segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Domínío público!!!!
Estamos em vias de perder tudo isso, pois vão desativar o projeto por desuso, já que o número de acesso é muito pequeno. Vamos tentar reverter esta situação, divulgando e incentivando amigos, parentes e conhecidos, a utilizarem essa fantástica ferramenta de disseminação da cultura e do gosto pela leitura.
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Divulgue!
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Um passeio instigante nas idéias de MORIN
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
A tabacaria
PARA LER
num dia como hoje
TABACARIA (15-1-1928 )
Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
(E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres
Com a morte a pôr umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens.
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
E não tivesse mais irmandade com as coisas
Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
De dentro da minha cabeça,
E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.
Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.
Falhei em tudo.
Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
A aprendizagem que me deram,
Desci dela pela janela das traseiras da casa.
Fui até ao campo com grandes propósitos.
Mas lá encontrei só ervas e árvores,
E quando havia gente era igual à outra.
Saio da janela, sento-me numa cadeira.
Em que hei de pensar?
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa!
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
Gênio? Neste momento
Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu ,
E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
Não, não creio em mim.
Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
Não, nem em mim...
Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo.
Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando.
Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
E quem sabe se realizáveis,
Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
0 mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num paço tapado.
Crer em mim? Não, nem em nada.
Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
0 seu sol, a sua chuva, o vento que me acha o cabelo,
E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
Escravos cardíacos das estrelas,
Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
Mas acordamos e ele é opaco,
Levantamo-nos e ele é alheio,
Saímos de casa e ele é a terra inteira,
Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.
(Come chocolates, pequena; Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)
Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
A caligrafia rápida destes versos,
Pórtico partido para o Impossível.
Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
A roupa suja que sou, sem rol, pra o decurso das coisas,
E fico em casa sem camisa.
(Tu, que consolas, que não existes e por isso consolas,
Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -,
Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
Meu coração é um balde despejado.
Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
A mim mesmo e não encontro nada.
Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
Vejo os cães que também existem,
E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)
Vivi, estudei, amei, e até cri,
E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
(Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente.
Fiz de mim o que não soube,
E o que podia fazer de mim não o fiz.
0 dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
Estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho, Já tinha envelhecido.
Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
Como um cão tolerado pela gerência Por ser inofensivo
E vou escrever esta história para provar que sou sublime.
Essência musical dos meus versos inúteis,
Quem me dera encontrar-te como coisa que eu fizesse
E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
Como um tapete em que um bêbado tropeça
Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.
Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
Olho-o com o desconforto da cabeça mal voltada
E com o desconforto da alma mal-entendendo.
Ele morrerá e eu morrerei.
Ele deixará a tabuleta, eu deixarei versos.
A certa altura morrerá a tabuleta também, e os versos também.
Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
E a língua em que foram escritos os versos.
Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,
Sempre uma coisa defronte da outra, Sempre uma coisa tão inútil como a outra ,
Sempre o impossível tão estúpido como o real,
Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.
Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.
Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
Sigo o fumo como uma rota própria,
E gozo, num momento sensitivo e competente,
A libertação de todas as especulações
E a consciência de que a metafísica é uma conseqüência de estar mal disposto.
Depois deito-me para trás na cadeira
E continuo fumando.
Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.
(Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
Talvez fosse feliz.)
Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou á janela.
0 homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
(0 Dono da Tabacaria chegou á porta.)
Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da tabacaria sorriu.
In Pessoa, F. (1981): Obra Poética, Rio de Janeiro: Ed. Aguilar
POLANYI- A boa dica
Duas faces do mercado Karl Polanyi e Friedrich von Hayek
Karl Polanyi e Friedrich Hayek, dois intelectuais austríacos, nascidos nos finais do século XIX, viveram num circuito cultural e ideológico mais ou menos próximo, tanto em Viena como depois, na década dos anos trinta, em Londres. A obra deles, porém, os dois importantíssimos livros que eles publicaram em 1944, sem que tivessem conhecimento das suas respectivas teses, eram francamente opostos, marcando posições bem definidas quando a visão que eles tinham da história e da importância do mercado na sociedade contemporânea.
Mesma geração :Karl Polanyi, no centro, com seu irmão Michael e o amigo Popper (foto em Viena) “anteriormente à nossa época, nenhuma economia existiu, mesmo em princípio, que fosse controlada por mercados”.
