segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Iluminismo(século XVIII): textos diversos


Domínío público!!!!

Imaginem um lugar onde você pode gratuitamente:

· Ver as grandes pinturas de Leonardo Da Vinci ;
· escutar músicas em MP3 de alta qualidade;
· Ler obras de Machado de AssisOu a Divina Comédia;
· ter acesso às melhores historinhas infantis e vídeos da TV ESCOLA,
ARTIGOS CIENTÍFICOS
e muito mais....

Esse lugar existe!


O Ministério da Educação disponibiliza tudo isso, basta acessar o site:

www.dominiopublico.gov.br

Só de literatura portuguesa são732 obras!

Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso,

já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar

reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos,

a utilizarem essa fantástica ferramenta

de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.

Divulgue!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Todos lá!


S e m a n a
de
L e t r a s



S e m a n a
de
L e t r a s


A beat generation:
O uivo da raça dos desassossegados

p a l e s t r a n t e-

Eduardo Affonso-poeta e professor.
Especialista em História Contemporânea.

15 de abril 2011
19;30h

Auditório- Faculdades Integradas Simonsen
Rua Ibitiuva 151- Padre Miguel

Um passeio instigante nas idéias de MORIN



Um passeio instigante nas idéias de MORIN



"Um ensaio é antes de tudo
uma oportunidade de
convite para uma viagem,
que continua conforme o
desejo do passageiro
em fundar novas rotas do conhecimento "
EA.




EDGAR MORIN realizou uma viagem fantástica com o seu ensaio "CULTURA E BARBÁRIE EUROPÉIAS", que a Editora Bertrand Brasil nos presenteou em 2009.

São 108 páginas de belas ruínas, revoluções e encantamento. Tudo produzido pelo choque das idéias transcritas de três conferências realizadas na Biblioteca François- Mitterrand, em maio de 2005.

O capítulo abaixo muito nos interessa, pois ele nos reconduz a discussão do Séc. XVIII e avança sobre o XIX e...


Um aviso aos navegantes: o compartilhamento reduzido do Capítulo II não impede uma ampla viagem, uma reflexão maior da questão racionalidade. Embora uma redução, elae possibilita uma crítica mais sofisticada da condição refletida das Luzes e para adiante dela.

Morin é um farol, auxilia para muito além da nossa disciplina num caminho para entender a nossa relação com a vida via ocidente. Os avanços e recuos, as nossas posições diante das paisagens( que se alteram a todo momento), nos propondo a pensar o futuro refletindo sobre o passado. Que assim seja SEMPRE!

Um bom fim de semana!
E.A
p.s; O livro CULTURA E BARBÁRIE EUROPÉIAS é um belo presente para si mesmo, para presentear e para compartilhar com gente interessada.
Gente de mentes e corações abertos, pronta para se arriscar e aprender sempre mais, numa viagem(busca) sem fim ao conhecimento, é um imenso prazer compartilhar em qualquer parte do globo terrestre. Boa viagem!


CULTURA E BARBÁRIE EUROPÉIAS

CAPÍTULO II
- Os antídotos Culturais Europeus(parte)


"(...) No séulo XVIII, durante o iluminismo, a racionalidade é antes de tudo crítica e ela debruça-se sobre as religiões, consideradas a matéria que que são feitos os mitos e reflexões.

Essa crítica é redutora. Ela ignora o que Marx destacará mais tarde, o fato de que a religião é como o suspiro de uma criatura infeliz, o viés pelo qual se expressam as mais profundas aspirações humanas.

O espírito humanista das luzes vai encontrar sua formulação na Declaração Universal do Direitos do Homem e do cidadão, mensagem em que aderiram com mais força os aristocratas do que a burguesia, como mostrou François Furet.

Na noite de 4 de agosto, os aristocratas, por decisão própria, abandonaram seus privilégios.

A razão, durante a época que marca o seu triunfo, ostenta, no entanto, aspectos diferentes. A razão científica constrói as teorias.

Mas essas teorias, aparentemente fundadas em dados coerentes, podem ser manchadas pela "racionalização", por uma visão excessivamente lógica, que só leva em consideração o que a confirma.

Laplace, por exemplo, injeta racionalização no interior da ciência.
Ele propõe uma visão inteiramente determinista do universo, num contexto, é claro, totalmente laicaizado: para isso, postula a existência de um demônio dotado de poderes superiores que seria capaz não apenas de conhecer todos os eventos do passado mas prever todos os eventos do futuro.

