sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Um feliz 2000 e sempre paratodos!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

segunda resenha também emplaca 10!








UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Eduardo Pimentel Affonso
TURMA:K
TRABALHO PARCIAL Nº2







Ortiz, Renato. Cultura Brasileira&Identidade Nacional





São Paulo, Brasiliense, 1985.








Um livro denso, conciso, impressionante! Afinal, quem descobriu(inventou) o Brasil, foi seu Cabral ou, foram as idéias reunidas em livro por Renato Ortiz?
RESENHA: EDUARDO PIMENTEL AFFONSO


Um dos suportes de investigação da cultura neste porto e além mar, noutras rotas de pesquisa em: em antropologia, sociologia, filosofia, literatura; é Homi Bhabha, pensador indo-britânico, autor de ''o local da Cultura”, que propõe a ideia de “diferença cultural”(categoria) em vez de “diversidade cultural”(processo), relação ambígua localizada em oposição aos “discursos unissonantes” dos nacionalismos do século XIX. Bhabha oponhe-se a Benedict Andersen(Comunidade Imaginária), que em termos bem gerais, descreve processos de pertencimento; reduzindo a nação ao grupo em que cada pessoa se relaciona. Exemplo: nação rubo-negra. Mengo! Embora sejamos uma “nação-universal de torcedores”, campeã, sem igual, a qual pertenço com muito orgulho amor e paixão... vamos ver ORTIZ, também campeão!
ORTIZ “redescobre o Brasil”, que se reinterpreta em torno do conflito de grupos em amplo front:, digamos, num campeonato nacional de poder político nos campos da: cultura, identidade, memória, raças, Estado, instituições, intelectuais, nação, povo, marxismo, etc... Nesse último ORTIZ, ao analisar o capítulo: Estado, Cultura Popular e identidade nacional, localiza uma outra relação ambígua, bastante significativa, via- la nave vá- do marxismo, singrando dois séculos em função dos conceitos de nação e povo (Marx & Engels).
Dois conceitos que se apresentam como insuficientes para ambos timoneiros de peso do socialismo; pois, conforme reorienta ORTIZ, desviando de recifes e contornando as tormentas da concepção marxista, ela já nasce em choque com os nacionalismos ; onde quer que estivessem ou aparecessem em fronteiras do mapa mundi. Mas o trabalho do intelectual é sempre contextualizar e sem dúvida, entender que falas trazem significações: para contribuir com o debate superando cristalizações do tempo e corrigindo a rota das mistificações.
Deste modo ORTIZ nos apresenta Gramsci, generosamente contextualizado: “(...)o marxismo se colocando como um pensamento universalista é calcado sobre o conceito de classe(p.128). O autor avista uma outra rota, que provocará bem mais que uma marolinha, digamos, no socialismo. A “reorientação do marxismo ”, em Gramsci, se apresenta, neste caso, em Cadernos do Cárcere:“(...)onde pela primeira vez se trava um debate em torno do nacional-popular(...)obra escrita sobre o forte impacto da unificação italiana(...)a problemática que se refira ao Estado esteja de alguma forma ligada à construção da nação italiana”(p.129).
Curiosamente, a Índia, uma outra nação lá no oriente, que ao fim da primeira metade do século XX logrou a independência, origem dos oitocentos Deuses, castas fora da lei, e etc, esteve reinterpretada como objeto do presente nas telas da tevê brasileira, por mediadores intelectuais, navegantes daqui mesmo. Esses intelectuais, dispostos atuar na indústria do mar incontável de novelas são acaso de um outro planeta? Os mediadores simbólicos aos quais ORTIZ com fértil densidade, profundo rigor e admirável competência se dispôs prazeirosamente a análise profunda, estão entre nós?
Ultrapassar as camadas de pensamentos justificáveis no tempo e procurar encontrar dimensões fora dos preconceitos, é uma das MUITAS pertinentes contribuições de Renato ORTIZ. Numa centena e meia de páginas ele marca um gol de placa! Apresenta-se para um trabalho campeão! Qual? Conforme apurei(eu, dublê) jornalista sem diploma(antes do fim), historiador sem regulamentação profissional, ORTIZ não vê novela, sabiam? Gente, humana, como ele, perguntou. “-Não vejo”, respondeu, sem fazer cena. Vejamos, então, que trabalho se deu esse nosso com todas a s l e t r a s : intelectual !
Ora, dialogar, num oceano de ideias em torno das questões propostas nos seis capítulos do livro, produzir conhecimento e, tornar-se(com vantagem), um dos grandes nomes do seleto grupo da universidade brasileira; ser constituinte de valiosa compreensão do pensamento do país! Um país da contradição, conforme o nosso nacional, cantor e poeta Lenine, enfatiza e canta num belo e sonoro sotaque nordestino. ORTIZ, relaciona-se, abertamente, com uma diversidade de observações não conclusivas.
Mas procura demonstrar o que nos faz ser assim; o arcabouço-ideário das mediações realizadas por aqui em terra brasilis; com os frutos de intelectuais debruçados no nosso passado, vivos e preciosos; nem sempre afinados na direção a seguir neste “nosso grande sertão veredas”, sem par neste mundão, dando flor e inventividade, em Guimarães Rosa -dos ventos, Brasil adentro...com uma língua de trazer significados novos falada por regionalidades incrivelmente reveladoras e ricas culturalmente-,por exemplo.
ORTIZ formado na França tem trânsito em Colômbia, Argentina e EUA e, é detentor de um senhor currículo (ver o currículo lates dele vale a pena), que muitos intelectuais daqui não sustentam, nem passam perto- mesmo! É presença num naipe de três obras fundamentais, que tratam de maneira geral da cultura brasileira e, de identidade nacional e de IDEOLOGIA. Vejamos o trio : Carlos Guilherme Motta- (Ideologia e Cultura Brasileira -Motta, 1974), Dante Moreira Leite(Caráter Nacional Brasileiro-tese de doutorado USP-Leite-1954) e o próprio Renato ORTIZ(1985).
“(...)Foram respectivamente em 1954, 1974 e 1984, sendo a primeira revista e ampliada em edição ulterior. Todas apresentam grande similaridade das fontes, principalmente eruditas, acrescentando-se novos elementos e perspectivas em função das sua épocas de realização. Por ex., ORTIZ pôde analisar os aspectos culturais em relação ao Estado autoritário(Cap.:“Estado autoritário e Cultura”).Os principais autores são Silvio Romero, Gilberto Freire, Raimundo Nina Rodrigues, Florestam Fernandes, Paulo Prado, Artur Ramos, Euclides da Cunha. Ajuntam-se Caio Prado Jr., Sergio Buarque de Hollanda, Nelson Werneck Sodré, Considerados renovadores da ideologia”(ver: Cultura, Identidade e Língua Nacional no Brasil: Uma Utopia? -Jean Baptiste Nardi -p.06).
Ainda que com mais liberdade para escrever com o advento da democratização, a brisa da primeira edição de 1985 e, instrumentais de toda ordem para estudos comparados, ORTIZ o faz integrando-se as seguintes áreas,por exp.: teatro, cinema, candomblé; convocando para o debate Pierre Verger, Roger Bastilde, Augusto Boal, Guarnieri, Paulo Emílio, Sinviano Santiago, Levi-Strauss, além. A reinterpretação do popular com ORTIZ tem vozes, olhos, bocas, cabeças(a cortada de Euclides Rodrigues da Cunha “Os Sertões”-,um deles(100 anos sem Euclides(1866-1909), que amalgamou entre outros, o Estado, “Frankenstein” brasileiro(?).