K.Polanyi – A Grande Transformação”, 1944 “o controle econômico tende a paralisar as forças propulsoras da sociedade livre”
F.Hayek _ O Caminho da Servidão, 1944
Se bem que bem mais de dez anos separavam o nascimento de Karl Polanyi do de Friedrich von Hayek, ocorridos em Viena, um em 1886 e outro em 1899, pode-se dizer que ambos fizeram parte da mesma geração daqueles pensadores sociais austríacos que deitaram fama no mundo. Os dois, um de descendência judaica e o outro católico, além de terem a melhor das formações, serviram no exército do império Austro-húngaro durante a Iª Guerra Mundial, experiência da qual guardaram poucas boas lembranças. Enquanto Polanyi freqüentou os grupos radicais, encontrando-se com George Lukács e Karl Mannheim, Hayek logo abandonou suas inclinações de socialista moderado ao ser escolhido para trabalhar com Ludwig von Mises, um dos mais célebres teóricos da chamada Escola Austríaca.:Em Londres e em Vermon London School os Economics, uma das sedes da elite pensante inglesa . Por motivos diversos, eles terminaram por emigrar para a Grã-Bretanha nos anos trinta. Ao tempo em que Polanyi mostrou-se arredio a levar uma vida acadêmica regular, empregando-se como tutor, Hayek logo integrou-se no alto staff da elite pensante da Inglaterra. Quando a London School of Economics, onde ele era conferencista desde 1931, emigrou em 1940 para Cambridge, para escapar das bombas de Hitler, foi John M. Keynes quem abriu-lhe as portas para acomodá-lo. Os americanos, por sua volta, sempre atentos e generosos com os talentos que vagavam pelo mundo, não tardaram em convidar Polanyi para uma estada em Vermon, onde o Bennington College ofereceu-lhe a preciosa tranqüilidade para que ele escrevesse. Enquanto isso, lá na Inglaterra, Hayek também se mobilizava. Em 1944, os dois, sem saberem um do outro, lançaram dois livros seminais para a nossa época: o The Great Transformation ( A Grande Transformação), de Polanyi, e o Road to Serfdom ( O Caminho para a Servidão), de Hayek. Dificilmente dois intelectuais que viviam mais ou menos no mesmo circuito, o austro-anglo-saxão, aspirando mais ou menos o mesmo clima cultural e ideológico chegaram a conclusões tão divergentes.
O moinho satânico : No entender de Polanyi - ao fazer a reconstrução da expansão da economia de mercado na Grã-Bretanha do século XIX -, um novo tipo de sociedade havia emergido, distinta de tudo o que se conhecera até então. Nos sistemas produtivos anteriores à Revolução Industrial, os interesses econômicos eram mínimos, imperando as relações sociais e familiares. Porém, com a expansão do sistema fabril e os altos custos da sua implantação, foi preciso transformar a sociedade por inteiro tornando-a um imenso mercado regido pelo interesse e pelo lucro, sendo o trabalho um negócio como um outro qualquer. Num levantamento detalhado das leis inglesas daquela época (a privatização das terras, a Lei dos Pobres de 1834, a Lei da Reforma de 1831, que deu enorme poder aos empregadores, a Lei do Trigo em 1846, o estimulo a imigração ou a ampliação do sistema prisional), Polanyi mostrou como o estado, a serviço dos empreendedores, mobilizou-se para criar as condições em que a sociedade fosse submetida ao mercado. Não só isso, gerou-se um novo sistema social – a Grande Transformação - onde todos indivíduos tornaram-se “ átomos dispensáveis”, uma engrenagem que era de fato “ uma máquina... para qual o homem estava condenado a servir”. Para Polanyi deixá-la solta, sem maiores impedimentos e regulações, como pregavam os liberais, era excitá-la a ser um moedor de carne ou um “ moinho satânico” , como ele preferiu, destruindo todas as relações sociais. http://educaterra.terra.com.br/voltaire/index_cultura.htm
domingo, 20 de fevereiro de 2011
A HISTÓRIA CONTINUA -A BOA DICA
Que é história? a BOA DICA
absolutismo versus liberalismo
A Teoria Liberal do Poder
“...enquanto subsiste o governo, o legislativo é o poder supremo;
o que deve dar leis a outrem deve necessariamente ser-lhe superior...o
legislativo necessariamente teria que ser supremo, e todos os outros poderes
em membros ou partes qualquer da sociedade dele derivados ou ele subordinados” .
John Locke- Segundo Ensaio sobre o Governo Civil, 1690.
Locke advogou a Teoria da Separação dos Poderes que influência de modo determinante Montesquieu(“O Espírito das Leis”-1748)
ABSOLUTISMO X LIBERALISMO
síntese
ABSOLUTISMO A
Na sua visão antropológica, o Homem nasce um servo, obrigado à obediência, à hierarquia e à ordem. Sua natureza, porém é dada a anarquia e à regressão selvática. O Estado da natureza é o reino da desconfiança e da violência, onde não existe lei ou ela é simplesmente a vontade do mais forte. É um estado de guerra.
