sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Só espero que um dia ele também leia SALLINGER

Para sempre guardarei as tuas palavras, velho amigo de muitas horas de pensamento. Digo que por toda a minha vida estarei contigo como se todos os dia fossem "um dia perfeito para os peixes bananas", que aliás já brinquei na praia com o meu amado filho Miguel. Não vou me alongar nesta emoção arrebatadora da tua passagem. Obrigado velho camarada!
p.s; Quem não leu corra que ainda é tempo de ser "o gargalhada" ou estar nas histórias do maior de todos os craques J.D. SALLINGER.
Basta digitar http://www.editoradoautor.com.br e fazer o seu pedido.

Luto
Morre o escritor J.D. Salinger, autor de 'O apanhador no campo de centeio'

Publicada em 28/01/2010 às 16h26m
O Globo



O escritor americano J.D. Salinger me uma de seus poucos registros/ Arquivo - O Globo

RIO - Morreu, aos 91 anos, J.D. Salinger, o legendário autor, herói da juventude e fugitivo da fama cujo livro "O apanhador no campo de centeio" chocou e inspirou um mundo do qual ele gradativamente foi se afastando. A informação sobre a morte na quarta-feira foi divulgada pelos jornais americanos nesta quinta.

Salinger morreu de causas naturais em sua casa, declarou seu filho através de um comunicado divulgado pelo agente literário do escritor. Há várias décadas, ele vivia em um exílio voluntário em uma pequena casa na remota cidade de Cornish, no estado de New Hampshire, nos EUA.

'O apanhador no campo de centeio', de J.D. Salinger, é referência em filmes, músicas e até atos violentos

No Brasil, livro ia se chamar 'Sentinela do abismo'. Leia no Prosa Online

"O apanhador no campo de centeio" com seu imortal protagonista adolescente, o rebelde Holden Caulfield, foi lançado em 1951, época de conformidade com a Guerra Fria e do nascimento da adolescência moderna.

Holden logo se tornou o mais famoso anti-herói da literatura americana. O número da vendas do romance é impressionante - mais de 60 milhões de cópias no mundo todo - e seu impacto é incalculável. Décadas após sua publicação, o livro continua sendo uma expressão determinante do mais americano dos sonhos - nunca crescer.

Salinger escrevia para adultos, mas adolescentes de todos os lugares se identificaram com os temas tratados no romance, como alienação, inocência e fantasia. "Apanhador" apresenta o mundo como uma luta sempre injusta entre a bondade dos jovens e a corrupção dos mais velhos.

Em seguida, diversos livros e filmes, como "Rebelde sem causa", e incontáveis canções de rock ecoaram a mensagem de Salinger. Um dos maiores anti-heróis dos anos 1960, Benjamin Braddock, de "A primeira noite de um homem", não era senão uma versão mais branda do narrador de Salinger.

O culto ao livro tomou um rumo trágico em 1980, quando o perturbado fã dos Beatles Mark David Chapman matou John Lennon, citando a obra de Salinger como inspiração, declarando que "esse extraordinário livro traz muitas respostas".

Já no século 21, o interesse por Holden tornou-se relativamente mais brando, mas o livro de Salinger permaneceu com lugar cativo nos currículos escolares e discutido em várias páginas na internet e em sites de relacionamento, como o Facebook.

Os outros livros de Salinger não se compararam a "Apanhador" em influência ou vendas, mas eles continuam sendo lidos, com grande afetuosidade e intensidade. Entre eles, estão a coletânea "Nove histórias" e o romance "Franny e Zooey".

Ele escreveu ainda os romances "Carpinteiros, levantem bem alto a cumeeira" e "Seymour, uma introdução", ambos retratando a neurótica (e ficcional) família Glass, que aparece em boa parte de seu trabalho. Sua última história a ser publicada foi "Hapworth 16, 1928", que saiu na revista "The New Yorker", em 1965.

Em 1997, foi anunciado que "Hapworth" seria replublicada como um livro - gerando uma crítica negativa do "New York Times". O livro acabou não sendo lançado. Em 1999, um vizinho de Salinger de New Hampshire, Jerry Burt, declarou que o autor teria dito a ele, anos antes, que tinha escrito pelo menos 15 livros nunca publicados, que ele guardava em um cofre dentro de casa.