O Estado daqui que nada se relaciona, é claro, com o personagem de 1931 da novelista Mary Shelley, senão, pelo tamanho e certas justificativas livres, conduzidas por colagens dolorosamente caricatas, etc... Mas, com permisso, a memória(que ORTIZ também analisa), traz à tona a brisa solta que balança pendularmente na caricatura do grande compositor, desenhista, Antonio Gabriel Nássara(Nássara:1910-1996).
Nássara desenhou “a cara” de um sujeito de perfil, com uma faca enfiada na cabeça, abaixo da caricatura(do próprio Nássara, quem sabe...) a frase crudelíssima sem a menor complacência nacional, perdão: “só dói quando fico sério”. A obra de ORTIZ nos conduz ao Brasil real, sem humor. Mas sugere, que o humor esteja presente. Portanto, sem perder a veia do humor, linha de passe Nasseriana desta resenha, parece que em certo momento “da vida nacional lá atrás no passado”, foi escolhida uma certa elegância europeia.
A grandiloqüente (bellle epóque), civilizadora e moderna, caberia numa metáfora surrealista e não num país concreto e real. Mas como se esse país fosse espelhado, ele fosse como a “Confeitaria Colombo”; que incluiria, educadamente- com rosquinhas doces e oportunidades para poucos- inclusive, das camadas médias urbanas à época-, convidar personagens como Ceci e Peri para o Chá. Adiante, na passagem do séculos XIX para o veloz e moderno XX estaríamos nós ainda escravocratas . Já pensaram? Que ideias!!! Será que as ideias estariam fora do lugar? Será????
Roberto Shwaltz afirma que “as ideias viajavam”, influenciando, o Rio de Janeiro, os costumes, ex. Mas ORTIZ questiona essa influência, lembrando por que certas ideias chegam e outras não, testando o exemplo da abolição(veja mais adiante a contradição com o capitalismo). ORTIZ, conclui: “(...)No momento em que as teorias raciológicas entram em declínio na Europa(...)se apresentam hegemônicas no Brasil(...)assim torna-se difícil sustentar a tese da “imitação”, da “cópia” “da última moda”(p.29).
“As ideias estariam fora do lugar”, segundo Roberto Schwartz. Mas ORTIZ também continua dialogando em demais frentes com Schwartz, questionando-o, exemplo, ao analisar o ISEB- Instituto Superior de Estudos Brasileiros(capítulo: Alienação e Cultura o ISEB)o criador do conceito de que a cultura “significa um vir a a ser”(p.45), uma utopia negadora do passado intelectual brasileiro, priorizando a visão transformadora socioeconômica em detrimento dos estudos históricos.
Um debate fascinante! Imaginem como ficamos internamente sem a nossa história, vindo a ser, nalgum lugar do futuro, um brasileiro desenvolvido, cujo Estado- é agora-,credor do Fundo Monetário Internacional ! Acreditem! Mas que é “incapaz” de distribuir a riqueza, concentrador absoluto e injusto socialmente. As recorrentes tentativas de compreensão do Brasil, podem(minha responsabilidade) ter moldado como imagem a permanência da ineficiência absoluta nos usos e abusos do poder na República.
A República, que não deveria, mas empresta o papel de pavoroso patrimônio particular de grupos poderosos hegemônicos(em consonância com o branqueamento, num passo adiante de grupos que disputam esse ESTADO: “(...). Em disputa pela concepção do Estado nacional é reconhecida, diz ORTIZ, : “(...) a falência de um determinado tipo de economia, ela não coincide ainda com a implantação real do trabalho livre, ou sequer apaga a tradição escravocrata,(...)por outro lado a nação vive o problema da imigração estrangeira, forma através da qual se procura resolver a questão da formação de uma economia capitalista”(p.30).
ORTIZ nos oferece a certeza de que está certo ao contradizer Roberto Schwartz, realinhando a dimensão ideológica e econômica do Estado em seu nascedouro: “o fato de que este branqueamento se dar em um futuro, próximo ou remoto, está em perfeita adequação com a concepção de um Estado brasileiro enquanto meta.(...) eu diria que as ideias estão no devido lugar”(p.31). Parece exequível, sério, relacionar grupos que representam e dirigem orçamentos, cargos, posições de mando dentro e fora do Estado, atualmente.
Muitos detalhes para o ORTIZ, participam de uma construção real, que se tornou sofisticadamente plausível(vide implausibilidade) em Gilberto Freire(Casa-Grande & Senzala-1933) e que está(?) poderosamente aliada como imagem positiva de uma nação “distinta”, “fenomenal”, “maravilhosa”, que vista de fora ganha elementos de alegria e êxtase e que de dentro, tem hora para acabar na quarta-feira de cinzas. Relativizando a belle epóque e champagne, esta última derramada em poucas taças com o privilegio do uso do Estado-imexível está um país que bem, para poucos...
Em estudo comparativo, ORTIZ, superando e retornado os capítulos primeiros da obra, desnuda os conceitos de situação colonial e alienação dos anos 50 do ISEB(aponta a origem hegeliana anterior a data), demonstrando como são preparados, difundidos e assimilados esses conceitos. É uma rara ocasião observar como as coisas se confundiam ao ponto de embaralhar a realidade, para justificar o nacionalismo terceiromundista pós- Conferência de Bandung(1955) como uma “coisa só”.
No entanto “as ideias viajam para portos diferentes”, diz ORTIZ. “A situação argelina não era a mesma da sociedade brasileira”(p.66). Sim, claro... Conclusivamente, ORTIZ nos dá chance de investigar as nossas facetas e justificativas positivas e negativas, para lograr um dia uma cidadania plena diante de contraditórios diversos, que parecem não ter fim em nossa sociedade. Como as escadas de Piranese- sem fim e saída-, definitivamente, com nuances impecavelmente belas de uma aquarela, passos sobem e descem a rampa dos palácios onde a festa do poder acontece.
Nesse sentido, o artigo “Os Olhos Cheios de Cores”, dos historiadores Santuza Cambraia Naves e Frederico Oliveira Coelho(comparam o pensamento de Oswald no Manisfesto do Pau Brasil(1924) como uma inspiração da filosofia nietzschiniana, é irretocável, auxílio luxuoso organizado por Luciano Figueiredo em “Festas e Batuques do Brasil', Biblioteca Nacional (2009). O artigo auxilia a sinalizar uma certa simpatia de ORTIZ por Pero Vaz Caminha, objeto de Oswald. O “nosso” Oswald,, saída em 1924: “A poesia para os poetas. A alegria dos que não sabem e descobrem”.
Finalizando ORTIZ acentua o papel de “filtro” dos intelectuais para uma realidade concreta, numa totalidade que os transcenda. ISTO É de fundamental importância: “os fenômenos culturais encerram sempre uma dimensão onde se desenvolvem relações de poder”(p.142); “em última instância são os interesses que definem os grupos sociais que definem sobre o o sentido da reelaboração simbólica desta ou daquela manifestação (idem)”. ORTIZ eleva ainda mais o papel dos intelectuais, “pois são eles os artífices desse jogo de construção simbólica”- conclui. A expressão de Macunaíma( Mário de Andrade) contextualiza bem o que ORTIZ deixa como legado em sua obra referência: “ai tem coisa”, diria Macunaíma.

