segunda-feira, 28 de setembro de 2009

MEMÓRIA DA SERRA DO BARATA


Memória da preservação da Serra do Barata, em Realengo

Rio de Janeiro- RJ .

Eduardo Pimentel Affonso 04-12-06 Documento atualizado em 23 de Setembro de 2009, enviado a Pastoral do MEIO AMBIENTE, na pessoa do nosso irmão ANGELO Ignácio .



Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.”


Carta da terra http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.htm l

Durante a década de 80 do século passado, a Serra do Barata, situada em Realengo, no Município do Rio de Janeiro, sofreu com sucessivos incêndios e teve muito da sua mata original agredida por desmatamentos, que abriram caminho para o início das invasões que se sucederam causando uma maior depredação do meio ambiente local. Abaixo do marco da cota de 100 metros, as invasões aconteceram as margens do Rio Piraquara, manancial da cidade, que tem a nascente localizada na Serra do Barata.

Noutro marco abaixo e próximo à entrada do Parque e acima na cota de 100 metros, novos moradores em grande número chegaram impactanto mais ainda, ocupando as encostas próximas as redes de energia elétrica de FURNAS-Centrais Elétricas, que passam dentro do Parque Estadual da Pedra Branca, nessa vertente da Serra do Barata.

A poderosa estatal, responsável pela transmissão das redes elétricas, bom que se lembre, jamais gerou quaisquer contrapartidas financeiras para manter ou minorar os problemas na Serra do Barata, embora seja marcante visualmente a destoante presença das suas imensas e imensas torres e cabos, condutores de alta tensão demarcando de metal e aço a paisagem.

Mesmo que os incêndios constantemente pudessem trazer grandes prejuízos para a região sudeste do país, caso uma interrupção ocorresse naquela linha de FURNAS(Já que todo sistema elétríco está interligado,modelo do sitema elétrico do país), nenhum tipo de prioridade a Serra do Barata recebeu de FURNAS ou fora convocada a fazê-lo. Sendo recente a idéia de contrapartidas por impactos causados ao meio ambiente(ex: cotas de emissão de carbono).

Uma outra empresa a CEDAE- Companhia de águas e Esgotos, mantém equipamentos funcionando no local, desde a inauguração do aqueduto(nos anos 70), que distribui, compartilhando a água para zona sul da cidade. Portanto, o que também torna o local da Serra do Barata estratégico para a sobrevivência de parte signicativa de grandes contingentes populacionais da nossa cidade. Além de se constituir num sistema natural valioso hídrico local(nascente).

Mas gente como a Doutora, professora, Josilda Moura, Geógrafa da UFRJ-Departamento de Geociências da UFRJ, o Deputado Estadual Aloísio de Oliveira(que travou admiráveis embates com pedreiras na região do maçiço da Pedra Branca)e moradores locais, estudantes e lideranças comunitárias, atuaram em sua defesa inicialmente, reconhendo a importância da Serra do Barata na amplitude, como um sistema com a necessidade de preservação.

Em 1986, a campanha verde de Fernando Gabeira ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, que teve a ousadia de criar um grande evento "para abraçar e salvar a ainda agoniante Lagoa Rodrigo de Freitas”(como todo o sistema lagunaar da cidade) e o mandato do Deputado Carlos Minc, hoje o combativo Ministro do Meio Ambiente, que apoiei em Realengo, puseram a Serra do Barata dentro da minha lógica de prioridades.

Aquela ocasião fora muito produtiva, a utopia verde realizava um novo debate na cidade, fora dos círculos tradicionais da cultura política local, cheia de meandros viciados-, que permanecem como uma herança da política de familias(de pai para filho)com práticas atrativas do atraso, que repelem lideranças realmente comprometidas com a população desassistida historicamente, se favorecem multualmente “com grande número de correligionários”(máquina)e reforçam laços com e através do poder político e econômico(ocupação dos cargos chaves dos orgãos públicos e uso deles para benefício próprio com tentáculos estabelecidos eml ONGs- centros de convivência bem aparelhados(a despeito do desaparelhamento de hospitais), uso campanhas eleitorais milionárias e etc), desequilibrando a balança da alternância do poder nas vias da democracia: realimentando a fustração social, e o ódio à política, à participação popular e criando o cargo permanente de político de carreira “com vocação de ajudar” e legislar e fiscalizar muito pouco em prol da sociedade!

