quinta-feira, 23 de julho de 2009

E-malas e-ruídos...

Com farta literatura na web só é e-mail a quem quer se manter assim. Vale pesquisar o que é "etiqueta virtual".
Há um artigo dando sopa de um jornalista da ÉPOCA que é muito apropriado.
Ando as voltas com certa dificuldade de ecngolir a nova tecnologia de rádios em celulares. Enquanto estão ligados a todo volume nos tímpanos da rapaziada tudo bem. Mas quando ultrapassam o pug entrando pelo transporte coletivo é dose! A última nesse sentido aconteceu dentro do 393. Alguém manteve a cousa ligada no máxiimo enquanto um corinho chochô mandava ver um pagondinho.
Amigos, eu que nunca pensei em realizar esta frase: preciso de um carro!
Vou aprender a dirigir.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

MUITAS FELICIDADES POR DIA

Sinceramente....

Não dá para definir o qe é felicidade. Cada qual é um universo in persona. Cada um tem um projeto para chegar lá na felicidade. Amigos, olha, com toda consideração à todos...mass felicidade é uma coisa que é assim, muitas num dia inteiro: ir e voltar para cas em segurança numa cidade como o RIO, ter paz em casa, vizinhos educados, trabalhar com pessoas éticas, ter camaradas de pesquisa( camaradas de verdade), saúde sobrando para dar e vender a preço de banana à época que era barata, ouvir um amigo que precisa, dar uma forcinha para quem precisa sem paternalismo de modo solidário, ver o moleque aprendendo a lidar com processos de aprendizada....tanta coisa por dia... e todas elas equilibradas!
Ufa isso é felicidade!!!!
Todos os projetos sustentados por ela já são felizes e de bonsucesso!
Bom fim de semana com muitas felicidades para todos!!!!!!
,

quarta-feira, 15 de julho de 2009

POR UMA CONSTITUINTE !!!!

Um primor de proposta. Não pude deixar de DIVULGAR.

O desacerto da promiscuidade

Por Mauro Santayana

Na base das sociedades políticas encontra-se a separação entre o poder de legislar e a ação executiva. Mesmo nos sistemas parlamentaristas, quando o Poder Executivo é normalmente exercido por parlamentares, as duas atividades são definidas e limitadas. O parlamentar, quando investido de função executiva, como membro do governo, é subordinado à instituição legislativa. Quando falta ao governo a confiança do Parlamento, forma-se nova maioria ou, nos casos extremos, convoca-se o povo para eleger outros legisladores e, com eles, outro governo.

Nos sistemas presidencialistas esta separação é exigida mais ainda, pela natureza do sistema, eficiência administrativa e exigências éticas. Os parlamentos surgiram contra os governos monocráticos. Essa consciência de que cabe ao povo, mediante delegados escolhidos, decidir o seu destino, a que damos hoje o nome de democracia representativa, consolidou-se, como é lugar-comum reconhecer, na fundação dos Estados Unidos. A ideia central é a de que a soberania sobre o Estado, sendo imanente ao povo, só pode ser exercida na separação dos deveres e direitos. O povo elege os dois “departamentos”, para usar a terminologia norte-americana, para que se contraponham, e assim se defenda o interesse geral. No fundo, o Parlamento deve ser a mobilização permanente dos cidadãos. E, de acordo com os célebres pronunciamentos do Kentucky e da Virgínia, o dever do cidadão é o de sempre desconfiar do governo. Uma vez constituída a administração dos bens públicos, o povo deve manter a sua soberania por intermédio do Poder Legislativo, que determina as leis e as normas e fiscaliza o Poder Executivo, podendo, se for o caso, destituí-lo, por meio do instituto do impeachment. Mas o Parlamento deverá estar também sob a vigilância permanente dos cidadãos.

A Constituição dos Estados Unidos proíbe que membros do Poder Legislativo exerçam funções executivas, e que membros do Poder Executivo sejam eleitos para o Parlamento, enquanto permanecerem em sua função (Article I, Section 6, n.2). Em suma: nenhum senador ou deputado pode pertencer ao Poder Executivo, seja como ministro ou servidor menor. Não pode o membro do Poder Legislativo subordinar-se a ninguém, a não ser ao povo. Aqui, no entanto, desde a Constituição de 1891, essa promiscuidade tem sido um dos maiores infortúnios republicanos. A República nasceu com apenas um poder de fato: os mesmos homens faziam as leis, cumpriam-nas ou não, conforme a conveniência, e eram os excelsos membros dos altos tribunais (como é exemplar o caso de Epitácio Pessoa).

É nessa origem espúria, a que o talento de Ruy Barbosa (e, lamentavelmente, com suas próprias razões) não ousou opor-se, que podemos encontrar os vírus da infecção generalizada do Congresso – e não só do Senado. Os parlamentares ditam as normas que irão cumprir, elaboram os orçamentos que seus amigos, companheiros e representantes dos mesmos financiadores, irão executar. No caso em que, marginalmente, o povo é favorecido, isso se dá apenas pelo interesse eleitoral imediato. Quando anunciam a reforma política, as propostas visam a assegurar o domínio das oligarquias partidárias, como a da instituição das listas fechadas, nunca buscam o aperfeiçoamento democrático.

Nenhuma reforma política terá qualquer efeito se essa promiscuidade não for interrompida – e já. A divisão dos poderes, desde Montesquieu, deve ser clara: quem legisla não pode executar. Em nossa história, como bem lembrou há dias Wilson Figueiredo, a infecção começou a agravar-se com o AI-5, quando os parlamentares, em lugar de entregar as chaves do Congresso ao porteiro, mantiveram as aparências do regime, em troca dos benefícios conhecidos. Nos últimos anos, com a liberdade de imprensa, os vícios dessa promiscuidade passaram a ser mais evidentes. Apesar disso, a tolerância da cidadania, reelegendo notórios corruptores e corruptos para os poderes legislativos da União e dos estados, impediu que a infecção fosse curada, no Estado e na sociedade.