Quando Napoleão o indaga: ''E Deus onde ficaria?'' , Laplace responde: ''Não preciso dessa hipótese".

A concepção de Laplace era uma racionalização extrema da racionalidade newtoniana.

Hoje percebemos que no universo nem tudo pode ser reduzido ao determinismo.

EXISTE, portanto, uma racionalidade crítica que evita as armadilhas da racionalização, uma racionalidade autocrítica que associa razão, conhecimento e auto-análise.

As doenças da razão não se explicam pela própria racionalidade, mas pela sua perversão em racionalização e pela sua quase-deificação.

A instrumentalização da razão, colocada a serviço, por exemplo, de objetivos totalmente irracionais e bárbaros como a guerra, participa de um outro tipo de racionalização.

Com efeito, o que devemos ver por trás de toda racionalização é, para além da ausência de pensamento crítico e autocrítico, o esquecimento que Rousseau de sensibilidade e que é o esquecimento da nossa própria natureza.

Presente em Rousseau, a natureza foi, apesar de tudo, ignorada pelo iluminismo. Tudo isso vai mudar com o romantismo.

O primeiro romantismo é uma repoetização do universo; ele responde a uma nostalgia da comunidade, uma idealização da Idade Média.

MAS essa nostalgia do passado vai se transformar alguns anos depois numa aspiração ao futuro libertador, traduzido por Lamartine e Victor Hugo, que fazem simbiose entre o espírito romântico e o espírito das Luzes.

Lamartine foi um dos heróis da revolução de 1848, a que acrescentou a palavra "Fraternidade" aos dois primeiros termos da Revolução Francesa.

Quanto a Victor Hugo, com seu espírito visionário, já imaginava os Estados Unidos da Europa, prelúdio ao Estados Unidos do mundo. Essa época reaviva os direitos do homem, os direitos dos povos, os direitos da humanidade, especialmente sob a influência do pensamento socialista.

No século XIX se opera uma espécie de fermentação. com Fourier, Leroux, Proudhon, os jovens hegelianos, Stirner, o teórico da anarquia, e por fim Marx. Marx faz uma notável síntese filosófica e intelectual em nome desse florescimento humano que se encontra em gestação no socialismo. O qual é uma inspiração universalista por mais liberdade e igualdade. Mas seu pensamento pode ser qualificado de pós-marrano,

DE FATO, é um messianismo judaico-cristão laicizado que está no cerne da concepção.

O proletário industrial torna-se um messias, a revolução, um apocalipse, e a sociedade sem classes, a salvação da Terra.

A maioria dos marxistas acreditou que praticava a mais total racionalidade, sem perceber que praticava uma religião da salvação terrena.

A tendência à universalização do humanismo europeu se instala no centro dessa esperança socialista, com a criação da Internacionais- embora sua organização permaneça limitada aos países europeus dominantes e aos Estados Unidos da América .

Mesmo assim, na maior parte do mundo ocidental permanece a idéia de que a racionalidade é um privilégio e o monopólio dos ocidentais.

MORIN, Egdar . CULTURA E BARBÁRIE EUROPÉIAS, pág. 55 a 58. Bertrand Brasil- São Paulo-2009.


QUEM É MORIN?

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

A tabacaria


PARA LER

num dia como hoje


TABACARIA (15-1-1928 )
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)


Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu ,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo.
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando.
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
0 mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num paço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.

(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.

Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.

Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela.

0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu.


In Pessoa, F. (1981): Obra Poética, Rio de Janeiro: Ed. Aguilar

Coleção História Geral da África em português – Grátis


http://www.unesco.org/pt/brasilia/dynamic-content-single-view/news/general_history_of_africa_collection_in_portuguese/back/9669/cHash/b09c14fd46/

POLANYI- A boa dica



Duas faces do mercado Karl Polanyi e Friedrich von Hayek

Karl Polanyi e Friedrich Hayek, dois intelectuais austríacos, nascidos nos finais do século XIX, viveram num circuito cultural e ideológico mais ou menos próximo, tanto em Viena como depois, na década dos anos trinta, em Londres. A obra deles, porém, os dois importantíssimos livros que eles publicaram em 1944, sem que tivessem conhecimento das suas respectivas teses, eram francamente opostos, marcando posições bem definidas quando a visão que eles tinham da história e da importância do mercado na sociedade contemporânea.