Tais grupos consolidados nos poderes asseguram que não aconteçam grandes mudanças de rumo na maior território da cidade(48%), que se constitui sozinha a Zona Oeste, onde a Serra do Barata está localizada nalguma latitude/longitude. Uma mancha verde sem importância para eles.

Eu havia me mudado para o bairro em 1981, da minha janela no centro de Realengo observava a Serra do Barata, curioso para conhecê-la. Uma das minhas muitas inquietações, além da política, era tentar entender o que se passava no bairro, cada vez mais quente, caracterizado como “uma ilha de calor”( ver conceito).

Diante da Serra do Barata, daquele pequeno mundo verde ao fundo, pesquisei em bibliotecas da universidades da região. As bibliotecas públicas não existem aqui e contituem uma velha reinvindicação da população de Realengo, hoje com mais de 200 mil habitantes!

Foi através do IBGE(Censo de 1980), que constatei haver uma população muito jovem desprezada(Censo 1980 eram 90 mil), também culturalmente, que fervia junto com o clima local(micro clima). Nos fins de semana pouquíssimas opções de lazer eram oferecidas. O quadro permanece, já que entretenimentos pagos em pequenos equipamentos(Lonas Culturais)não materializam lazer DE FATO.

Uma dessas formas de lazer criados pela própria comunidade era mergulhar num poção construído improvisadamente, próximo ao aqueduto da Serra do Barata, que acumulava água e gente, que acima dele procurva a decantada quinta queda d” água da Serra do Barata para se banhar e confraternizar sem “a muvuca”, efeito de muita gente e pouco espaço.

Hoje é fillete a famosa queda, na ocasião um lugar bastante agradável para juventude. O outro local era um cinema(herança glamurosa da década de 30), que decadente nos últimos tempos de vida, passava filmes de baixíssima qualidade cultural em sessão dupla. Até que fechou transformando-se em opção de cunho religioso. Há um projeto para transformar o Cine Theatro de Realengo em Centro Cultural. Uma igreja ainda ocupa o local, completando 20 anos!

Então, escrevi um artigo intitulado Pergunte ao Brejo(Caderno B, 27/011987), que foi publicado no Jornal do Brasil(onde trabalhava desde o início daquela década até 1988). Confesso que demorei um bocado para entender as relações das pessoas com o lugar, em especial com a Serra do Barata.

Era como se estivesse num deslugar, tudo ali causava estranheza: carros abandonados, depredação da memória, lixo, gado, caça, tiroao alvo, pichações, abandono do orgãos governamentais e por que não, pouca participação da maioria dos moradores, justificadamente assustados, em detrimento de um número pequeno de pessoas dispostas a apaixonadamente, agir localmente para mudar globalmente(tema da Eco 92).

Durante os anos 90, as coisas foram piorando bastante. Mas os ares da Conferência Mundial RIO, Eco 92 e a Eco-oeste de 1994, encontro realizado na Lona cultural Hermeto Pascoal (Bangu), apontavam alguma esperança local. Conheci, então, gente que atuava na região, que havia realizado algum tipo de ação na Serra do Barata.

Entre as quais estavam o Dr. professor Mauro Fernandes Argento(Simonsen/UFRJ), um sujeito admirável em todo os sentidos, que pesquisava a suspensão de partículas atmosféricas, usando para fazer as medições filtros de papel pó de café. Algo parecia inaugurar outros tempos, melhores.

Com isso se podia saber exatamente através de medições em vários locais,quais os lugares, que recebiam mais poluição através do ar e quais eram esses materias presos em pequenas partículas ao filtro(de uma engenhoca que media partículas atmosféricas em suspensão). Infelizmente não foi possível colocar nesse mapa a Serra do Barata, o trabalho de coleta des dados devia ser diária.

A confirmação dos dados( muito altos relativos aos índices de doenças respiratórias nos bairros da região) auxiliou com estatísticas, que constatavam a perda galopante da qualidade de vida na região. Tudo fora feito e inventado pelo professor, que mantinha o programa funcionando no Centro de Pesquisas Ambientais da Simonsen(CEPAM-CENEPAM), que contava com o auxílio de alunos do Colégio de Aplicação Simonsen, em Padre Miguel.