O único remédio – se queremos salvar a República e evitar o pior – é convocar Assembléia Constituinte exclusiva, com a delegação popular única e imperativa, para redigir nova carta, prazo de trabalho definido e dissolução automática. Não há terceira via: estamos entre a razão moral e a anomia.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

A HISTÓRIA REVOLUCIONÁRIA DE BUCK/E UMA RESENHA DE SILVIANO SANTIAGO que fala de Manhattan





Perfil - Buckminster Fuller

Perdeu tudo e não queria viver, e mudou o mundo

Buckminster Fuller olhava para a escuridão do Lago Michigan, em uma noite solitária de 1927. Perdera a filha de 4 anos, Alexandra, fora duplamente expulso de Harvard, perdera sua empresa e estava financeiramente arruinado. Em estado de depressão suicida, ele se perguntou: "Porque sou um tamanho fracasso?" Era pular ou pensar, e ele preferiu pensar. Depois de muito raciocinar, ele concluiu que não tinha o direito de determinar sozinho o seu valor no universo e que era necessário entregar o seu destino à sabedoria divina. Pensou: "Tenho fé na integridade da sabedoria intelectual previdente que podemos chamar 'Deus'... Eu é que sei, ou é Deus quem sabe, se tenho algum valor para a integridade do universo?" E ouviu uma resposta:

- Você não sabe, e ninguém sabe, mas a fé que você acabou de definir a partir de sua experiência, impõe o reconhecimento de saber a priori que você existe. Você não tem o direito de acabar com a sua vida, você não se pertence. Você pertence ao universo. Você nunca saberá exatamente o quanto você é importante, mas estará admitindo esta importância quando se dispuser a converter todas as suas experiências em algo extremamente vantajoso para os outros. Você e toda a humanidade estão aqui para o bem da humanidade.

A partir desse episódio, Buckminster desenvolveu uma grande visão do seu propósito na vida e da sua identidade como pessoa. Ele se autodenominou "explorador de projetos científicos antecipatórios de amplo espectro" – sua grande visão e missão. Foi engenheiro, projetista, arquiteto, escritor, educador, filósofo e poeta. Inventou a cúpula geodésica, o carro Dymaxion e inúmeras outras inovações, ficando conhecido no mundo inteiro como um dos principais pensadores e inventores visionários do século XX. Em 1968, o número de itens originais publicados relacionados com o trabalho de Fuller já estava acima de 2100 por ano.

Virgílio Vasconcelos Vilela

Ainda sobre Manhattan, QUE APARECE NA FOTO ACIMA PROTEGIDA POR UMA BOLHA NUM PROJETO DE BUCK "CONTRA O TEMOR ATÔMICO", NA SEMANA PASSADA SILVIANO SANTIAGO ESCREVEU:

Por conta própria, acrescentemos que o olhar de Calvino, antes de ser o do sociólogo de plantão, é o do etnólogo ao modo de Lévi-Strauss. Para este, por exemplo, a ilha de Manhattan é a paisagem do Novo Mundo que se foi automodelando – na escala oferecida pela natureza majestática como metrópole. Naquela ilha, o homem deixou de ser a referência do urbanismo. A capital do século 20 não estava mais sendo construída à nossa medida, como as cidades europeias, mas à medida do selvagem e inóspito território que foi sendo desbravado a partir dos grandes descobrimentos. Árvore e cimento armado têm algo em comum, cujo segredo compete a nós desvendar para que a natureza se perpetue com nossa presença predadora.

SEGUE A MARAVILHOSA RESENHA....

Silviano Santiago*, Jornal do Brasil

RIO - Como crítico, Ítalo Calvino é um ambientalista (se me permitem a metáfora) da literatura. Especializa-se no desenho, como disse na “Apresentação”, das “linhas gerais” do jardim da arte, para que a água dos lagos não se deixe poluir pelo marketing, o consumismo e as adoções escolares. Por outro lado, desentranha do passado recente (em particular da grande literatura do século 19) a planta baixa da “cultura” literária, para que os andares ainda a construir da literatura não levem o combalido prédio da tradição a se esboroar, como se fosse edifício sob a responsabilidade de Sérgio Naya. Numa época em que, para o simples agrado das rentáveis amenidades dos meios de comunicação de massa, se desmata criminosamente a literatura, Calvino é uma Marina da Silva.

Aliás, Calvino não camufla a fúria quando depara com ficcionistas que tentam copiar as facécias popularescas da arte cinematográfica. No ensaio “Diálogo entre dois escritores em crise”, reflexão dialógica sobre os impasses da ficção hoje, Calvino não titubeia: “Onde passa o cinema não pode crescer mais um único fio de grama. Muitos escritores ainda teimam em escrever romances concorrendo com os filmes e só conseguem alcançar resultados poeticamente pífios”. Se em termos vanguardistas não esposa o “marco zero” dos futuristas, em matéria de estética ficcional é claramente a favor de terrenos férteis e improdutivos, à espera do cultivo laborioso: “O romance é uma planta que não cresce em território já explorado, precisa de terra virgem onde deitar suas raízes”. O cavalo de Átila do cinema contra os sem-terra (MST) do romance.

Nessa linha de atuação crítica, o tripé que sustenta os ensaios de Assunto encerrado são o indivíduo, a natureza e a história (nessa ordem). Ao analisar os protagonistas dos romances de Leon Tolstoi, afirmará que é “na relação entre esses três elementos que consiste aquilo a que podemos chamar de épica moderna”. Os três elementos permanecem firmes e resistentes no pós-guerra, mesmo frente ao cataclismo que representou a entrada em cena da école du regard, liderada por Michel Butor e Alain Robbe-Grillet. Foi, portanto, a leitura do romance Guerra e paz que fundamentou e serviu a Calvino para melhor explicitar o modo como o fio condutor tripartido – indivíduo, natureza e história ordenou sua genealogia crítico-literária: “Há um homem com sua consciência de si, da finitude de sua vida, há a natureza, como um símbolo de vida ultraindividual que houve e haverá depois de nós, há a história, seu fluir, sua busca por um sentido, seu entretecer-se de nossas vidas individuais, das quais passa a fazer parte o tempo todo”.

O encanto por personagens

Estudantes habituados à lição poderosa dos grandes críticos literários, que se abalizam pelo conhecimento das teorias sociológicas ou dos marxismos ocidentais, logo sentirão que, discreta e indiscretamente, Calvino veio para baralhar os fundamentos clássicos dos estudos universitários brasileiros, ditados pelo binômio literatura e sociedade.

