terça-feira, 23 de setembro de 2008

O PERDÃO GERA BOAS COISAS...

FOTO: SUTRA DO CORAÇÃO

O PERDÃO que pedi as amigos tem gerado bons frutos. Agradeço muto o carinho que recebi, e que enumero vindo de meu bons amiigos:

Via orkut:

1-Martinha:

Edu, q lindo!!!!! Amigos tb dizem eu te amo!!!!

2-Profº Araújo:

valeu meu amigo.mas quem sou eu...que Deus lhe guarde e proteja sempre!!!! legal...

3-Alexandre:

Tá perdoado !!

Abração.

4-Nine:

Ok. Tá perdoado (rs)
Também te amo.
Beijo

VIA E-MAIL:
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alê souto
para mim
mostrar detalhes
22 set (23 horas atrás)
perdoado kkkkkk
isso faz um bem danado, mas vc me perdoa tbm ??
yom kipur

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Para:
eduardo.affonso@yahoo.com.br
O perdão é o início da condição maior da libertação.
perdoar-se a si próprio é ainda mais poderoso recurso. pois nos liberta de nossos velhos fantasmas.
o perdão é truque maior dos vitoriosos.
parabéns pela atitude.
eu te perdoo e quero que me perdoe também.
vamos numa corrente de perdão.
talvez ela se estenda num perdão à cidade, ao estado, ao país, a esse mundo...
perdão pois agente não sabia o que fazia.
nosso Ion Kipur.


7

Eduardo Affonso. sinta-se liberado de toda a culpa quanto a mim e ao mundoooooooooooooo!

8
Para:
eduardo.affonso@yahoo.com.br

-----Anexo incorporado-----

Quem sou eu para dar o perdão,porem a Deus que lhe ilumine e a todos os seus , filho , esposa e o Moa. Fique sempre bem e realizando coisas maravilhasas como essa de escrever , pois eu sei que realmente é do fundo de seu coração.
Paz...meu irmão muita paz

9
Para:
eduardo.affonso@yahoo.com.br

Exibir informações de contato
Para:
eduardo.affonso@yahoo.com.br
Perdão de que? Tudo bem, religião pessoal a gente não discute.
aração
leandro

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O MEU DIA DO PERDÃO

Segunda-feira, 22 de Setembro de 2008 15:10
De:
Para:
eduardo.affonso@yahoo.com.br
Fique em paz você está perdoado... não sei do que, mas não posso deixa-lo com essa aflição. Me perdoe também pelas minhas malcriações
Que o amor de Deus encontre morada aconchegante em nossos corações.
Ângelo

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

UM DECRETO PELO PERDÃO!


HOJE ESTABELECI POR DECRETO PRÓPRIO PEDIR PERDÃO PARA TODAS AS PESSOAS COM QUE ME RELACIONO OU JÁ ME RELACIONEI EM ALGUM MOMENTO. PARA CADA UMA DESSAS PESSOAS, COM TODA A MINHA PECULIAR SINCERIDADE( AS VEZES ATÉ EXAGERADAMENTE) PEÇO DE CORAÇÃO: SINTO MUITO ME PERDOA MAIS EU TE AMO!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

SOBRE A POLÊMICA DA VEJA/ EDIÇÃO2074-N.33-20 DE AGOSTO DE 2008.



"UM INSTANTE
MAESTRO"!

Eduardo Affonso

De repente começam a chegar email-s de todo lado com a viúva do EDUCADOR Paulo Freire, repudiando a VEJA que está sempre do lado de sempre, do atraso. Já fui assinante dessa coisa, uns 20 anos atrás... Amigos indignados disparam na minha tela suas teclas contra a coisa que tem 1218607 de tiragem semanal. Fiz questão de conferir esse número para ver o tanhanho do desastre que provoca toda santa semana. Então, esperando para fazer mais uma vez o REIK, me deparo com a coisa materializada em revista ali na minha fente. Em princípio, nem queria abrir a tal edição enquanto espero a minha vez. Mas abro começando a minha análise pela capa. Nela um menino(foto) escreve num quadro verde: "O inssino no Brasiu è otimo". O editor pergunta em letras garrafais: "OS ERROS SÃO SÓ DELE". Dois subtítulos estão adiante: "os estudantes brasileiros são os piores nos ranking internacionais" mas... "mais de 90% dos professores e pais aprovam as escolas".

A capa é uma peça inteira para o debate. O que não é ruim. Pelo contrário, a provocação, é salutar para quem leu os últimos índices da educação publidados para todos lados enxergarem. São mesmo de assustar os índices, uma bomba daquelas! Quem está ou já esteve em sala aula sabe da realidade. Pode até não querer saber, mas ela está lá na escola nossa de cada dia. A base do ensino fundamental não é priorizada. Eu penso que a priorização devia ser logo nos primeiros meses de vida da criança. Aqui até para nascer é parto difícil. Imaginem só cumprir a constituição e oferecer creches para todos! Dentro das creches, claro, educadores e equipamentos para surgirem as primeiras sinapses de um país justo. UM PAÍS PARA TODOS MESMO!

Não sei como o quadro se apresenta em escolas onde não existem condições mínimas de diálogo entre os professores, pais e alunos. Nem mesmo o interesse em enfrentar todas as coisas apresentadas pela realidade numa dimensão macro. Os números são frios. Sempre foram, gelados. Muitas escolas do interior, daqui, de muitos lugares, entretanto, foram radiografadas positivamente pelo MEC. O MEC por exemplo, não tem uma fiscalização social para fiscalizá-lo. Deveria ter, pois ninguém sabe como fazem as visitas as unidades educacionais superiores pelo país(aquelas que formam) OS BOCHICHOS SÃO INQUIETANTES JÁ FAZ UM BOM TEMPO sobre essa aferição...Mas não dá para tapar o sol com a peneira esquecendo de olhar para si mesmo. Muitos fatores precisam de discussão dentro e fora da categoria de professores. Uns até são inconfessáfeis para muita gente. A gente vê muita coisa que não pode mexer, nem propor uma discussão entre colegas. Muito menos, se fazemos parte de escolas particulares, algumas são altamente hierarquizadas. Mesmo àqueles que estão hierarquicamente na mesma posição pouco parecem ligar . Não vou citar nomes, mas certo dia fui conversar como uma professora sobre a escrita da garotada. Ela se espantou com a minha análise. Mesmo sendo de história, pedi uma redação para as turmas. Havia diagnosticado, é um termo que eu nem gosto de usar, mas que faz parte do receituário da educação, que a situação dos estudantes não era nada boa.

Faltava saúde na escrita, aquela que quando se tem dá conta de um texto com começo, meio e fim, de lanbuja articulado com o pensamento claro costurando as idéias que dialogaram com um receptor. A maioria não conseguia formar uma frase quando falava. Um desastre juvenil que está em toda parte! Eu sempre ouvia a estória que eles traziam, pescava e fritava o peixe diarimente com eles. Mas aquilo me mobilizava demais. A professora que eu procurei primeiro era uma colega de PORTUGUêS, quis propor um trabalho interdisciplinar a ela. Recebi de volta um "é assim mesmo" como resposta. O que se denomina "acomodação", era também uma certeza coletiva comprovada. Ficava, então, tentando conversar com outros colegas em descanso na sala de professores. Ouvia sempre os mesmos papos sobre carros e celulares quase que diariamente, entre outra amenidades do consumo. Além da novela, que as vezes alguém sabia o enredo todo. Interessante... Dez vez em quando pegava carona com algum colega, o rádio tocava "um funk". Desisti até das caronas. No outro ano fui desligado da tal "escola". Mas sei que existem pessoas que estão fazendo muita coisa boa, educação dá trabalho e prazer por ai nesse mundão! A cada dia gente inquieta realiza um pouco que seja numa direção positiva, criativa e não meramente reprodutora. Se eu não acreditasse na educação já havia desistido há muito tempo. Pois, além de não compensar financeiramente, nem vai mesmo compensar, quem acha que vai não sabe onde está se metendo... Não compar livros, viajar, ir ao teatro e fazer cursos continuadamente é ruim mesmo! Tem a questão da opressão ambiental, essa também acontece... Quem faz o percurso inverso tem que abrir mão de carro(vai fazendo sacrifício para se deslocar), abre mão celular caro e tem também que ter muita EDUCAÇÃO PARA O CONSUMO. Ser um mão de vaca! Ir até os sebos, graças a Deus agora virtuais! Bom, quase fiz duas faculdades e estou indo para um curso de especialização. Durante a própria graduação vi a reprodução funcionar muito mais que o experimento. Vi também professores que estavam em outro ponto, o ponto de estar fora do tempo presente(flutuando com os alunos?), uns muito cansados e outros muito pouco interessados. Vi professores vigorosos também, que não desistiam diante das dificuldades. Alguns são grandes amigos meus. Vi também uma grande curricular engessada. Vi gente também babando ovo por uma notinha, na formação acadêmica! Fazendo média para ficar com o boletim alto e se enganar ou enganar nem sei a quem...