O colégio mantinha várias iniciativas, uma delas, uma Casa de Ciências, estação pluviométrica, mudas e um acervo de dados admirável mantido pela direção e coordenado pelo professor Ricardo(geografia). Comecei a auxiliar os professores, sempre que podia acompanhava-os em suas andanças pela região e divulgava tudo, num misto de dever e prazer profissional.

Mas pensava, intimamente, que essa era uma luta social, que teria que ter um perfil não só acadêmico. Pois, embora o ambiente acadêmico seja gerador de idéias, essas idéias quase sempre são represadas por barreiras financeiras de Instituições que contam com raros apoios públicos para pesquisa e que quase sempre não conseguem manter laboratórios de pé.

Quando são vencidas as barreiras financeiras, os projetos perdem o rumo ou emperram nalgum interesse que pode levar ao desmonte dos processos. Isso para a ciência é um desastre, se acontece fica complicado recolar os cacos. Nesse sentido o Curso “Impactos Ambientais na Zona Oeste”, elaborado e organizado em 1999, pelo pessoal da UFRJ(proferssora Jozilda e equipe do Dep. de Geociências da da UFRJ) reuniu agentes sociais para conhecer melhor a região, que inclui a Serra do Barata , oferendo dados e conceitos para enfrentar as desafiadoras realidades locais.

Sobretudo, as coisas precisavam do braço político do poder, que não está e nunca esteve com os cientistas, mas na organização popular. Afinal, quando se está distante da sociedade, não há como atender as necessidades das pessoas. Mas sem eles, da ciência, fica impossível conhecer a realidade de fato .

Num grupo amigos pensávamos sobre o bairro, que desmanchava como acontecera com “a salvadora ideologia” atrás do muro da cidade de Berlin oriental em 1989. Então, se apresentava um caminho novo. Quase todos tinham alguma solução local. Mas agora havia o conhecimento para agir.

O GRUPO era formado por gente que em sua maioria havia migrado para o centro de Realengo, oriundo de lutas na AMORJAN- Associação de Moradores do Jardim Novo-Realengo, que obteve finaciamento no 1º governo do Governador Brizola para reflorestar uma imensa área as comunidades “Cosme Damião e minha deusa” do local.

Faziam parte do grupo Rubens e Rudenilson Andrade Costa, José Carlos Raimundo e Ademir. As exceções eram, os também irmãos, Leônidas e Leandro Cardoso Fraga, da Rua do Imperador e eu, que morava na Rua Oliveira Braga(hoje Rua Carlos Wenceslau).

Resolvemos, então, agir mais efetivamente em defesa da Serra do Barata e promover outras ações em todo o bairro. Alguns deses papos aconteciam no Bar a 1° Vitoria de Realengo(boteco do Baiano) na Rua do Imperador.

As ações propunham a reabertura do Cine Theatro de Realengo(anexei o meu Projeto final do Curso de Extensão de Marketing Cultural- UERJ/1996), a criação de um parque denominado Quinta de Realengo, que seria no espaço da área 2 da extinta Fábrica de Cartuchos do Império(hoje Escola Federal de Quimica), o tombamento da Casa de Dona Maria do Bananal(que não existe mais, que ficava na entrada da Serra do Barata) etc.

O ano de 1996 foi um péssimo momento para a Serra do Barata. Pois a ocorrência de chuvas intensas deslocou mata cães(grandes blocos de pedras) do lado esquerdo da entrada da Serra do Barata, além de quase anunciar uma tragédia. Pois, aconteceu o deslocamento de uma piscina, que inundou muitas casas ao pé da serra. Estivemos eu e o Rubens Andrade, no local com a GEO-RIO, para constatar os riscos de escorregamentos das escostas.

Em torno das metas e trabalhos acumulados duas comissões foram criadas: Pró -Memória do Bairro de Realengo e Pró- Preservação da Serra do Barata. Ambas assinaram ofícios e enviaram documentos as autoridades dos poderes constituídos denunciando o abandono do bairro. O suporte material vinha do mandato do Vereador Fernando Willian, através do trabalho do Rubinho, que era assessor dele.

