quinta-feira, 18 de junho de 2009

JÁ RAIOU A LIBERDADE DE IMPRENSA :SUPREMO 8X1

JORNALISTAS SOMOS TODOS!!!!!
QUEM NÃO FOR CORPORATIVISTA VAI CONCORDAR. NÃO RELATIVIZO. SER JORNALISTA É UMA VOCAÇÃO. ESCREVER É UMA DISCIPLINA PÚBLICA . PARTICIPEI DA LUTA CONTRA O DIPLOMA. CONHEÇO VÁRIOS JORNALISTAS COMPETENTES ATUANDO SEM DIPLOMA, POIS ANTES DE 1973, LEMBRO, O DIPLOMA NÃO ERA OBRIGATÓRIO. SENDO UM CASUÍSMO DA DITADURA PARA IMPEDIR ENGENHEIROS, HISTORIADORES,.MÉDICOS, OPERÁRIOS, GRÁFICOS(de onde vim) DE ESCREVEREM CONTRA . LEMBRO O GRANDE TARSO DE CASTRO(QUE ESTÁ GARGALHANDO NO CÉU). UM GRÁFICO QUE ESCREVEU NO PASQUIM, NA FSP, ONDE PRECISAVA DE UMA VOZ O CARA ESTAVA LÁ.
DURANTE E APÓS A CONSTITUINTE A RESERVA DE MERCADO TAMBÉM FOI GARANTIDA. INFELIZMENTE, EM 1989, NA FACHA, LÁ ESTAVA A VELHA ESQUERDA TODA REUNIDA NUM DEBATE. QUESTIONAMOS A MANUTENÇÃO DO DIPLOMA E O GANHO DA F.A.C.H.A E OUTRAS COM ISSO. SERGIO AROUCA NOS REPELIU. AFINAL A FENARJ E OS SIND DOS JORNALISTAS ESTAVAM NAS MÃOS DELES. A ESQUERDA QUE NÃO QUER FAZER NADA... PARA MUDAS AS COISAS QUE PRECISAM DE ENFRENTAMENTO.
UM DIA HISTÓRICO COMO ESTE DEVE SER COMEMORADO PELOS DEMOCRATAS
EDUARDO.
P.S. O PCEBÃO VAI SAIR DA REDAÇÃO DO GLOBO AGORA. JÁ NÃO TERÁ MAIS UTILIDADE. O ROBERTo MARINHO MORREU DUAS VEZES.. HOJE ACABOU A RESERVA. EMBORA, JÁ NÃO SEJA MAIS NECESSÁRIA. POIS A INTERNET ROUBOU A CENA.








O Globo
País
17/06/2009
19h23min

STF derruba a obrigatoriedade do diploma de jornalista

http://oglobo.globo.com/pais/mat/2009/06/17/stf-derruba-obrigatoriedade-do-diploma-de-jornalista-756381129.asp


***

Notícias STF

Quarta-feira, 17 de Junho de 2009

Supremo decide que é inconstitucional a exigência de diploma para o exercício do jornalismo
http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=109717

Por maioria, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, nesta quarta-feira, que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo e registro profissional no Ministério do Trabalho como condição para o exercício da profissão de jornalista.

O entendimento foi de que o Decreto-Lei 972/1969, baixado durante o regime militar, não foi recepcionado pela Constituição Federal (CF) de 1988 e que as exigências nele contidas ferem a liberdade de imprensa e contrariam o direito à livre manifestação do pensamento inscrita no artigo 13 da Convenção Americana dos Direitos Humanos, também conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica.

A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 511961, em que se discutiu a constitucionalidade da exigência do diploma de jornalismo e a obrigatoriedade de registro profissional para exercer a profissão de jornalista. A maioria, vencido o ministro Marco Aurélio, acompanhou o voto presidente da Corte e relator do RE, ministro Gilmar Mendes, que votou pela inconstitucionalidade do DL 972.

Para Gilmar Mendes, “o jornalismo e a liberdade de expressão são atividades que estão imbricadas por sua própria natureza e não podem ser pensados e tratados de forma separada”, disse. “O jornalismo é a própria manifestação e difusão do pensamento e da informação de forma contínua, profissional e remunerada”, afirmou o relator.

O RE foi interposto pelo Ministério Público Federal (MPF) e pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de São Paulo (Sertesp) contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que afirmou a necessidade do diploma, contrariando uma decisão da 16ª Vara Cível Federal em São Paulo, numa ação civil pública.

No RE, o Ministério Público e o Sertesp sustentam que o Decreto-Lei 972/69, que estabelece as regras para exercício da profissão – inclusive o diploma –, não foi recepcionado pela Constituição de 1988.

Além disso, o artigo 4º, que estabelece a obrigatoriedade de registro dos profissionais da imprensa no Ministério do Trabalho, teria sido revogado pelo artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos de 1969, mais conhecida como Pacto de San Jose da Costa Rica, ao qual o Brasil aderiu em 1992. Tal artigo garante a liberdade de pensamento e de expressão como direito fundamental do homem.

Advogados das partes

Essa posição foi reforçada, no julgamento de hoje, pela advogada do Sertesp, Taís Borja Gasparian, e pelo procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza. A advogada sustentou que o DL 972/69 foi baixado durante o regime militar e teve como objetivo limitar a livre difusão de informações e manifestação do pensamento. Segundo ela, o jornalista apenas exerce uma técnica de assimilação e difusão de informações, que depende de formação cultural, retidão de caráter, ética e consideração com o público.

Em apoio à mesma tese, o procurador-geral da República sustentou que a atual legislação contraria o artigo 5º, incisos IX e XIII, e o artigo 220 da Constituição Federal, que tratam da liberdade de manifestação do pensamento e da informação, bem como da liberdade de exercício da profissão.

O advogado João Roberto Piza Fontes, que subiu à tribuna em nome da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), advertiu que “o diploma não impede ninguém de escrever em jornal”. Segundo ele, a legislação dá espaço para os colaboradores com conhecimentos específicos em determinada matéria e, também, para os provisionados, autorizados a exercer o jornalismo onde não houver jornalista profissional formado nem faculdade de Comunicação.

Segundo ele, o RE é apenas uma defesa das grandes corporações e uma ameaça ao nível da informação, se o jornalismo vier a ser exercido por profissionais não qualificados, assim como um aviltamento da profissão, pois é uma ameaça à justa remuneração dos profissionais de nível superior que hoje estão na profissão.

Também em favor do diploma se manifestou o a advogada Grace Maria Mendonça, da Advocacia Geral da União (AGU). Ela questionou se alguém se entregaria na mão de um médico ou odontólogo, ou então de um piloto não formado. Segundo ela, não há nada no DL 972 que contrarie a Constituição Federal. Pelo contrário, ele estaria em plena consonância com a Carta.

Votos

Ao acompanhar o voto do relator, a ministra Cármen Lúcia disse que a CF de 1988 não recepcionou o DL 972. “Não há recepção nem material nem formal”, sustentou ela. Além disso, a ministra considerou que o artigo 4º do DL contraria o artigo 13 do Pacto de San Jose da Costa Rica.