Nunca consegui enterder isso... O que não condiz com a profissão, que é uma busca constante, que exige alinhamento como o pensamento, com a crítica e prescinde de auto-crítica e só. Vi a falta de equipamentos desconfortáveis, falta de laboratórios, de experimento, de prática, vi bibliotecas sem livros e outra vez, muitos colegas, que PRECISAVAM tanto do diploma que queriam estar fora dali o mais rápido possível. Fizeram cursos por exigência do mercado, não deles! Ah, sim, quando fui largar o segundo curso, alguns colegas me disseram a seginte frase: "mas falta tão pouquinho para você ter mais um diploma"... Ufa! Tem muita discussão para rolar, enfim... Mas o fundamental de tudo isso, é que a sociedade queira uma mudança. O Mangabeira Unger, que todo mundo acusa de "americano", tem um projeto de modernização da educação, que passa pela qualificação, pelo salário e por uma mudança mental necessária dentro do Estado brasileiro. Vai ter que descredenciar um monte de Instituições, mexer no MEC, fazer uma revolução! Vamos ver se tem cacife!

Se me perguntam o que fazer, tenho uma série de ponderações, mas nenhum poder... Quanto a VEJA, eles são mesmo de amargar. Falam em acabar com a ideologia na escola, dizem que é possível criar neutralidade e com isso melhorar a qualidade... Tá bom... é como se fosse possível destruir a história de todos os grandes educadores, jogar a história no lixo, por fim a escola democrática e continuar dando sicuta eternamente para Sócrates! Olha só a pérola da página 84 da reportagem, diz a VEJA: "(...) Che Guevaraa SÓ BENEFICIOU OS FABRICANTES DE CAMISETAS". Não dá para colocar isso no lugar do que está em crise. Isso é que não. O Paulo FREIRE é mais falado do que usado. O ambiente é de reprodução. Essa matéria está mesmo furada. É desrespeitosa e burra.

EA

VIÚVA DE FREIRE, NITA FREIRE, REPUDIA VEJA


O Conversa Afiada republica carta que a viúva de Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire (Nita Freire), escreveu em repúdio a uma reportagem da última flor do Fascio, a revista Veja, cuja redação se divide entre o lado de lá e o lado de cá de uma vala negra.

http://www.paulohenriqueamorim.com.br/forum/Post.aspx?id=633

VIÚVA DE FREIRE ESCREVE CARTA DE REPÚDIO À VEJA
CONCEIÇÃO LEMES
Na edição de 20 de agosto a revista Veja publicou a reportagem O que estão ensinando a ele? De autoria de Monica Weinberg e Camila Pereira, ela foi baseada em pesquisa sobre qualidade do ensino no Brasil. Lá pelas tantas há o seguinte trecho:

"Muitos professores brasileiros se encantam com personagens que em classe mereceriam um tratamento mais crítico, como o guerrilheiro argentino Che Guevara, que na pesquisa aparece com 86% de citações positivas, 14% de neutras e zero, nenhum ponto negativo. Ou idolatram personagens arcanos sem contribuição efetiva à civilização ocidental, como o educador Paulo Freire, autor de um método de doutrinação esquerdista disfarçado de alfabetização. Entre os professores ouvidos na pesquisa, Freire goleia o físico teórico alemão Albert Einstein, talvez o maior gênio da história da humanidade. Paulo Freire 29 x 6 Einstein. Só isso já seria evidência suficiente de que se está diante de uma distorção gigantesca das prioridades educacionais dos senhores docentes, de uma deformação no espaço-tempo tão poderosa, que talvez ajude a explicar o fato de eles viverem no passado".

Curiosamente, entre os especialistas consultados está o filósofo Roberto Romano, professor da Unicamp. Ele é o autor de um artigo publicado na Folha, em 1990, cujo título é Ceausescu no Ibirapuera. Sem citar o Paulo Freire, ele fala do Paulo Freire. É uma tática de agredir sem assumir. Na época Paulo, era secretário de Educação da prefeita Luiza Erundina.

Diante disso a viúva de Paulo Freire, Nita, escreveu a seguinte carta de repúdio:

"Como educadora, historiadora, ex-professora da PUC e da Cátedra Paulo Freire e viúva do maior educador brasileiro PAULO FREIRE -- e um dos maiores de toda a história da humanidade --, quero registrar minha mais profunda indignação e repúdio ao tipo de jornalismo, que, a cada semana a revista VEJA oferece às pessoas ingênuas ou mal intencionadas de nosso país. Não a leio por princípio, mas ouço comentários sobre sua postura danosa através do jornalismo crítico. Não proclama sua opção em favor dos poderosos e endinheirados da direita, mas , camufladamente, age em nome do reacionarismo desta.

Esta vem sendo a constante desta revista desde longa data: enodoar pessoas as quais todos nós brasileiros deveríamos nos orgulhar. Paulo, que dedicou seus 75 anos de vida lutando por um Brasil melhor, mais bonito e mais justo, não é o único alvo deles. Nem esta é a primeira vez que o atacam. Quando da morte de meu marido, em 1997, o obituário da revista em questão não lamentou a sua morte, como fizeram todos os outros órgãos da imprensa escrita, falada e televisiva do mundo, apenas reproduziu parte de críticas anteriores a ele feitas.

A matéria publicada no n. 2074, de 20/08/08, conta, lamentavelmente com o apoio do filósofo Roberto Romano que escreve sobre ética, certamente em favor da ética do mercado, contra a ética da vida criada por Paulo. Esta não é, aliás, sua primeira investida sobre alguém que é conhecido no mundo por sua conduta ética verdadeiramente humanista.

Inadmissivelmente, a matéria é elaborada por duas mulheres, que, certamente para se sentirem e serem parceiras do "filósofo" e aceitas pelos neoliberais desvirtuam o papel do feminino na sociedade brasileira atual. Com linguagem grosseira, rasteira e irresponsável, elas se filiam à mesma linha de opção política do primeiro, falam em favor da ética do mercado, que tem como premissa miserabilizar os mais pobres e os mais fracos do mundo, embora para desgosto deles, estamos conseguindo, no Brasil, superar esse sonho macabro reacionário.

Superação realizada não só pela política federal de extinção da pobreza, mas , sobretudo pelo trabalho de meu marido – na qual esta política de distribuição da renda se baseou - que demonstrou ao mundo que todos e todas somos sujeitos da história e não apenas objeto dela. Nas 12 páginas, nas quais proliferam um civismo às avessas e a má apreensão da realidade, os participantes e as autoras da matéria dão continuidade às práticas autoritárias, fascistas, retrógradas da cata às bruxas dos anos 50 e da ótica de subversão encontrada em todo ato humanista no nefasto período da Ditadura Militar.

Para satisfazer parte da elite inescrupulosa e de uma classe média brasileira medíocre que tem a Veja como seu "Norte" e "Bíblia", esta matéria revela quase tão somente temerem as idéias de um homem humilde, que conheceu a fome dos nordestinos, e que na sua altivez e dignidade restaurou a esperança no Brasil. Apavorada com o que Paulo plantou, com sacrifício e inteligência, a Veja quer torná-lo insignificante e os e as que a fazem vendendo a sua força de trabalho, pensam que podem a qualquer custo, eliminar do espaço escolar o que há de mais importante na educação das crianças, jovens e adultos: o pensar e a formação da cidadania de todas as pessoas de nosso país, independentemente de sua classe social, etnia, gênero, idade ou religião.

Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de concluir que os pais, alunos e educadores escutaram a voz de Paulo, a validando e praticando. Portanto, a sociedade brasileira está no caminho certo para a construção da autêntica democracia. Querendo diminuí-lo e ofendê-lo, contraditoriamente a revista Veja nos dá o direito de proclamar que Paulo Freire Vive!