LIBERALISMO A
Na antrolopologia liberal, o Homem nasce livre e igual, ainda que em condições materiais adversas . Sua natureza tende à sociabilidade e o convívio racional e pacífico com os demais membros da comunidade. A violência e as guerras são ocasionais, imperando no geral a cordialidade.
ABSOLUTISMO B
Logo somente uma autoridade dotada de poderes extraordinários(o monarca absolutista) é capaz de conduzir a comunidade à paz e à prosperidade . Esse poder pode ter sido advindo de um contrato ou emanado diretamente de Deus. A suposta liberdade natural em que todos os homens nascem foi alienada em favor da autoridade.
LIBERALISMO B
A autoridade que emerge é resultado de um contrato entre governantes e governados, sendo que os poderes do governante são claramente delimitados pela tradição e pela constituição. Se o governante não cumpre a sua parte no contrato, os governados podem socorrer ao direito à rebelião. A razão é que nenhum Homem pode alienar sua liberdade.
ABSOLUTISMO C
Esta autoridade, por sua vez, é divina ou é herança de Adão(visto como o primeiro rei) Seu poder encontra-se exclusivamente limitado pela tradição ou por Deus. Nenhuma assembleia ou parlamento pode impor-lhe limites, porque as origens do poder v~em do mundo transcendente.
LIBERALISMO C
A autoridade é natural e humana; o governante é servidor do povo. Não existe nenhuma prova de que o poder vem de Deus ou dos herdeiros de Adão. Tanto as assembleias como os--parlamentos podem impor-lhes limites
ABSOLUTISMO D
O melhor regime que encara a autoridade é a monarquia, cujo poder é e dever ser absoluto. O poder e a soberania são indivisíveis e fundem-se no monarca: o executivo(os ministros), o legislativo(o parlamento) e o judiciário(os magistrados)devem estar submetidos à vontade do rei.
LIBERALISMO D
O melhor regime político é uma Monarquia Constitucional, onde o poder se encontra dividido entre o executivo( o rei), o legislativo(o parlamento) e um judiciário autÔnomo . O poder encontra-se separado da soberania. A soberania é do povo. O poder é do rei.
ABSOLUTISMO E
Tudo que o indivíduo possui, liberdade ou propriedade, é condicional. Sua existência depende
dos interesses superiores do monarca, que é o único que garante o seu usufruto. O indivíduo está a serviço do estado.
LIBERALISMO E
A liberdade e a propriedade são direitos naturais que antecedem a existência do estado. Por consequência, o estado existe para garantir esses direitos e não para suprimi-los. O estado existe para servir o indivíduo e não este ao estado.
ABSOLUTISMO F
A Religião e a Igreja são auxiliares do monarca e seus subordinados na preservação da paz interna. Por consequência, aceita-se a interferência estatal nos assuntos religiosos para manutenção da harmonia social .
LIBERALISMO F
Estado e Igreja são universos distintos. Um trata das coisas terrenas, outro das coisas sagradas. Seus fins são diversos e devem manter-se separados. Um não deve intervir nos assuntos internos do outro.
ABSOLUTISMO G
Ideologicamente corresponde ou expressa a visão da aristocracia fundiária, da Corte, do Rei e seus ministros, da burocracia real- estatal, do Alto Clero e conta com o consentimento pacífico da população mais conservadora.
LIBERALISMO G
Ideologicamente corresponde à visão das classes médias, dos profissionais liberais, dos artesãos, dos industriais, de comerciantes e mercadores e também da gentry rural
-BILIOGRAFIA: Shilling, Voltaire. As Correntes do Pensamento; da Grécia antiga ao neoliberalismo. SÍNTESE DAS TEORIAS ABSOLUTISMO E LIBERALISMO p.63. Porto Alegre;AGE,1999.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
"APRESENTAÇÃO DAS SOCIEDADES CONTEMPORÂNEAS"
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
A FORMAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO(a boa dica)
FALCON, Francisco. A formação do mundo contemporâneo. 7° ed. Rio de Janeiro: campus, 1989, p.130.
- O livro pretende estudar as origens da sociedade liberal e sua expansão.
- O marco inicial do Mundo Contemporâneo é a primeira guerra mundial, que dá início ao desmantelamento
de toda estrutura da Europa imperialista capitalista.
- O socialismo tentou se estruturar a partir da negação do capitalismo.
- A formação do mundo contemporâneo se identifica com os primeiros sinais de desintegração do modo
de produção anterior: o feudal.
ETAPAS:
1) 1760/80 até 1870/80 = processo de ascensão e estabelecimento das formas capitalistas e burguesas da
sociedade liberal (p. 15).