No mesmo sentido votou o ministro Ricardo Lewandowski. Segundo ele, “o jornalismo prescinde de diploma”. Só requer desses profissionais “uma sólida cultura, domínio do idioma, formação ética e fidelidade aos fatos”. Segundo ele, tanto o DL 972 quanto a já extinta – também por decisão do STF – Lei de Imprensa representavam “resquícios do regime de exceção, entulho do autoritarismo”, que tinham por objeto restringir informações dos profissionais que lhe faziam oposição.

Ao também votar pelo fim da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista, o ministro Carlos Ayres Britto distinguiu entre “matérias nuclearmente de imprensa, como o direito à informação, criação, a liberdade de pensamento”, inscritos na CF, e direitos reflexamente de imprensa, que podem ser objeto de lei. Segundo ele, a exigência do diploma se enquadra na segunda categoria. “A exigência de diploma não salvaguarda a sociedade para justificar restrições desproporcionais ao exercício da liberdade jornalística”, afirmou.

Ele ponderou, no entanto, que o jornalismo continuará a ser exercido por aqueles que têm pendor para a profissão, sem as atuais restrições. Ao votar contra elas, citou os nomes de Carlos Drummond de Andrade, Otto Lara Resende, Manuel Bandeira, Armando Nogueira e outros como destacados jornalistas que não possuíam diploma específico.

Por seu turno, ao votar com o relator, o ministro Cezar Peluso observou que se para o exercício do jornalismo fossem necessárias qualificações como garantia contra danos e riscos à coletividade, uma aferição de conhecimentos suficientes de verdades científicas exigidas para a natureza do trabalho, ofício ou profissão, o diploma se justificaria.

Entretanto, segundo ele, “não há, no jornalismo, nenhuma dessas verdades indispensáveis”, pois o curso de Comunicação Social não é uma garantia contra o mau exercício da profissão.

“Há riscos no jornalismo?”, questionou. “Sim, mas nenhum é atribuível ao desconhecimento de verdade científica que devesse governar a profissão”, respondeu, ele mesmo.

Ele concluiu dizendo que, “há séculos, o jornalismo sempre pôde ser bem exercido, independentemente de diploma”.

O ministro Eros Grau e a ministra Ellen Gracie acompanharam integralmente o voto do relator, ministro Gilmar Mendes.

Último a proferir seu voto no julgamento, o decano da Corte, ministro Celso de Mello, acompanhou o relator do recurso. O ministro fez uma análise histórica das constituições brasileiras desde o Império até os dias atuais, nas quais sempre foi ressaltada a questão do livre exercício da atividade profissional e acesso ao trabalho.

Ainda no contexto histórico, o ministro Celso de Mello salientou que não questionaria o que chamou de “origem espúria” do decreto-lei que passou a exigir o diploma ou o registro profissional para exercer a profissão de jornalista, uma vez que a norma foi editada durante o período da ditadura militar.

Para o ministro, a regra geral é a liberdade de ofício. Ele citou projetos de lei em tramitação no Congresso que tratam da regulamentação de diversas profissões, como modelo de passarela, design de interiores, detetives, babás e escritores. “Todas as profissões são dignas e nobres”, porém há uma Constituição da República a ser observada, afirmou.

Divergência

Ao abrir divergência e votar favoravelmente à obrigatoriedade do diploma de jornalista, o ministro Marco Aurélio ressaltou que a regra está em vigor há 40 anos e que, nesse período, a sociedade se organizou para dar cumprimento à norma, com a criação de muitas faculdades de nível superior de jornalismo no país. “E agora chegamos à conclusão de que passaremos a ter jornalistas de gradações diversas. Jornalistas com diploma de curso superior e jornalistas que terão, de regra, o nível médio e quem sabe até o nível apenas fundamental”, ponderou.

O ministro Marco Aurélio questionou se a regra da obrigatoriedade pode ser “rotulada como desproporcional, a ponto de se declarar incompatível” com regras constitucionais que preveem que nenhuma lei pode constituir embaraço à plena liberdade de expressão e que o exercício de qualquer profissão é livre.

“A resposta para mim é negativa. Penso que o jornalista deve ter uma formação básica, que viabilize a atividade profissional, que repercute na vida dos cidadãos em geral. Ele deve contar com técnica para entrevista, para se reportar, para editar, para pesquisar o que deva estampar no veículo de comunicação”, disse o ministro.

“Não tenho como assentar que essa exigência, que agora será facultativa, frustando-se até mesmo inúmeras pessoas que acreditaram na ordem jurídica e se matricularam em faculdades, resulte em prejuízo à sociedade brasileira. Ao contrário, devo presumir o que normalmente ocorre e não o excepcional: que tendo o profissional um nível superior estará [ele] mais habilitado à prestação de serviços profícuos à sociedade brasileira”, concluiu o ministro Marco Aurélio.


***

Folha Online
17/06/2009 - 19h16

Supremo derruba exigência do diploma para jornalistas
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u582417.shtml

MÁRCIO FALCÃO
da Folha Online, em Brasília

Por 8 a 1, o STF (Supremo Tribunal Federal) derrubou hoje a obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista. Só o ministro Marco Aurélio Mello votou pela manutenção do diploma.

O primeiro a votar foi o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, relator do caso. Mendes defendeu a extinção da obrigatoriedade do diploma para o exercício da profissão de jornalista.

Na avaliação do presidente do STF, o decreto-lei 972/69, que estabelece que o diploma é necessário para o exercício da profissão de jornalista, não atende aos critérios da Constituição de 1988 para a regulamentação de profissões.

Mendes disse que o diploma para a profissão de jornalista não garante que não haverá danos irreparáveis ou prejudicar direitos alheios.

"Quando uma noticia não é verídica ela não será evitada pela exigência de que os jornalistas frequentem um curso de formação. É diferente de um motorista que coloca em risco a coletividade. A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão. Não há razão para se acreditar que a exigência do diploma seja a forma mais adequada para evitar o exercício abusivo da profissão", disse.

O voto de Mendes foi seguido pelos ministros Carmen Lucia, Eros Grau, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto, Cezar Peluso, Ellen Gracie e Celso Mello.

"Esse decreto é mais um entulho do autoritarismo da ditadura militar que pretendia controlar as informações e afastar da redação dos veículos os intelectuais e pensadores que trabalhavam de forma isenta", disse Lewandowski.

Os ministros do STF aceitaram o recurso interposto pelo Sertesp (Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo) e Ministério Público Federal contra a obrigatoriedade do diploma.

Em novembro de 2006, o ministro Gilmar Mendes, relator do caso, havia decidido liminarmente pela garantia do exercício da atividade jornalística aos que já atuavam na profissão independentemente de registro no Ministério do Trabalho ou de diploma de curso superior na área. Hoje, o plenário confirmou a decisão.

Argumentos

A advogada do Sertesp, Tais Gasparian, argumentou aos ministros que a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo é inconstitucional porque a Constituição de 1988 garante a liberdade de expressão e do livre pensamento. Ela disse ainda que a profissão de jornalista não depende de conhecimentos técnicos.

"A profissão não depende de um conhecimento técnico específico. A profissão de jornalista é desprovida de técnicas. É uma profissão intelectual ligada ao ramo do conhecimento humano, ligado ao domínio da linguagem, procedimentos vastos do campo do conhecimento humano, como o compromisso com a informação, a curiosidade. A obtenção dessas medidas não ocorre nos bancos de uma faculdade de jornalismo."