São Paulo, 11 de setembro de 2008
Ana Maria Araújo Freire".


Em tempo: a viúva de Paulo Freire, Ana Maria Araújo Freire (Nita Freire), explicou ao Conversa Afiada que não enviou esse texto à Veja. Na verdade, seria inútil. Dificilmente a Veja publicaria. (PHA)


Um pouco mais sobre o educador PAULO FREIRE



Autonomia, pedagogia da consciência.

Artigo de autoria do colega historiador Alexandre de Oliveira
blog:attp://alexmontana.blospot.com/

Isto é o cerne do livro, no meu ponto de vista, a grande questão em Paulo Freire é a tomada da consciência na educação, tanto pelo docente quanto pelo discente. A educação é posição política, construção do conhecimento em mão dupla e sentido da educação.
Teoria X prática, aluno X professor, estas relações são inicialmente abordadas por Paulo Freire para falar da pedagogia e do aprendizado-ensino. Segundo o autor, não existe ensino sem aprendizado, pois a arte de ensinar é uma construção histórica social que é tecida ao longo do percurso deste ofício. O contato do professor com o aluno é o momento para que ambos tenham uma relação que possibilite o aprendizado, pois “Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender...” (Freire, 1996) e é nesta relação que a vida prática se constrói, da teoria à prática e novamente à teoria. Ele nos dá exemplos como cozinhar e velejar, onde o cozinheiro e o velejador conhecem seus ofícios, mas sempre o reinventam no contato com novas situações ou nas mesmas situações com algumas variáveis novas. Aliado a isto, o aprendizado é um ofício crítico, não pode ser um ato mecânico e programável como uma função automatizada, para falar desta relação dicotomicamente oposta, Freire apresenta dois tipos: o bancário e o problematizador, sendo o bancário o tipo autômato e o problematizador aquele que tem uma postura crítica com relação ao ensino-aprendizado.

Existe, contudo, a necessidade da existência de um método, é preciso que o educador estimule o educando ao pensar certo, que no dizer de Freire é o pensar crítico, fazer com que o educando encontre caminhos e alternativas para problemas propostos pela vida ou por ele mesmo na busca do aprendizado. Entrando neste método e nesta relação, a “dodiscência” ou a relação professor-aluno e a pesquisa. Pesquisa esta que é o elo fundamental entre a teoria e a prática, uma curiosidade epistemológica, ou seja, o estímulo à curiosidade crítica do saber. Tudo isto sem desrespeitar os saberes do educando, que traz consigo uma bagagem própria e de saberes únicos e próprios adquiridos em sua história e seu contexto cultural, os saberes culturais têm que ter uma intimidade com o esse saber cultural e o educador tem que saber utilizar-lo, esta liga fica mais consistente com o incentivo à uma crítica curiosa, o pesquisador tem que ser um ingênuo curioso, ou seja, suas perguntas são impulsionadas pelas mais “cruas” dúvidas, nunca sendo inibidas, mas transformadas em poderoso ecos de problematização. Segundo o autor, não existe criticidade sem curiosidade, pois aquela é filha desta e desta relação nasce o conhecimento, um conhecimento que desconfia da tecnologia, mas que a vê como “coisa” útil. O prazer do ensino é enfatizado pelo autor, pois a “boniteza” do aprendizado tem que ser elemento presente neste sistema, o prazer como atratividade ao aluno, que tem que se sentir atraído pelo mesmo, utilizando-se sistemas lúdicos e divertidos por vezes, de forma que a prática e a teoria se tornem atraente para os envolvidos nesta relação (Hoje em Dia).

O professor aventureiro tem que ter o entendimento de que o aprendizado é incompleto, uma eterna busca do saber pelo saber, sem uma funcionalidade tecnicista imediata. Onde existe vida, aí está o elemento do inacabado, o movimento, a releitura e a reconstrução; busca pelo pensar certo.

A autonomia é a capacidade de se guiar, se governar e buscar suas próprias experiências, incentivado sempre pelo bom senso do educador, que busca um equilíbrio para si próprio e para o aluno na relação ambivalente do ensino-aprendizado, tomada de posição ética e política e, além de tudo não perder a capacidade de se indignar com o mundo e suas mazelas. A educação não é passiva, apesar de não poder ser uma imposição da posição do educador e sim uma visão transparente de seu pensamento. Para que esta relação funcione, é preciso que haja respeito, bem querer ao aluno e acima de tudo o saber escutar.

Referências

Freire, Paulo. 1996. Pedagogia da Autonomia. São Paulo : Paz e Terra, 1996.
Hoje em Dia. Cidadão do Mundo: Prêmio "Eu Acredito". Jornal Hoje em Dia. [Online] Hoje em Dia.[Citado em: 15 de 11 de 2007.] http://www.hojeemdia.com.br/cidadaos/index.html.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Os Mistérios de Clarice em exibição belíssima!



Vai até 28 de setembro a exposição
CLARICE LISPECTOR- A HORA DA ESTRELA NO BB-RIO
Essas são as frases que anotei lá, "recuerdos' de uma exposição inesquecível, cuidadosa, quase rara:

"VER É PURA LOUCURA DO CORPO"

"CRIAR NÃO É IMAGINAÇÃO,
É CORRER O GRANDE RISCO DE SE TER REALIDADE"

"MAS EU DENUNCIO. DENUNCIO NOSSA FRAQUEZA, DENUNCIO O HORROR ALUCINANTE DE MORRER E RESPONDO A TODA ESSA INFÃMIA COM EXATAMENTE ISTO QUE VAI AGORA FICAR ESCRITO E RESPONDO TODA ESSA INFÂMIA COM ALEGRIA PURÍSSIMA E LEVÍSSIMA ALEGRIA. A ÚNICA SALVAÇÃO
DE UM SER HUMANO É ALEGRIA".

"VER A VERDADE SERIA DIFERENTE DE INVENTAR A VERDADE"?

tem mais breve...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

ELEGIA CHE GUEVARA-Escrito por Allen Ginsberg


Rosto de menino europeu fotografado com os olhos abertos
jovem garoto radiante feminino imberbe
tombado de costas sorrindo para cima
Calmo como se lábios de damas estivessem beijando invisíveis partes do corpo
Cadáver sereno de angélico garoto envelhecido
perceptivo Doutor Argentino, Comandante Cubano petulante
cachimbo na boca & escritor fiel de seus Diários
em meio aos mosquitos, Amazonas
Adormecido numa colina, tedioso trono de Havana renunciado
Mais sexy teu pescoço do que os tristes pescoço enrugados de
Johnson, de Gaulle, Kossygin,
ou o pescoço perfurado à bala de John Kennedy
Olhos mais vivazes encarando os jornais da morte
Que Câmaras do Congresso preucupadas e vívidas convertendo
os pontos de tela em sombras televisivs, olhos vítreos
de MacNamara, Dulles na velhice ardente... Mulheres com chapéu-coco sentadas nos arredores enlameados a
três mil metros de altura encravados no cêu
com dor de cabeça em La Paz
vendendo batatas trazidas de cabanas com teto de barro
desde puno nos lábios da montanha
teriam adorado teu desejo e adorado tua Face
novo Cristo
Elas erguerão uma máscara de guerra com olhos rubros de bulbos
colmilhos brancos para amedrontar soldaditos-fantasmas
que dispararam perfurando teus pulmões
Incrível!um garoto que abandonou a sala cirúrgica
deixou de curar hepatite no Pampa
Para enfrentar armazéns da ALCOA, Míriade de Assassinos do Conselho Diretivo da United Fruit
Trustes poluentes de Chicago
Advogados fantasmas alinhados com a morte
com firma reconhecida de John Foster Dulles' Dillon & Reed
O bigode de Acheson, o chapéu ossudo de Truman
Para enlouquecer e esconder-se na selva numa mula & apontar
seu rifle contra a OAS contra as cortesias egocêntricas,
distribuição de tropas metálicas do Pentâgono
Publicitários intrépidos e intelectuais obtusos
desde o Time até a CIA
Um garoto contra a Bolsa de Valores toda a Wall Street aos gritos
desde que Norris escreveu The pit
temeroso que chovessem dólares do terraço do Observatório
jogados por irmãos mais jovens debochados,
Contra a indústria de Enlatados,contra os serviços Telegráficos
contra o senso infra-vermelho dos cientistas obcecados
por dinheiro
do Capitalismo Telepata
contra Universitários aos milhões vendo Wichita Family de na TV
Rosto radiante enlouquecido com um rifle
Confrontando emissoras em cadéia elétrica.
http://www.subcultura.org/site/index.php