Em primeiro lugar, pela introdução de questões relativas ao papel capital do indivíduo na construção da sociedade. Essa proposta, que nos conduz aos pressupostos defendidos por Louis Dumont em O individualismo , acaba por oferecer a Calvino o modus operandi de leitura dos clássicos da modernidade, que levanta âncora e ganha o largo na análise dos complexos protagonistas criados pelo romance do Oitocentos. Seus ensaios começam, se alongam e terminam mais pelo encanto por personagens e menos pelo fascínio por tramas. Nessa linha, as observações sobre a introdução do personagem criança no romance são admiráveis e demonstram o olhar penetrante e o fino poder de análise do crítico. O interesse pelos meninos personagens, escreve ele, visa a demonstrar que, na postura de descoberta e de teste a partir do zero de vida, está traduzida a “possibilidade de transformar toda experiência em vitória, como só é possível para as crianças”. Não é o personagem Qfwfq, em nada infantil, mas primevo, que salta aos olhos do leitor de As cosmicômicas?

Em segundo lugar, por ter substituído a análise da problemática social engajada pela responsabilidade do homem frente à natureza, que nos precedeu e certamente nos sucederá. Sua análise dos romances de Honoré de Balzac é paradigmática, pois é o francês “que descobre a vitalidade natural quase biológica, da grande cidade”. A observação certeira do ambientalista vai direto ao clima e aos temas caros à prosa balzaquiana, dada até então como mera precursora do realismo: “Caminhos equívocos, salões luminosos, sórdidos entresols, prisões, casas de aluguel, são descritos com o vigor admirado – que não raro transcende em retórica – com que Bernardin de Saint Pierre ou Chateaubriand saudavam as florestas das Américas”.


Enfim, por recusar a estabelecer a possibilidade de um sujeito coletivo – as classes sociais –, que ditaria inexoravelmente o fluir e o sentido da história. De maneira ardilosa, Calvino dirá que, “na lírica, o termo história está implícito no eu do poeta”. Não queremos dizer que é por pedantismo ou conservadorismo que o ficcionista e o crítico menosprezam as questões propostas pela leitura sociológica do romance ou do poema. Sua motivação é outra e menos ambígua do que pode parecer à primeira vista. Ei-la: “Também o 'romance de denúncia' dos problemas sociais está com seus dias contados. A política e a economia agora precisam de pesquisas documentadas e de análises baseadas em dados e cifras, e não de reações sentimentais e emocionais”.

Ariosto e Pavese

Natural, pois, que Ítalo Calvino eleja como marcos da literatura italiana Ludovico Ariosto, no século 16, e Cesare Pavese, no século 20. Ambos são seu espelho, espelho de sua alma e de seu estilo. Inicialmente, fiquemos com Ariosto, a quem Calvino opõe de maneira singular Maquiavel. Glosemos uma passagem magnífica do ensaio “Três correntes do romance italiano de hoje”. Ariosto é o “poeta tão absolutamente límpido, divertido e sem problemas, mas ainda assim, no fundo, tão misterioso, tão habilidoso em ocultar a si próprio”. Ele é o poeta incrédulo “que tira da cultura renascentista um sentido da realidade sem ilusões”. Continua Calvino: “Enquanto Maquiavel, munido do mesmo desencanto da humanidade, funda uma dura ideia de ciência política, Ariosto teima em desenhar uma fábula...” O conceito do cientista contra a metáfora do artista – nada mais atual.

Terminemos com Cesare Pavese, que serve a Calvino para definir com clareza e justiça o que entende por estilo, valor maior na sua literatura: “estilo não é a sobreposição de uma cifra e de um gosto [à linguagem], mas escolha de um sistema de coordenadas essenciais para expressar nossa relação com o mundo”. O estilo ainda é o homem. A maior tarefa do crítico Calvino é a de desentranhar da análise dos personagens a personalidade de seu criador.

* escritor e crítico literário

Publicados entre 1955 e 1980, antes, portanto, do póstumo Seis propostas para o próximo milênio, os imperdíveis ensaios literários de Ítalo Calvino se encontram finalmente traduzidos ao português e reunidos em Assunto encerrado

sexta-feira, 10 de julho de 2009

FOORA SARNEYsssssssssssssss!!!!!!!!!

DEU NO INFORME O DIA:
O sobrinho
. dois ex-asssores de Cesar Maia -Ricardo Macieira e Sonia Mograbi- estão lotados no TCM-Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, que hoje julga contas do ex-prefeito. Macieira atribuiu a sua nomeação a Cesar Maia, mas ele tem outros bons contatos: é sobrinho da ex-primeira dama Marly Macieira Sarney.
Págian 8 o diia sexta-feira
escrevem: Molica e Marcelo Remígio

quinta-feira, 9 de julho de 2009

A MINHA BANDEIRA




Falar muito sobre o assunto parece um crime, mas Amo a bandeira do Brasil e já dei provas disso muitas vezes. Tenho uma na minha casa. Logo a trocarei por uma nova. Vou preservar o costume tentando fazer a troca conforme as tradições. Gosto de ver a nossa bandeira nos acampamentos do MST ou nas ruas nos carrinhos dos catadores de papel, onde for, a nossa bandeira lembrando que ela pertence a todos. Sim, sou a favor do lema da bandeira com a inclusão da palavra AMOR, que ficou de fora: "amor por princípio e a oredem como base; o progresso por fim".
Abaixo separei uma pesquisa muito boa sobre a nossa bandeira, que já de cara emociona ao registar o céu de modo simbólico único.

Quem desejar baixar a bandeira de modo correto:http//www.zenite.nu/


Um céu de puríssimo azul

A BANDEIRA DO BRASIL, uma das mais belas e sugestivas do mundo, é também a única a representar uma esfera celeste, o globo imaginário que envolve a Terra com o firmamento. Nessa bandeira, o círculo interno representa uma esfera celeste inclinada segundo a latitude da cidade do Rio de Janeiro às 08h e 14min (ou 12 horas siderais) do dia 15 de novembro de 1889 – data e local da Proclamação da República. Trata-se da mais completa ilustração celeste já imaginada para uma bandeira nacional. Conheça muito mais sobre a bandeira do Brasil nos tópicos a seguir.


OUTRAS VALIOSAS INFORMAÇÕES:
O Firmanento como símbolo nacional
Jose Roberto V. da Costa
http://www.zenite.nu/

















segunda-feira, 6 de julho de 2009

RESENHA Chega lá!