A advogada afirmou ainda que em outros países, como Estados Unidos, França Itália e Alemanha, não há a exigência do diploma. "Nos EUA, a maioria esmagadora dos jornalistas é formada em escola, mas nem por isso se obriga a exigência de diploma", afirmou.

Já o advogado da Fenaj, João Roberto Fontes, saiu em defesa do diploma. Ele disse que há a necessidade do diploma para garantir a boa prática do jornalismo. "A exigência do diploma não impede ninguém de escrever em jornal. Não é exigido diploma para escrever em jornal, mas para exercer em período integral a profissão de jornalista. O jornalismo já foi chamado de quarto Poder da República. Será que não é necessário o conhecimento específico para ter poder desta envergadura? Um artigo escrito por um inepto poderá ter um efeito devastador e transformar leitores em vítimas da má informação", afirmou.

O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, por sua vez, disse que a obrigatoriedade do diploma pode prejudicar a informação do leitor.

"Não se pode fechar os olhos para o fato de que jornalismo é uma atividade multidisciplinar e que muitas notícias e artigos são prejudicados porque são produzidos apenas por um jornalista especialista em ser jornalista, sendo que em muitos casos essa informação poderia ter sido produzida por um jornalista com outras formações, com formação específica em medicina, em botânica, com grande formação acadêmica, mas que não pode exercer o jornalismo porque não tem diploma. Não se pode desprezar esse contexto", disse.

Lei de Imprensa

No final de abril, o Supremo decidiu revogar a Lei de Imprensa, criada no regime militar. Com isso, os jornalistas e os meios de comunicação serão processados e julgados com base nos artigos da Constituição Federal e dos Códigos Civil e Penal.

Nos crimes contra a honra --calúnia, injúria e difamação--, o julgamento será feito com base no Código Penal, que tem punição mais branda que a Lei de Imprensa. Já os pedidos de indenização por danos morais e materiais serão julgados com base no Código Civil.

O direito de resposta, segundo o ministro do STF Menezes de Direito, não precisa de regulação pois já está previsto na Constituição, em seu artigo 5.

Já o presidente do STF, Gilmar Mendes, defendeu uma norma específica para tratar do direito de resposta. 'Não basta que a resposta seja no mesmo tempo, mas isso tem que ser normatizado. Vamos criar um vácuo? Esse é o único instrumento de defesa do cidadão.'

Sem essa norma específica, os juízes decidirão sobre o direito à resposta, seu tamanho e forma de publicação.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

WILSON MARTINS SALVA DOM QUIXOTE DO VEXAME

VIVA O CAVALEIRO COMBATENTE DAS SOMBRAS DA IGNORâNCIA


Poesia, é o que diz o livro com as pinturas do ROMANELLI,
(a mão em casa para quem precisar)
ROMNANELLI, tem vários "DOM QUIXOTES" que representam a expressão da atualidade.



Bom... para começar sempre admirei o personagem de Cervantes, o tal Quixote. Muito por ser ele um andante. Estar em movimento é uma das maiores virtudes do personagem e de qualquer um outro "PERSONAGEM HUMANO".

As vários outras qualidades humanas do personagem que devem ser analisadas por quem entrar em contato com o clássico. De minha parte fico com a idéia da amizade, romantismo, lealdade, coragem, "a poesia em movimento", DE TODAS ESSAS situações que Cervantes cria com Dom Quixote e a partir dele e de Sancho.

Outro dia me vi atravessado por uma idéia relacionada a obra. Dizia JOÃO, que fique assim o nome, professor de história, que pedia que os seus alunos tomassem contato com obra, recomendando a escola(mui tradicionalmente), que indicasse o livro para compra e trabalho: "por ele representar a fase do fim do feudalismo e início do renascimento e que "Cervantes, afinal, ridicularizava, através de um personagem amalucado, a cavalaria, para demonstrar sua decadência e fim do feudalismo".

BOM...

Oriundo do tempo do meu velho pai, que completou 79, segunda passada, ele que sempre dizia e anda esquecido da expressão, incorretíssima, mas de certa forma cavalaresca, de que "quando um burro fala o outro abaixa a orelha", ruminei um bom tempo a estória do JOÃO. Um cara inteligente, generoso, amante do trabalho que realiza, portanto, sujeito a falha como eu e meu pai. JOÃO, CASO VOCÊ SE RECONHEÇA, liga não, viu? Estamos dialogando com a vida. A vida é ficção. Sou zen budista e sigo este princípio, sem fim. Os exemplos servem de sinal, o diálogo, a correção de rumo e, estão sempre em movimento, como, alías, Quixote e seu amigo Sancho. Nada deve ter muita importância. Somos todos vítimas das nossas "certezas", que são flexas no atiradas no ar pelo arqueiro dentro da nossa mente inquieta.


Quando "
eu"
tinha alunos, (tinha mesmo?!) socraticamente desafiava-os a duvidarem sempre de mim. Nós, professores de história, dos livros didáticos, das metas, sem recursos para viajar, fazer cursos, comprar livros, engessados por grades curriculares e desistímulos de todos os lados, temos muitas situações para dar conta. Além, desta, de andar buscando, pesquisando, dando sorte ao tropeçar em algo relevante publicado na imprensa. Imprensa, ESSE prenssadão que a gente engole todo dia e que de vez em quando vem bom COM ALGUM MOLHO.


REPRODUZI NA ÍNTEGRA catamilhografando PARA O BEM GERAL o artigo de ouro abaixo.

Saudações Históricas!
Eduardo

OS DOIS CERVANTES-
WILSON MARTINS(artigo na íntegra catomilhografado
por esta besta que vos abaixa a orelha e copia para maiores esclarecimentos)


NÃO SOMOS UM PAÍS de cervanistas, tomando ainda mais excepcionais(nos dois sentidos da palavra) um livro como a Viagem ao Mundo de Dom Quixote(1950), de Josué Montello, o ensaio de Ivan Junqueira com que se abre Cinzas do Espólio(Rio: Record, 2009). O primeiro foi escrito provavelmente para concorrer ao prêmio instituído em 1947 pelos serviços culturais da Embaixada da Espanha para o melhor artigo jornalístico daquele ano nas comemorações do quarto centenário de Cervantes. Também aspirei essa distinção(havia manhãs, havia jardins naquele tempo!)com o "Estudo sobre Cervantes", publicado no O Jornal, do Rio, a 7 de setembro de 1947.

A Comissão julgadora, de que fazia parte e na qual foi certamamente voz preponderante a poetisa Cecília Meireles, concluiu,entretanto, que nenhum dos trabalhos aparecidos merecia a honrosa distinção, frustrando-se com esse veredito extremamente severo uma das raras oportunidades surgidas entre nós para despertar o interese pelo tema e, com isso, desenvolver em noso país os estudos cervantinos. A leitura do ensaio montelliano mais de meio século depois permite alguma dúvida, se não sobre a competência, pelo menos sobre a isenção da comissão julgadora, fato, aliás, corriqueiro na atribuição de prêmios literários. Seja como for, Josué Montello escreveu sobre Quixote um ensaio não apenas informado sobre a abundante bibliografia do tema, ms comparável, em qualidade e finura de interpretação, ao que nele existe de melhor, sem excluir, claro está, os especialistas espanhóis mais destacados.