UM SORRISO PaRa GINSBERG neste dia frio.

http://www.subcultura.org/site/

Allen Ginsberg pertenceu a geração beat norte-americana. O seu poema "UIVO" gerou um processo por "ameçar as Instituições". Vai ganhar as telas em breve. A indústria americana adora mesmo filmes sobre julgamentos... GINSBERG, TEVE O SEU POEMA UiVo editado por aqui pela Lpm. Nele também é encontrado o fabuloso poema "AMÉRICA".
GINSBERG MORREU EM 1997, somente para algunns.





domingo, 14 de setembro de 2008

...COM PRAIA FICA AINDA MELHOR!!!

foto SIMONE BARRA: sem legenda...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

CAPTAÇÕES ATLÂNTICAS



Amigos:
Eu não havia lido nada do José Saramago QUANDO ESCREVI O POEMA ABAIXO. Não havia tomado conhecimento DO TÍTULO DO LIVRO DELE "ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA", escrito há mais de 13 anos; mas
talvez, tenha captado nessa mesma época,o mesmo sentimento de cegueira política e miopia artistica que domina a nossa atmosfera e quE já vai longe na história humana... A essência de 'ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA" foi captada POR FERNANDO MEIRELES(CIDADE DE DEUS, O JARDINEIRO FIEL) e já está nas telas do cinema autorizada por Saramago. Em O Globo de hoje, em entrevista ao repórter Rodrigo Fonseca, SARAMAGO fala e sintetiza que a personagem da Mulher do médico, interpretada por Julianne Moore, que sente os efeitos da cegueira por toda a humaidade: "(...)todos aquelas que estão concientes do verdadeiro caráter DO MUNDO EM QUE VIVEM e que sofrem por não ver sinais positivos de mudança, mas também por sua própria impotência perante o desastre que se tornou a vida humana"

Todos estão surdos, cegos e mudos
exceto os mudos, cegos e surdos
que estão vendo, falando e ouvindo
aquilo que interessa transformar.

Eduardo Affonso
Arquivo Morto-livro DE POESIAS disponível aqui: ver ÍCONE Agosto neste Blog.

ENVIADO POR PROFESSORES ASSOCIADOS DO RJ

UMA VOZ

Joana Ferraz é professora do Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UNI-RIO. Mestre em Ciência Política com Domínio Conexo em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense e doutora em Ciências Sociais pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Joana é também ativista do Grupo Tortura Nunca Mais. Nesta entrevista concedida ao artista gráfico Carlos Latuff, ela fala em 3 minutos sobre um aspecto da ditadura que vem sendo silenciado há décadas pelas corporações de mídia: a repressão contra a classe operária.

MORRE UM GRANDE HOMEM!

Conheci o Fausto nos anos 80(bem no início), naquela ondA do Brizola que tomou o RIO. Uma das coisas que O FAUSTO WOLFFe gostaria de realizar não deixaram. Ele queria implantar "OS PARCÕES", grandes praças arborizadas, com bibliotecas públicas e espaços para esporte, lazer culturas, que funcionam por lá, EM PORTO ALEGRE. O sul de onde veio. Tentou fazer isso aqui, mas não teve apoio nem mesmo da iniciativa privada, QUE HOJE É VÍTIMA DA VIOLÊNCIA E DO MEDO, que hoje dominam quase tudo nessa cidade abandonada.
Enfim, mais uma vez ficamos orfãos de um homem de bem, de intelectual que não fazia firula, que peitava todo mundo sem botar o galho dentro...que assumia a sua paixão pela vida e pelo povo, vítima de tantas babáries diárias.
BRAVO FAUSTO QUE NÃO SE VENDEU!!!
Um grande abraço espiritual desse seu companheiro E DE QUEM MAIS TEM A SUA FIBRA!
Eduardo

(reprodução Cultura e humanismo)


A cultura brasileira ficou mais pobre no último final de semana. Faleceu no Rio de Janeiro, na sexta-feira, 5 de setembro, o jornalista e escritor Fausto Wolff, 68 anos, vitima de insuficiência respiratória. Gaúcho de Santo Ângelo, seu nome verdadeiro era Faustin von Wolffenbüttel e começou a trabalhar aos 14 anos como repórter policial, ainda no Rio Grande do Sul. O escritor e jornalista tornou-se conhecido por ser um crítico da política e militante esquerdista. Exerceu suas funções em jornais como A Tribuna da Imprensa, O Globo, e também foi um dos editores do satírico O Pasquim. Fausto Wolff era admirado pelo seu talento e famoso pelo temperamento forte e foi autor de vários livros, entre os quais "O Acrobata Pede Desculpas e Cai", de 1966. Ele ainda foi professor de literatura nas Universidades de Nápoles (Itália) e de Copenhaque (Dinamarca) quando de seu tempo na Europa. Seu livro “A Mão Esquerda” terminou sendo premiado com o Prêmio Jabuti em 1997. O jornalista nunca abriu mão de suas idéias de esquerda. Continuou sendo comunista mesmo após a Queda do Muro de Berlim ou o esfacelamento da União Soviética. O neo-liberalismo e a globalização nunca mudaram suas idéias. Sua última crônica foi publicada no Jornal do Brasil – Rio de Janeiro, sob o título A Sombra do Medo em Flor, que transcrevemos a seguir:

Dêem a chefia da portaria ao mais dócil empregado e logo ele se tornará um tirano. Já escrevi em algum lugar que, enquanto não nos revoltarmos contra o conceito de democracia que considera sagrado o direito de uma minoria escravizar o resto, jamais chegaremos à condição de seres humanos. Seremos sempre caricaturas, títeres perdidos na ventania, sempre com cara de "desculpe, não era bem isso que eu queria dizer".
Enquanto não se der a revolução da humanidade contra a tirania, enquanto deixarmos que nos humilhem para que possamos continuar vivendo, teremos de suportar algumas imperfeições, certos espinhos colocados em nossos sapatos ainda na infância que não podemos ou não queremos tirar.
Uma dessas imperfeições é a constatação de que, à medida que envelhecemos, vamos nos tornando mais medrosos. Quando deveria acontecer o contrário: à medida que envelhece, o homem deveria tornar-se mais corajoso, porque mais sábio, mais justo, mais conhecedor dos seus deveres e direitos.
Quando eu tinha pouco mais de 20 anos, todos os dentes e era um sujeito bonito, era também dado a papagaiadas. Certa vez, ainda noivo (havia noivados e até virgens naquela época), estava no falecido Bar Castelinho, tomando um chope com minha futura mulher, quando um dos donos de uma revista para a qual eu escrevia sentou-se à nossa mesa e se comportou de forma grosseira.
Gentilmente, mandei que se retirasse, pois já tinha de aturá-lo o dia inteiro e não pretendia fazer isso quando estava namorando. Fui despedido no dia seguinte. Na hora, a sensação foi boa, mas eu era muito jovem para perceber que os rateios estavam contra mim.
Outra imperfeição: ser burro, viver e conhecer o mínimo do seu potencial energético interior e, além disso, ter de suportar a consciência da sua mortalidade. Algumas pessoas percebem isso, mas, como são ignorantes, aceitam o princípio nada otimista de que a vida é um absurdo porque acaba na morte e, como dizia Camus, o homem vive e não é feliz. Essa constatação é tão angustiante que, sem uma garrafa ao alcance da mão, é difícil resistir à tentação de não dar um tiro na têmpora.
Hoje em dia, em pleno século 21, a grande maioria de escravos aceita essa condição fingindo não saber dela, fingindo que a vida é assim mesmo. Uns entram com o pé e os outros com o popô, uns com o pescoço e os outros com a foice. Excetuando os psicopatas que, aparentemente, já nascem tortos, alguns poucos escravos se rebelam e saem fazendo bobagens.
Quando isso acontece, todos ficam com cara de tacho, fingindo que não têm nada a ver com o peixe. Em seguida, os políticos pedem "responsabilidade criminal aos 16 anos". Logo, pedirão responsabilidade aos 15, 14 e cosi via. Cosi via significa que aumentará o número de crianças assassinadas ao nascer; aceitação literal da loucura religiosa de que o homem já nasce pecador. Claro que essa lei só valerá para crianças pobres.
Sou contra a pena de morte, mas, como a tragédia, mesmo quando coletiva, é sempre individual, o que eu faria se matassem alguém indispensável à minha vida? E se alguém tirasse a vida de uma pessoa e, ao fazer isso, me deixasse aleijado interiormente pelos anos que me restam?
Como não acredito na Justiça e também não acredito que podemos julgar oficialmente os efeitos sem punir as causas, eu simplesmente mataria o assassino. E o faria pessoalmente, com as minhas mãos.
Em seguida, cidadão exemplar que sou, me entregaria ao juiz. Não teria resolvido nada, mas como sou humano em estágio ainda bárbaro, pelo menos isso atenuaria um pouco a minha dor.
Como vejo a coisa hoje? Dêem a chefia da portaria de um edifício ao mais dócil dos empregados e logo ele se tornará um tirano para agradar ao poder imediatamente acima dele.
O poder ama a si mesmo e aos poderosos. É tão implacável na sua injustiça que consegue convencer mais de 100 milhões de brasileiros adultos de que devem escolher entre o algoz da esquerda e o da direita. E nada acontece.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