Mesma geração :Karl Polanyi, no centro, com seu irmão Michael e o amigo Popper (foto em Viena) “anteriormente à nossa época, nenhuma economia existiu, mesmo em princípio, que fosse controlada por mercados”.

K.Polanyi – A Grande Transformação”, 1944 “o controle econômico tende a paralisar as forças propulsoras da sociedade livre”

F.Hayek _ O Caminho da Servidão, 1944

Se bem que bem mais de dez anos separavam o nascimento de Karl Polanyi do de Friedrich von Hayek, ocorridos em Viena, um em 1886 e outro em 1899, pode-se dizer que ambos fizeram parte da mesma geração daqueles pensadores sociais austríacos que deitaram fama no mundo. Os dois, um de descendência judaica e o outro católico, além de terem a melhor das formações, serviram no exército do império Austro-húngaro durante a Iª Guerra Mundial, experiência da qual guardaram poucas boas lembranças. Enquanto Polanyi freqüentou os grupos radicais, encontrando-se com George Lukács e Karl Mannheim, Hayek logo abandonou suas inclinações de socialista moderado ao ser escolhido para trabalhar com Ludwig von Mises, um dos mais célebres teóricos da chamada Escola Austríaca.:Em Londres e em Vermon London School os Economics, uma das sedes da elite pensante inglesa . Por motivos diversos, eles terminaram por emigrar para a Grã-Bretanha nos anos trinta. Ao tempo em que Polanyi mostrou-se arredio a levar uma vida acadêmica regular, empregando-se como tutor, Hayek logo integrou-se no alto staff da elite pensante da Inglaterra. Quando a London School of Economics, onde ele era conferencista desde 1931, emigrou em 1940 para Cambridge, para escapar das bombas de Hitler, foi John M. Keynes quem abriu-lhe as portas para acomodá-lo. Os americanos, por sua volta, sempre atentos e generosos com os talentos que vagavam pelo mundo, não tardaram em convidar Polanyi para uma estada em Vermon, onde o Bennington College ofereceu-lhe a preciosa tranqüilidade para que ele escrevesse. Enquanto isso, lá na Inglaterra, Hayek também se mobilizava. Em 1944, os dois, sem saberem um do outro, lançaram dois livros seminais para a nossa época: o The Great Transformation ( A Grande Transformação), de Polanyi, e o Road to Serfdom ( O Caminho para a Servidão), de Hayek. Dificilmente dois intelectuais que viviam mais ou menos no mesmo circuito, o austro-anglo-saxão, aspirando mais ou menos o mesmo clima cultural e ideológico chegaram a conclusões tão divergentes.

O moinho satânico : No entender de Polanyi - ao fazer a reconstrução da expansão da economia de mercado na Grã-Bretanha do século XIX -, um novo tipo de sociedade havia emergido, distinta de tudo o que se conhecera até então. Nos sistemas produtivos anteriores à Revolução Industrial, os interesses econômicos eram mínimos, imperando as relações sociais e familiares. Porém, com a expansão do sistema fabril e os altos custos da sua implantação, foi preciso transformar a sociedade por inteiro tornando-a um imenso mercado regido pelo interesse e pelo lucro, sendo o trabalho um negócio como um outro qualquer. Num levantamento detalhado das leis inglesas daquela época (a privatização das terras, a Lei dos Pobres de 1834, a Lei da Reforma de 1831, que deu enorme poder aos empregadores, a Lei do Trigo em 1846, o estimulo a imigração ou a ampliação do sistema prisional), Polanyi mostrou como o estado, a serviço dos empreendedores, mobilizou-se para criar as condições em que a sociedade fosse submetida ao mercado. Não só isso, gerou-se um novo sistema social – a Grande Transformação - onde todos indivíduos tornaram-se “ átomos dispensáveis”, uma engrenagem que era de fato “ uma máquina... para qual o homem estava condenado a servir”. Para Polanyi deixá-la solta, sem maiores impedimentos e regulações, como pregavam os liberais, era excitá-la a ser um moedor de carne ou um “ moinho satânico” , como ele preferiu, destruindo todas as relações sociais. http://educaterra.terra.com.br/voltaire/index_cultura.htm

domingo, 20 de fevereiro de 2011

FUI!!!!!!!!!!!!!!!

sai para comemorar!

