quinta-feira, 12 de maio de 2011

Local, global, por Bauman.


Globalização-as consequências humanas- Zygmunt Bauman(1999).


Palavras chave: local, global, capital, interatividade, vagabundos, turistas, espaço, rua, estratégia, fluxo, homens, política, controle e, “outras mumunhas”...que nos últimos dias, me fizeram reler o sujeito que escreveu estas bem traçadas linhas atuais pra chuchu e que deveriam se espalhar com a mesma velocidade com que se dispara um poste a esmo sem medidas .


"(...)os vagabundos se movem porque acham o mundo a seu alcance(local) insuportavelmente inóspito. Os turistas viajam por que querem; os vagabundos porque não têm outra opção suportável. Pode-se dizer que os vagabundos são turistas involuntários; mas a noção de "turista involuntário" é uma contradição em termos. Por mais que a estratégia do turista possa ser uma necessidade num mundo marcado por muros e estradas móveis, a liberdade de escolha é a carne e o sangue do turista . Tire-se a atração, a poesia e mesmo a suportabilidade da vida do turista se vão inteiramente" Turistas e vagabundos, Bauman.


“os vagabundos são o refugo do mundo que se dedica aos turistas”

Turistas e vagabundos, Bauman.



Ninguém está no controle agora


Em outras palavras: ninguém parece estar no controle agora. Pior ainda- não está claro o que seria , nas circunstâncias atuais “ter controle". Como antes, todas as iniciativas e ações de ordenação são locais e orientadas para questões específicas;mas não há mais localidade com arrogância o bastante para falar em nome da humanidade como um todo ou para ser ouvida e obedecida pela humanidade ao se pronunciar. Nem há mais uma questão que possa teleguiar a totalidade dos assuntos mundiais e impor a concordância global.

Depois da Nação- estado, o quê?-, Bauman.



Muitas das alavancas da política econômica não mais funcionam


Num mundo em que o capital não tem domicílio fixo e os fluxos financeiros estão bem além dos governos nacionais, muitas das alavancas da política econômica não mais funcionam”.

Depois da Nação- estado, o quê?-, Bauman.



Interatividade one way


“A elogiadíssima “interatividade” do novo veículo é um grande exagero, deveriam falar num “meio interativo one-way”. Ao contrário do que costumam acreditar os acadêmicos, eles próprios integram uma elite global, a Internet e a Web não são para qualquer um, e é provável que jamais venham se abrir para uso universal”

Guerras espaciais:informe de carreira-Bauman.


A morte da rua: Brasília


“Para Cidade Radiante do futuro, a norma da arquitetura consciente de sua vocação significaria portanto a morte da rua como aconhecemos- esse incoerente e contínuo subproduto da história construtora, descoordenada e assincrônica, campo de batalha de usos incompatíveis, sítio do acidental e do ambíguo”

Guerras espaciais:informe de carreira-Bauman.



Num mundo onírico de harmonia e ordem pré -determinada

“os homens jamais podem se tornar bons simplesmente seguindo as boas ordens e os planos dos outros”,

Guerras espaciais:informe de carreira-Bauman.


Lavando as mãos até que os “colarinhos brancos” fiquem invisíveis


“Qualquer perigo que possa se supor ou considerar no crime do “colarinho branco” é de uma ordem totalmente diversa. Seria extremamente difícil ver como levar os acusados à justiça possa aliviar os sofrimentos atribuídos aos perigos mais tangíveis que se esgueiram nos bairros pobres da e ruas sórdidas da cidade. Não há, portanto, muito capital político a extrair do fato de “ser visto como que fazendo contra o crime do “colarinho branco”. E há pouca pressão política sobre os legisladores e guardiões da ordem para abrir as mentes e flexionar seus músculos de modo a tornar mais efetivo o combate a esse tipo de crime ; nenhuma comparação com o clamor público contra os ladrões de carros, assaltantes e violentadores, ou contra os responsáveis pela lei e a ordem considerados muito frouxos ou condescedentes por não os colocarem no lugar onde deveriam estar, a prisão.

Lei global: ordens locais, Bauman.


BAUMAN, Zygmunt. A Globalização- as consequências humanas- J.Z.Editores, Rio-1999.

MAIS:http://baumaneaeducacao.blogspot.com/2010/10/istoe-entrevista-zygmunt-bauman.html