Com os meus agradecimentos aos colegas, amigos e ai vai uma boa notícia! Esta resenha foi muito bem obrigado na avaliação !
Uma colega me pediu para ler. Republico-a para facilitar o achado.
EDU





UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA



Eduardo Pimentel Affonso


TURMA:K


TRABALHO PARCIAL Nº1


TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.



Niterói
2009






O Magnetismo Sedutor da Boa Vizinhança abaixo da linha do equador, ou: - do é que eles tanto riem?...pergunta de boa juntura Frankliana, quem sabe, para o futuro aprofundamento dos elementos de uma marcante imagem.


Eduardo Pimentel Affonso



TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras,2000.



Ainda antes de cruzar o primeiro parágrafo do fundamental trabalho de pesquisa de Pedro Paulo TOTA, a intrigante imagem da capa do livro, O Imperialismo Sedutor, destaca uma pintura reproduzida de uma foto durante uma visita em Natal(1943). A imagem forma um enigma, que salta o olhar atento para uma reflexão duradoura. Ela está fundamentada num marco histórico de valor inegável. A legenda da imagem, localizada nos anexos iconográficos do livro, descreve: “Roosevelt, Vargas e militares americanos e brasileiros na base americana de Natal, conhecida como Paramirim Field. (...)Neste encontro negociou-se a participação do Brasil na guerra.”

O velho e surrado bordão, “uma imagem vale mais do que mil palavras”, que em parte alguma serve à história(sem a devida investigação), deve, entretanto, ser utilizado como uma bela provocação estética. TOTA serve um prato cheio para condimentar análises: dos elementos que constituem poderosamente uma imagem. Não sendo esta uma imagem qualquer(exibida simplesmente para vender um livro, embora não exista pecado algum em atrair o leitor), ela na verdade, deve corresponder a significados que TOTA introduz no livro, que pode ser, por exemplo, um convite à beira do Atlântico para um banquete de perguntas indigestas que não calam diante do tempo.

Um daqueles peixes grandes expostos a mesa, que leva-nos a duvidar num primeiro olhar, se serve ou não para uma ceia muito aguardada, “desjejum desenvolvimentista” para saciar o apetite de um gigante “despertado” nos anos 30 por VARGAS. O gigante ganhara ainda mais interesse para o Tio Sam, dez anos após a revolução, com seu apelo além fronteiras para lutar a guerra lado a lado. “I want you for U.S. army”! Apelo de amizade, gesto maturado por Roosevelt, da filosofia prática(A Política da Boa Vizinhança),de Benjamim Franklin, que dita: “Quando se pretende fazer uma boa mesa e os extremos das tábuas não se adaptam bem uns aos outros, compete ao artífice tirar um pouco de cada uma e fazer uma boa juntura”(The Story of American Philosophy, 1960,p.37). TOTA diz ser inegável a virada cultural com a guerra.

Perguntas de um alinhamento, “mesa em pé”, que poderiam ser as seguintes em relação a foto(pintura), reflexos da sua permanência futuro afora: -Quem são esses homens vestidos poderosamente de branco? -Porque as posições deles estão trocadas? -A quem interessava divulgar este ícone? -Quem a produziu? -Em que contexto ela foi gerada? Uma mensagem de forte poder interrogativo, como algo que não passa estômago adentro, parece pesar mais ainda:- Do que Roosevelt e Vargas, ladeados por staff militar, tanto riem? Com A Política da Boa Vizinhança, Franklin aponta ainda: “Se não tens um temperamento afável, mostra que és afável, é possível que a aparência se transforme em realidade”.(The Story of American Philosophy, 1960,idem).

Este é o primeiro ponto positivo de TOTA. Já de cara instigar-nos a não engolir o peixe sem antes observar as zonas espinhosas. O pesquisador, naturalmente, relacionado com as intenções editoriais de divulgar bem o seu livro, encaminha-nos para um mergulho numa impressionante construção de relações. Relações baseadas entre uma grande democracia liberal, com um Estado nada liberal banhado pelo Atlântico sul maravilha(fazer se encaixar, lembra?) É preciso fazer com toda propriedade eco a apresentação do livro por Mattehew Shihirtis. "O Imperialismo Sedutor é uma obra inovadora de como opera do imperialismo".-diz ele. E é mesmo! Uma intensa ponte aérea se deu início, mas sem dar em conta o intercâmbio científico.

Na mesma trilha de análise do imperialismo ianque atuante na região nesse tempo de guerra, “imperialismo de espírito de colaboração elevado”, mas nem tanto, está o bom trabalho de duas décadas antes, de Gerson MOURA,- Tio Sam chega ao Brasil, Editora Brasiliense, São Paulo, 1984. A curiosidade é que Antonio Pedro TOTA, autor do excelente trabalho com o Imperialismo Sedutor, ampliou o tema com anexos iconográficos, pesquisas dentro e fora do país, fazendo um livro de fácil divulgação histórica e compreensão(evoé!), como o boníssimo compacto livro de MOURA.

Mais um ponto! Alguém que não descreve, descreve, descreve....e ainda é compreensível! Faz a gente, enquanto lê, querer ouvir, por exemplo: Carmem Miranda, o epsódio do Cassino da Urca é analisado por TOTA, (“disseram que voltei americanizada”), seguir, Villa Lobos, Dick Farney, criticado por José Ramos Tinhorão, como um arremedo americanista. Ianquismo, influenciador por aqui já em 1919, que de Lima Barreto denuncia na abertura do livro.


É muito interessante a perspectiva lançada por TOTA dos inúmeros intelectuais, que justificaram e participaram da política do Office- Office Of Inter American Affair , servindo ao governo americano como chefes locais, tradutores, músicos, expositores em feiras e em atividade de audiovisual ou justificando “no problem”. A grosso modo, a esteira do “modernismo antropofágico” já estava esticada por Oswald de Andrade para comer o gringo americano(bispo Sardinha?), como no Manifesto do Pau Brasil(1922). O desenvolvimento dos ajustes, certas confusões a respeito da nossa cara(em relação as peculiaridades culturais latino americanas)são exemplificadas por TOTA muito bem. Uma elaboração do Office.