EA





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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

in versão

Real é a moeda.
ilusão é preço.
praça tem banco.
abraço ofereço.
quem vai?
amor se paga ao avesso.
amizade não tem preço.
EA-inverso

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

HEXAgeradamente...essa vai pro Fabrício!

Nação
O Flamengo lembra o Brasil, que carrega uma elite de péssimos dirigentes não é de hoje. Mas, independente de qualquer coisa, estamos de pé e somos maiores do que os ratos que roem as nossas entranhas e acabam por destruir os próprios dentes. Afinal, quem consegue envenenar um Urubu? Quem pode com um gigante?
No mais é uma prova de que formamos uma nação, duas pode ser... Podem nos chamar de povo, sem fazer metáforas. Povo que acredita! Povo, que põe fé e rola as pedras de isopor no cenário do caminho ! As pedras têm menos substância se ignoradas!
A nossa caterse, só ela, é concreta! Somos mesmo invencíveis independente de resultados! Sabemos voar, desviar das palmeiras, do fogo, superar galos, São Paulo, Santos, grenais e os demais .
HEXAgeradamente...que nos perdoem.
E.A
p.s ; um abração Fabrício!

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

O derretimento e o gelo da vizinha

Caloreba do cão! A gente nem lembrava que não tinha geladeira lá pelos idos dos meados dos sessenta. Não dava tempo! A diversão era muita! Mas agora, lembrando, veio a imagem da panela de alumínio brilhando cheia de gelo suando. Ela vinha recheada de satisfação. Afinal, a vizinha era gente boa. Gostosona ela era responsável pela refrescância da moçada! Qual era mesmo o nome dela? Regia. Sim, que diabo de nome quente! Morena, coisa e tal...Uma vez me mostrou uma coisa muito estranha. Já havia visto outras coisas. Era o tal. Seguia os matadores de passarinhos, atiava fogo no mato, assustava mulher grávida com espada de são jorge amarrada na ponta imitando cobra... Mas aquilo era diferente. Deu um susto! Fiquei um tempão para elaborar para que servia aquela coisa demonstrada.Certa noite acordei suando, pensava e rolava outra vez tentando pegar o sono e coisa. Como se pudesse fazer isso dormindo... A coisa estranha mostrada foi dita para não ser revelada nunca! Sendo assim, fica esse meu segredo. Cá para nós, a coisa era mesmo a coisa mais bela do mundo para um menino . Ainda continua sendo.
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CONTEXTO QUE ME ENQUADRO

“A Raça dos Desassossegados ”

À raça dos desassossegados pertencemos todos, negros e brancos, ricos e pobres, jovens e velhos, desde que tenhamos como característica desta raça comum, a inquietação que nos torna insuportavelmente exigentes com a gente mesmo e a ambição de vencer não os jogos, mas o tempo, este adversário implacável.
Desassossegados do mundo correm atrás da felicidade possível, e uma vez alcançado seu quinhão, não sossegam: saem atrás da felicidade improvável, aquela que se promete constante, aquela que ninguém nunca viu, e por isso sua raridade.
Desassossegados amam com atropelo, cultivam fantasias irreais de amores sublimes, fartos e eternos, são sabidamente apressados, cheios de ânsias e desejos, amam muito mais do que necessitam e recebem menos amor do que planejavam.
Desassossegados pensam acordados e dormindo, pensam falando e escutando, pensam ao concordar e, quando discordam, pensam que pensam melhor, e pensam com clareza uns dias e com a mente turva em outros, e pensam tanto que pensam que descansam.
Desassossegados não podem mais ver o telejornal que choram, não podem sair mais às ruas que temem, não podem aceitar tanta gente crua habitando os topos das pirâmides e tanta gente cozida em filas, em madrugadas e no silêncio dos bueiros.
Desassossegados vestem-se de qualquer jeito, arrancam a pele dos dedos com os dentes, homens e mulheres soterrados, cavando uma abertura, tentando abrir uma janela emperrada, inventando uns desafios diferentes para sentir sua vida empurrada, desassossegados voltados pra frente.
Desassossegados desconfiam de si mesmos, se acusam e se defendem, contradizem-se, são fáceis e difíceis, acatam e desrespeitam as leis e seus próprios conceitos, tumultuados e irresistíveis seres que latejam.
Desassossegados têm insônia e são gentis, lhes incomodam as verdades imutáveis, riem quando bebem, não enjoam, mas ficam tontos com tanta idéia solta, com tamanha esquizofrenia, não se acomodam em rede, leito, lamentam a falta que faz uma paz inconsciente.

Desta raça somos todos, eu sou, só sossego quando me aceito"


Martha Medeiros

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Valeu ZAHAR


Ganhei o livro!!!!!
O globo enviou lá pra casa...


1989: O ano que mudou o mundoA verdadeira história da queda do Muro de Berlim
Michael Meyer
SINOPSE
“Na realidade, a imagem icônica de berlinenses orientais festejando no alto do Muro, batendo com marretas, deve-se tanto à casualidade quanto à culminação de uma história.” Michael Meyer Em 9 de novembro de 1989, o Muro de Berlim foi abaixo, simbolizando o fim da era comunista. O então chefe da sucursal da Newsweek no Leste europeu assistiu a tudo de perto e entrevistou os principais atores envolvidos no cenário anterior à derrubada da Cortina de Ferro. Foi o último jornalista, por exemplo, a entrevistar Nicolae Ceaucescu, tendo assistido à execução do tirano romeno por sua própria polícia secreta.Esse foi o ano que mudou o mundo, marcou o fim da Guerra Fria e o início de uma época de globalização e livre mercado. Mesmo naquele momento, Meyer já desconfiava de que não se via a história toda. Vinte anos depois, esse livro desconstrói os mitos que cercam o acontecimento, nos conta a verdadeira história por trás das notícias dos jornais e mostra seus efeitos nos dia de hoje. O ano de 1989 foi uma fantasia e agora vamos saber por quê.“Meyer domina os eventos com brilho e confere a eles um significado extraordinário.” Fareed Zakaria, editor da Newsweek“Um relato vivo e atraente do fervilhar de acontecimentos que levaram à queda do Muro de Berlim e ao colapso do império soviético. Também é uma convincente reavaliação sobre quem merece os créditos – e uma lição para as lideranças americanas.” Hames Hoge, Foreign Affairs> Veja como a queda do Muro de Berlim foi noticiada pelo Jornal Nacional, em 1989.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

MURO DE BERLIM


Qual a importância... da queda do muro de Berlim para o Mundo?


Que mundo? Haviam dois sistemas, isto sim! Num deles acordávamos quase sabendo das imperfeições. Depois da queda do MURO as certezas ruíram de vez! A esquerda ficou paraplégica, perdeu movimento. A direita golpista ganhou ares de boa gente. Ditaduras ficaram "brandas". Movimentos nacionalistas se aliaram a traficantes de cocaína. Os Balcãs deram em genocídio. Vários países surgiram. Os palestinos continuam sem nenhum país. Os inimigos-fragmentados e invisíveis- estão em toda parte agora. E, o mundo, único, se transformou num grande balcão de negócios, mais sujos ainda: 1-as sobras das armas do leste europeu alimentam golpes, novas máfias e o genocídio em África; 2-o dinheiro sujo circula livre em bolsas; 3-dois aviões explodiram dois símbolos do liberalismo; 4-o terrorismo e a tortura se esparramam como campos de refugiados pelo chão; 5- verdes de butique querem salvar-nos do aquecimento global; 6- A ONU blá, blá ,blá, ainda...7- Os blocos regionais viraram instrumentos econômicos fatais; 8- a China está “bombando literalmente” o planeta; 9- O Obama amarelou, o Lula paz e amor, o Chaves aiatolou...; 10-Um novo muro cresceu em Israel, onde vivem muitos que fugiram da velha Berlim oriental. Chi...e, para todo lado... a intolerância continua de pé! Então, qual é a importância da queda do muro de Berlim para o mundo, se a intolerância continua de pé? Eis a importância,digamos, capital! ...de capitalismo!
Eduardo Affonso http://eduardoaffonsohistoriapoesiaetudo.blogspot.com/
p.s. Essa foi para O Globo, pretendia ganhar um livro sobre o Muro. A minha resposta voltou. Perdi o livro, me diverti. Deu prazer o descompromisso...a verve ainda ferve sem muros....ninguém precisa de nenhum. O de Berlim como forma de arte, é recurso...

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Que se cumpra a lei

Bom, fiz questão de reproduzir o recortee que fiz do jornal nesta data. Pois ele servira para esclarecer as coisas...e parar a sucessão de abobrinahs e preconceitos contra os trabalhadores rurais sem terra.