A HISTÓRIA CONTINUA -A BOA DICA

"O conquistador dos novos espaços da história é também, inseparavelmente um sedutor. E seu texto, que esclarece sem simplificar, que orna com um sorriso cúmplice a aspereza de uma demonstração erudita; em suma, que sabe transformar o saber em prazer, é a mais irreristível das seduções"
Le Monde

LUA CHEIA DE NOVIDADES

Que é história? a BOA DICA

"Nesta série de conferências proferidas pelo professor Carr, na Universidade de Cambridge(em 1961), safra em que em vim ao mundo, ele desvenda o ofício de historiador que ele próprio exerce com dignidade, engenho e arte".
EDITORA PAZ E TERRA

absolutismo versus liberalismo

A Teoria Liberal do Poder


...enquanto subsiste o governo, o legislativo é o poder supremo;

o que deve dar leis a outrem deve necessariamente ser-lhe superior...o

legislativo necessariamente teria que ser supremo, e todos os outros poderes

em membros ou partes qualquer da sociedade dele derivados ou ele subordinados” .

John Locke- Segundo Ensaio sobre o Governo Civil, 1690.


Locke advogou a Teoria da Separação dos Poderes que influência de modo determinante Montesquieu(“O Espírito das Leis”-1748)



ABSOLUTISMO X LIBERALISMO

síntese


ABSOLUTISMO A

Na sua visão antropológica, o Homem nasce um servo, obrigado à obediência, à hierarquia e à ordem. Sua natureza, porém é dada a anarquia e à regressão selvática. O Estado da natureza é o reino da desconfiança e da violência, onde não existe lei ou ela é simplesmente a vontade do mais forte. É um estado de guerra.

LIBERALISMO A

Na antrolopologia liberal, o Homem nasce livre e igual, ainda que em condições materiais adversas . Sua natureza tende à sociabilidade e o convívio racional e pacífico com os demais membros da comunidade. A violência e as guerras são ocasionais, imperando no geral a cordialidade.




ABSOLUTISMO B

Logo somente uma autoridade dotada de poderes extraordinários(o monarca absolutista) é capaz de conduzir a comunidade à paz e à prosperidade . Esse poder pode ter sido advindo de um contrato ou emanado diretamente de Deus. A suposta liberdade natural em que todos os homens nascem foi alienada em favor da autoridade.

LIBERALISMO B

A autoridade que emerge é resultado de um contrato entre governantes e governados, sendo que os poderes do governante são claramente delimitados pela tradição e pela constituição. Se o governante não cumpre a sua parte no contrato, os governados podem socorrer ao direito à rebelião. A razão é que nenhum Homem pode alienar sua liberdade.

ABSOLUTISMO C

Esta autoridade, por sua vez, é divina ou é herança de Adão(visto como o primeiro rei) Seu poder encontra-se exclusivamente limitado pela tradição ou por Deus. Nenhuma assembleia ou parlamento pode impor-lhe limites, porque as origens do poder v~em do mundo transcendente.

LIBERALISMO C

A autoridade é natural e humana; o governante é servidor do povo. Não existe nenhuma prova de que o poder vem de Deus ou dos herdeiros de Adão. Tanto as assembleias como os--parlamentos podem impor-lhes limites


ABSOLUTISMO D

O melhor regime que encara a autoridade é a monarquia, cujo poder é e dever ser absoluto. O poder e a soberania são indivisíveis e fundem-se no monarca: o executivo(os ministros), o legislativo(o parlamento) e o judiciário(os magistrados)devem estar submetidos à vontade do rei.

LIBERALISMO D

O melhor regime político é uma Monarquia Constitucional, onde o poder se encontra dividido entre o executivo( o rei), o legislativo(o parlamento) e um judiciário autÔnomo . O poder encontra-se separado da soberania. A soberania é do povo. O poder é do rei.

ABSOLUTISMO E

Tudo que o indivíduo possui, liberdade ou propriedade, é condicional. Sua existência depende

dos interesses superiores do monarca, que é o único que garante o seu usufruto. O indivíduo está a serviço do estado.

LIBERALISMO E

A liberdade e a propriedade são direitos naturais que antecedem a existência do estado. Por consequência, o estado existe para garantir esses direitos e não para suprimi-los. O estado existe para servir o indivíduo e não este ao estado.

ABSOLUTISMO F

A Religião e a Igreja são auxiliares do monarca e seus subordinados na preservação da paz interna. Por consequência, aceita-se a interferência estatal nos assuntos religiosos para manutenção da harmonia social .