Nascido em 1942, TOTA é contemporâneo do tema do americanismo por aqui, nasce exatamente no ano em que a guerra já havia eclodido na Europa, momento em que o Office já começara a agir e expandir seus tentáculos (desde 1941). TOTA dialoga com as fontes muito bem, com o tempo em que cresceu menino de cidade do interior. Numa dessas pequenas cidades que enviam sargentos para morrer em guerras, em cidades que ficam onde não se sabe bem no mapa. O que faz lembrar Joel Silveira, que conhecia profundamente a composição da FEB e a vida das soldados no front italiano. Escreveu sobre muitos personagens desconhecidos, mortos que não brilham na política cultural da aliança entre EUA e o Brasil.

TOTA demonstra que o mundo anglo-saxão estava perdendo espaço com os ingleses encurralados no norte da África pelos soldados da Alemanha do Marechal Rommel. O tempo em que capitaneados por Roosevelt, os americanos buscavam reverter a seu favor as oportunidades que sobravam na América Latina, último local fora do mundo em conflito e fora, inclusive, do seu próprio território, de seu mercado interno, onde poderiam ampliar “um senhor mercado” com uma boa estratégia pacífica, dando um chega pra lá nos interesses do EIXO e da Alemanha, de quebra. TOTA demonstra a preocupação com os estados do sul do Brasil, simpáticos a causa nazista e desenha uma possível intervenção americana, planejada como plano B.

TOTA pesquisa, levantando aspectos positivos e negativos, das produções culturais em exposições, jornais, programas de rádio, filmes e documentos oficiais entre 1941-45. É o curto período, de intensidade avassaladora, que entrou no Brasil a máquina de propaganda do Tio Sam através do O Office, que promove intercâmbio, de produções positivas e negativas(não será possível declinar a exceção sensível marcante, da Fotógrafa Genevieve Naylor, um capítulo inteiro merecido, está disponível no livro: Poses e Fragrantes-Ensaios sobre história e fotografia, de Ana Maria MAUAD- EdUFF-2008). Também, por questão de necessidade de aprofundar a pesquisa, vendo os filmes citados por TOTA, prefiro não comentar a participação de Walt Disney, que a princípio considero muito mais impactante pelo valor da imagem animada.

A “quinquilharia cultural”, impulsionada por uma intensa comunicação de massa, jamais percebida em curto período, chegaria por aqui substituindo a França, formadora da nossa elite intelectual. O que me faz pedir licença para arriscar um verso meu, neste ano comemorativo, aberto pelas luzes dos fogos, glamour, do ano da França no Brasil: “Vive la France! A França é nossa herança. Nossa farsa, nossa pança!” Com pretensão de difusão cultural recheadas de segundas intenções marcantes, entretanto, ótica assimilada para troca de interesses estratégicos do Brasil, o ideário da Política da Boa Vizinhança, imperialismo sucedido da vez e da hora, apresenta realizadores e estrelas dirigidas pela impulsividade de, criatividade e poder do milionário wasp Nelson Rockefeller, apoiado incondicionalmente por Roosevelt. TOTA destaca o importância do milionário, que a princípio movido por interesses de ampliação de seus negócios na América Latina(Standard Oil), cria um plano que alavanca amplos interesses, inclusive energéticos(General Eletric). Empresa privadas americanas de grande porte darão suporte publicitário as ações do Office.“O combate ao germanismo deveria ser feito via mercado”(p.53).

A sua obra de TOTA não está presa numa só corrente de análise. TOTA usa Gramsci e Toqueville, o último faz uma análise do americanismo. TOTA mesmo citando estatísticas econômicas, sem se prender a elas, deixa claro que o conceito de imperialismo, adjetivado como “sedutor”, está presente numa estratégia para envolver corações e mentes, para “dominar economicamente”. Numa filosofia para ganhar a almas brasileiras por meios sutis, caracterizado pela comunicação de massa e cultura, baseada no modo de vida da classe média americana. Mas que “entendia”, que o espírito Wasp precisava criar condições de expansão na chamada outra América, católica, sem democracia e muito afetuosa em relação ao estrangeiro e as novidades de além mar.

Nas exatas aspirações do sonho da sociedade de consumo deles, “a outra América”, a que eles imaginavam que copiaríamos(será?) através do chamado “American way of life”. Cujos fracassados não entram no brinde dos bem sucedidos, com a licença poética: “Um beijo nas crianças e um martini servido pela esposa, depois de voltar a noite da guerra. Nem sempre voltarei, queridos. Um dia pode ser que volte enrolado numa bandeira”. TOTA demonstra o desagrado por retratos que não demonstrem a sociedade americana como um exemplo a ser seguido pelo mundo. O diretor de cinema Henry Ford é contratado pelo Office, desde que não repita nada com o teor realista, o realismo do seu magistral filme “As Vinhas da Ira”(1940), baseado no romance de John Steinbeck(Pulitzer,1939).

Refeito, naturalmente, o pesadelo da crise de 1929, que na crista da onda trouxe no seu bojo a incrementação do entretenimento e o fortalecimento da indústria da produção de mitos na América do Norte(mas porque será que não trouxeram o jazz?), da ideologia(o Office é uma fábrica de ideologias), o audiovisual foi usado para aproximar diferenças e imprimir o ritmo do charme e da simpatia via Office. O rádio e o cinema, mascarados por Rockfeller como “relações culturais”, foram usados como uma maneira de dar camadas médias a impressão de que haviam “muitas coisas” que nos aproximavam.

A primeira era o fato de sermos todos americanos, faríamos parte de uma América, outra, mas que se integraria aos benefícios “do progresso” como uma questão de tempo. A Feira de New York(1939), New York Word`s Fair , em que o Brasil participou com ampla gama de produtos naturais, música e arquitetura, apontava esse caminho. Muitos intelectuais acreditavam”que a modernização brasileira deveria seguir o modelo americano”(p.95).

É bom “lembrar”, que seres de sorriso fácil, sedutor, e aparentemente inocente dos anos 20 já habitavam por aqui, como Louis Armstrong, Shirley Temple ou ícones mais maduros e românticos como Rudolph Valentino(latin lover) ou dá própria ocasião como o furacão feminino, Rita “Gilda” Hayworth, eleitos no imaginário do ocidente, mas com muitos matizes e poucos questionamentos sobre as suas próprias vidas numa sociedade altamente competitiva e fracionada. Tudo que estava por trás de seus papéis, numa sociedade que seria sutilmente vendida como a ideal para toda a humanidade em tempos de guerras, de grandes ou pequenas proporções no espaço terrestre não importava.