Um abraço amigos!

EDU


Que se cumpra a lei

João Pedro Stedile : Artigo; O dia 05-10-2009


A Constituição de 1988 é clara: a propriedade da terra está condicionada ao seu uso, em favor da sociedade. Se não for cumprida essa condição, a terra deve ser desapropriada, paga e entregue a quem quiser trabalhar. No Brasil, não há direito absoluto sobre a propriedade rural. Ela precisa estar produzindo, respeitar o meio ambiente e as relações trabalhistas, não ter trabalho escravo, não ter plantações de drogas e, portanto, estar a serviço do bem comum.


A lei agrária de 1933 definiu a propriedade produtiva. Dividiu o Brasil em mais de 500 microregiões. E estabeleceu que cada uma fosse calculada a média de produtividade por produto, definida a cada dez anos, pelo IBGE.


Os fazendeiros que produzirem abaixo da média deveriam ter as terras desapropriadas e indenizadas. O Incra-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -, calculou, então, a média por região, baseada nos dados disponíveis do Censo de 1975. E, desde então, nunca mais atualizou.


O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, pediu que o governo cumpra a lei e atualize a média. Fazendeiros atrasados s e juntaram a parte da imprensa e parlamentares e pediram uma CPI contra o MST, em represália. No fundo querem esconder sua incompetência e que usam as teras para especular e ganhar dinheiro.


A pobreza no meio rural, a desigualdade e as injustiças sociais não são causadas pelos trabalhadores, pelo MST, mas pela concentração da propriedade. Os fazendeiros são 36 mil e controlam 46% de todas as terras do Brasil! Excluem 4 milhões de famílias de trabalhadores rurais sem terra. A sociedade brasileira sabe quem são os trabalhadores e quem são os exploradores.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

ISSO TAMBÉM PASSARÁ

um amigo meu resolveu como sempre sair de um discussão indo embora. Quem o conhece bem como eu, já o viu agir assim. Ele estava muito rabugento e me mandou ler ao livro "o poder da paciência", que uma outra amiga QUE APLICA REIK havia me indicado pór outros outros motivos.Abri logo na página 71, já havia comprado o livro e aguardava um momento...enfim, eis o resultado da descoberta, que compartilho agora rindo da situação...

Isso também passará

“Longo tempo não significa para sempre”
Provérbio alemão

Khyentse Norbu era um jovem monge tibetabno quando Bernardo Bertolucci foi à Índia para filmar o pequeno Buda, Um filme sobre o príncipe Shidarta, que iria se tornar o Buda. Atuando como extra, Khyentse Norbu apaixonou-se pela arte cinematográfica e, cinco anos depois, seu filme independente A Copa, sobre a obsessão de um grupo de jovens monges pelo campeonato mundial de futebol, foi muito aplaudido. De um dia para o outro, Khyentse Norbu se tornou uma celebridade.

Li uma entrevista que deu logo após esse evento que transformou sua vida. Ele falou sobre o conceito budista de impermanência, o fato que tudo muda, de que nada permanece igual para sempre. Acrescentou que os não- budistas consideram a impermanência angustiante, porque enfatiza a perda. No entanto, ele a vê como positiva. Porque, sem a impermanência, ele brinca, “eu me desesperaria por não ter um BMW. Mas a impermanência significa que esse meu estado desprovido de um BMW pode mudar a qualqrer momento!

Eu ri quando li isso, nunca mais esqueci esse comentário. Porque, quando se trata de praticar a paciência, é muito útil lembrar que as coisas sempre mudam. Podemos ter certeza de que elas mudarão, mesmo que não mudem tão depressa quanto queremos ou da maneira como gostaríamos que acontecesse.

Quando vivenciamos a impermanência, tendemos a engessar a realidade atual: é assim e assim vai continuar para sempre. Vou ficar neste emprego para sempre; vou ficar trocando fraldas para sempre; vou ficar enfrentado dificuldades financeiras para sempre; vou ficar sozinho para sempre; vou ficar, nesta cama, doente, para sempre. Quando estamos atravessando uma situação desconfortável, corremos o risco de reduzir o mundo àquele momento e nos desesperamos com a possibilidade de aquilo jamais acabar.

Mas, quando nos lembramos que as coisas sempre mudam, somos capazes de esperar com mais tranquilidade. Foi por isso que sorri quando li o prrvérbio alemão: ao longo do tempo não significa para sempre, só parece.

Não apenas os budistas e os alemaẽs possuem esse ensinamento. Jesus Cristo disse: “Isso passará.” Quando o momento é difícil, essa profunda verdade se torna um grande conforto, porque nos dá força, esperança -e paciência- para conviver com o que quer que esteja nos atormentando.

O Poder da paciência pág 71. Editora sextante
M.J.RYAN

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

MEMÓRIA DA SERRA DO BARATA


Memória da preservação da Serra do Barata, em Realengo

Rio de Janeiro- RJ .

Eduardo Pimentel Affonso 04-12-06 Documento atualizado em 23 de Setembro de 2009, enviado a Pastoral do MEIO AMBIENTE, na pessoa do nosso irmão ANGELO Ignácio .



Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, esgotamento dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e a diferença entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causas de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.”


Carta da terra http://www.cartadaterrabrasil.org/prt/text.htm l

Durante a década de 80 do século passado, a Serra do Barata, situada em Realengo, no Município do Rio de Janeiro, sofreu com sucessivos incêndios e teve muito da sua mata original agredida por desmatamentos, que abriram caminho para o início das invasões que se sucederam causando uma maior depredação do meio ambiente local. Abaixo do marco da cota de 100 metros, as invasões aconteceram as margens do Rio Piraquara, manancial da cidade, que tem a nascente localizada na Serra do Barata.

Noutro marco abaixo e próximo à entrada do Parque e acima na cota de 100 metros, novos moradores em grande número chegaram impactanto mais ainda, ocupando as encostas próximas as redes de energia elétrica de FURNAS-Centrais Elétricas, que passam dentro do Parque Estadual da Pedra Branca, nessa vertente da Serra do Barata.

A poderosa estatal, responsável pela transmissão das redes elétricas, bom que se lembre, jamais gerou quaisquer contrapartidas financeiras para manter ou minorar os problemas na Serra do Barata, embora seja marcante visualmente a destoante presença das suas imensas e imensas torres e cabos, condutores de alta tensão demarcando de metal e aço a paisagem.

Mesmo que os incêndios constantemente pudessem trazer grandes prejuízos para a região sudeste do país, caso uma interrupção ocorresse naquela linha de FURNAS(Já que todo sistema elétríco está interligado,modelo do sitema elétrico do país), nenhum tipo de prioridade a Serra do Barata recebeu de FURNAS ou fora convocada a fazê-lo. Sendo recente a idéia de contrapartidas por impactos causados ao meio ambiente(ex: cotas de emissão de carbono).

Uma outra empresa a CEDAE- Companhia de águas e Esgotos, mantém equipamentos funcionando no local, desde a inauguração do aqueduto(nos anos 70), que distribui, compartilhando a água para zona sul da cidade. Portanto, o que também torna o local da Serra do Barata estratégico para a sobrevivência de parte signicativa de grandes contingentes populacionais da nossa cidade. Além de se constituir num sistema natural valioso hídrico local(nascente).

Mas gente como a Doutora, professora, Josilda Moura, Geógrafa da UFRJ-Departamento de Geociências da UFRJ, o Deputado Estadual Aloísio de Oliveira(que travou admiráveis embates com pedreiras na região do maçiço da Pedra Branca)e moradores locais, estudantes e lideranças comunitárias, atuaram em sua defesa inicialmente, reconhendo a importância da Serra do Barata na amplitude, como um sistema com a necessidade de preservação.