Após algumas ações elaboramos uma estratégia de juntar todas as idéias num documento, que foi denominado “Projeto Realengo- Do Real Engenho ao 3-Milênio.”

Organizamos uma série de visitas a Serra do Barata. Lá, além do seu marco inicial, que fica abaixo da linha de 100 metros, havia duas entradas no fim da Rua do Governo, uma que subia pelo portão da CEDAE e outro, que já não existe, que ficava abaixo, e seguia em direção a uma antiga casa.

A casa pertenceu a Dona Maria do Bananal, com arquitetura remanescente do século XVIII, conforme observado por Alexei Nicolaieff do IPLAN RIO/Patrimônio Cultural. Segundo ele, a arquitetura seguia o mesmo modelo das fazendas do Brasil central da época e continham telhas produzidas através do molde das cochas dos escravos.

Também estiveram na Serra do Barata, o falecido Ricardo Rebouças do Plano estratégico da cidade do Rio de Janeiro , além de diversos representantes do bairro, que receberam aulas sobre O Ciclo dos Laranjais, que a região participou, e de temas sobre a História da Zona Oeste. As aulas foram uma iniciativa de gente jovem, quase todos integrantes de uma banda de Hip Hop(a GRAVE) a qual o Leandro Cardoso Fraga integrava.

Faziam parte da Banda Leandro Fraga e Márcio Bastos, Alê Souto, moradores da Rua do Imperador. Foram eles que trouxeram Marcelo, formando em antropologia-UFRJ. As aulas aconteceram em algumas tardee de sábado em 1993, EM CIMA DO AQUEDUTO, de onde se podia ver bem a Serra do Barata e conhecer a região. Essas aulas me levaram ao curso que faria, de História.

Pelo que se sabe, eu que circulava entre os dois grupos, interessado na preservação da Serra do Barata, também procurei utilizar ao meu local de trabalho e estudo, como base de atuação. Isso me causou alguns problemas contornáveis devido o meu perfil. Integrei o Setor Cultural das Faculdades Integradas Simensen.

A partir de 1994/95 escrevia quando convidado no Jornal da faculdade, Simonsen Notícias, fazia pautas para o Jornal A VOZ DE REALENGO, além de dar de bandeja pautas para O GLOBO Zona Oeste, O DIA e o comunitário Folha da Terra. As pautas eram todas com o objetivo de ajudar nas duas frentes de luta, que levei um tempo para entender que era uma só: o meio ambiente.

Em 1997 através do Rubinho, todos do grupo das comissões foram recebidos pelo Secretário do Trabalho, André Urani, que nos levou a gabinete do Prefeito Luiz Paulo Conde. Conseguimos na audiência o tombamento da Casa de Dona Maria do Bananal.

Com a chegada de uma candidatura majoritária popular ao poder, as coisas ficaram mais fáceis de encaminhar, mas continuavam difíceis de acontecer. Fizemos muitas reuniões na Simonsen para defender a nascente do Rio Piraquara, que fica na Serra.

O governo estadual que chegava, em 1998, bem como o anterior, pouco avançou no P.D.B.G.- Programa de Despoluição da Baía da Guanabara, que parou com apenas uma intervenção de plantio de mudas em parceria com o IEF - Instituto Estadual de Florestas. Foram colocadas algumas placas de aço, financiadas por parceria privada, que continham frases para educação ambiental.

Em 2000 estivemos num grande número de entidades visitando a Serra do Barata, que havia sido destinada como local da construção de uma sede, numa extensão administrativa da sede do Paque Estadual da Pedra Branca, que fica no Pau da Fome, em Jacarepaguá. Algumas das entidades presentes davam conta de uma ação muito representativa

Estava representadas: Faculdades Integradas Simonsen, Universidade Castelo Branco, Instituto Estadual de Florestas, Brigada de Combate a incêncio do Alto da Boa Vista, Guarda Municipal, Polícia Militar, GEAM –Defesa Civil, Administradores Regionais, Amar Bangu, Escolas municipais, Vereador Rubens Andrade, Padre Max, Josilda Moura, Professor Carlos Wenceleslau(falecido).