LIBERALISMO F

Estado e Igreja são universos distintos. Um trata das coisas terrenas, outro das coisas sagradas. Seus fins são diversos e devem manter-se separados. Um não deve intervir nos assuntos internos do outro.

ABSOLUTISMO G

Ideologicamente corresponde ou expressa a visão da aristocracia fundiária, da Corte, do Rei e seus ministros, da burocracia real- estatal, do Alto Clero e conta com o consentimento pacífico da população mais conservadora.

LIBERALISMO G

Ideologicamente corresponde à visão das classes médias, dos profissionais liberais, dos artesãos, dos industriais, de comerciantes e mercadores e também da gentry rural


-BILIOGRAFIA: Shilling, Voltaire. As Correntes do Pensamento; da Grécia antiga ao neoliberalismo. SÍNTESE DAS TEORIAS ABSOLUTISMO E LIBERALISMO p.63. Porto Alegre;AGE,1999.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

"APRESENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS"

"APRESENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS"

Alguns pontos de vista

Ainda que de modo factual(a base factual é a essência do texto em questão),procurei expor o texto abaixo como uma chance de revisão e síntese.

As devidas aspas que coloquei são para chamar atenção para a necessidade de aprofundamento do estudo e com todo cuidado, com a atenção para "as generalizações da história", que também estão nos livros didáticos- que podem parecer com as grandes ENCICLOPÉDIAS-, vale, assim mesmo, fazer a leitura do texto que reproduzo abaixo.

OS AUTORES são os professores José Jobson A. ARRUDA de Nelson Pilett.

O texto, pequenino, foi retirado da abertura da UNIDADE X- AS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS P. 251. do livros dos autores citados acima denominado de 'Toda A HISTÓRIA- história geral e história do Brasil, Editora Ática(guia do professor) .

Um aviso importante: não abomino completamente o uso de guias didáticos, nem muito menos a divulgação da HISTÓRIA em bancas de jornais(mesmo que englobe grandes períodos), pois não temos no nosso país uma intenção muito clara de instrução permanente para leigos. Ao contrário do que ocorre em países europeus, como a FRANÇA.

Sendo, que admiro por isso e sempre defendi, o PENINHA(Eduardo BUENO), que abiu um horizonte imenso para a divulgação da nossa surrada história, que antes nem contava com material de divulgação para grandes públicos. Além dele ter traduzido parte significativa dos livros da beat generation(meu objeto de estudo na Especialização) e de ter sacudido, um bocado, a arenosa situação relativizada pelas comemorações dos 500 anos do Brasil em 2000.

Naquele momento quando parece que a televisão "descobriu" ou "inventou" o BRASIL, com matérias de arrepiar e a instalação de um cronômetro gigante no sul da BAHIA, que contava num relógio digital a contagem do tempo, quando chegamos "a marca histórica de um número redondo", foi grande o interesse e continua.

Um outro fato, que precisa ser enfrentado, é que a história "feita", escrita, por não historiadores tem gerado alguma insatisfação no meio. Coisa que abomino! Assim como acredito, que a ocupação de historiadores nos meios de comunicação é um avanço profissional no nosso campo e para o campo social com efeito.
E.A

P.S. 1
O livro dos professores FALCÓN E GERSON MOURA- A FORMAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO- indicado aqui( VER '' a boa dica"), vale a aquisição pelo custo e pela alta qualidade do conteúdo explorado e, pela discussão dos problemas relativos a problemática da periodização em história, generalizações e outros conceitos, que acabamos por repetir distraidamente para além do bem e do mal. Ele servirá para estabelecer uma diferenciação de abordagem em relação aos livros didáticos e aos panoramas mais específicos.

P.S. 2
EM BREVE uma Boa DICA nova, explorando um pequeno livro de um grande intelectual, RÉGIS DEBRAY(um livro de instrução para as massas, ou leigos), que comprei ontem na livraria Leonardo da VINCI.

A LIVRARIA LEONARDO DA VINCI, tem cheiro e charme muito próprio e, que está incorporada a minha pele desde que desci a rampa no número 185(sub-solo), da Rio Branco, ainda guri levado pelos braços da minha mãe que por ali pagava o aluguel de uma casa que ocupávamos no Méier.

Pena que o laginho e os peixes só nadam agora na minha cabeça e a velha avenida não permita poesia alguma, sem que se fique com um olho no padre e o outro na missa .



"APRESENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS"(uma excelente síntese)


As revoluções americana e francesa constituíram o último ato de um drama que começou a ser encenado muito antes do final do século XVIII . Um drama cuja origem remontam à formação dos estados nacionais, às grandes navegações e a expansão do ''capitalismo mercantil", que modelou pela primeira vez um mercado mundial. Até então, a humanidade nunca passara por tantas e tão rápidas transformações.

A esse período de mudanças convencionou-se a denominar de "modernidade".


Se fôssemos fazer um balanço dessa época da qual somos herdeiros, poderíamos ser tentados
que ela foi uma era de guerras, conquista de novos territórios , conflitos religiosos, autoritarismo político, escravidão e formação de grande impérios coloniais. Ela foi tudo isso, sem dúvida.
(...) a Reforma Protestante e as guerras de religião estão na origens da época moderna.
(...)é igualmente certo que o absolutismo monárquico do Estado nacional implicou formas extremamente autoritárias do exercício do poder político. Mas foi no interior desses Estados que se formou um novo princípio de cidadania.

No século XVII, a teoria do absolutismo monárquico já admitia, com THOMAS HOBBES(ver índice no blog), que os homens nascem livres e iguais.

No século XVIII, essa formulação deu lugar à luta pelos direitos naturais, defendidos pelos filósofos(ver blog) como verdadeira arma contra o autoritarismo "do Príncipe".

A idéia de que todo indivíduo é portador de direitos naturais, inalienáveis, a ele concedidos pelo Criador ou pela Natureza,revelou ser uma força irreristível no Século das LUZES. "Não seria mesmo exagerado dizer que ela removeu montanhas, ao contribuir para a formulação, nos dois lados do atlântico, de uma opinião crítica que empolgou multidões e provocou, na América, o fim da dominação inglesa, e na França a queda do absolutismo. E que promoveu em ambos os casos, o gosto pela liberdade" .

Pois esse é o maior legado da modernidade. Um novo tipo de Estado. o Estado de Direito, regido por uma por uma Constituição livremente estabelecida. Uma nova forma de organização política, a democracia representativa. Um novo conceito de liberdade e cidadania. Com suas declarações de direito do homem e sua formas de exercício do poder, "as revoluções americana e francesa foram o último ato da era moderna e o primeiro da idade contemporânea". (...) abrange todo o período histórico que vai das revoluções de fins do século XVIII até os nossos dias.
Arruda e Piletti.



quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A FORMAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO(a boa dica)

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FALCON, Francisco. A formação do mundo contemporâneo. 7° ed. Rio de Janeiro: campus, 1989, p.130.


- O livro pretende estudar as origens da sociedade liberal e sua expansão.

- O marco inicial do Mundo Contemporâneo é a primeira guerra mundial, que dá início ao desmantelamento

de toda estrutura da Europa imperialista capitalista.

- O socialismo tentou se estruturar a partir da negação do capitalismo.

- A formação do mundo contemporâneo se identifica com os primeiros sinais de desintegração do modo

de produção anterior: o feudal.


ETAPAS:

1) 1760/80 até 1870/80 = processo de ascensão e estabelecimento das formas capitalistas e burguesas da

sociedade liberal (p. 15).

2) 1870/80 até 1914/18 = quando se desenvolve o capitalismo monopolista e a expansão colonial imperialista, ao mesmo tempo que chega ao apogeu a sociedade liberal na Europa e nas áreas do mundo por ela influenciados. O capitalismo atinge a maturidade.

  1. Da Revolução Russa ao pós-guerra: fim do estado liberal.


TRANSIÇÃO: FEUDALISMO

CAPITALISMO

  • As principais transformações pré-capitalistas compreendem basicamente:

  • a) a acumulação de capital;

  • b) a liberação de mão-de-obra; c) progresso tecnológico aplicado à produção.

- A acumulação pré-capitalista se iniciou com os títulos e bens destinados à especulação. Outro fator importante foi o fenômeno conhecido como “cercamento” – transformação da propriedade agrícola em empresa manejada segundo critérios de lucro; êxodo rural; criação de ovelhas; pirataria; comércio; saque das colônias; formação do exército de reserva.

- Vai surgindo a diferença entre burguesia comercial e burguesia industrial.