Em 1986, a campanha verde de Fernando Gabeira ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, que teve a ousadia de criar um grande evento "para abraçar e salvar a ainda agoniante Lagoa Rodrigo de Freitas”(como todo o sistema lagunaar da cidade) e o mandato do Deputado Carlos Minc, hoje o combativo Ministro do Meio Ambiente, que apoiei em Realengo, puseram a Serra do Barata dentro da minha lógica de prioridades.

Aquela ocasião fora muito produtiva, a utopia verde realizava um novo debate na cidade, fora dos círculos tradicionais da cultura política local, cheia de meandros viciados-, que permanecem como uma herança da política de familias(de pai para filho)com práticas atrativas do atraso, que repelem lideranças realmente comprometidas com a população desassistida historicamente, se favorecem multualmente “com grande número de correligionários”(máquina)e reforçam laços com e através do poder político e econômico(ocupação dos cargos chaves dos orgãos públicos e uso deles para benefício próprio com tentáculos estabelecidos eml ONGs- centros de convivência bem aparelhados(a despeito do desaparelhamento de hospitais), uso campanhas eleitorais milionárias e etc), desequilibrando a balança da alternância do poder nas vias da democracia: realimentando a fustração social, e o ódio à política, à participação popular e criando o cargo permanente de político de carreira “com vocação de ajudar” e legislar e fiscalizar muito pouco em prol da sociedade!

Tais grupos consolidados nos poderes asseguram que não aconteçam grandes mudanças de rumo na maior território da cidade(48%), que se constitui sozinha a Zona Oeste, onde a Serra do Barata está localizada nalguma latitude/longitude. Uma mancha verde sem importância para eles.

Eu havia me mudado para o bairro em 1981, da minha janela no centro de Realengo observava a Serra do Barata, curioso para conhecê-la. Uma das minhas muitas inquietações, além da política, era tentar entender o que se passava no bairro, cada vez mais quente, caracterizado como “uma ilha de calor”( ver conceito).

Diante da Serra do Barata, daquele pequeno mundo verde ao fundo, pesquisei em bibliotecas da universidades da região. As bibliotecas públicas não existem aqui e contituem uma velha reinvindicação da população de Realengo, hoje com mais de 200 mil habitantes!

Foi através do IBGE(Censo de 1980), que constatei haver uma população muito jovem desprezada(Censo 1980 eram 90 mil), também culturalmente, que fervia junto com o clima local(micro clima). Nos fins de semana pouquíssimas opções de lazer eram oferecidas. O quadro permanece, já que entretenimentos pagos em pequenos equipamentos(Lonas Culturais)não materializam lazer DE FATO.

Uma dessas formas de lazer criados pela própria comunidade era mergulhar num poção construído improvisadamente, próximo ao aqueduto da Serra do Barata, que acumulava água e gente, que acima dele procurva a decantada quinta queda d” água da Serra do Barata para se banhar e confraternizar sem “a muvuca”, efeito de muita gente e pouco espaço.

Hoje é fillete a famosa queda, na ocasião um lugar bastante agradável para juventude. O outro local era um cinema(herança glamurosa da década de 30), que decadente nos últimos tempos de vida, passava filmes de baixíssima qualidade cultural em sessão dupla. Até que fechou transformando-se em opção de cunho religioso. Há um projeto para transformar o Cine Theatro de Realengo em Centro Cultural. Uma igreja ainda ocupa o local, completando 20 anos!

Então, escrevi um artigo intitulado Pergunte ao Brejo(Caderno B, 27/011987), que foi publicado no Jornal do Brasil(onde trabalhava desde o início daquela década até 1988). Confesso que demorei um bocado para entender as relações das pessoas com o lugar, em especial com a Serra do Barata.

Era como se estivesse num deslugar, tudo ali causava estranheza: carros abandonados, depredação da memória, lixo, gado, caça, tiroao alvo, pichações, abandono do orgãos governamentais e por que não, pouca participação da maioria dos moradores, justificadamente assustados, em detrimento de um número pequeno de pessoas dispostas a apaixonadamente, agir localmente para mudar globalmente(tema da Eco 92).

Durante os anos 90, as coisas foram piorando bastante. Mas os ares da Conferência Mundial RIO, Eco 92 e a Eco-oeste de 1994, encontro realizado na Lona cultural Hermeto Pascoal (Bangu), apontavam alguma esperança local. Conheci, então, gente que atuava na região, que havia realizado algum tipo de ação na Serra do Barata.

Entre as quais estavam o Dr. professor Mauro Fernandes Argento(Simonsen/UFRJ), um sujeito admirável em todo os sentidos, que pesquisava a suspensão de partículas atmosféricas, usando para fazer as medições filtros de papel pó de café. Algo parecia inaugurar outros tempos, melhores.

Com isso se podia saber exatamente através de medições em vários locais,quais os lugares, que recebiam mais poluição através do ar e quais eram esses materias presos em pequenas partículas ao filtro(de uma engenhoca que media partículas atmosféricas em suspensão). Infelizmente não foi possível colocar nesse mapa a Serra do Barata, o trabalho de coleta des dados devia ser diária.

A confirmação dos dados( muito altos relativos aos índices de doenças respiratórias nos bairros da região) auxiliou com estatísticas, que constatavam a perda galopante da qualidade de vida na região. Tudo fora feito e inventado pelo professor, que mantinha o programa funcionando no Centro de Pesquisas Ambientais da Simonsen(CEPAM-CENEPAM), que contava com o auxílio de alunos do Colégio de Aplicação Simonsen, em Padre Miguel.

O colégio mantinha várias iniciativas, uma delas, uma Casa de Ciências, estação pluviométrica, mudas e um acervo de dados admirável mantido pela direção e coordenado pelo professor Ricardo(geografia). Comecei a auxiliar os professores, sempre que podia acompanhava-os em suas andanças pela região e divulgava tudo, num misto de dever e prazer profissional.

Mas pensava, intimamente, que essa era uma luta social, que teria que ter um perfil não só acadêmico. Pois, embora o ambiente acadêmico seja gerador de idéias, essas idéias quase sempre são represadas por barreiras financeiras de Instituições que contam com raros apoios públicos para pesquisa e que quase sempre não conseguem manter laboratórios de pé.

Quando são vencidas as barreiras financeiras, os projetos perdem o rumo ou emperram nalgum interesse que pode levar ao desmonte dos processos. Isso para a ciência é um desastre, se acontece fica complicado recolar os cacos. Nesse sentido o Curso “Impactos Ambientais na Zona Oeste”, elaborado e organizado em 1999, pelo pessoal da UFRJ(proferssora Jozilda e equipe do Dep. de Geociências da da UFRJ) reuniu agentes sociais para conhecer melhor a região, que inclui a Serra do Barata , oferendo dados e conceitos para enfrentar as desafiadoras realidades locais.

Sobretudo, as coisas precisavam do braço político do poder, que não está e nunca esteve com os cientistas, mas na organização popular. Afinal, quando se está distante da sociedade, não há como atender as necessidades das pessoas. Mas sem eles, da ciência, fica impossível conhecer a realidade de fato .

Num grupo amigos pensávamos sobre o bairro, que desmanchava como acontecera com “a salvadora ideologia” atrás do muro da cidade de Berlin oriental em 1989. Então, se apresentava um caminho novo. Quase todos tinham alguma solução local. Mas agora havia o conhecimento para agir.

O GRUPO era formado por gente que em sua maioria havia migrado para o centro de Realengo, oriundo de lutas na AMORJAN- Associação de Moradores do Jardim Novo-Realengo, que obteve finaciamento no 1º governo do Governador Brizola para reflorestar uma imensa área as comunidades “Cosme Damião e minha deusa” do local.

Faziam parte do grupo Rubens e Rudenilson Andrade Costa, José Carlos Raimundo e Ademir. As exceções eram, os também irmãos, Leônidas e Leandro Cardoso Fraga, da Rua do Imperador e eu, que morava na Rua Oliveira Braga(hoje Rua Carlos Wenceslau).

