quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cadê meu pãozim de queiju...


liber
tas

qua...
quas
serás
tamem
quas..
libertas
?
cadê
UAI!


A UTOPIA e o resto late

OR AÍ?

A Utopia Luta, o Resto Corre Atrás da

Carruagem de Lixo Globalizado


Sei, você não sabe(mesmo!)“o que fazer”. Nem leu o manual do Lenin, aquele que dizia - "O Que Fazer"?- ou lançava alguma pista àquela realidade revolucionária da velha Rússia. É só um título de livro, uma referência, não vamos mais fazer nehuma revolução usando velhas formas de pensamento único. Tá bom? A realidade daqui é bem distante daquela, mas se procurar, encontra uma voz pregando no deserto. Leonardo Boff, Milton Santos, esse último antes de partir para fora do inferno dessa globalização e da vida em 2001, deixou um vácuo e um documento em imagens que é fundamental. Discordo apenas da análise, à época, que ele fez da China. Como se aquele país fizesse uma política não meramente capitalista, de mercado(bem predatória dentro e fora atualmente). Mas que, a China, estaria também ao lado dos que poderiam propor uma outra globalização. Duvideodó!

Vai lá, na página do cineasta-documentarista Silvio Tendler, que alguns techos(de muitos personagens fascinates) estão disponíveis também. Inclusive, 10 minutos de José Saramago, falando sobre democracia: http://www.listal.com/video/5789557 . A platéia, durante a fala dele, reconhece essa voz que fala o que nós precisamos ouvir. Um escritor de mãos dadas com Ariadine, que nos reconduz ao debate fora do labirinto da globalização. Enquanto nós somos distraídos, a maior parte do tempo, intencionalmente, para perdermo-nos dentro do labirinto das redes. Tudo que queremos é uma democracia ampla, ou nada. A virtualidade do poder não serve. Ele diz, tem razão.

Um fiozinho que nos conduza a saída em alguma utopia, o combate a mediocridade, por exemplo, seria belo para começar algum movimento em direção oposta a llógica dominante. O Minotauro da indústria da repressão, da vigia, dos tribunais contra a insurgência e da padronização da verdade da mídia requentada(fraca:editorialmente); tudo do mesmo dono, à serviço dos grandes conglomerados industriais e financeiros, o de sempre, não! Basta! Ah sim, a mediocridade, está mesmo em toda parte. Ó ela ai, passando... Que rebolado! É, tem razão, é medíocre, né? Uma bunda, mas todo mundo olha e, coisa e tal... Nem por isso, a gente deve concordar com a cultura bunda, cultura da bunda, cultura de bunda, ou com Bundialização da nossa cabeça! Pode ser?

Esse papo é com a minha consciência, sabe, com os meus botões... Vou logo avisando, para que ninguém vista a carapuça desnecessariamente. Podem ficar com a velha máscara, já acostumamos a vê-las grudadas as caras de pau. Velhos botões meus, velhos sim, inquietos, reflexivos, sem a babaquice desse tempo padronizado de Madona pop star, de visitinhas para faturar alto e pisar no solo sagrado, daquele que já foi o maior estádio do mundo. Meus botões, ufanistas sim, aqueles que não foram desligados, desvinculados, defenestrados, destruídos ou desconfigurados, pela lógica do capital vencedor e padronizador das mentes aceleradas em processo de derrocada. Amo a cultura nacional, que deveria estar minimamente num mesmo patamar das outras aqui dentro do país. Dizem eles, os botões.Mas estou aberto para outros olhares, sons, texturas, sentimentos!

Podem se sentir p... à vontade, quem os tiver também, botões sem sangue de barata! Aquele que não se dobrou, nem caiu na teia da hegemonia! Hegemonia, uma breve tradução: babação de ovo, concordância com os vencedores, noveleiros, positivistas, consumistas, escrotinhos, golpistas, safados travestidos de produtores culturais mamadores, dedo-duros, vendidos e ocupantes da coisa pública ilegitimamente ou empregados, que não tem dialética alguma ou inteligência para resistir, camaleões outros, merdas, primos da medusa em todos os campos profissionais...Gente do poder, qua vai rebolar o traseiro num baile funk, para fazer média com a população dominada(que dá voto e consome sem crítica tudo que descer guela abaixo), indicado pelo mundo fashion da Furação Skol latão e outras paradas que se põe pra dentro numa nice- sacudindo?

Mas, voltando, o capital de fato, as empresas de comunicação(sacodem geral e bagunçam corações e mentes mesmo!), que têm donos políticos nacionais e internacionais, ou testas de ferro, cujo o objetivo é um só: a manutenção da verdade única de sempre; sabem muito bem “O QUE FAZER!” O Olavo Setubal, do Itaú, anos antes de morrer disse “eu acredito em luta de classes. Só que o final, nós vencemos”. Ele é mais um, da turma que decretou o fim da história, que despachou a grande maioria dos intelectuais para linha de fundo(poço podre da omissão) e não para a crítica de fundo das linhas inimigas do poder. Vergonha! Não é à toa que um tal de Olavo, um outro Olavo que se diz filósofo, Ou Otávio não sei das quantas, escreve facistóides(factódes de cunho fascistas) sem ninguém se manifestar. Um sinal de rabo preso!