De minha parte, observei, àquela altura, nas primeiras linha do artigo de 1947, que 'quem tenha lido somente El ingenioso hidalgo Dom Quixote de la Mancha, e se esse mal-afortunado leitor conhecer, além de Quixote, apenas os estremezes e trabalhos satíricos do autor de Galatéa, pode-se dizer que conhece apanas uma face, talvez a menos fiel, do genial escritor espanhol, ainda que a sua verdadeira personalidade esteja aparecendo a todo momento ao olhos menos distraídos". De fato, pode-se pensar a exegese cervantina repousa sobre o equívoco colossal que é emcarar o Quixote única obra "autêntica" de Cervantes, todos os demais textos e, em particular, as novelas exemplares, como trabalhos de circunstância, claramente secundários. Assim, por exemplo, ao organizar por volumes o vato material do 1° Congresso Internacional sobre Cervantes, Manuel Criado do Val dividiu-os em duas partes, uma intitulada "Cervantes y sua obras menores"(comédias, entremezes, as Novelas exemplares etc.) e a outra consagrada exclusivamente o Quixote(Cervantes su obra y su mundo. Madrid. EDI-6,1981).

Há , contudo, quem afirme, lembra Josué Montello a esse propósito, que o próprio Quixote foi inicialmente concebido como uma novela exemplar, o que se comprova, entre outros indícios, pelo aparecimento tardio de Sacho Pança. Além disso, e ao contrário do que se diz, Cernantes não costumava combater os livros de cavalaria, mas o maus livros de Cavalaria, o que é diferente: o Quixote- novela exemplar que originalmente imaginou destinava-se a ser, não o antilivro da cavalaria,mas, ao contrário, o superlivro da cavalaria, passo indispensável para recuperar a Idade de Ouro cujo desaparecimento lamenta em diversas passagens. O mesmo ocorre com respeito às novelas pastoris, que ele, muito significativamente, também tentou reescrever no plano de alta qualidade literária, comprometida pela subliteratura que a espécie havia provocado: "Aceita a tese de que Dom Quixote, nas suas origens, para uma novela exemplar, que se distendeu após a criação providencial de Sancho Pança, atentemos agora, mais explicitamente, na observação de que a narrativa pouco a pouco se orienta no sentido de alcançar, no mesmo período de burla, tanto as obras de cavalaria como as novelas pastoris"(Josué Montello).


Cervantes, no fundo,- e esse é o seu drama-não queia ser Cervantes, mas Lope de Vega: é evidente e inegável o seu despeito de ficcionista infeliz e ignorado contra o comediógrafo de sucesso, com quem tentou canhestramente rivalizar, o que é significativo. As novelas de cavalaria, contra as quais a crítica supôs que Cervantes escrevia, já havia desaparecido há cerca de duzentos anos: não havia mais motivo para tentar ridicularizá-las. A parecendo em 1605, o Quixote foi a épica burlesca, mas nostágica do Império perdido, assim como, Os Lusíadas haviam sido, em 1552, a épica heróica do império que se desintegrava.


terça-feira, 16 de junho de 2009

CONVITE DA HISTÓRIA


No próximo dia 23/06/09, 16 horas, grátis!
haverá mais um "Biblioteca Fazendo História",
no auditório Machado de Assis, da Biblioteca Nacional.

sábado, 13 de junho de 2009

SIMONAL ETECETERA E TAL



O TEXTO ABAIXO, SEGUIDO DO MEU, É DO HISTORIADOR RODRIGO DE ABREU, COLEGA QUE ESTÁ SE ESPECIALIZANDO TAMBÉM NA UFF- TURMA K-HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA, EDIÇÃO 2009.
Pessoal,
Acabei de assistir o documentário "Simonal: ninguém sabe o duro que dei". Fiquei impressionado com a ascensão meteórica e a derrocada vertiginosa de um artista de tamanha envergadura. Como um cantor tão carismático teve seu nome praticamente apagado da história da música brasileira? Deslumbramento com a fama e a riqueza, prepotência e um certa ingenuidade no âmbito político - justo em um período tão conturbado - marcaram sua decadência. Além de engrossar as fileiras do exército, Simonal exaltou o país em plena ditadura e pediu que colegas do DOPS interrogassem seu contador devido a supostos desfalques financeiros. Foram uma série de fatos que tornaram verossímil a acusação de delação de colegas para os órgãos de repressão e serviram de prato cheio para o patrulhamento ideológico. A grande empatia com as platéias nos shows deu lugar ao ostracismo. O filme me fez lembrar os depoimentos do Barbosa, guarda-metas brasileiro culpado pela derrota para o Uruguai na final da Copa de 1950. O goleiro dizia que era ofendido nas ruas e tratado como um pária. Em setembro de 1993, 43 anos depois do "Maracanazo", Barbosa, a convite de uma equipe da BBC, tentou visitar os jogadores brasileiros na Granja Comary concentrados para a partida decisiva das eliminatórias para a Copa do Mundo de 1994. Parreira e Zagallo o impediram... Bem, para os historiadores fica uma bela reflexão sobre memória e história. Embora operem de maneiras distintas, parece-me que ambas são seletivas. Wilson Simonal que o diga. A meu ver, o documentário é imperdível. Abaixo, link para o trailer. SIMONAL - Ninguém sabe o duro que deihttp://www.youtube.com/watch?v=wQER5RBU6n4 Um abraço,Rodrigo. P.S.: Antes de assistir o filme, conhecia vagamente o Simonal como dedo-duro e não fazia a menor idéia da sua obra.
Um abraço,Rodrigo.
P.S.: Antes de assistir o filme, conhecia vagamente o Simonal como dedo-duro e não fazia a menor idéia da sua obra.
RODRIGO E AMIGOS,

Vou ver o filme. Era muito novo " pra algo mais de memória" . Lembro que a minha mãe , devia ter uns 6 anos, não me deixou chutar uma lata. Dizia que podia ter uma bomba colocada por "UM TERRORISTA". Que clima!A gente bebia um gingereo e partia pra bicar a lata. Logo recibia umapito!... e a gente estava em impedimento, sem estar! Cada uma...

O Fato é qua a gente escolhe as amizades! ERA AMIGO de um garotoque tinha grana, mas era de boa família e tudo, não se sabia "se haviaprestado algum favor" ou "sido cooptado"... a gente poderia saber maisdetalhes aos 7anos!

Numa época de polarização "nem vem que não tem", é um crítério que precisa ser usado, para vida ou para morte. A gente escolhe viver, mas pode tentar viver longe de associações, aquelas que embassem a imagem . Parece que a gente é julgado há todo momento. UMA TRADIÇÃO DO DIREITO ROMANO E DA HERANÇA CRISTÃ ou dos dois, quando simplificados na hipocrisia social da nossa "sociedade mão dupla": minipulada e manipuladora.

O Simonal pode ter sido vítima de racismo, muito forte no país. Pode ter sido vítima, por ter sido bem sucedido, por exemplo. Simpático, comunicativo, carismático, talentoso... Jair Rodrigues também era,continua... Os dois, como personalidades desse tempo de festivais, eram imbatíveis comunicadores!
O SIMONAL pode ter sido apontado, "dedo duro", estando na hora e no lugar errado. Pode. Mas o fato de perder dinheiro para um suposto canalha contador(sem generalizações a lavagem que a categoria acaba'"tendo que fazer", Chi... PC FARIAS, relatórios de filantropia ,sujeirada desse tempo de lavagem...), poderia "sair na urina", de quem perde a grana. Já ouvi muita gente boa, dizer que sabe que está perdendo...mas perde para "não ser roubado( mais) por outro mais ladrão" . Eles chamam isso de tolerância, vê se pode? Santa receita federal rogaí por nós, que precisamos da boa aplicação dos recuros!!!QUANDO CHEGAM....sem maquiagem....UM ESCÁRIO!!!!!