3 X 0 Chocolate

Para quem não consegue ver a foto inteira da abertura deste blog:
Foto/lapa.
Descrição:
mão rápida, estar no lugar certo, dica da Georgia(a foto é toda dela) e sorte!



Alê Souto sabe que gostei do trabalho de ambos...






foto:EA
Deus abençoe essa cid@de m@r@vilhos@
com todos os meus conhecidos e desconhecidos
irmãos habitantes de paraíso!!!

MEU PEQUENO GRANDE MESTRE ME ENSINA EM SALA ABERTA

TIÃO ROCHA: EDUCADOR CABRA BÃO!!!

Para educador, escola formal não serve para educar

Folha de São Paulo 26/11/2007

Coordenador de Artigos e Eventos da Folha de S.Paulo

"A Escola formal não está só na forma. Está dentro da fôrma. O pior é quando está no formol. É um cadáver." É assim que o educador mineiro Tião Rocha, 59, vê o ensino convencional, de cujos métodos e conteúdos se afastou há mais de 20 anos para experimentar processos alternativos de educação.

À frente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento desde 1984, Rocha sempre persegue "maneiras diferentes e inovadoras" de educar, alfabetizar, gerar renda. Ele distingue educação de escolarização e busca um sonho: escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados. "Se ninguém fez, é possível", diz.

Folha - Toda a sua história como educador é feita do lado de fora das escolas convencionais. Qual é o seu problema com a escola formal?
Tião Rocha - Se eu tivesse um analista, isso seria um prato cheio para ele. Comecei a ter problemas com a escola desde que entrei, aos sete anos. Logo no primeiro dia de aula, no Grupo Escolar Sandoval de Azevedo, Belo Horizonte, a professora Maria Luiz Travassos nos levou para a sala de leitura, pegou um livro, "As Mais Belas Histórias", da dona Lúcia [Monteiro] Casasanta, e começou a ler: "Era uma vez um lugar muito distante, onde havia um rei e uma rainha (...)". Eu levantei a mão e falei: "Professora, eu tenho uma tia que é rainha". Ela desconversou, pediu para eu ficar quieto. Ela prosseguiu a história. Depois que a interrompi duas ou três vezes, ela me mandou calar a boca e ir falar com a diretora, dona Ondina Aparecida Nobre. Ela me deu um tranco, perguntou se eu queria ser expulso. A partir daí, eu sempre inventava coisa para matar a aula. Nunca tive uma escola boa. Nunca tive prazer na escola, mas sempre quis aprender. Quando fui para a faculdade, estudei história e antropologia, fui resgatar a história da minha tia, que era rainha do congado. Para pagar os estudos, eu precisava trabalhar. Fui dar aula e me dei conta de que, se eu achava aquilo chato, meus alunos também, porque eu era um reprodutor da mesma chatice.

Folha - E você conseguiu mudar?
Rocha - Não. Criava jeitos diferentes de trabalhar com os alunos, inovava, mas, no fim, era uma experiência muito reformista. Ela começou a ser transformadora quando aconteceu o fato com o Álvaro, minha primeira grande perda [o garoto, excelente aluno, se suicidou]. Aí eu falei: "Opa! Não adianta querer que os meninos aprendam história se eu não consigo aprender a história da vida deles". Então comecei a deixar de lado não só a forma mas também o conteúdo. Por exemplo, pedia aos alunos para pesquisarem em casa: sobre cantiga de ninar, expressões populares, jogos etc. Um pai chegou para mim e disse: "Vim te agradecer, porque eu tinha um problema de relacionamento com meu filho, mas agora ele apareceu querendo saber sobre as brincadeiras de quando eu era criança e começamos a conversar, a brincar". Eu nem sabia que aquele negócio estava ajudando a aproximar pais e filhos. Aí eu fui me libertando dos conteúdos cheirando a mofo e comecei a ver que estava partindo para uma outra coisa. Esse processo foi evoluindo na reflexão sobre o que é deixar de ser professor e virar educador. O professor ensina, o educador aprende.

Folha - E então o sr. começou seus projetos fora da escola, debaixo do pé de manga. Mas o sr. acha que a escola formal serve para alguma coisa?
Rocha - Ela serve para escolarizar. Ela dá um determinado tipo de informação e de conhecimento que atende um determinado tipo de demanda, um determinado tipo de modelo mental de uma sociedade que aceita, convive e não questiona.

Folha - Essa escola educa?
Rocha - Não. Ela escolariza. Uma coisa é falar em educação, outra é falar em escolarização. A maioria das pessoas que estão cometendo grandes crimes são pessoas escolarizadas. Então, que escola é essa? Para que ela serviu? Não ajudou nada, mas escolarizou. E essa escola continua sendo branca, cristã, elitista, excludente, seletiva, conformada. Ela seleciona conteúdos, seleciona pessoas, mas não educa.

Folha - O que significa a escola ser branca?
Rocha - Por exemplo, eu nunca tive aula sobre os reis do Congo, mas tinha aula sobre todos os Bourbons, reis europeus.

Folha - E conformada?
Rocha - A escola não permite inovação. Ela é reprodutora da mesmice. A escola formal não está só na forma. Ela está dentro da fôrma. O pior é quando ela está dentro do formol. É um cadáver. O conteúdo da escola está pronto e acabado. Os meninos que vão entrar na escola no ano que vem, independentemente de quem sejam, aprenderão as mesmas coisas, do mesmo jeito. Aprendem o que alguém determinou que tem que ser aprendido.

Folha - O que está errado com o conteúdo?
Rocha - Recentemente, uma menina de nove anos, lá em Curvelo, virou para mim e disse: "Tião, vou ter prova e esqueci o que é hectômetro". Eu disse a ela que ninguém precisa saber o que é isso, que não se preocupasse, isso não cairia na prova. Perguntei se ela sabia o que era centímetro, metro, quilômetro. Ela sabia. "Pronto, tá bom demais, você vai viver a vida inteira mais 15 dias e não vai acontecer nada", disse para ela. Passados uns dias: "Me ferrei. Caiu na prova e eu não sabia". Peraí: criança de nove anos tem que saber isso? Isso é conhecimento morto. Mas se eu pergunto se eu posso ensinar outra coisa, não posso. O que posso é ensinar as mesmas coisas de um forma diferente. No conteúdo não pode mexer. O vestibular cobra. É um processo seletivo que vai determinando e excluindo, afunilando, dizendo que, para entrar aqui, precisa pensar desse jeito, nessa lógica. Do ponto de vista da escolarização, tá indo muito bem. Agora, se tá educando ou não, ninguém discute. Quando uma criança é entrevistada e diz que é de determinado projeto porque quer ser alguém na vida, já sei que ela foi pessimamente educada. Um menino que aos 12 anos acha que não é ninguém na vida não tem mais auto-estima. Ele não é ele. Ela vai ser. É sempre um projeto adiado para o futuro.