Resolvemos, então, agir mais efetivamente em defesa da Serra do Barata e promover outras ações em todo o bairro. Alguns deses papos aconteciam no Bar a 1° Vitoria de Realengo(boteco do Baiano) na Rua do Imperador.

As ações propunham a reabertura do Cine Theatro de Realengo(anexei o meu Projeto final do Curso de Extensão de Marketing Cultural- UERJ/1996), a criação de um parque denominado Quinta de Realengo, que seria no espaço da área 2 da extinta Fábrica de Cartuchos do Império(hoje Escola Federal de Quimica), o tombamento da Casa de Dona Maria do Bananal(que não existe mais, que ficava na entrada da Serra do Barata) etc.

O ano de 1996 foi um péssimo momento para a Serra do Barata. Pois a ocorrência de chuvas intensas deslocou mata cães(grandes blocos de pedras) do lado esquerdo da entrada da Serra do Barata, além de quase anunciar uma tragédia. Pois, aconteceu o deslocamento de uma piscina, que inundou muitas casas ao pé da serra. Estivemos eu e o Rubens Andrade, no local com a GEO-RIO, para constatar os riscos de escorregamentos das escostas.

Em torno das metas e trabalhos acumulados duas comissões foram criadas: Pró -Memória do Bairro de Realengo e Pró- Preservação da Serra do Barata. Ambas assinaram ofícios e enviaram documentos as autoridades dos poderes constituídos denunciando o abandono do bairro. O suporte material vinha do mandato do Vereador Fernando Willian, através do trabalho do Rubinho, que era assessor dele.

Após algumas ações elaboramos uma estratégia de juntar todas as idéias num documento, que foi denominado “Projeto Realengo- Do Real Engenho ao 3-Milênio.”

Organizamos uma série de visitas a Serra do Barata. Lá, além do seu marco inicial, que fica abaixo da linha de 100 metros, havia duas entradas no fim da Rua do Governo, uma que subia pelo portão da CEDAE e outro, que já não existe, que ficava abaixo, e seguia em direção a uma antiga casa.

A casa pertenceu a Dona Maria do Bananal, com arquitetura remanescente do século XVIII, conforme observado por Alexei Nicolaieff do IPLAN RIO/Patrimônio Cultural. Segundo ele, a arquitetura seguia o mesmo modelo das fazendas do Brasil central da época e continham telhas produzidas através do molde das cochas dos escravos.

Também estiveram na Serra do Barata, o falecido Ricardo Rebouças do Plano estratégico da cidade do Rio de Janeiro , além de diversos representantes do bairro, que receberam aulas sobre O Ciclo dos Laranjais, que a região participou, e de temas sobre a História da Zona Oeste. As aulas foram uma iniciativa de gente jovem, quase todos integrantes de uma banda de Hip Hop(a GRAVE) a qual o Leandro Cardoso Fraga integrava.

Faziam parte da Banda Leandro Fraga e Márcio Bastos, Alê Souto, moradores da Rua do Imperador. Foram eles que trouxeram Marcelo, formando em antropologia-UFRJ. As aulas aconteceram em algumas tardee de sábado em 1993, EM CIMA DO AQUEDUTO, de onde se podia ver bem a Serra do Barata e conhecer a região. Essas aulas me levaram ao curso que faria, de História.

Pelo que se sabe, eu que circulava entre os dois grupos, interessado na preservação da Serra do Barata, também procurei utilizar ao meu local de trabalho e estudo, como base de atuação. Isso me causou alguns problemas contornáveis devido o meu perfil. Integrei o Setor Cultural das Faculdades Integradas Simensen.

A partir de 1994/95 escrevia quando convidado no Jornal da faculdade, Simonsen Notícias, fazia pautas para o Jornal A VOZ DE REALENGO, além de dar de bandeja pautas para O GLOBO Zona Oeste, O DIA e o comunitário Folha da Terra. As pautas eram todas com o objetivo de ajudar nas duas frentes de luta, que levei um tempo para entender que era uma só: o meio ambiente.

Em 1997 através do Rubinho, todos do grupo das comissões foram recebidos pelo Secretário do Trabalho, André Urani, que nos levou a gabinete do Prefeito Luiz Paulo Conde. Conseguimos na audiência o tombamento da Casa de Dona Maria do Bananal.

Com a chegada de uma candidatura majoritária popular ao poder, as coisas ficaram mais fáceis de encaminhar, mas continuavam difíceis de acontecer. Fizemos muitas reuniões na Simonsen para defender a nascente do Rio Piraquara, que fica na Serra.

O governo estadual que chegava, em 1998, bem como o anterior, pouco avançou no P.D.B.G.- Programa de Despoluição da Baía da Guanabara, que parou com apenas uma intervenção de plantio de mudas em parceria com o IEF - Instituto Estadual de Florestas. Foram colocadas algumas placas de aço, financiadas por parceria privada, que continham frases para educação ambiental.

Em 2000 estivemos num grande número de entidades visitando a Serra do Barata, que havia sido destinada como local da construção de uma sede, numa extensão administrativa da sede do Paque Estadual da Pedra Branca, que fica no Pau da Fome, em Jacarepaguá. Algumas das entidades presentes davam conta de uma ação muito representativa

Estava representadas: Faculdades Integradas Simonsen, Universidade Castelo Branco, Instituto Estadual de Florestas, Brigada de Combate a incêncio do Alto da Boa Vista, Guarda Municipal, Polícia Militar, GEAM –Defesa Civil, Administradores Regionais, Amar Bangu, Escolas municipais, Vereador Rubens Andrade, Padre Max, Josilda Moura, Professor Carlos Wenceleslau(falecido).

Levei um grupo de estudantes de geografia da SIMONSEN e demarcamos com o gps (via satélite)o local exato da cota de 100 metros, limite da responsabilidade do poder público municipal(abaixo dela) e do Estadual (acima dela). Infelizmente, assistimos o processo quase total da derrubada da Casa de Dona Maria do Bananal, além da observação da invasão da entrada do lado esquerdo por um Imobiliária, que fazia a venda dos terrenos. Terrenos esses, que ficavam praticamente dentro do rio abaixo da cota 100. Logo depois o Secretário Municipal de Meio Ambiente do Município, gestão Cesar Maia, Eduardo Paes, esteve no local e mandou derrubar as casas que estavam quase dentro do rio.

Soubemos do fato que inclusive causou problemas com pessoas que eram representantes de associações de moradores do barata. Mas nem nós nem mesmos essas pessoas participaram de nenhuma ação que prejudicasse os moradores. A SERLA- Secretaria de e Lagoas monitora a situação dos rios na cidade.

Jamais deixei de atuar em defesa da Serra do Barata. Recentemente, estive convidado pela Brigada Ecológica João Braga, por Ângelo Ignácio, numa reunião no IEF, para tentar implementar um Projeto de Educação Ambiental no local. Pouco depois, levamos um grupo grande de uma ONG para conhecer a Serra do Barata.

Foi após o dia mundial do Meio Ambiente do presente ano. O Clima estava bastante seco, já não chovia a mais de 30 dias(janeiro de 2004), o fluxo de água da cachoeira, que fica num local denominado quinta queda d’ água estava muito pequeno. Mesmo assim, valeu a pena ver que algumas coisas avançaram bastante. Foram realizadas obras em vários locais e está quase pronta a sede do PARQUE. Só falta agora a conclusão e a ocupação do PARQUE por gente que saiba proteger o patrimônio ambiental. A PASTORAL DO MEIO AMBIENTE está pronta para esse papel.

Ah, sim, em 29 de maio de 2000, um dia antes de meu aniversário, recebi uma singela homenagem da AMAR BANGU, entidade que completava 20 anos na ocasião. Uma medalha bacana, por algo que teria feito em defesa da Serra do Barata. Muita gente estava lá. O meu coração ficou meio descompassado e tudo mais...