Já o patrulhamento,"muito compreensível", "muito típico de uma esquerda esfacelada e etecetera" que nem podia falar, pois estava presa e torturada ou morta(morto não fala), falava por outras bocas...ENTÃO, vamos ouvir a voz não atravessada de "MARC BLOCH"(tentar comprender como as coisas se davam naquele tempo da lata, a outra...), deve ser um caminho para compreender o papel as oposições ao regime, diante do fato da "ajuda" dos agentes do DOPS. Leia-se "agentes da repressão" .

No mínimo, um grande talento, estava fora do contexto pedindo ajuda para agentes que não andavam nada dentro do ESTADO DE DIREITO(QUEBRADO COM O ai-5).. oh! Queria ser honesto, não tinha em quem confiar e...chamou a "a lei fora da lei" , aiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiaiai!!!!para dar uma dura no contador, que podia estarr certo, afinal "das contas".
Quem sabe, não seria melhor chamar uma auditoria? Um serviço prossissional legalizado e ...que certifica as causas com objetividade, nem dói. O ativo, o passivo... acaba aparecendo abufunfa...com todo respeito contábil!
Doeria menos essa ferida, CERTAMENTE... o ostracismo, um conceito lá da antiguidade, ficaria por lá mesmo. MPB anacrônica, má...multis gravadoras... indústria cultural.... assim dessa maneira....a condição humana é mais uma vez exposta., onde não há humanidade alguma com quem quer seja, menos ainda se não tem herança de pai artista famoso, jornalista, juiz, advogado, médico e pode revisar a memória sem maoires consequências.
Que se abram todas as cadabras, para que num futuro não tã póximo, possamos escrever este período sem grandes paixões! ARQUIVOS DA DITADURA...
Como dizia um cara que gosto bem mais...20 ANOS DE PASSAGEM....eterno Rauzito!!"EU TAMBÉM VOU RECLAMAR", por enquanto...
Saudações, numa história que continua...ainda bem........
Eduardo
p.s o termo "patrulha ideológia" é título de um livro, coletânea de capa vermelhinha...lembro que muita gente que "estava desbundando', como se dizia, andava com ele em baixo do braço nos final do 70.
Todos já viviam no maior sufoco, sexual também(a revolução sexual dos anos 60, na prática, nem sinal...), tanta caretice da formatação(preconceitos eo divórcio...só em 1979), que o livro foi uma biblia(heresia boa...),que revelava festas, amores e as incertezas do marxismo vulgar.
Quem viveu, sente saudades, pois a cultura era a do debate, das peças, do cinema 'dos textos', que nos desfiavam a viver e deixar viver, "porcos com asas", como no texto e na peça de MARCO LOMBARDO RADICE, FELIZ ANO VELHO E FELIZ ANO NOVO, mais conhecidos e também muito lidos e debatidos. Que rachas!.. em todos os sentidos alumbramentoos!!!
A SACANAGEM, a outra, com o goleiro BARBOSA, pobre, negro e cruxificado, parece típico de ''um traço DE CRUELDADE" da nossa sociedade em relação aos que falham e por isso não merecem respeito. Os presos amontoados, os sem tetos e terras, o cara que dorme em frente ao BANCO na calçada fria." Fracassados que não agarraram as chances que tiveram". Deixaram a bola passar". O goleiro, nem se fala, levei cada bolada nessa profissão maldita, "ONDE PISA NÃO NASCE GRAMA"-ALGUÉM DISSE. Neném Prancha... Típico de uma sociedade de craques.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

ADRIANA RATTES ''FECHA A BICA"

O beijo do pai do "Serginho"

Enquanto A DONA DA CULTURA no Estado, Adriana RATTES faz apologia do funk , frequentando esse ambiente da cena do "funk-se quem puder" e "aproximando" o rebolado com a realidade da Educação no Estado do Rio de Janeiro, mais "um desmanche" está a caminho. Entregar as ONGS a B.I.C.A, uma tradicional biblioteca do meu amado Meier.
É a primeira biblioteca infanto-juvenil da cidade do Rio de Janeiro!!! MEIER, lugar onde nasci, creci e graças a Deus e a umas doses de Besetasil e beijo de língua na boca, não me tornei Gabriela! Veja só o legado que se anuncia no diário do blog de amigos abaixo.
Ontem A CASA DE PARTO de realengo também fechou. Crianças e livros infantis, sem boas mãos para afagos, advinha quem será a próxima vítima? A sociedade? PINTO! Perdão, PONTO! O projeto que passou na Câmara(
projeto 02/2009, de autoria do prefeito Eduardo Paes, que cria as Organizações Sociais (OSS) e permite que estas entidades privadas administrem setores da administração municipal, como creche e sejam contratadas para ministrar o reforço escolar para os alunos das escolas da rede municipal), começa a esticar os tentáculos também na Cultura.

P.S; o pessoal abri a BICA... e protesta abaixo:

//omeiernaopodeficarsemabica.blogspot.com/...

Domingo, 31 de Maio de 2009

A LUTA PELA B.I.C.A.

http://omeiernaopodeficarsemabica.blogspot.com/








Nós, moradores do Méier/Grande Méier e freqüentadores ativos da Biblioteca Infantil Carlos Alberto (B.I.C.A.)/Centro de Artes e Criatividade Infanto-juvenil (C.A.C.I.J.), localizada na Rua Rio Grande do Sul, n. 83-A, no Méier, e pertencente ao Governo do Estado, comunicamos a criação deste blog, que terá como objetivo:

acompanhar o movimento que iniciamos para impedir que a B.I.C.A./C.A.C.I.J. seja extinta pelo Governo do Estado


Na última segunda-feira, dia 25 de maio de 2009, chegou até nós a triste notícia de que o Governo do Estado irá entregar a B.I.C.A./C.A.C.I.J. ao Município.
Isto para nós é o mesmo que extingui-la, pois evidentemente que implicará em completa desfiguração do que é e deve ser a B.I.C.A./C.AC.I.J.
Então, na quinta-feira, dia 28, promovemos à porta da Biblioteca uma manifestação de repúdio à municipalização, contando com a presença de leitores e alunos que participam das oficinas ali oferecidas. Vários abaixo-assinados estão circulando e esperamos sinceramente que o Governo do Estado ouça a comunidade e volte atrás nessa decisão.

NÃO QUEREMOS A MUNICIPALIZAÇÃO
NÃO QUEREMOS NENHUMA PERDA
NÃO QUEREMOS PERDER
NENHUM PROFISSIONAL
NENHUMA OFICINA
NENHUM PROFESSOR
NENHUM ALUNO

CHEGA DE PERDAS

A B.I.C.A.
JÁ PERDEU DEMAIS AO LONGO DE SUA HISTÓRIA
AGORA CHEGA

E para deixar provado e comprovado as muitas perdas já sofridas, vamos contar resumidamente a história da Biblioteca Infantil Carlos Alberto, que hoje abriga ainda o CACIJ, Centro que oferece, para todas as idades, oficinas de teclado, canto coral, violão, dança, artesanato, capoeira, alongamento, desenho e teatro.