Folha - Como deveria ser a educação?
Rocha - Um projeto de vida, não de formação para o mercado. A lógica da vida não é ter um emprego. Será que é possível construir um processo de uma escola que incorpore valores dignos, que passe a perceber que a ciência precisa estar condicionada a esses valores, que a tecnologia precisa estar condicionada a esses valores, que elas não podem ser determinantes dos valores humanos? Ter analfabetos não pode ser um problema econômico, é um problema ético. A experiência que a gente vem desenvolvendo no CPCD é saber se é possível fazer educação de qualidade. Claro que é. Só que você tem que botar uma pergunta que a gente sempre faz. É o MDI: "de quantas maneiras diferentes e inovadoras eu posso"... O resto você completa com uma ação: educar, alfabetizar, diminuir a violência, gerar mais renda. Quando a gente começa a fazer isso, aparecem 70 sugestões para alfabetizar, por exemplo. Vamos tentando uma por uma. Funcionou? Não? Risca. E vamos para a próxima. Quando chega na última, já tem mais tantas outras. Você não esgota o seu potencial de soluções para as crianças aprenderem.

Folha - Até onde vale criar soluções?
Rocha - Na educação, qual é a melhor pedagogia? É aquela que leva as pessoas a aprender. Na escolarização, a melhor pedagogia é aquela que dá mais sentido para quem a aplica. O CPCD foi secretário da Educação de Araçuaí. Lá tinha um problema: os meninos demoravam duas horas no ônibus. O que a gente fez? Colocou educadores no ônibus. Qualquer secretaria de Educação pode fazer. É só sair da caixa. Uma outra questão é o acesso aos livros. Há muitos anos, acompanhei a trajetória de dez crianças em Ouro Preto num período de seis, sete anos. Como eu sei se um aluno é da primeira, da segunda, da terceira série? É pelo tamanho da pasta. No primeiro ano, traz até uma mala. Leva tudo. Depois, vai deixando. No ginásio [quinta a oitava série], eles não levam quase mais nada. No colegial, às vezes leva só uma canetinha. Eu me perguntei se os livros perderam o encantamento ou se foi a escola que não soube mantê-los encantados. Juntei um monte de livros em baixo da árvore e mandava a meninada ir lendo. Em volta, deixava montinhos de sucata e escrevia uma placa: música, teatro, artes plásticas, literatura. Tudo que o menino lesse, tinha que ir numa direção e fazer música, teatrinho etc. É um jogo. Ler e transformar, do seu jeito. Eles ficavam lá a tarde inteira. Vinha gente de longe. Agora, por que será que esses meninos nunca tinham entrado numa biblioteca da escola? Porque ele não tinha prazer em entrar na biblioteca. Quando ia ler um livro, tinha que dissecar a obra, classificar o texto, responder a dez perguntas sobre aquele negócio. Em baixo da árvore, ele não tinha que responder a pergunta nenhuma. Era prazer, e não dever. Os livros não perderam o encantamento, portanto. Eu nunca li e detesto Machado de Assis. Por quê? Porque tive que fazer anatomia do livro. Achava um saco. Até hoje não consegui romper com isso.

Folha - Como enfrentar a falta de leitura?
Rocha - Faz chover livro na cabeça dos meninos. De todo jeito. Bornal de livros, algibeira de leitura, folia do livro, banco de livros, livro no ponto de ônibus. É igual propaganda. Como você quer que o cara não tome Coca-Cola? Vamos botar esse apelo para o livro. A gente foi tirando os meninos do estado de UTI. Vale tudo. É ético? É. Então, vale. Se nunca foi feito, a gente faz. Se errar, não tem problema. Temos que aprender.

Folha - Como você mexe no conteúdo? Tem um conteúdo básico?
Rocha - Claro. Tem que ter alguma coisa para começar. Precisa aprender os códigos de leitura, a a raciocinar e fazer cálculo, as quatro operações básicas. Mas não precisa saber o que é hectômetro.

Folha - Como diversificar? Ou por que diversificar?
Rocha - Há uns 20 anos, eu trabalhava bem no sertão. Tinha um projeto do governo para combater a doença de chagas na região. Parecia muito bom, as casas de adobe seriam substituídas por casas de cimento com condições de pagamento bem favoráveis. Mas não houve adesão dos moradores. O que os engenheiros não percebiam é que as casas pareciam um forno de tão quente. O pessoal do projeto dizia: "É uma questão de adaptação". Eu respondia: "Não começa, não. A casa de adobe resolve muito bem a questão térmica. Por que não fazem casa de qualidade com adobe naquele sertão?". Eles disseram que não sabiam fazer, que não aprendiam isso na faculdade de engenharia. Fiquei imaginando: eles não foram formados para fazer casas dignas para a população. Querem fazer em São Paulo e no sertão uma casa do mesmo tipo. Que lógica é essa? É a lógica do modelão. Hoje, entrou na moda fazer casa de adobe, é ecológico. Engraçado. Antes, as pessoas faziam casa assim. Aí vieram, cortaram a tradição, impuseram o modelão e, agora, querem voltar ao que se fazia antes, mas travestido de conversa nova.

Folha - Você é contra todo tipo de forma universalizante?
Rocha - Como padrão único, claro.

Folha - Você é a favor de uma transformação constante?
Rocha - Da diversidade permanente.

Folha - De uma pedagogia específica para cada pessoa?
Rocha - Não. O que não pode é aprender uma única coisa, todo mundo igual. Mas não é "cada um faz o que quer". O que não pode é dar pesos desiguais, ou seja, negar ou excluir coisas em função de critérios que são absolutamente ideológicos. É possível criar uma sociedade polivalente, diversificada? É, porque não foi feito ainda. Se ninguém fez, é possível. Isso é o que eu chamo de utopia. Utopia para mim não é um sonho impossível. É um não-feito-ainda, algo que nunca ninguém fez. possível aprender brincando? A escola tem que ser o serviço militar obrigatório aos sete anos ou pode ser prazerosa? Aí eu coloco um indicador: a escola ideal deve ser tão boa que professores e alunos desejem aulas aos sábados, domingos e feriados. Hoje, temos exatamente o contrário. Os meninos estão no século 21 e a escola está Idade Média. A escola é a única instituição contemporânea que tem servos, tem serventes, pessoas que estão lá para nos servir. Nem em banco tem isso, lá são "auxiliares de serviços gerais". Quando eu trabalhava na Universidade Federal de Outro Preto, por acaso eu virei pró-reitor. Acabei indo a uma reunião de pró-reitores com o secretário da Educação. Aquele discurso enfadonho estava me enchendo o saco, até que eu disse: "Nesse país, uma escola nunca teve crise de aprendizagem: a escola de samba. Uma assessora do secretário disse que aquilo era inadmissível e perguntou se eu achava que a escola pública tinha que ser "aquela bagunça". Eu respondi: "Tô vendo que a sra. não entende nada de escola de samba. Na escola tem disciplinador, não tem? Pois na escola de samba tem diretor de harmonia". Entende? Uma coisa é cuidar da disciplina, outra coisa é cuidar da harmonia.

Folha - Como nasce uma nova forma de ensinar?
Rocha - Ou da dificuldade ou da pergunta. Somos movidos por uma pergunta, que vira um desafio, que vira uma encrenca. É possível educar debaixo do pé de manga? É possível criar agentes comunitários de educação? Vamos ficar pensando ou vamos aprender fazendo? Vamos aprender fazendo. A primeira coisa que a gente fez foram os "Não Objetivos Educacionais". Porque formular um objetivo é muito simples: basta colocar um verbo na forma infinitiva e depois encher de lingüiça. O nosso verbo é o "paulofreirar", que só se conjuga no presente do indicativo: eu "paulofreiro", tu "paulofreiras" e por aí vai. Não existe "paulofreiraria", "paulofreirarei". Ou faz agora ou sai da moita. Ação e reflexão, agora. As respostas vão sendo testadas e viram novas metodologias, pedagogias. Assim surgiu a pedagogia da roda, por exemplo, como um jeito de combater a evasão dos meninos. Não podemos perder os alunos, precisamos mantê-los interessados.

Folha - Seus métodos são tão abertos a ponto de aceitar que uma criança queira aprender na escola formal? Ou você quer acabar com a escola?
Rocha - Eu não quero acabar com a escola. Ela é muito mais importante do que parece. Ela tá longe de esgotar seu repertório, não usou nem 10% das possibilidades. Mas, para isso, ela precisa ter a ousadia de experimentar. É uma lástima dar às crianças só o que a escola formal oferece. É muito pouco. As pessoas querem tirar os meninos da rua e levar para a escola --só se for para prender, porque para aprender não serve. É muito chato. Por que, em vez de tirar da rua, não mudamos a rua? Lugar de criança é na escola, na rua, em todos os espaços. Todos os espaços podem ser de aprendizado. Há experiências de cidades educativas muito legais.