- MANUFATURA: é no seu interior que a diferenciação dos detentores de capital e os assalariados se

tornam mais nítido.
- MERCANTILISMO: foi a política econômica da fase pré-capitalista de produção.
- Não agüentando a concorrência das indústrias, as corporações falem.

CAP. 1 – A fase de formação da sociedade liberal (p. 27).

- As origens da sociedade liberal estão assinalados historicamente por um processo de transformações revolucionárias que constituem o advento do sistema capitalista, dividido, para fins de estudo, em duas etapas: a) a revolução industrial; b) a revolução burguesa.

- A acumulação de capital resultou de um longo e diversificado processo de concentração de riqueza e de

expropriação de muitos em benefícios de poucos.

- As grandes potências tendem a converter seus vizinhos em seus mercados consumidores.

- Só a Inglaterra pode ser tomada como exemplo de industrialização em regime de livre concorrência privada. Nos demais países, em geral, a participação do Estado foi decisiva. Nos outros países já existia a forte concorrência dos produtos ingleses.

- O protecionismo passa a ser essencial a todos aqueles que desejassem desenvolver sua própria indústria.


- A fisiocracia abre caminho ao liberalismo invocando as chamadas leis naturais da economia para criticar e condenar o intervencionismo, típico do mercantilismo. Critica o mercantilismo por não dar destaque à agricultura.

- A revolução americana foi liderada pela burguesia agrária local contra a oligarquia metropolitana.

- A revolução de 1848 assinala o ponto culminante dos movimentos liberais e nacionais.

CAP. 2 – A fase de expansão da sociedade liberal (p.71).

- O imperialismo foi uma conseqüência da expansão das economias industrializadas. O capitalismo tornou-

se cada vez menos livres.

- A tentativa de diminuir os custos de produção fez somar a livre-concorrência com o avanço tecnológico.

- A livre-concorrência produziu crises, foi preciso encontrar algo que controlasse os preços. A competição

tende a diminuir a margem do lucro.

- OLIGOPÓLIO: poucas e grandes empresas controlando praticamente um determinado setor do mercado.

Grandes empresas deixam de competir e entram num acordo para estabelecer preços altos dos produtos.

- O mercado como mecanismo de auto-regulamento.

- CARTEL: empresas que produzem mercadorias similares se reúnem para fixar para estabelecer a divisão de mercado ou fixar quotas de venda e produção. Cada uma mantém identidade própria. Somente com a intervenção do Estado o cartel de desmancha.

- TRUSTES: absorção de uma ou mais empresas por outra. As empresas iniciais desaparecem engolidas pela maior. Tende a se dividir em diversas empresas diferentes juridicamente independentes que representam ramo da mesma organização.

- HOLDING: super-truste, uma empresa que coordenada diversas outras empresas.

- Protecionismo: proteção contra concorrente externo por meio de taxas alfandegárias.

- IMPERIALISMO ≠ COLONIALISMO: o primeiro é econômico, o segundo é também dominação política

através da conquista militar.

- Sobre as guerras, a opinião pública são convencidas de que elas são uma necessidade.

- Hobsbawm: já se tem uma economia globalizada, pode-se aspirar a uma cultura globalizada, mas em termos políticos, subsiste os Estados Nacionais. Hoje inexiste uma única autoridade global que desempenhe uma política militar e política. Hoje vive-se a incerteza total. “Duvido que os EUA possam continuar a ser a locomotiva produtiva do mundo... a força relativa da economia americana, enquanto sistema produtivo, tenderá a declinar”. Globalização é um processo cuja essencial é a expansão, num planeta que, por sua própria natureza é marcado pela diversidade.

- Os EUA pode até reivindicar a hegemonia mundial.

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

luz própria

" a luz própria de um vagalume que engoliu o sol "

o poeta

Fundamentos(a boa dica)





A boa dica (1)

Fundamentos nas melhores
casas do ramo

Dicionário de Nomes
Termos e Conceitos Históricos
Antonio Carlos do Amaral Azevedo
Nova Fronteira

Mercedes Sosa - Los hermanos

'As Luzes", por um historiador francês


As Luzes, por
um historiador francês

O movimento de renovação intelectual do século XVIII, conhecido como iluminismo ou Filosofia das luzes e, que encontra a sua fundamentação na Revolução científica do século XVII, apoiada nos trabalhos de Galileu Galilei, Newton e Descartes, é normalmente conhecido por ter criado um "clima revolucionário', que conduziria por exemplo, À Revolução Francesa de 1798.