Nos idos de 1940, a casa n. 83 da Rua Rio Grande do Sul, no Méier, foi comprada pelos pais do menino Carlos Alberto, que decidiram mudar-se de Ipanema para o nobre e charmoso bairro do Méier a fim de possibilitar ao filho uma infância saudável e feliz, numa casa ampla, com quintal e bem arejada. O menino tinha um aninho e alguns meses quando chegou o tão esperado dia da mudança. Porém, quis o destino que Carlos Alberto não viesse a viver em seu novo lar, pois o menino faleceu no exato dia da mudança. Consternados e abalados, os pais de Carlos Alberto encontraram uma forma sublime de enfrentar a dor da perda do filho querido: doaram a casa ao Estado com a determinação explícita de que ali deveria funcionar uma biblioteca infantil.

Jornais da época relatam que desta forma os pais queriam fazer com que Carlos Alberto fosse para sempre lembrado e que muitas crianças pronunciassem o seu nome pelo tempo afora, sempre na companhia dos bons livros que o menino não chegaria a ler, participando de atividades educacionais e criativas.

E foi assim que em 17 de dezembro de 1950 deu-se a inauguração da BIBIOTECA INFANTIL CARLOS ALBERTO, na ampla casa da Rua Rio Grande do Sul. Foi a primeira biblioteca infantil do Rio de Janeiro. Muitos artistas e intelectuais da época, como Cecília Meirelles (ver foto ao lado), Agripino Grieco, Rachel de Queiroz e tantos outros, saudaram o acontecimento e passaram a freqüentar a Biblioteca para apoiar e incentivar o seu funcionamento. Emilinha Borba, a famosa cantora, foi a sócia benemérita n. 225 da Biblioteca (ver foto abaixo).


A B.I.C.A., como passou a ser carinhosamente chamada, chegou a registrar um movimento médio de 75 crianças por dia, que lá iam ler ou participar de oficinas de artes, discoteca, cine-clube e outras atividades, como um clube agrícola que funcionava no quintal da casa.
A B.I.C.A. mantinha intercâmbio com bibliotecas de outros países. Certa vez, recebeu a visita da Profa. Pilar Vásquez Cuesta, diretora da Biblioteca da Cidade de Madrid, que jamais pôde esquecer o que sentiu ao conhecer a B.I.C.A.:

“ Quando, ao chegar, telefonei para a Biblioteca Infantil Carlos Alberto pedindo explicações sobre a melhor maneira de chegar até o n. 83-A da Rua Rio Grande do Sul, nem por um momento podia suspeitar que me iria encontrar ali com a instituição social e cultural mais comovente de minha vida...”

Como estará hoje a Biblioteca de Madrid? Será que também corre risco de extinção?

Muitas e muitas histórias teríamos para contar sobre a nossa B.I.C.A. Faremos isso aos poucos nesse blog. Por ora, queremos apenas demonstrar que a B.I.C.A. é uma jóia do Méier e que ela foi doada em confiança ao Estado pelos pais de Carlos Alberto para ser uma biblioteca infantil que fosse ao mesmo tempo um centro de arte e criatividade. O Governo do Estado deveria cuidar com muito carinho da B.I.C.A. e não desfazer-se dela, entregando-a a seja lá quem for. ISTO É INADMISSÍVEL!
O Governo do Estado deveria inclusive responsabilizar-se pela lenta e progressiva dilapidação deste patrimônio que é a B.I.C.A. Por que será que uma biblioteca que existe desde 1950 possui hoje um acervo tão pequeno, incompatível com os seus 59 anos de idade? O que aconteceu? Queremos saber. E só o Governo do Estado pode nos responder.


EM 2010 A B.I.C.A. FARÁ 60 ANOS
POR ISSO MESMO,
COMO É QUE ALGUÉM PODE SEQUER PENSAR EM ACABAR COM A B.I.C.A. ?
E LOGO QUEM:
GOVERNADOR SERGIO CABRAL, ESTA ATITUDE NÃO CABE NA SUA BIOGRAFIA!
SEU PAI, ESCRITOR E GRANDE INCENTIVADOR E PESQUISADOR DA CULTURA DO RIO DE JANEIRO, NÃO HÁ DE CONCORDAR COM ISSO!

NÃO QUEREMOS A MUNICIPALIZAÇÃO
PORQUE NÃO QUEREMOS MUDANÇAS INÚTEIS, DE FACHADA
SAI O NOME “ESTADUAL” E ENTRA O NOME “MUNICIPAL”
O QUE QUEREMOS É NÃO PERDER NADA NEM NINGUÉM

E SERÁ QUE ALGUÉM VAI TER A CORAGEM DE PROPOR QUE A B.I.C.A. MUDE DE NOME E DEIXE DE SE CHAMAR BIBLIOTECA INFANTIL CARLOS ALBERTO (COMO QUISERAM SEUS PAIS) PARA RECEBER O TRISTE NOME DE BIBLIOTECA POPULAR, COMO TODAS AS BIBLIOTECAS DO MUNICÍPIO, QUE, ALIÁS, SÃO TÃO “POPULARES” QUE VIVEM ÀS MOSCAS, SEM CRIANÇAS QUE AS FREQUENTEM?

COMUNIDADE DO MÉIER/GRANDE MÉIER
PARTICIPEM DO MOVIMENTO CONTRA A MUNICIPALIZAÇÃO DA B.I.C.A.
NÃO QUEREMOS PERDER NADA NEM NINGUÉM

ESTE BLOG ESTÁ DE OLHOS BEM ABERTOS
LEIA TAMBÉM A AGENDA DO MOVIMENTO PRÓ-BICA



ATENÇÃO- aqueles amigos que não conseguirem postar comentários a este blog, enviem e-mails para bicadomeier@gmail.com e providenciaremos a postagem

http://omeiernaopodeficarsemabica.blogspot.com/

"UM DIA UM GATO" INESQUECÍVEL!

Direção primorosa:Vojtech Jasny-tecoeslováquia 1968

UM DIA UM GAtO.
"UM DIA UM GATO" INESQUECÍVEL!

Direção primorosa:Vojtech Jasny-Tecoeslováquia 1968

UM DIA UM GAtO um daqueles filmes...

...que precisam ser vistos por grandes platéias, devia passar no
Maracanã todos os dias, até que cada pessoa da cidade pudesse vê-lo e
levasse para casa por uns momentos(QUE FOSSE!), alguma reflexão sobre
a sua grandiosa, ousada e poética forma de dizer o que precisa ser
dito sobre a decantada "condição humana": autoritarismo, hipocrisia e
os desmanches da alma adaptada ao viver formatado-formatante
etecetera.
PODERIA FICAR tecendo elogiosas palavras até a eternidade, mas
...pesquisem ou tenham uma surpresa impactante VENDO O FILME! Sou do
tempo que a palavra valia. É o digo pro meu moloque. Não armo cilada.
EDUARDO
http://eduardoaffonsohistoriapoesiaetudo.blogspot.com/


CAIXA CULTURAL:
PROGRAMAÇÃO: À PELE DA PELÍCULA

DIA 16/06
18;30
SALA DE CINEMA 1
GRÁTIS
UM DIA UM GATO


P.S; A PROGRAMAÇÃO QUE TEM OUTRAS MARAVILHAS. PODE SER CONFERIDA :
www.caixacutural.com.br
R




sexta-feira, 5 de junho de 2009

DIA DA TERRA


05 DE JUNHO DIA DO MEIO AMBIENTE

PF Paratodos!!!