Folha - Como é sua relação com os governos?
Rocha - Eu não vejo muita diferença. Todos eles estão dentro da mesma caixa, só muda a cor. A escola que tem agora não é muito diferente da de oito anos ou 20 anos atrás. Vai só pintando a fachada. A lógica, o processo, a metodologia muda muito pouco, no geral. A gente não consegue estabelecer alianças com os governos porque incomoda pensar fora da caixa. Se incomoda, são refratários. Então a gente vem aprendendo a fazer política pública não-governamental.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

quem procura encontra.

http://www.releituras.com/releituras.asp

Alô, alô, Realengo...




...macarrão

tomate

e poesia.

Mural é CULTURA.



Uma das coisas que gostava muito de realizar é montar murais. Ê tempo bão... Também gostava de colocar neles, histórias pequenas para não cansar o passante. Essa daí(na íntegra) foi copiada do mural da escola do meu filho. Ela ilustra bem a nossa mentalidade. Uma parte dela, de herança colonial.

HISTÓRIAS DE PORTUGAL

"Elas são muito ricas e contribuíram para a formação dos nossos mitos e lendas"
Os portuguses foram responsáveis pelo processo de mestiçagem que deu origem ao povo brasileiro, e algumas de suas histórias contribuíram para a formação dos nossos mitos, lendas e costumes. No Brasil, o Saci-Pererê, negrinho de uma perna só, é muito popular. Em Portugal, o Fradinho-da-Mão-Furada, uma espécie de duende caseiro, é um mágico que concede favores, mas também prega peças nos moradores da casa onde habita. Na cabeça, assim como o Saci, usa uma carapuça vermelha. A noite entra, entra nos quartos pelos buracos das fechaduras e deita e rola em cima das pessoas que estão dormindo , causando pesadêlos.

7 DE SETEMBRO, sentido!

Carlos Eduardo Novais: mais um desaparecido vivo:
Um intelectual sem babaquice!
UMA HOMENAGEM AO 7 DE SETEMBRO
de um Brasil cada vez com menos vozes.
Foto: Marden do Valle
(em breve vou publicar aqui a entrevista que fiz com o Novais)

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Cadê meu pãozim de queiju...


liber
tas

qua...
quas
serás
tamem
quas..
libertas
?
cadê
UAI!


A UTOPIA e o resto late

OR AÍ?

A Utopia Luta, o Resto Corre Atrás da

Carruagem de Lixo Globalizado


Sei, você não sabe(mesmo!)“o que fazer”. Nem leu o manual do Lenin, aquele que dizia - "O Que Fazer"?- ou lançava alguma pista àquela realidade revolucionária da velha Rússia. É só um título de livro, uma referência, não vamos mais fazer nehuma revolução usando velhas formas de pensamento único. Tá bom? A realidade daqui é bem distante daquela, mas se procurar, encontra uma voz pregando no deserto. Leonardo Boff, Milton Santos, esse último antes de partir para fora do inferno dessa globalização e da vida em 2001, deixou um vácuo e um documento em imagens que é fundamental. Discordo apenas da análise, à época, que ele fez da China. Como se aquele país fizesse uma política não meramente capitalista, de mercado(bem predatória dentro e fora atualmente). Mas que, a China, estaria também ao lado dos que poderiam propor uma outra globalização. Duvideodó!

Vai lá, na página do cineasta-documentarista Silvio Tendler, que alguns techos(de muitos personagens fascinates) estão disponíveis também. Inclusive, 10 minutos de José Saramago, falando sobre democracia: http://www.listal.com/video/5789557 . A platéia, durante a fala dele, reconhece essa voz que fala o que nós precisamos ouvir. Um escritor de mãos dadas com Ariadine, que nos reconduz ao debate fora do labirinto da globalização. Enquanto nós somos distraídos, a maior parte do tempo, intencionalmente, para perdermo-nos dentro do labirinto das redes. Tudo que queremos é uma democracia ampla, ou nada. A virtualidade do poder não serve. Ele diz, tem razão.

Um fiozinho que nos conduza a saída em alguma utopia, o combate a mediocridade, por exemplo, seria belo para começar algum movimento em direção oposta a llógica dominante. O Minotauro da indústria da repressão, da vigia, dos tribunais contra a insurgência e da padronização da verdade da mídia requentada(fraca:editorialmente); tudo do mesmo dono, à serviço dos grandes conglomerados industriais e financeiros, o de sempre, não! Basta! Ah sim, a mediocridade, está mesmo em toda parte. Ó ela ai, passando... Que rebolado! É, tem razão, é medíocre, né? Uma bunda, mas todo mundo olha e, coisa e tal... Nem por isso, a gente deve concordar com a cultura bunda, cultura da bunda, cultura de bunda, ou com Bundialização da nossa cabeça! Pode ser?

Esse papo é com a minha consciência, sabe, com os meus botões... Vou logo avisando, para que ninguém vista a carapuça desnecessariamente. Podem ficar com a velha máscara, já acostumamos a vê-las grudadas as caras de pau. Velhos botões meus, velhos sim, inquietos, reflexivos, sem a babaquice desse tempo padronizado de Madona pop star, de visitinhas para faturar alto e pisar no solo sagrado, daquele que já foi o maior estádio do mundo. Meus botões, ufanistas sim, aqueles que não foram desligados, desvinculados, defenestrados, destruídos ou desconfigurados, pela lógica do capital vencedor e padronizador das mentes aceleradas em processo de derrocada. Amo a cultura nacional, que deveria estar minimamente num mesmo patamar das outras aqui dentro do país. Dizem eles, os botões.Mas estou aberto para outros olhares, sons, texturas, sentimentos!

Podem se sentir p... à vontade, quem os tiver também, botões sem sangue de barata! Aquele que não se dobrou, nem caiu na teia da hegemonia! Hegemonia, uma breve tradução: babação de ovo, concordância com os vencedores, noveleiros, positivistas, consumistas, escrotinhos, golpistas, safados travestidos de produtores culturais mamadores, dedo-duros, vendidos e ocupantes da coisa pública ilegitimamente ou empregados, que não tem dialética alguma ou inteligência para resistir, camaleões outros, merdas, primos da medusa em todos os campos profissionais...Gente do poder, qua vai rebolar o traseiro num baile funk, para fazer média com a população dominada(que dá voto e consome sem crítica tudo que descer guela abaixo), indicado pelo mundo fashion da Furação Skol latão e outras paradas que se põe pra dentro numa nice- sacudindo?

Mas, voltando, o capital de fato, as empresas de comunicação(sacodem geral e bagunçam corações e mentes mesmo!), que têm donos políticos nacionais e internacionais, ou testas de ferro, cujo o objetivo é um só: a manutenção da verdade única de sempre; sabem muito bem “O QUE FAZER!” O Olavo Setubal, do Itaú, anos antes de morrer disse “eu acredito em luta de classes. Só que o final, nós vencemos”. Ele é mais um, da turma que decretou o fim da história, que despachou a grande maioria dos intelectuais para linha de fundo(poço podre da omissão) e não para a crítica de fundo das linhas inimigas do poder. Vergonha! Não é à toa que um tal de Olavo, um outro Olavo que se diz filósofo, Ou Otávio não sei das quantas, escreve facistóides(factódes de cunho fascistas) sem ninguém se manifestar. Um sinal de rabo preso!


Gente que, bem verdade, ficou no raso para não ser soprado. E, diante da farinha pouca, teve seu pirão garantido primeiro. Conheço essa gente, a gente de sempre dos diários cariocas, paulistas... As medusas. Gente menos corajosa que o falecido Setubal, que não levou nada para o buraco, mesmo. Deixou as contradições expostas e o dinheiro acumulado aqui mesmo, em algum paraíso fiscal. Quem sabe a senha da bufunfa, continua vencendo, como prevera o banqueiro. Li um deles outro dia, dia igual ao de sempre da imprensa, com raríssima exceção em Fausto Wolff, Luiz Fernando Veríssimo, Hélio Gaspari e outros poucos. O Jota Carlos da Rádio MEC, Eduardo Fafardo e a turma de lá da RÁDIO MEC não marcam touca, É BEM VERDADE. Produzem muita coisa boa com músicos brasileiros. Com poucos recursos executam e produzem música de qualidade aqui, no BRASIL! Ah, mais é estatal... FODA-SE! Dá uma vontade de dizer...