Afinal, a cultura sempre chega antes dos soldados, através de outras armas e pode até prescindir deles. O que em si, conforme o espírito do capitalismo, é um negócio grande e bem fechado, que envolve a emoção(entretenimento, lucro alto), mas que foi antecipadamente racionalizado para não parecer ou ser simplificado como a única intenção de lucro rápido e fácil para um curto prazo. A cultura é um elemento de permanência. Como ela é também, um bem não material, dever ser medida em dimensão fora da emoção, que causa coletivamente efeitos e que se acumula no tempo da vida de cada pessoa no cotidiano. MAS não só os dividendos da produção dela vão para os bancos. Todas as indústrias fora dela também lucram muito junto com o Estado e a sociedade a qual pertencem todos “esses valores”.

TOTA é muito bom em lembrar-nos disso, durante todo livro Rockieffeler é o potagonista da Política da Boa Vizinhança. Busines is busines. Um businesisman vai cuidar pessoalmente de como organizar uma ação eficaz que leve em conta os meios para obter resultados para a sua classe de homens, os que dominavam os negócios do seu país. A superação dos antagonismos sempre contornado pelo “pragmatismo americano”, foi uma outra lição que parte da intelectualidade à época herdou com facilidade. Enquanto que para os americanos a superação dos antagonismos sempre esteve diretamente ligado ao pragmatismo dos seus interesses estratégicos a longo prazo. Não há portanto nisso nenhuma contradição, que não possa ser superada ou adaptada as regionalidades e as demais condições da identidade de cada nação.

TOTA aponta-nos, que “os capitalistas americanos ofereciam-nos, com aparente sinceridade, uma associação para superarmos o atraso. Mas muitos latino- americanos tinham dúvidas se essa era realmente uma via para o desenvolvimento”(p.187). Os americanos que se surpreenderam, em especial Rockieffeler, com as nacionalização do petróleo, por Cárdenas no México. Eles não pareciam entender, cada realidade num processo histórico específico. TOTA finaliza, “ um povo só incorpora um determinado valor cultural se ele fizer sentido no conjunto geral da sua cultura”. O que também serve para os americanos. “Jacksomos brasileiros”, parafraseando o Lenine. Um criativo compositor, cidadão do mundo, que faz embolada das intenções e insuperáveis contradições da vida neste lado da América cheia de swing nas veias.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

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Fundação: 15 de novembro de 1895 Rio de Janeiro-RJ Estádio: José Bastos Padilha (Gávea) Capacidade: 8 mil pessoas Presidente: Marcio Braga Site oficial: www.flamengo.com.br


Clube de Regatas Flamengo


Quem diria que um clube que não apenas começou no remo, mas começou dando papelão nas regatas, se tornaria o mais popular clube de futebol do Brasil. Um grupo de amigos que se reunia no Café Lamas, no Largo do Machado, comprou seu próprio barco, fundou em novembro de 1895 o Grupo de Regatas do Flamengo e fez algumas tentativas – várias frustradas – de competir contra os maiores grupos de remo da época. Vestindo azul e dourado durante pouco mais de um ano, o clube custou para emplacar nas águas. Quando isso aconteceu, já era rubro-negro e já começava a olhar com curiosidade o movimento de popularização do futebol.

Tomemos Alberto Borgerth, por exemplo: de manhã, remava no Flamengo; à tarde, jogava bola no Fluminense. Tinha que ser assim: o Fla não era filiado a nenhuma liga de esportes terrestres (é...), apesar de que desde 1903 já arriscava alguns amistosos no estádio do Paissandu Atlético Clube. Assim foi até 1911, época em que o Tricolor das Laranjeiras vivia uma crise interna. Borgerth liderou uma diáspora que levou gente como Othon e Píndaro para o Flamengo. Era o que faltava para o clube começar a levar adiante a idéia de ser anfíbio: foi criado o Departamento de Esportes Terrestres e o time de futebol, que estreou oficialmente em 3 de maio de 1912, com uma fantástica goleada por 15 x 2 sobre o Mangueira.

Dois meses depois, os recém-tornados rubro-negros viram o Fluminense se vingar, com vitória por 3 x 2 no primeiro Fla-Flu da história. Mas, com a base que adquiriu já montada, o Flamengo logo obteve êxito e, com os gols do artilheiro Riemer, chegou ao bicampeonato de 14/15. Em 1920, o primeiro título “na terra e no mar”, coincidindo com a rapaziada do remo: foi o que abriu mais um bicampeonato, de 20/21, em que se destacaram Candiota, Junqueira, Sidney e Nonô – artilheiro também do título de 1925. Outro ano marcante foi o de 1927, quando o Flamengo foi suspenso da Associação Metropolitana de Esportes Atléticos - por ter emprestado seu campo de treinos ao Paulistano - e perdeu quase todo o seu elenco. Os torcedores não admitiram, exigiram a revisão da decisão e, com uma atuação corajosa do atacante Moderato, que jogou a decisão contra o Vasco dois dias depois de uma cirurgia de apendicite, levou mais uma taça. Além dela, ainda saiu daquele ano eleito “o mais querido” em votação feita pelo Jornal do Brasil.


Time do Flamengo campeão carioca de 1939

O terreno em que o Mengo mandava seus jogos, arrendado pela família Guinle, teria que ser devolvido ao fim do contrato, em 1931. Por isso, o clube tratou de agilizar o aumento do patrimônio e a possibilidade de construir um estádio próprio. Quando a prefeitura do Rio cede uma área na região da Lagoa Rodrigo de Freitas, fica decidido que o projeto da vez seria erguer o estádio da Gávea. Não por acaso, foi nesse período que o Flamengo viveu seu maior jejum de títulos: até 1939, ano em que um timaço formado por Valido, Jarbas, Yustrich, Domingos da Guia e Leônidas da Silva passou por cima de todos os adversários e impediu, pela segunda vez em sua história, um tetracampeonato do Fluminense. Os tricolores, porém, tinham uma grande equipe, que voltou a conquistar o título estadual em 40 e 41. Cansado do domínio dos rivais, o presidente flamenguista Gustavo de Carvalho decidiu dar carta branca para o técnico Flávio Costa montar a o time que quisesses. E então surgiu uma verdadeira máquina, que tomou o Rio de Janeiro de assalto entre 42 e 44: apareceu Thomas Soares da Silva, o genial Zizinho – para muitos, o maior jogador do Brasil antes de Pelé – além Biguá, Jaime, Valido e o grande artilheiro Pirilo. Apesar de Jair da Rosa Pinto no meio-campo ao lado de Zizinho, o Flamengo não consegue o tetra: fica até o começo da década de 50 sem conquistar títulos. Pior: passa seis anos sem bater o Vasco, vê Zizinho ser vendido para o Bangu e a camisa de Jair ser queimada. Resumindo: era tempo de crise.