A bufunfa concentrada e bem desviada de cada dia....

Muitas vezes pensando as minhas besteiras chego a certas conclusões que me cabem desejar para todos como um ato possível de felicidade coletiva para o nosso BRASIL espoliado, mutretado e superfaturado!
OS 3 PF são um destes desejos, que como no caso clássico dos 3 mosqueteiros pode se ampliar e virar quatro:
PF- Polícia Federal: ampliar o quadro para 10 vezes o número de policiais e superintências regionais, equipamentos e poder de ação respaldado pelo judiciário; nem precisa dizer para quê, não é mesmo?...
PF-PRATO FEITO: todos os brasileiros comendo pelos menos 2 por dia, com sobremesa e pãozinho para a terceira refeição...
PF- Poder FISCALIZADOR: todas as Instituições do judiciário, executivo e legislativo fiscalizadas por dentro pela sociedade(transparência)
p.s caso isto não dê certo entra o DARTANHAN para agregar: troca-se À POPULAÇÃO: PF-POPULAÇÃO FRANCESA. Uma mudança mental. ô gente de cultura política sólida sô! Anarriê!!!

quarta-feira, 3 de junho de 2009

O VAMPIRO DE MAUTNER


Eis uma canção que vez por outra me pego cantando, de tamanha beleza poética, que a minha querida mãe adorava ouvir. CAETANO Veloso(TEM GENTE QUE NÃO GOSTA DO CARA, OK...), gravou com tamanho lirismo! Uma canção ideal para um dia frio!

Composição: Jorge Mautner

Eu uso óculos escuros pras minhas lágrimas esconder
E quando você vem para o meu lado, ai, as lágrimas começam a correr
E eu sinto aquela coisa no meu peito
Eu sinto aquela grande confusão
Eu sei que eu sou um vampiro que nunca vai ter paz no coração
Às vezes eu fico pensando porque é que eu faço as coisas assim
E a noite de verão ela vai passando, com aquele seu cheiro louco de jasmim
E eu fico embriagado de você
Eu fico embriagado de paixão
No meu corpo o sangue não corre, não, corre fogo e lava de vulcão
Eu fiz uma canção cantando todo o amor que eu sinto por você
Você ficava escutando impassível e eu cantando do teu lado a morrer
E ainda teve a cara de pau
De dizer naquele tom tão educado
"oh! pero que letra más hermosa, que habla de un corazónapasionado"
Por isso é que eu sou um vampiro e com meu cavalo negro eu apronto
E vou sugando o sangue dos meninos e das meninas que eu encontro
Por isso é bom não se aproximar
Muito perto dos meus olhos
Senão eu te dou uma mordida que deixa na sua carne aquelaferida
Na minha boca eu sinto a saliva que já secou
De tanto esperar aquele beijo, ai, aquele beijo que nuncachegou
Você é uma loucura em minha vida
Você é uma navalha para os meus olhos
Você é o estandarte da agonia que tem a lua e o sol do meio-dia

P.S ; quem estiver curioso pode baixar nos vídeos do Youtube: caetano veloso vampiro

SEGUE A CIFRA:

Vampiro




Tom: A
A E A E
Eu uso óculos escuros pras minhas lágrimas esconder
A E A E
E quando você vem para o meu lado, ai, as lágrimas começam a correr
A A A# B
E eu sinto aquela coisa no meu peito
B A# A
Eu sinto aquela grande confusão
E B7 E
Eu sei que eu sou um vampiro que nunca vai ter paz no coração
A E A E
Às vezes eu fico pensando porque é que eu faço as coisas assim
A E A E
E a noite de verão ela vai passando, com aquele seu cheiro louco de jasmim
A A A# B
E eu fico embriagado de você
B A# A
Eu fico embriagado de paixão
E B7 E
No meu corpo o sangue não corre, não, corre fogo e lava de vulcão
A E A E
Eu fiz uma canação cantando todo o amor que eu sinto por você
A E A E
Você ficava escutando impassível e eu cantando do teu lado a morrer
A A A# B
E ainda teve a cara de pau
B A# A
De dizer naquele tom tão educado
E B7 E
"Oh! pero que letra más hermosa, que habla de un corazón apasionado"
A E A E
Por isso é que eu sou um vampiro e com meu cavalo negro eu apronto
A E A E
E vou sugando o sangue dos meninos e das meninas que eu encontro
A A A# B
Por isso é bom não se aproximar
B A# A
Muito perto dos meus olhos
A E B7 E
Senão eu te dou uma mordida que deixa na sua carne aquela ferida
A E A E
Na minha boca eu sinto a saliva que já secou
A E A E
De tanto esperar aquele beijo, ai, aquele beijo que nunca chegou
A A A# B
Você é uma loucura em minha vida
B A# A
Você é uma navalha para os meus olhos
A E B7 E
Você é o estandarte da agonia que tem a lua e o sol do meio-dia

Acordes



A

123
X02220

A#

-----234
X13331

B

-----234
X24442

B7

1234
X21202

terça-feira, 2 de junho de 2009

A CULTURA DA PROBREZA E A POBREZA DA CULTURA (III)

:: Leandro Konder, professor da Pós-Graduação em Educação da PUC-Rio, lançou no dia 05 de novembro de 2008 o livro Memórias de um intelectual comunista. Ver notícia publicada no Jornal da PUC, no.211, de 04 de dezembro de 2008.

O filósofo Leandro Konder escreveu um maravilhoso artigo no CADERNO Idéias(JB) do último sábado, por acaso meu aniversário. Um presentão para ler. Resolvi colocá-lo aqui por considerá-lo uma ótima contribuição para discussão da série A CULTURA DA POBREZA E A POBREZA DA CULTURA.
O ARTIGO AQUI NA ÍNTEGRA. Deu um trabalhinho, que compartilho agora.

"NATUREZA HUMANA E PRIVILÉGIOS"
por Leandro Konder

COMECEMOS PELA NATUREZA HUMANA. Afinal, ele existe ou não existe? Em que medida ela pode ser modificada?

Se fosse feita uma pesquisa capaz de observar, empiricamente, milhões de pessoas, os pesquisadores achariam alguma coisa em comum, presente em todos os indivíduos, os que ainda existem e os que já existiram?

Assim como os homens têm dois olhos, dois braços, , duas pernas, nem por isso podemos dizer que, se uma infeliz intervenção cirúrgica amputar uma de suas mãos, o indivíduo poderá ter se transformado no Capitão Gancho, inimigo mortal de Peter Pan, mas não terá perdido aquilo que se convencionou chamar de "natureza humana".

Por outro lado, é evidente que, se um ser tiver somente uma perna, nem por isso terá deixado de pertencer à natureza humana.

No plano psicológico, o problema se complica ainda mais. Qunado a alma interfere no corpo, esse poder de interferência é que a torna completamente real.

Ao serem descobertos pelos navegadores europeus, estes se perguntavam qual poderia ter sido a oriegem dos povos nativos; e acreditavam que eles vinham da índia(por isso eram chamados de índios). Os europeus sabiam que deviam dispor de uma escala de valores para se orientar. Mas o impacto da conquista causou estragos consideráveis tanto no espírito dos índios como no espírito dos colonizadores.

