inspiração da filosofia nietzschiniana, é irretocável, auxílio luxuoso organizado por Luciano Figueiredo em “Festas e Batuques do Brasil', Biblioteca Nacional (2009). O artigo auxilia a sinalizar uma certa simpatia de ORTIZ por Pero Vaz Caminha, objeto de Oswald. O “nosso” Oswald,, saída em 1924: “A poesia para os poetas. A alegria dos que não sabem e descobrem”.
Finalizando ORTIZ acentua o papel de “filtro” dos intelectuais para uma realidade concreta, numa totalidade que os transcenda. ISTO É de fundamental importância: “os fenômenos culturais encerram sempre uma dimensão onde se desenvolvem relações de poder”(p.142); “em última instância são os interesses que definem os grupos sociais que definem sobre o o sentido da reelaboração simbólica desta ou daquela manifestação (idem)”. ORTIZ eleva ainda mais o papel dos intelectuais, “pois são eles os artífices desse jogo de construção simbólica”- conclui. A expressão de Macunaíma( Mário de Andrade) contextualiza bem o que ORTIZ deixa como legado em sua obra referência: “ai tem coisa”, diria Macunaíma.

EA





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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

in versão

Real é a moeda.
ilusão é preço.
praça tem banco.
abraço ofereço.
quem vai?
amor se paga ao avesso.
amizade não tem preço.
EA-inverso

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

HEXAgeradamente...essa vai pro Fabrício!

Nação
O Flamengo lembra o Brasil, que carrega uma elite de péssimos dirigentes não é de hoje. Mas, independente de qualquer coisa, estamos de pé e somos maiores do que os ratos que roem as nossas entranhas e acabam por destruir os próprios dentes. Afinal, quem consegue envenenar um Urubu? Quem pode com um gigante?
No mais é uma prova de que formamos uma nação, duas pode ser... Podem nos chamar de povo, sem fazer metáforas. Povo que acredita! Povo, que põe fé e rola as pedras de isopor no cenário do caminho ! As pedras têm menos substância se ignoradas!
A nossa caterse, só ela, é concreta! Somos mesmo invencíveis independente de resultados! Sabemos voar, desviar das palmeiras, do fogo, superar galos, São Paulo, Santos, grenais e os demais .
HEXAgeradamente...que nos perdoem.
E.A
p.s ; um abração Fabrício!