2) 1870/80 até 1914/18 = quando se desenvolve o capitalismo monopolista e a expansão colonial imperialista, ao mesmo tempo que chega ao apogeu a sociedade liberal na Europa e nas áreas do mundo por ela influenciados. O capitalismo atinge a maturidade.
Da Revolução Russa ao pós-guerra: fim do estado liberal.
TRANSIÇÃO: FEUDALISMO
CAPITALISMO
As principais transformações pré-capitalistas compreendem basicamente:
a) a acumulação de capital;
b) a liberação de mão-de-obra; c) progresso tecnológico aplicado à produção.
- A acumulação pré-capitalista se iniciou com os títulos e bens destinados à especulação. Outro fator importante foi o fenômeno conhecido como “cercamento” – transformação da propriedade agrícola em empresa manejada segundo critérios de lucro; êxodo rural; criação de ovelhas; pirataria; comércio; saque das colônias; formação do exército de reserva.
- Vai surgindo a diferença entre burguesia comercial e burguesia industrial.
- MANUFATURA: é no seu interior que a diferenciação dos detentores de capital e os assalariados se
tornam mais nítido.
- MERCANTILISMO: foi a política econômica da fase pré-capitalista de produção.
- Não agüentando a concorrência das indústrias, as corporações falem.
CAP. 1 – A fase de formação da sociedade liberal (p. 27).
- As origens da sociedade liberal estão assinalados historicamente por um processo de transformações revolucionárias que constituem o advento do sistema capitalista, dividido, para fins de estudo, em duas etapas: a) a revolução industrial; b) a revolução burguesa.
- A acumulação de capital resultou de um longo e diversificado processo de concentração de riqueza e de
expropriação de muitos em benefícios de poucos.
- As grandes potências tendem a converter seus vizinhos em seus mercados consumidores.
- Só a Inglaterra pode ser tomada como exemplo de industrialização em regime de livre concorrência privada. Nos demais países, em geral, a participação do Estado foi decisiva. Nos outros países já existia a forte concorrência dos produtos ingleses.
- O protecionismo passa a ser essencial a todos aqueles que desejassem desenvolver sua própria indústria.
- A fisiocracia abre caminho ao liberalismo invocando as chamadas leis naturais da economia para criticar e condenar o intervencionismo, típico do mercantilismo. Critica o mercantilismo por não dar destaque à agricultura.
- A revolução americana foi liderada pela burguesia agrária local contra a oligarquia metropolitana.
- A revolução de 1848 assinala o ponto culminante dos movimentos liberais e nacionais.
CAP. 2 – A fase de expansão da sociedade liberal (p.71).
- O imperialismo foi uma conseqüência da expansão das economias industrializadas. O capitalismo tornou-
se cada vez menos livres.
- A tentativa de diminuir os custos de produção fez somar a livre-concorrência com o avanço tecnológico.
- A livre-concorrência produziu crises, foi preciso encontrar algo que controlasse os preços. A competição
tende a diminuir a margem do lucro.
- OLIGOPÓLIO: poucas e grandes empresas controlando praticamente um determinado setor do mercado.
Grandes empresas deixam de competir e entram num acordo para estabelecer preços altos dos produtos.
- O mercado como mecanismo de auto-regulamento.
- CARTEL: empresas que produzem mercadorias similares se reúnem para fixar para estabelecer a divisão de mercado ou fixar quotas de venda e produção. Cada uma mantém identidade própria. Somente com a intervenção do Estado o cartel de desmancha.
- TRUSTES: absorção de uma ou mais empresas por outra. As empresas iniciais desaparecem engolidas pela maior. Tende a se dividir em diversas empresas diferentes juridicamente independentes que representam ramo da mesma organização.
- HOLDING: super-truste, uma empresa que coordenada diversas outras empresas.
- Protecionismo: proteção contra concorrente externo por meio de taxas alfandegárias.
- IMPERIALISMO ≠ COLONIALISMO: o primeiro é econômico, o segundo é também dominação política
através da conquista militar.
- Sobre as guerras, a opinião pública são convencidas de que elas são uma necessidade.
- Hobsbawm: já se tem uma economia globalizada, pode-se aspirar a uma cultura globalizada, mas em termos políticos, subsiste os Estados Nacionais. Hoje inexiste uma única autoridade global que desempenhe uma política militar e política. Hoje vive-se a incerteza total. “Duvido que os EUA possam continuar a ser a locomotiva produtiva do mundo... a força relativa da economia americana, enquanto sistema produtivo, tenderá a declinar”. Globalização é um processo cuja essencial é a expansão, num planeta que, por sua própria natureza é marcado pela diversidade.
- Os EUA pode até reivindicar a hegemonia mundial.
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