Nem o retorno de Flávio Costa – que havia saído para comandar o “Expresso da Vitória” vascaíno – resolve o jejum. Os dias de alegria só retornam à Gávea coma chegada de outro treinador, o paraguaio Fleitas Solich, que traz três conterrâneos seus, Benítez, Chamorro e García, e os escala junto a Jordan, Dequinha, Moacir e um ataque poderoso, com Joel, Evaristo de Macedo, Zagallo e Dida.


Ao centro, Almir Pernambuquinho
Era bom o bastante para mais um tricampeonato: entre 53 e 55, só deu Flamengo. Outra vez, o timaço foi desfeito, e o rubro-negro precisou esperar mais algum tempo até que a geração de Carlinhos, Nelsinho, Gérson e Almir Pernambuquinho desse ao clube seu primeiro título fora do Estado, o Rio-São Paulo de 61, e os títulos estaduais de 63 e 65. Depois daquilo, nos anos seguintes, o grande time do Botafogo tomou conta do Estado, e o feito mais digno de nota (ainda que negativa) por parte de um flamenguista foi a briga dantesca iniciada por Almir Pernambuquinho no Maracanã em 66, num jogo contra o Bangu.

As duas coisas parecem distantes uma da outra, mas a verdade é que aquela entressafra do final da década de 60 foi o que preparou a ascensão do grupo que faria do Mengo um dos clubes mais vencedores do Brasil. Ainda em 67, chegava ao juvenil da equipe, fraquinho e aparentemente inofensivo, um habilidoso meia nascido no bairro de Quintino.


Gazeta Press
Zico é o grande ídolo do Fla
Zico estreou entre os profissionais no ano de 71 e foi absolutamente coadjuvante no título carioca de 72 – ano em que Jorge Bem imortalizou o desengonçado e adorado Fio Maravilha. Foi só dois anos depois, em mais uma conquista rubro-negra, que o garoto passou a ser titular. Em outra vitória, a de 78 – com gol do “Deus da raça” Rondinelli – Zico já brilhava, comandando aquilo que seria um tricampeonato, junto a Júnior, Andrade, Nunes, Cláudio Adão e Tita, além dos veteranos Raul Plassmann e Carpegiani. Com um esquadrão e a moral de quem era tricampeão estadual, o Mengo viveu seu período perfeito: conquistou seu primeiro Brasileirão em 80, ao derrotar o Atlético-MG, e assim se classificou para a Libertadores do ano seguinte. Com Raul, Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico, não havia quem pudesse com o rubro-negro: nem o Cobreloa na decisão da Libertadores, nem os ingleses do Liverpool, na final da Copa Intercontinental no Japão: com dois de Nunes e um de Adílio, um 3 x 0 implacável fez do Mengo o segundo clube brasileiro após o Santos de Pelé a ser coroado como melhor do mundo. A equipe praticamente se manteve inalterada, e isso era sinônimo de mais conquistas: time nenhum no Brasil podia com o Flamengo, o que ficou comprovado com mais dois títulos nacionais, em 82 e 83.

A saída de Zico para a Udinese, da Itália, poderia ter significado o fim daqueles ótimos tempos. Mas nem o Galinho de Quintino queria que fosse assim, nem as categorias de base do Flamengo permitiriam: em 85, Zico retorna ao Flamengo e capitaneia uma geração brilhante, com Aldair, Leonardo, Jorginho, Bebeto, Zinho e Renato Gaúcho. Poderia ser a geração que conquistou o quarto título brasileiro daquela década, mas a malfadada “Copa União”, com seus módulos verde e amarelo não permitiu que fosse exatamente assim. Oficialmente, para a CBF, o campeão brasileiro daquele ano é o Sport, que não enfrentou nenhuma grande equipe do futebol do País. Foi a última conquista de Zico antes de sua aposentadoria, em 89. Restou, para comandar o time à base de experiência e sabedoria, Júnior: transformado em meio-campista depois de veterano, ele foi a alma por trás da geração de jovens recém-saídos do juvenil que levantou a Copa do Brasil de 1990, ao derrotar o Goiàs: Djalminha, Marquinhos, Júnior Baiano, Paulo Nunes, Nélio, Piá...


Divulgação
Júnior comemora seu gol no Brasileiro de 92
Com eles todos, mais Gaúcho e o já experiente Zinho, o Flamengo seguiu passo a passo a batuta do maestro Júnior e venceu, agora de forma oficial, seu quarto Brasileirão: um inesquecível 3 x 0 sobre o Botafogo no primeiro jogo – dia em que parte da arquibancada do Maracanã tragicamente desabou – abriu o caminho para o título brasileiro de 92.

O centenário do clube até pareceu dar motivos para comemoração: melhor jogador do mundo na época, Romário foi tirado do Barcelona e chegou a um time que prometia mundos e fundos à torcida. Acabou foi frustrado pelo gol de barriga marcado por Renato Gaúcho para o Fluminense, na vitória por 3 x 2 na decisão do estadual. Em vez de investir no que vinha dando certo há décadas – a formação de um verdadeiro time, parte com contratações, parte com jovens da divisão de base -, o então presidente Kléber Leite insistiu na política do gasto financeiro e dessa vez trouxe Edmundo. Junto com o prata da casa Sávio, aquele supostamente seria o melhor ataque do mundo, mas virou uma das piadas preferidas de todo rival flamenguista. Só no ano seguinte ao do centenário, 1996, é que o Mengo volta a vencer: com Djair, Iranildo e Amoroso, termina o carioca invicto. Entram e saem jogadores, dinheiro é depositado e sacado dos cofres do Flamengo num ritmo alucinante. Assim acabou o mandato de Kléber Leite e de forma parecida começou o do próximo presidente, Edmundo Santos Silva: Rodrigo Mendes, Lê e Reinaldo, revelados na Gávea, dão o título da Copa Mercosul de 1999 ao time, mas um contrato fechado no fim daquele ano com a empresa de marketing esportivo suíça ISL possibilitou a chegada de mais reforços grandiosos para se juntarem a nomes como Athirson e Fábio Baiano.