Mas sei de muita gente que devia ganhar um monte de outras homenagens, por continuar a lutar pela preservação da Serra do Barata. Gente que bota a mão na massa, que faz o trabalho pesado, que dedica finais de semana... Enfim, que não deixa a peteca cair agindo localmente para mudar as condições do aquecimento global, que tem as mãos calejadas e a consciência de que está fazendo a sua parte na história dos homens, na busca duma relação mais harmoniosa com o seu meio. Essas pessoas anônimas sim, é que fazem muita diferença.

Em 2008 participei da passeata que teve um público de mais de 500 pessoas, que compareceram ao ato público pela conclusão da obras do Parque. Filmei tudo com muita atenção. Havia muita gente nova no movimento. O ato foi organizado pela PASTORAL do Meio Ambiente e uma série de entidades novas.

Foi um dia especialmente bonito. Dia se brisa leve e um sol morno, que culminou com uma oração ecumênica. Agora temos um PARQUE, que já não é mais uma opção de lazer apenas, mas precisamos dele para sobreviver e acreditar na possibilidade de que a vida prossiga nele e em toda parte.

Fundamentalmente precisamos MESMO é que haja pressão social para todo lado! Pois, o mundo não pertence a apena 1% daqueles que detém o poder de produzir acumulação do capital sem medir conseguências, que emitem carbono em escala gigantesca para manter a escala de consumo e energias, produzem queimadas e desmatamentos ou crescem com o velho paradigma do desenvolvimentismo. A superação do modelos tradicionais apontam para um caminho de compartilhamento ou a extinção de todas as espécies, nós no topo da queda. O meu pensamento está compartilhado com Leonardo Boff neste sentido, conforme a Carta da TERRA.

Saudações planetárias! Eduardo Pimentel Affonso http://eduardoaffonsohistoriapoesiaetudo.blogspot.com/

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

U T O P I A

A minha utopia é que as coisas funcionem para todos! Que a escola seja de qualidade, que estude nela o operário e patrão, o criativo e o prático, o intelectual e o aprendiz do pensar humamo, que nelas em horário integral, aconteçam aulas de música, teatro e dança. Todos os alunos estejam livres para escolher essa complementação, orientados por currículos que ousem situações práticas da vida; que as oportunidades sejam as mesmas para todos realmente saltando para fora da constituição; que desde a primeira fase da infância a criança tenha creches públicas decentes, aparelhados com pessoal capaz e preparado para o ser, que inicia sua caminhada; que sejam aprimorados sistemas de transparência pública para gestão dos orçamentos públicos, que isso beire à perfeição; que todos tenham garantidos os direitos à saúde de qualidade pública;que haja moradia digna para todos; que seja como no filme "um dia um gato", que ninguém escape do olhar de reprovação social por agir de modo mesquinho, egoísta, autóritário, corrupto, desleal; que todas as indústrias de armas sejam fechadas e transformadas em creches públicas; que todas aos equipamentos de guerra fiquem em museus para a humanidade não esquecer os tempos da barbárie ultrapassada; que todos os bairros do planetas introduzam fabulosos complexos esportivos públicos; que o sistema financeiro internacional se limite a cumprir o papel, sendo apenas uma referência cambial; que os economistas atuem para o bem estar social em todas as instâncias; que os banqueiros sejam convidados a voltarem para suas casas, depositando total atenção às suas famílias, que seus negócios sejam transformados num sistema revertido para o bem comum das sociedades, que eles façam trabalho comunitário nos bairros atingidos pela ganância cumulativa dos seus capitais, que encontrem os efeitos disso visto de perto e despertem para um nova consciência do significado do compartilhamento; que os militares construam pontes, atuem contra doenças e sejam deslocados para as fronteiras trocando de posições com o exército do outro lado, aprendendo os hábitos, a língua e auxiliando em tudo for solicitado à cooperação com o povo vizinho; que as religiões sejam transformadas em times de futebol, onde qualquer diferença seja resolvida em campo de modo com fair play; que os judeus ortodoxos sejam convertidos em jardineiros ortodoxos, cuidando da manutenção de grandes parques públicos planetários, com afinco, convencidos que estarão, que toda terra, seja ela qual for, é escolhida e pública, devendo ser hornamentada para os olhos de toda humanidade, que sejam acompanhados pelos mulçumanos, budistas e induístas, católicos e evangélicos na tarefa; que todos os templos, mesquitas, cinagogas e demais espaços religiosos, se transformem em museus por importância histórica, somente para este fim, com chá de graça para os visitantes adultos e refrescos para as crianças; que todas as universidades sejam abertas e a formação obedeça os critérios de vocação(gostar do que faz) quanto ao ingresso,podendo mudar de curso sem custos se mudar de idéia e ao final da formação servirá socialmente convertendo a ampla confiança em trabalho, durante perído a ser combinado; sendo que as linhas para pesquisa nas universidades seguirão critério de partilha social, se extinguindo o fomento para fins próprios, de vaidade ou grupos, quem já obteve algum financiamente deve passar a vez, a universidade terá eleições livres em todos os níveis; que ninguém trabalhe mais do que 6 horas diárias em nenhum atividade humana, havendo espaço para o trabalho de turnos de trabalhadores que completarão o expediente necessário, todos receberão justo numerário; que todos os pais brinquem e estimulem o afeto e a inteligência dos seus filhos o maior númerto de horas, tendo como base mínima 5 horas diárias, que poderão ser dividas e negociadas entre os pais para o exercício do dia de cada um com o filho, havendo o revesamento; que todos os homens e mulheres acima de 60 anos sejam considerados pela sociedade como pessoas de grande valor social; que o Estado seja transforamado no lugar mínimo, nele atuem somente adminstradores competentes, inteiramente avaliados por orgão de controle ético após concursos rigorosos que incluirão à poesia, à dança, à pintura, à jardinagem e o cuidar de idosos; que a arte seja descapitalizada, se tornando livre no método e os instrumentais sejam franqueados aos que a desejem; havendo a troca do que outrora fôra considerado produto entre os produtores dos temas; que a humanidade seja fraterna, igualitária e libertária; que todas as drogas ilícitas sejam extintas; que as prisões sejam convertidas em muros da vergonha abertos à reflexão geral; que os prisioneiros sejam soltos, que façam escolas e participem da manutenção e aprimoramentos das unidades; que as cortes jurídicas estejam abertas 24 horas com as decisões sejam convertidas em tempo real, as decisões levarão em conta a escola como o lugar para correção do caminho humano; que qualquer forma de agressividade possa ser convertida em energia elétrica pela ciência; que extintas as ideologias, cada país contrate seu melhor palhaço para contar os feitos grandiosos de cada uma delas, uma vez por ano, em horário nobre, em rede de televisão: o hino nacional, em velocidade acelerada, ao som de violinos sem cordas, servirá de fundo musical para que a memória realize insites aleatórios de um tempo terrível.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

PT SOLUÇÕES!