Levei um grupo de estudantes de geografia da SIMONSEN e demarcamos com o gps (via satélite)o local exato da cota de 100 metros, limite da responsabilidade do poder público municipal(abaixo dela) e do Estadual (acima dela). Infelizmente, assistimos o processo quase total da derrubada da Casa de Dona Maria do Bananal, além da observação da invasão da entrada do lado esquerdo por um Imobiliária, que fazia a venda dos terrenos. Terrenos esses, que ficavam praticamente dentro do rio abaixo da cota 100. Logo depois o Secretário Municipal de Meio Ambiente do Município, gestão Cesar Maia, Eduardo Paes, esteve no local e mandou derrubar as casas que estavam quase dentro do rio.

Soubemos do fato que inclusive causou problemas com pessoas que eram representantes de associações de moradores do barata. Mas nem nós nem mesmos essas pessoas participaram de nenhuma ação que prejudicasse os moradores. A SERLA- Secretaria de e Lagoas monitora a situação dos rios na cidade.

Jamais deixei de atuar em defesa da Serra do Barata. Recentemente, estive convidado pela Brigada Ecológica João Braga, por Ângelo Ignácio, numa reunião no IEF, para tentar implementar um Projeto de Educação Ambiental no local. Pouco depois, levamos um grupo grande de uma ONG para conhecer a Serra do Barata.

Foi após o dia mundial do Meio Ambiente do presente ano. O Clima estava bastante seco, já não chovia a mais de 30 dias(janeiro de 2004), o fluxo de água da cachoeira, que fica num local denominado quinta queda d’ água estava muito pequeno. Mesmo assim, valeu a pena ver que algumas coisas avançaram bastante. Foram realizadas obras em vários locais e está quase pronta a sede do PARQUE. Só falta agora a conclusão e a ocupação do PARQUE por gente que saiba proteger o patrimônio ambiental. A PASTORAL DO MEIO AMBIENTE está pronta para esse papel.

Ah, sim, em 29 de maio de 2000, um dia antes de meu aniversário, recebi uma singela homenagem da AMAR BANGU, entidade que completava 20 anos na ocasião. Uma medalha bacana, por algo que teria feito em defesa da Serra do Barata. Muita gente estava lá. O meu coração ficou meio descompassado e tudo mais...

Mas sei de muita gente que devia ganhar um monte de outras homenagens, por continuar a lutar pela preservação da Serra do Barata. Gente que bota a mão na massa, que faz o trabalho pesado, que dedica finais de semana... Enfim, que não deixa a peteca cair agindo localmente para mudar as condições do aquecimento global, que tem as mãos calejadas e a consciência de que está fazendo a sua parte na história dos homens, na busca duma relação mais harmoniosa com o seu meio. Essas pessoas anônimas sim, é que fazem muita diferença.

Em 2008 participei da passeata que teve um público de mais de 500 pessoas, que compareceram ao ato público pela conclusão da obras do Parque. Filmei tudo com muita atenção. Havia muita gente nova no movimento. O ato foi organizado pela PASTORAL do Meio Ambiente e uma série de entidades novas.

Foi um dia especialmente bonito. Dia se brisa leve e um sol morno, que culminou com uma oração ecumênica. Agora temos um PARQUE, que já não é mais uma opção de lazer apenas, mas precisamos dele para sobreviver e acreditar na possibilidade de que a vida prossiga nele e em toda parte.

Fundamentalmente precisamos MESMO é que haja pressão social para todo lado! Pois, o mundo não pertence a apena 1% daqueles que detém o poder de produzir acumulação do capital sem medir conseguências, que emitem carbono em escala gigantesca para manter a escala de consumo e energias, produzem queimadas e desmatamentos ou crescem com o velho paradigma do desenvolvimentismo. A superação do modelos tradicionais apontam para um caminho de compartilhamento ou a extinção de todas as espécies, nós no topo da queda. O meu pensamento está compartilhado com Leonardo Boff neste sentido, conforme a Carta da TERRA.

Saudações planetárias! Eduardo Pimentel Affonso http://eduardoaffonsohistoriapoesiaetudo.blogspot.com/