Divulgação
Petkovic deu alegria aos rubro-negros
Alguns tiveram brilho momentâneo, como Edílson, Gamarra e Vampeta, e alguns foram verdadeiros ídolos de um tricampeonato 99/01 que foi fechado com a melhor chave de ouro imaginável: um gol espetacular, de falta, aos 44 minutos do segundo tempo, contra o Vasco. O sérvio Petkovic, que já era querido da torcida, nesse dia virou definitivamente um dos heróis rubro-negros.

Começou, então, outra fase de sofrimento; este inédito e maior do que nunca: a ISL faliu e deixou o clube órfão de parceiro; Edmundo Santos Silva foi afastado do cargo, acusado de desvio de verba; o Mengo esteve perto do rebaixamento no Brasileirão. Os altos e baixos passaram a ser o padrão: duas finais de Copa do Brasil – 2003 e 2004 – e um título carioca comandado por Ibson, Felipe, Jean e Zinho. Após um ano que se aproximou do desastre no Brasileiro, a segunda Copa do Brasil viria em 2006, quando se destacam Jônatas, Renato e o já folclórico Obina. O ano de 2007 parece trazer o conceito de time de volta à Gávea: Leonardo Moura, Renato Augusto, Fábio Luciano, Juan, Souza e companhia são a esperança de, cada vez mais, o Flamengo ter novos dias de sucesso estável e constante.


Gazeta Press
Íbson apareceu e brilhou no time do Flamengo nos anos de 2003 e 2004

*Atualizado em 6 de junho de 1992

PARA NÃO SER UM E-MALA

PARA NÃO SER UM E-MALA...


REPRODUZO E ESTOU, CONFESSO, APRENDENDO....
UM FORTE ABRAÇO! EDU.


RICARDO NEVES

05/02/2007 - 16:16 | Edição nº 453

SUA BÚSSOLA

O manual da etiqueta digital



Você já andou de elevador ouvindo um passageiro falando ao celular? Já desceu do 30o ao 1o andar ao lado de um tipo que fala bem alto ao telefone? Que não se dá conta de que a exposição da própria privacidade vai deixando as pessoas ao redor constrangidas? E o que dizer dos mais estapafúrdios toques de celular em plena sessão de cinema, no teatro, no meio de um concerto?

Tem gente que atende celular no banheiro público do aeroporto e entabula conversa quando ainda está fazendo pipi. A questão é: as novas ferramentas digitais do cotidiano trazem consigo uma nova etiqueta.

Temos de aprender logo certas regrinhas, caso contrário a vida social se torna um fardo insuportável. No caso do e-mail, também temos de fazer um esforço maior para que o uso dessa ferramenta se torne mais elegante, social e civilizado - não apenas dentro das empresas, mas também em nossa vida privada cotidiana. Quer ver algumas situações
de uso inadequado de e-mail?

Você certamente tem algum amigo do tipo "encaminhador enlouquecido". É aquele que ama enviar cópias dos e-mails que ele recebeu de outras pessoas. Em geral, são mensagens com anexos que contêm poemas, apresentações, piadas etc. Quase nunca esse amigo adiciona à mensagem que encaminhou para você uma linha pessoal, algo como "lembrei de você quando li isso". Alguém precisa dizer a ele que existem poucas coisas mais chatas e tediosas que receber mensagens impessoais com material que se propaga como vírus na internet. Evite ao máximo encaminhar qualquer coisa. Quando o fizer, torne sua mensagem pessoal.

É melhor aprender logo as novas regras. Caso contrário, você pode virar um "e-mala"

Outra ocorrência desagradável é receber e-mails de um amigo promotor social. Os e-mails vêm com uma lista enorme de destinatários, amigos e colegas dele. Estão lá conhecidos de infância, ex-namoradas, inimigos, chatos. E a maior parte dessas pessoas você nem mesmo conhece. Copiadores ensandecidos também são um problema. Eles adoram o "cc:"; quase todos os e-mails que enviam vêm com cópia para mais alguém. Na empresa, eles pretendem manter informados simultaneamente o diretor e o gerente, o estagiário e o chefe - sem esquecer colegas de outras filiais e fornecedores.

Mais uma regra: nunca escreva o campo "assunto" todo em maiúsculas, para chamar a atenção para seu e-mail. Assim como falar alto dentro do cinema ou furar fila, isso é considerado falta de educação no manual da etiqueta digital. Outra lei de ouro está no tamanho do e-mail. Os ótimos vêm na forma de um parágrafo com até meia dúzia de linhas. Os extensos porém ainda aceitáveis, para tratar de assuntos importantes, têm até três parágrafos. Textos maiores que isso costumam aborrecer mais que informar.

Ao enviar qualquer anexo, tenha certeza de que o destinatário tem absoluto interesse em receber o material. De preferência, consulte-o antes de enviar. E, claro, tenha cuidado também com o tamanho do arquivo. Nunca parta do pressuposto de que um e-mail importante foi recebido - e lido. A mensagem pode ter sido equivocadamente bloqueada pelos filtros do administrador do sistema da empresa ou do provedor da pessoa para quem você enviou. Aprenda a usar e-mail com sinalizador que pede ao destinatário que indique se o mesmo foi lido. Se a pessoa for atenciosa e cortês, sinalizará quando abrir e ler sua mensagem.

Para assuntos superimportantes, não mande e-mail. Telefone. É bom aprender rápido a nova etiqueta do mundo digital. Caso contrário, seu endereço de e-mail pode entrar na lista daqueles a serem barrados por filtros anti-spam. Ou você pode acabar descobrindo que falam pelas suas costas que você é um "e-mala".

RICARDO NEVES é consultor de empresas e autor de Pegando no Tranco - O Brasil do Jeito Que Você Nunca Pensou.
www.ricardoneves.com.br
rneves@edglobo.com.br