Não vou bater no PT. MAS FAÇO A SEGUINTE REFLEXÃO>
O PT é ou não é o bode expiatório da vez? Não há dúvida que sim! Merece. Pois desde o mensalão perdeu a oportunidade de sobreviver e ser o partido da "ética na política" ad eternum querido. O complexo de Macunaíma(leitura imperdível de autoria de Mário de Andrade), herói sem nenhum caráter, atingiu o partido, que gostou do poder e se esconde na governabilidade...mas vamos esquecer esse assunto e lembrar um pouco da nossa combalida sociedade, que ama privilégios variadinhos...veja só, gente com mais de uma matrícula no Estado, deve devolver para abrir chance parta quem nada tem? Bom...por ai vai...., professores, devolvam suas matrículas a mais, médicos, enfermeiras e demais categorias...levantem a questão e devolvam os cargos duplos, triplos! Varredura geral já! Cruzem os dados que a parentada está bem abrigada, obrigado!Também levantem-se os atos secretos em todos os níveis! Miau!!!
Vamos acabar com os gatos de toda espécie e bater no PT sim, DEMm, no PSDB, que entregou riquezas nacionais por molezinha em leilões mandraques... e outras agremiações ....Vejam o caso do PCdoB, sempre aliado a tudo que chega ao poder com ou sem ideologia, outro dia na tevê desfilou a sua tese de que uma pequena minoria mantém a maioria ferrada para manter privilégios e que "é preciso lutar". Lutar? Organizar? Para quem negociar o grupo? Por quanto? Deve estar fazendo uma autocítica, estando sempre no poder e mantendo privilégios ...será?
Não tenho mais paciência para falar desse assunto . Até mais... Pequenos Sarney, sentido! TEM MUITO BIGODE AI enrrustido NA MALHA SOCIAL...
p.s; pena que perdemos o PT, que virou boquinha, que caiu na boca...que virou mercado...
Qual será a próxima vítima?
Vagas para os negros em todos ramos sim!
Empregos para todos!
Oportunidades iguais sim!
De fato olhando para o seu irmão, que é brasileiro igual !
Um bom olhar para dentro de si mesmo !
Reformas: agrária, política, EDUCACIONAL, individual e por ai vai...
PEGA LADRÃO da esperança social!
"Ai tem", já dizia Macunaíma...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

AUSENTE

MIL perdões!
Por enqunto não estou com tempo para prosseguir atualizando o blog!
Perdão!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

E-malas e-ruídos...

Com farta literatura na web só é e-mail a quem quer se manter assim. Vale pesquisar o que é "etiqueta virtual".
Há um artigo dando sopa de um jornalista da ÉPOCA que é muito apropriado.
Ando as voltas com certa dificuldade de ecngolir a nova tecnologia de rádios em celulares. Enquanto estão ligados a todo volume nos tímpanos da rapaziada tudo bem. Mas quando ultrapassam o pug entrando pelo transporte coletivo é dose! A última nesse sentido aconteceu dentro do 393. Alguém manteve a cousa ligada no máxiimo enquanto um corinho chochô mandava ver um pagondinho.
Amigos, eu que nunca pensei em realizar esta frase: preciso de um carro!
Vou aprender a dirigir.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MUITAS FELICIDADES POR DIA

Sinceramente....

Não dá para definir o qe é felicidade. Cada qual é um universo in persona. Cada um tem um projeto para chegar lá na felicidade. Amigos, olha, com toda consideração à todos...mass felicidade é uma coisa que é assim, muitas num dia inteiro: ir e voltar para cas em segurança numa cidade como o RIO, ter paz em casa, vizinhos educados, trabalhar com pessoas éticas, ter camaradas de pesquisa( camaradas de verdade), saúde sobrando para dar e vender a preço de banana à época que era barata, ouvir um amigo que precisa, dar uma forcinha para quem precisa sem paternalismo de modo solidário, ver o moleque aprendendo a lidar com processos de aprendizada....tanta coisa por dia... e todas elas equilibradas!
Ufa isso é felicidade!!!!
Todos os projetos sustentados por ela já são felizes e de bonsucesso!
Bom fim de semana com muitas felicidades para todos!!!!!!
,

quarta-feira, 15 de julho de 2009

POR UMA CONSTITUINTE !!!!

Um primor de proposta. Não pude deixar de DIVULGAR.

O desacerto da promiscuidade

Por Mauro Santayana

Na base das sociedades políticas encontra-se a separação entre o poder de legislar e a ação executiva. Mesmo nos sistemas parlamentaristas, quando o Poder Executivo é normalmente exercido por parlamentares, as duas atividades são definidas e limitadas. O parlamentar, quando investido de função executiva, como membro do governo, é subordinado à instituição legislativa. Quando falta ao governo a confiança do Parlamento, forma-se nova maioria ou, nos casos extremos, convoca-se o povo para eleger outros legisladores e, com eles, outro governo.

Nos sistemas presidencialistas esta separação é exigida mais ainda, pela natureza do sistema, eficiência administrativa e exigências éticas. Os parlamentos surgiram contra os governos monocráticos. Essa consciência de que cabe ao povo, mediante delegados escolhidos, decidir o seu destino, a que damos hoje o nome de democracia representativa, consolidou-se, como é lugar-comum reconhecer, na fundação dos Estados Unidos. A ideia central é a de que a soberania sobre o Estado, sendo imanente ao povo, só pode ser exercida na separação dos deveres e direitos. O povo elege os dois “departamentos”, para usar a terminologia norte-americana, para que se contraponham, e assim se defenda o interesse geral. No fundo, o Parlamento deve ser a mobilização permanente dos cidadãos. E, de acordo com os célebres pronunciamentos do Kentucky e da Virgínia, o dever do cidadão é o de sempre desconfiar do governo. Uma vez constituída a administração dos bens públicos, o povo deve manter a sua soberania por intermédio do Poder Legislativo, que determina as leis e as normas e fiscaliza o Poder Executivo, podendo, se for o caso, destituí-lo, por meio do instituto do impeachment. Mas o Parlamento deverá estar também sob a vigilância permanente dos cidadãos.

A Constituição dos Estados Unidos proíbe que membros do Poder Legislativo exerçam funções executivas, e que membros do Poder Executivo sejam eleitos para o Parlamento, enquanto permanecerem em sua função (Article I, Section 6, n.2). Em suma: nenhum senador ou deputado pode pertencer ao Poder Executivo, seja como ministro ou servidor menor. Não pode o membro do Poder Legislativo subordinar-se a ninguém, a não ser ao povo. Aqui, no entanto, desde a Constituição de 1891, essa promiscuidade tem sido um dos maiores infortúnios republicanos. A República nasceu com apenas um poder de fato: os mesmos homens faziam as leis, cumpriam-nas ou não, conforme a conveniência, e eram os excelsos membros dos altos tribunais (como é exemplar o caso de Epitácio Pessoa).

É nessa origem espúria, a que o talento de Ruy Barbosa (e, lamentavelmente, com suas próprias razões) não ousou opor-se, que podemos encontrar os vírus da infecção generalizada do Congresso – e não só do Senado. Os parlamentares ditam as normas que irão cumprir, elaboram os orçamentos que seus amigos, companheiros e representantes dos mesmos financiadores, irão executar. No caso em que, marginalmente, o povo é favorecido, isso se dá apenas pelo interesse eleitoral imediato. Quando anunciam a reforma política, as propostas visam a assegurar o domínio das oligarquias partidárias, como a da instituição das listas fechadas, nunca buscam o aperfeiçoamento democrático.

Nenhuma reforma política terá qualquer efeito se essa promiscuidade não for interrompida – e já. A divisão dos poderes, desde Montesquieu, deve ser clara: quem legisla não pode executar. Em nossa história, como bem lembrou há dias Wilson Figueiredo, a infecção começou a agravar-se com o AI-5, quando os parlamentares, em lugar de entregar as chaves do Congresso ao porteiro, mantiveram as aparências do regime, em troca dos benefícios conhecidos. Nos últimos anos, com a liberdade de imprensa, os vícios dessa promiscuidade passaram a ser mais evidentes. Apesar disso, a tolerância da cidadania, reelegendo notórios corruptores e corruptos para os poderes legislativos da União e dos estados, impediu que a infecção fosse curada, no Estado e na sociedade.

O único remédio – se queremos salvar a República e evitar o pior – é convocar Assembléia Constituinte exclusiva, com a delegação popular única e imperativa, para redigir nova carta, prazo de trabalho definido e dissolução automática. Não há terceira via: estamos entre a razão moral e a anomia.