Gente que, bem verdade, ficou no raso para não ser soprado. E, diante da farinha pouca, teve seu pirão garantido primeiro. Conheço essa gente, a gente de sempre dos diários cariocas, paulistas... As medusas. Gente menos corajosa que o falecido Setubal, que não levou nada para o buraco, mesmo. Deixou as contradições expostas e o dinheiro acumulado aqui mesmo, em algum paraíso fiscal. Quem sabe a senha da bufunfa, continua vencendo, como prevera o banqueiro. Li um deles outro dia, dia igual ao de sempre da imprensa, com raríssima exceção em Fausto Wolff, Luiz Fernando Veríssimo, Hélio Gaspari e outros poucos. O Jota Carlos da Rádio MEC, Eduardo Fafardo e a turma de lá da RÁDIO MEC não marcam touca, É BEM VERDADE. Produzem muita coisa boa com músicos brasileiros. Com poucos recursos executam e produzem música de qualidade aqui, no BRASIL! Ah, mais é estatal... FODA-SE! Dá uma vontade de dizer...

Essa medusa, a que me refiro, dando uma pista, já mamou muiiiiiito nas tetas da velha e extinta Embrafilme. Foi uma daquelas que enriqueceu com a política, com o tráfico de influência da política-cultural no cinema antes do Collor detonar tudo e o FHC completar o serviço. Agora, sobrevive sem culpa, insensado com um dircurso psicanalítico "fala de amor", que produz e muita pirueta; muita gente boa que ouve a voz do cara no rádio ou vê na tevê dando lição de moral no PT(que tem o rabo preso com Celso Daniel, mensalão e por ai vai...), acredita ser de um arauto da moralidade. Essa medusa, escreve sobre tudo que acha que sabe. P.Q.P, que falta faz o Hélio Pelegrino, o Flávio Rangel, o Drummond, o Henfil !!! Cadê o Carlos Eduardo Novais, se exilou? Ou foi mais um colocado na geladeira da imprensa?Enquanto isso, medusas em profusão saltam das páginas! Chegam a lembrar aquele velho poema "OBSERVATÓRIO"(que é um livro inteiro, aliás) do Júlio Cortázar. Só que no poema, elas são enguias... Estão em todo lugar escorregadias, manhosas, bestas...

A medusa, essa em específico, fala que nasceu numa rua do bairro do Rocha, rua que mudou de nome no subúrbio carioca, que tem mesmo um monte de nomes que ninguém conhece. MAS ELE CONHECEMOS BEM, acredita que a pobreza é um passaporte para todo bom poeta, exemplarmente, aqueles que nasceram na barriga da miséria do samba. Diz que “se eles não cantassem elouqueceriam”. Não fala de dignidade, de história, de expressão, de herança, de criatividade, de utopia. Como se a criatividade, não estivesse numa necessidade de conhecer a si mesmo e de compartilhamento COM O OUTRO. O outro? É. "Eles não têm c. para dar conta"- diz, uma velha amiga. Então, tudo é tratado assim, como se fosse"tudo indústria" da cultura de massa, que ele bate hipocritamente ou endeusa conforme o vento estiver soprando. Mas aonde é que essa besta tabalha? Na Globo, nas organizações que tem o padrão do aúdio e da imagem de toda essa nação desfocada. Que faz a toca e desenrola o bob, as madeixas da MPB, por exemplo? Como conseguem verbas, empregos, nomeações, os filhos do famosos como se arrumam? Tadinhos. Fim do nepotismo já em todas as áreas da sociedade!!! Nas esferas de poder, só do Estado não vale, é café com leite!!!! Fim das oligarquias, de sempre, já!

Estúpida! Ela, a medusa, ataca "as massas emburrecidas" e fala da genialidade da sua filha, cineasta, uma das diretoras do documentário sobre os grandes da Portela. Ao falar que viu O Mistério do Samba, mais um documentário muito bem-vindo, aliás, assume a face de mercador, “ uma obra prima da filmografia do samba”-diz. No dia seguinte levou um bom pau de um crítico do mesmo jornal, CORAJOSO. Eu lembro que quando vi Buena Vista Social Club, lá por 2000, em Vitória-ES, durante um encontro de estudantes de história, lá naquela hora mesmo, tive a sensação de aprisionamento da nossa cultura. Uma cultura sequestrada, longe das pessoas que desejam aprender, que precisam falar, comer, escrever e pensar mais e melhor, para viver e prosseguir sonhando e fazendo parte de tudo que merecem. Não, Alhures, como se coitadas fossem. O BUENA VISTA SOCIAL CLUB desperta isso na gente.