Essa medusa, a que me refiro, dando uma pista, já mamou muiiiiiito nas tetas da velha e extinta Embrafilme. Foi uma daquelas que enriqueceu com a política, com o tráfico de influência da política-cultural no cinema antes do Collor detonar tudo e o FHC completar o serviço. Agora, sobrevive sem culpa, insensado com um dircurso psicanalítico "fala de amor", que produz e muita pirueta; muita gente boa que ouve a voz do cara no rádio ou vê na tevê dando lição de moral no PT(que tem o rabo preso com Celso Daniel, mensalão e por ai vai...), acredita ser de um arauto da moralidade. Essa medusa, escreve sobre tudo que acha que sabe. P.Q.P, que falta faz o Hélio Pelegrino, o Flávio Rangel, o Drummond, o Henfil !!! Cadê o Carlos Eduardo Novais, se exilou? Ou foi mais um colocado na geladeira da imprensa?Enquanto isso, medusas em profusão saltam das páginas! Chegam a lembrar aquele velho poema "OBSERVATÓRIO"(que é um livro inteiro, aliás) do Júlio Cortázar. Só que no poema, elas são enguias... Estão em todo lugar escorregadias, manhosas, bestas...

A medusa, essa em específico, fala que nasceu numa rua do bairro do Rocha, rua que mudou de nome no subúrbio carioca, que tem mesmo um monte de nomes que ninguém conhece. MAS ELE CONHECEMOS BEM, acredita que a pobreza é um passaporte para todo bom poeta, exemplarmente, aqueles que nasceram na barriga da miséria do samba. Diz que “se eles não cantassem elouqueceriam”. Não fala de dignidade, de história, de expressão, de herança, de criatividade, de utopia. Como se a criatividade, não estivesse numa necessidade de conhecer a si mesmo e de compartilhamento COM O OUTRO. O outro? É. "Eles não têm c. para dar conta"- diz, uma velha amiga. Então, tudo é tratado assim, como se fosse"tudo indústria" da cultura de massa, que ele bate hipocritamente ou endeusa conforme o vento estiver soprando. Mas aonde é que essa besta tabalha? Na Globo, nas organizações que tem o padrão do aúdio e da imagem de toda essa nação desfocada. Que faz a toca e desenrola o bob, as madeixas da MPB, por exemplo? Como conseguem verbas, empregos, nomeações, os filhos do famosos como se arrumam? Tadinhos. Fim do nepotismo já em todas as áreas da sociedade!!! Nas esferas de poder, só do Estado não vale, é café com leite!!!! Fim das oligarquias, de sempre, já!

Estúpida! Ela, a medusa, ataca "as massas emburrecidas" e fala da genialidade da sua filha, cineasta, uma das diretoras do documentário sobre os grandes da Portela. Ao falar que viu O Mistério do Samba, mais um documentário muito bem-vindo, aliás, assume a face de mercador, “ uma obra prima da filmografia do samba”-diz. No dia seguinte levou um bom pau de um crítico do mesmo jornal, CORAJOSO. Eu lembro que quando vi Buena Vista Social Club, lá por 2000, em Vitória-ES, durante um encontro de estudantes de história, lá naquela hora mesmo, tive a sensação de aprisionamento da nossa cultura. Uma cultura sequestrada, longe das pessoas que desejam aprender, que precisam falar, comer, escrever e pensar mais e melhor, para viver e prosseguir sonhando e fazendo parte de tudo que merecem. Não, Alhures, como se coitadas fossem. O BUENA VISTA SOCIAL CLUB desperta isso na gente.

Como é que ninguém havia pensado em fazer um FILME BOM, assim com a nossa gente, sobre o samba, poetas, escritores, gente mal paga(onde me incluo entre elas, sem ser gênio de p... nenhuma)? Deixaram todos morrerem. Em raros casos, o filme do Leon Hirziman(direção e roteiro do emocionante em “Eles Não Usam Black Tie”-1981), fez também o duro e ao mesmo tempo poético, Nelson Cavaquinho. Mais recentemente outros cineastas, relizaram um sobre o Cartola e outro sobre o Paulinho da Viola. Poucas fontes, mais nada. É POUCO! É muito bem-vindo o filme, O MISTÉRIO DO SAMBA, muitas mão boas o realizaram. Além, da filha dele, que está entre elas. O que não dá pra engulir é essa arrogância, de achar que todo mundo é tolo, que não sacou a intenção de divulgar o filme sem análise ou tentativa máxima de isenção. Tá no bolo, deixa outro metar a mão na massa. Sai de fininho, disfarça...

A medusa, para comparar a genialidade única e inquestionável do filme, chama o Win Wenderes, de "Win", cheio de intimidade.... Ainda, sem pudor, compara uma verdadeira obra prima, O filme, ficção-documentário, Buena Vista Social Club, como coisa de memos importância. As medusas são míopes. A míopia dessa, denominda de Jabor, não da conta da parentada das redações. Não não vê o que não interessa. O medusa Jabor está convidado par visitar o Jabour, um bairro, perto de Bangu, que viu o Hermeto Pascoal ir embora, advinha o porquê? Violência, descaso, o favorecimento dos centros e a periferia relegada ao nada. Aliás, periferia que também existe em Ipanema, New York e não é exclusividade, nossa daqui do subúrbio CARIOCA. Nós que ficamos por aqui temos também os nossos privilegiados, a elite dos nossos “centros”. Um monte de famílias em cada bairro, que troca-troca de poder no legislativo, judiciário e outras jogadinhas que essa democracia oferece(olha a dica do Saramago).

Enquanto isso, numa rara luz lançada do Recife, lá da Sucursal do mesmo veículo que escreve a medusa, Letícia Lins(pode ser e é mesmo que não seja, uma irmã de coração e atena do Paulo Lins, autor de “Cidade de Deus”) Ela, dá sentido as palafitas da favela do Bode, naquela cidade. Uma das centenas de metrópolis mergulhdas na violência em nosso planeta. Violência, que o Milton Santos denomina de desespero, daqueles que lutam para viver e estão no limite, partindo para o tudo ou nada, sem pensar muito nas consequências. A vala taí... O fuzilamento sumário é diário. A eliminação física indiscriminda e nem um pio sobre quem usou a bala, nem quem autorizou a lei do silêncio . O silêncio das grandes metrópolis, parece que está sendo substituído por iniciativas de gente anônima. Já que os intelectuais orgânicos ou não, o Estado e etc, não estão nem ai para mais esse problema. O problema da leitura, do acesso ao livro, encontra soluções criativas.

Letícia conseguiu furar o próprio jornal onde trabalha. Ela retratou a história das pessoa simples, de um rapaz que abriu uma biblioteca no barraco apertado. Botou as crianças para dentro, em mais uma favela do país, onde o tráfico e a polícia trocam tiro sem cerimônia. Aqui em Realengo, mais de mil livros apodrecem numa caixa d água gigante que fica num conjunto entre duas linhas de fogo, das favelas da Vintém e do Fumacê. O Conde, quando era Secretário de Cultura(até recentemente) esteve lá. Como é arquiteto, ficou encantado, desenhou um rebaixamento, abriu janeloões, tudo no papel ONDE CONTINUA. Não deu em nada. É um lugar pronto para ocupar, precisando de obras sim, de recursos sim. Mas muito pouco do que é perdido na burocracia, no desperdício, na mutreta e ou, em jogadas que não vemos nem como são realizadas; mas que acontecem com a corrosão de caráter comprovado pelas estatatística da corrupção do país, que está em quarto no quadro de medalhas da modalidade. Enfim, onde está a imprensa? Para onde foram os intelectuais de 68? Por qual motivo os cem mil foram para casa e não saíram mais de lá?

Será que foi pela violência que a globalização trouxe? Não pode ser. Salve Letícia! Salve quem não tem rabo preso! Salve quem fura esse bloqueio mental, social, econômico, jurídico, institucional, mesquinho, cultural e o escambau sem olhar só pra o póprio umbigo! Bota caminhando aí pra tocar outra vez... Repete, please.

EA


BIBLIOGRAFIA: Santos, Milton. Por uma Outra Globalização. Record.