quinta-feira, 5 de maio de 2011

O Iluminismo como Negócio



Livraria em Paris, ilustração do século XVIII. Fonte: DARNTON, Robert. O Iluminismo como negócio: história da publicação da Enciclopédia (1775-1800).

Acredito em coisas como a amizade.

Acredito em coisas como a amizade.

por Eduardo Affonso, quarta, 4 de maio de 2011 às 12:09

Sou sonhador. Acredito em coisas como a amizade. Em muitas situações pude demonstar a eficácia de um abraço, de um aperto de mãos, um olhar. Em muitas situações fui afagado quando a loucura da paixão me feriu. Lá estava um amigo, uma amiga. Estudei não por acaso e admiro a Geração Beat, turma de escritores amigos uns dos outros, mas vistos, assim, com certo desprezo por generalizações maliciosas do tipo: -"eles eram uns doidões". Tenho me preocupado com as ditas pessoas normais, acho que desde sempre. Por que sei que não faço parte desse grupo. Todos dos dias me lanço numa idéia de auto- conhecimento e estou aberto a experiências extra-sensoriais e ao pensamento. O universo nos aproxima e nos separa daquilo que desejamos. Espero que continue assim para sempre! E nada temo daqueles que não compreendem as coisas simples que a poesia sinaliza a todo momento. Estou em movimento com ela. Acredito que o tal amor próprio, cultivado coletivamente junto a outras sensibilidades, pode melhorar um pouco de tudo. E toco o meu barco. É isso.

O QUEIJO E OS VERMES


O mundo de tantas certezas não deve temer nenhuma teoria. Juntando-se a tantas, incertezas absolutas e verdade relativas, a obra dos historiador pode ser desafiadora. É o que sempre se espera. Não raro ela surge como reveladora, neste presente que derrete ideologias, transforma quase tudo em pasta e nos submete a pensar sobre a a manutenção do simbólico em nossas vidas. O trabalho de Ginzburg encontra eco a todo momento em nossas vidas .


Ao pesquisar uma seita italiana de curandeiros e bruxos, o historiador Carlo Ginzburg deparou-se com o julgamento excepcionalmente detalhado. Tratava-se do depoimento de Menocchio, um moleiro do norte da Itália, que no século XVI ousara afirmar que o mundo tinha origem na putrefação. “Tudo era um caos, isto é, terra, ar, água e fogo juntos, e de todo aquele volume em movimento se formou uma massa, do mesmo modo como o queijo é feito de leite, e do qual surgem os vermes, e esses foram os anjos”. Graças ao fascínio dos inquisidores pelas crenças desse moleiro, Ginzburg encontrou farta documentação, a partir da qual pôde reconstituir a trajetória de Menocchio num texto claro e atraente, e desembocar em uma hipótese geral sobre a cultura popular da Europa pré-industrial. O queijo e os vermes-Cia das Letras. Carlo Ginzburg.



Deus é um senhor e os senhores não usam as mãos para trabalhar. ''Esse Deus fez,criou, produziu criou alguma criatura"? -perguntam os inquisidores. “Ele providenciou que fosse dada a vontade para que todas as coisas fossem feitas”-respondeu Menocchio. Mesmo quando comparado a um carpinteiro ou pedreiro, Deus possui sempre "feitores” ou "trabalhadores" a seu serviço. Uma única vez arrebatado pelo seu discurso cheio de entusiamo contra a adoração das imagens, Menocchio falou do "Deus único que fez o céu e a terra". Na verdade, para ele, Deus não fez nada, da mesma forma que Seu capataz, o Espírito Santo, nada fez também. Quem pôs mãos à obra na “criação do mundo” foram os “feitores”, os “trabalhadores”-os anjos. E os anjos, quem os teria feito? A natureza:, a partir da mais perfeita substância do mundo, assim como os vermes nascem do queijo...”p.111

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Olá, gostei muito do Blog. Tenho interesse em "desbravar" a serra do barata, conhecer, saber mais e apoiar as iniciativas em torno deste espaço. Como faço para chegar? moro na rua carumbém próximo a piraquara. Por onde devo subir? abraço, Suellen