sexta-feira, 9 de outubro de 2009
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
Que se cumpra a lei
Bom, fiz questão de reproduzir o recortee que fiz do jornal nesta data. Pois ele servira para esclarecer as coisas...e parar a sucessão de abobrinahs e preconceitos contra os trabalhadores rurais sem terra.
Um abraço amigos!
EDU
Que se cumpra a lei
João Pedro Stedile : Artigo; O dia 05-10-2009
A Constituição de 1988 é clara: a propriedade da terra está condicionada ao seu uso, em favor da sociedade. Se não for cumprida essa condição, a terra deve ser desapropriada, paga e entregue a quem quiser trabalhar. No Brasil, não há direito absoluto sobre a propriedade rural. Ela precisa estar produzindo, respeitar o meio ambiente e as relações trabalhistas, não ter trabalho escravo, não ter plantações de drogas e, portanto, estar a serviço do bem comum.
A lei agrária de 1933 definiu a propriedade produtiva. Dividiu o Brasil em mais de 500 microregiões. E estabeleceu que cada uma fosse calculada a média de produtividade por produto, definida a cada dez anos, pelo IBGE.
Os fazendeiros que produzirem abaixo da média deveriam ter as terras desapropriadas e indenizadas. O Incra-Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária -, calculou, então, a média por região, baseada nos dados disponíveis do Censo de 1975. E, desde então, nunca mais atualizou.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, MST, pediu que o governo cumpra a lei e atualize a média. Fazendeiros atrasados s e juntaram a parte da imprensa e parlamentares e pediram uma CPI contra o MST, em represália. No fundo querem esconder sua incompetência e que usam as teras para especular e ganhar dinheiro.
A pobreza no meio rural, a desigualdade e as injustiças sociais não são causadas pelos trabalhadores, pelo MST, mas pela concentração da propriedade. Os fazendeiros são 36 mil e controlam 46% de todas as terras do Brasil! Excluem 4 milhões de famílias de trabalhadores rurais sem terra. A sociedade brasileira sabe quem são os trabalhadores e quem são os exploradores.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
ISSO TAMBÉM PASSARÁ
Isso também passará
“Longo tempo não significa para sempre”
Provérbio alemão
Khyentse Norbu era um jovem monge tibetabno quando Bernardo Bertolucci foi à Índia para filmar o pequeno Buda, Um filme sobre o príncipe Shidarta, que iria se tornar o Buda. Atuando como extra, Khyentse Norbu apaixonou-se pela arte cinematográfica e, cinco anos depois, seu filme independente A Copa, sobre a obsessão de um grupo de jovens monges pelo campeonato mundial de futebol, foi muito aplaudido. De um dia para o outro, Khyentse Norbu se tornou uma celebridade.
Li uma entrevista que deu logo após esse evento que transformou sua vida. Ele falou sobre o conceito budista de impermanência, o fato que tudo muda, de que nada permanece igual para sempre. Acrescentou que os não- budistas consideram a impermanência angustiante, porque enfatiza a perda. No entanto, ele a vê como positiva. Porque, sem a impermanência, ele brinca, “eu me desesperaria por não ter um BMW. Mas a impermanência significa que esse meu estado desprovido de um BMW pode mudar a qualqrer momento!
Eu ri quando li isso, nunca mais esqueci esse comentário. Porque, quando se trata de praticar a paciência, é muito útil lembrar que as coisas sempre mudam. Podemos ter certeza de que elas mudarão, mesmo que não mudem tão depressa quanto queremos ou da maneira como gostaríamos que acontecesse.
Quando vivenciamos a impermanência, tendemos a engessar a realidade atual: é assim e assim vai continuar para sempre. Vou ficar neste emprego para sempre; vou ficar trocando fraldas para sempre; vou ficar enfrentado dificuldades financeiras para sempre; vou ficar sozinho para sempre; vou ficar, nesta cama, doente, para sempre. Quando estamos atravessando uma situação desconfortável, corremos o risco de reduzir o mundo àquele momento e nos desesperamos com a possibilidade de aquilo jamais acabar.
Mas, quando nos lembramos que as coisas sempre mudam, somos capazes de esperar com mais tranquilidade. Foi por isso que sorri quando li o prrvérbio alemão: ao longo do tempo não significa para sempre, só parece.
Não apenas os budistas e os alemaẽs possuem esse ensinamento. Jesus Cristo disse: “Isso passará.” Quando o momento é difícil, essa profunda verdade se torna um grande conforto, porque nos dá força, esperança -e paciência- para conviver com o que quer que esteja nos atormentando.
O Poder da paciência pág 71. Editora sextante
M.J.RYAN