Pesquisas e revisões, entretanto, não simplificam as conclusões neste sentido.
O historiador francês JAcques Solé lança outras luzes sobre o tema.

Afinal..

O PENSAMENTO DAS LUZES IMPREGNAVA
AS MENTES FRANCESAS
àS VÉSPERAS DA REVOLUÇÃO ?
Solé

(...)pode-se perguntar(...)se a filosofia das luzes, assimilada a um modo de pensamento dominante no seio das elites, penetrava no conjunto das mentes nacionais as vésperas de 1789. Podemos ainda interrogar-nos sobre a natureza revolucionária desse pensamento das Luzes. Foi ela a fonte do estremecimento psicológico que caracterizou o antigo regime(Ancién Régime) e precipitou a sua queda?

Pode-se duvidar disso e achar, (...)que a influência social desse pensamento do século XVIII permaneceu muito limitada. Mesmo no seio da minoria capaz de se abeberar dele, os temas profissionais, religiosos e históricos continuaram a dominar as preocupações culturais. Os livros pios eram mais consumidos, na província ou em Paris, que os dos filósofos.

Quanto ao gostos intelectuais do povo, continuavam ligados ao sobrenatural, ao maravilhoso e ao fantástico.

A nobreza esclarecida era o único grupo capaz de compreender e patrocinar a filosofia das luzes. Não lhes faltou com seu apoio, foi a ela que os grandes escritores do século XVIII deveram o essencial do seu sucesso.

A ENCICLOPÉDIA foi, em sua oriegem, uma operação aristocrática. E os nobres parlamentares das províncias encorajam nela, em primeiro lugar, as novas curiosidades da razão.

Essas curiosidades permaneceram estranhas , até as v[esperas da Revolução, à massa da população, burguesa ou popular.

A maioria dos temas das Luzes pouco tinha a ver com os tema concretos.

As pessoas simples permaneceram no todo mais sensíveis a religião católica.
É certo apenas que os revolucionários e 1789-estreita minoria dirigente-foram os herdeiros, utilitaristas e dessacralizadores, da filosofia do séc. XVIII.

Essa filosofia triunfou, portanto, graças a elite esclarecida, no seio da nova ordem, fundando um regime liberal e representativo. Mas essa vontade do país legal não corespondia muitos as preocupações do país real.

Aparentemente parado, essas opiniões parecem confirmadas por inúmeros estudos recentes, que mostram o frágil enraizamento das Luzes, até a primavera de 1789, numa burguesia profundamente conservadora.

Elas limitam sua influÊncia social à parte esclarecida nobreza(...). Ao lado dos salões, das academias e do conjunto do establishment intelectual., conquistados pelos novos filósofos., a maioria da opinião pública continuava-lhes estranha, senão oposta. Obcecados pela fachada "parisiense" da vida francesa, os historiadores por demasiado tempo reconduziram uma cultura nacional que continuava a ser, na província, muito tradicionalista.(...)

Como parece fraco no plano social, em relação a esse peso do passado, o de uma filosofia do século XVIII cuja influência se limitou a alguns milhares de leitores! Essa elite minoritária dirigiu logicamente sua luta intelectual contra superstições populares que desprezava, sem alcançá-las. Foram elas, que no folclore rural, e à sombra complacente da religião, constituíram sempre o essencial da cultura nacional.

O racionalismo ataca, antes de mais nada, em suma, as opiniões da maioria dos franceses. E é forçada a constatar, como na Enciclopédia, sua incapacidade de mudá-las em profundidade.(...)

A seu lado, (o autor se refere à intensa religiosidade popular)parece bem insignificante, no plano numérico, a influência do pensamento das luzes.
Tanto mais quanto lhe faltam ao mesmo tempo, como se verá, unidade, audácia real e um verdadeiro público às vésperas de 1789, quando o irracionalismo dos ocultistas impressiona mais os espíritos que o racionalismo dos filósofos(...)

D' Alembert,que foi em parte o corifeu desses profissionais, teve razão ao aprovar com pesar seu bom amigo Frederico II, quando em 1776, achava que 'a França com todos os filósofos, dos quais se gaba, a torto e a direito, ainda é um dos povos mais supersticiosos e menos adiantados da EUROPA" .

SOLÉ, Jacques . A Revolução Francesa em Qusetões. Rio de janeiro, Zahar, 1989.pp.18-22.