Os valores não são em geral criados pelos indivíduos: são inventados pela comunidade. Mas a conquista ea colonização foram feitas por gente que destruía as comunidades indígenas. Ao longo de várias gerações , os espanhóis e os portugueses exploraram e oprimiram, os índios e os negros. Assumiam, com desenvoltura, o racismo que lhes convinha.

Pouco a pouco, foram se sofisticando, fizeram um aprendizado de hipocrisia. Aprenderam com seus correligionários ingleses e franceses a fazer concessões a retórica liberal. Condenaram( de boca para fora) procedimentos sórdidos, aos quais recorriam na prática.

Nossos antepassados insistiram há mais de um século na afirmação de que a sociedade brasileira não precisava fazer mudanças, porque já as havia feito. Não carecia de reformas porque já era uma república, que estava sendo reformada pelo progresso.

República, como nome já indica, res pública, a "coisa pública". Nossos teóricos inventaram coisa melhor: quando a "coisa p´ublica" dava lucros imponentes, era tratada como "coisa privada" e seus proventos eram desviados para o bolso dos muito ricos, sob a alegação de que , já tendo roubado muito, eles roubariam menos que os outros.

O maior orgulho dos donos do país é a sinceridade com que eles argumentam: "Somos muito francos. Sabemos que o mito de um regime democrático-igualitário tem feito muito mal à humanidade ". E acrescentam: " Os homens são por natureza desiguais. Então a distribuição da riqueza só pode , sensatamente, respeitar e consagrar a desigualdade".

O filósofo Antônio Gramsci, italiano, dizia que, para entender o pensamento político de uma criatura , o que se pode fazer de mais razoável é perguntar a ela se acredita em algum tempo , no futuro, vamos edificar uma sociedade na qual não existirão nem mandantes, nem mandatos. Se, porém, a criatura for pessimista e declarar que "vai ser sempre assim", e insistir em aceitar resignadamente o privilégio dos que exercem o poder, então ela estará contribuindo para que o privilégio se perpetue.

Hoje, o privilégio não só perdura como posa com firmeza sobre um terreno sólido e amplo, que nós, democratas, socialistas, infelizmente conhecemos mal. Lembro que Marx, no século 19, escreveu: " Os filófofos se limitaram a interpretar o mundo; tratá-se, porém, de transformá-lo". Nas atuais condições , podemos-provocadoramente-dizer que os revolucionários não conseguiram, em geral, revolucionar a sociedade, como pretendiam.

Trata-se de conhecê-la, de interpretá-la de maneira mais efetiva, para transformá-la.

A CULTURA DA PROBREZA E A POBREZA DA CULTURA (II)

UM CLÁSSICO de Dashiell

Divertido e comovente o livro que estou economizando para que não termine logo 'VAGABUNDOS ILUMINADOS" ,de Jack KerouaK . O liVRO também é muito esclarecedor para "sentir" UM POUCO DA VISÃO BEAT em relação ao sucesso que Kerouac parecia NÃO QUERER ao analisar a cena da poesia americana à época. Um aviso, Kerouak é um cara que respeito, mas olha só como ele ataca outro escritor, DASHIELL HAMMETT(autor do sensacional cult O Falcão Maltês), que teve a vida quase destruída pelo senador Joseph Mc Carthy, promotor com a turma de Nixon "da caça as bruxas" nos anos 50. OUTRAS FIGURAS MAIS OU MENOS CONHECIDAS POR AQUI TAMBÉM APANHAM POR PACECER UM TREMENDO PECADO DAR CERTO, VENCER... Veja só...

"(...) "O Marechal Dashiel* está muito ocupado deixando a barba crescer e levendo o seu MERCEDES BENZ a Coquitéis em Chevy Chase** e perto do obelisco de Cleópatra; O.O.Dowler é carregado por toda Long Island a bordo de limusines e passa seus verões tremendo na Praça de São Marcos, e que merdinha complicada, infelizmente ele consegue ser um dândi com roupas da Savile Row***, de chapéu -coco e casaca, e no que diz respeito a Manuel Drubbing, ele joga moedas para ver quem vai se dar mal nas resenhas, e de Omar Tott não tenho nada a dizer. Albert Law Livington está ocupado assinando cópias autografadas de seus romances e enviando cartões de Natal para Sarah Vaughan...(P.198)
CONTINUA.
*Dashiell Hammett:escritor que serviu na Primeira Grande Guerra Mundial e depois depois se tornou roteirista de Hollywood(N. do T.)
**Chevy Chase: bairro nobre na capital dos Estados Unidos, Washington D,C (N. do T.)
***Savile Row: rua em Londres Conhecida pelas lojas de roupas refinadas para homens(N. do T.)

A CULTURA DA PROBREZA E A POBREZA DA CULTURA (I)

Legenda:Um ótimo material sobre a malandragem,
"A ópera do Malandro, de CHICO BUARQUE)

DIANTE MÃO VOU AVISANDO QUE ESCREVO LIVREMENTE, sem querer ofender ninguém, nenhuma pessoa ou instituição, credos e cristalizações de cunho pessoal. Mas chateia ficar ouvindo a mesma choradeira de sempre. Gente que fica reclamando que "não tem nada por ser perseguido ou esquecido", ou por não querer "se meter em nenhum esquema político" ou por "não querer estar fazendo nada para ninguém, que tem dinheiro sabe-se lá como, ou " QUE MUDANÇAS", que são conquistadas num processo histórico de muita luta e suor, que não ocerrem...como se estivéssemos ainda nas condições do séc. 19.

Também é esquecida por essa gente iluminda e incompreendia "PELO SISTEMA"(Deus o que será esse tal sistama?!!!), genial mesmo, que a criatividade é a única moeda que o povo tem para SOBREVIVER(além do esforço). Com cada vez mais inventivamente, "HERÓIS ANÔNIMOS" surprendem . Ah, sim e mais: que a gente precisa rebolar muito para encontrar um jeito de sobreviver, muitas vezes ciente da mais- valia aplicada impeidosamente. MAS... nem por isso JUSTIFICA-SE A IMOBILIDADE ou o inconformismo dos puros, não querendo partilhar das soluções para si mesmos. Como dizia o velho Raul " TENTE OUTRA VEZ" e " NÃO PARE NA PISTA É MUITO CEDO PRA VOCÊ SE ACOSTUMAR" Coisas que muitos amigos parecem entender, mas não praticam, infelizmente...

Tudo bem que as tradições culturais existem, a religiosa, serve como exemplo: "DAI A CESÁR O QUE É CESÁR", O REINO DE MEU PAI NÃO É AQUI" , ETECETERA... Na justificativa da cultura, há também a ideia de que "todos os pobres são honestos" , "o intelectualidade toda está comprada e cabe no bolso do mercado". ARRE! Com o dizia o Pessoa, Estou farto de semideuses!!! Por ai vai...Tem aquela história da sitação do "talento injustiçado", da "busca de um reconhecimento que nunca chega", "a invisibilidade do artista pobre, perseguido". Para este mal a vida de VITALINO poderia servir de antídoto, já que genialidade não escolhe berço. Mas deixa pra lá... (CONTINUA)