Como é que ninguém havia pensado em fazer um FILME BOM, assim com a nossa gente, sobre o samba, poetas, escritores, gente mal paga(onde me incluo entre elas, sem ser gênio de p... nenhuma)? Deixaram todos morrerem. Em raros casos, o filme do Leon Hirziman(direção e roteiro do emocionante em “Eles Não Usam Black Tie”-1981), fez também o duro e ao mesmo tempo poético, Nelson Cavaquinho. Mais recentemente outros cineastas, relizaram um sobre o Cartola e outro sobre o Paulinho da Viola. Poucas fontes, mais nada. É POUCO! É muito bem-vindo o filme, O MISTÉRIO DO SAMBA, muitas mão boas o realizaram. Além, da filha dele, que está entre elas. O que não dá pra engulir é essa arrogância, de achar que todo mundo é tolo, que não sacou a intenção de divulgar o filme sem análise ou tentativa máxima de isenção. Tá no bolo, deixa outro metar a mão na massa. Sai de fininho, disfarça...

A medusa, para comparar a genialidade única e inquestionável do filme, chama o Win Wenderes, de "Win", cheio de intimidade.... Ainda, sem pudor, compara uma verdadeira obra prima, O filme, ficção-documentário, Buena Vista Social Club, como coisa de memos importância. As medusas são míopes. A míopia dessa, denominda de Jabor, não da conta da parentada das redações. Não não vê o que não interessa. O medusa Jabor está convidado par visitar o Jabour, um bairro, perto de Bangu, que viu o Hermeto Pascoal ir embora, advinha o porquê? Violência, descaso, o favorecimento dos centros e a periferia relegada ao nada. Aliás, periferia que também existe em Ipanema, New York e não é exclusividade, nossa daqui do subúrbio CARIOCA. Nós que ficamos por aqui temos também os nossos privilegiados, a elite dos nossos “centros”. Um monte de famílias em cada bairro, que troca-troca de poder no legislativo, judiciário e outras jogadinhas que essa democracia oferece(olha a dica do Saramago).

Enquanto isso, numa rara luz lançada do Recife, lá da Sucursal do mesmo veículo que escreve a medusa, Letícia Lins(pode ser e é mesmo que não seja, uma irmã de coração e atena do Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus”) Ela, dá sentido as palafitas da favela do Bode, naquela cidade. Uma das centenas de metrópolis mergulhdas na violência em nosso planeta. Violência, que o Milton Santos denomina de desespero, daqueles que lutam para viver e estão no limite, partindo para o tudo ou nada, sem pensar muito nas consequências. A vala taí... O fuzilamento sumário é diário. A eliminação física indiscriminda e nem um pio sobre quem usou a bala, nem quem autorizou a lei do silêncio . O silêncio das grandes metrópolis, parece que está sendo substituído por iniciativas de gente anônima. Já que os intelectuais orgânicos ou não, o Estado e etc, não estão nem ai para mais esse problema. O problema da leitura, do acesso ao livro, encontra soluções criativas.

Letícia conseguiu furar o próprio jornal onde trabalha. Ela retratou a história das pessoa simples, de um rapaz que abriu uma biblioteca no barraco apertado. Botou as crianças para dentro, em mais uma favela do país, onde o tráfico e a polícia trocam tiro sem cerimônia. Aqui em Realengo, mais de mil livros apodrecem numa caixa d água gigante que fica num conjunto entre duas linhas de fogo, das favelas da Vintém e do Fumacê. O Conde, quando era Secretário de Cultura(até recentemente) esteve lá. Como é arquiteto, ficou encantado, desenhou um rebaixamento, abriu janeloões, tudo no papel ONDE CONTINUA. Não deu em nada. É um lugar pronto para ocupar, precisando de obras sim, de recursos sim. Mas muito pouco do que é perdido na burocracia, no desperdício, na mutreta e ou, em jogadas que não vemos nem como são realizadas; mas que acontecem com a corrosão de caráter comprovado pelas estatatística da corrupção do país, que está em quarto no quadro de medalhas da modalidade. Enfim, onde está a imprensa? Para onde foram os intelectuais de 68? Por qual motivo os cem mil foram para casa e não saíram mais de lá?

Será que foi pela violência que a globalização trouxe? Não pode ser. Salve Letícia! Salve quem não tem rabo preso! Salve quem fura esse bloqueio mental, social, econômico, jurídico, institucional, mesquinho, cultural e o escambau sem olhar só pra o póprio umbigo! Bota caminhando aí pra tocar outra vez... Repete, please.

EA


BIBLIOGRAFIA: Santos, Milton. Por uma Outra Globalização. Record.