- Adoro escrever e garanto a você que escrevo regularmente - disse Salinger em uma breve entrevista à revista "Advocate", em 1980. - Mas escrevo para mim mesmo, para meu prazer. E quero que me deixem em paz para fazê-lo.
Biografia

O escritor americano J.D. Salinger e exmeplares do seu clássico 'O apanhador no campo de centeio'/ Foto AP

Jerome David Salinger nasceu no dia 1º de janeiro de 1919, na cidade de Nova York. Seu pai foi um rico importador de queijo e carne e a família viveu por muitos anos na famosa Park Avenue.

Assim como Holden, Salinger foi um aluno indiferente com um histórico de problemas em várias escolas. Ele foi mandado para a Academia Militar de Valley Forge aos 15 anos, onde escrevia à noite com uma lanterna sob os lençóis e eventualmente conseguiu seu único diploma. Em 1940, ele publicou sua primeira ficção, "The young folks", na revista "Story".

Salinger serviu ao exército de 1942 e 1946, carregando uma máquina de escrever na maior parte do tempo, escrevendo "sempre que encontrava tempo e uma trincheira desocupada", disse ele a um amigo.

Holden apareceu pela primeira vez como um personagem na história "Last day of the last Furlough", publicada em 1944 na "Saturday Evening Post". Os textos de Salinger foram publicados em diversas revistas, especialmente a "New Yorker", que deu trechos de "Apanhador".

Depois de lançado, o romance tornou-se um best seller rapidamentente, com uma série de críticas exaltando-o. O jornal "The New York Times", por exemplo, afirmou que a obra era "um livro de estreia extraordinariamente brilhante".

Assim, o mundo clamava por Salinger, mas ele deu as costas para a fama. Em 1952, já havia se mudado para Cornish. Três anos depois, casou-se com Claire Douglas, com quem teve dois filhos, Peggy e Matthew, antes de se divorciar em 1967. Salinger também foi casado, por pouco tempo, nos anos 1940, com uma mulher chamada Sylvia, mas pouco se sabe sobre ela.
Exílio

Nos anos que se seguiram, o escritor se recusava a dar entrevistas, instruindo seu agente a barrar correspondências de fãs e passando boa parte de seu tempo escrevendo em casa.

Apesar de Salinger ter considerado uma adaptação de "Apanhador" para o teatro, com o próprio autor no papel de Holden, ele recusou diversas ofertas para transformar o livro em filme, incluindo propostas de nomes como Billy Wilder e Elia Kazan, assim como Steven Spielberg.

Salinger ficou ainda mais célebre por rejeitar a fama. Em 1982, ele processou um homem que teria tentado vender uma entrevista fictícia com o autor para uma revista americana. O impostor aceitou parar a negociação e Salinger desistiu do processo.

Cinco anos depois, outra ação legal de Salinger resultou em uma importante decisão da Suprema Corte Americana. O tribunal não permitiu a publicação de uma biografia não autorizada, escrita por Ian Hamilton, que utilizava cartas nunca publicadas do escritor. Salinger registrou os direitos das cartas quando soube do livro de Hamilton, que foi lançado em uma edição revisada em 1988.

Em 2009, Salinger entrou com um processo para impedir a publicação do livro "60 years later", de John David California, uma sequência não autorizada de "O apanhador no campo de centeio", que imaginava Holden aos 70 anos.

Contra a vontade de Salinger, em 1998, a autora Joyce Maynard publicou seu livro de memórias "At home in the world", em que detalhava seu romance com Salinger, de oito meses de duração, no começo dos anos 1970, quando ela tinha menos da metade da idade do escritor. Ela o descrevia como dono de uma personalidade controladora com excêntricos hábitos alimentares, além de contar detalhes de sua vida sexual problemática.

No ano 2000, uma das filhas do escritor, Margaret Salinger, publicou o livro "Dreamcatcher", em que mostrava o pai como uma pessoa reclusa e desagradável, que bebia a própria urina e falava através de dialetos.

Na época do lançamento, Margaret declarou que havia escrito o livro porque estava "determinada a não repetir com meu filho o que foi feito comigo".

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

resenha Chega lá

RESENHA Chega lá!
Com os meus agradecimentos aos colegas, amigos e ai vai uma boa notícia! Esta resenha foi muito bem obrigado na avaliação !
Uma colega me pediu para ler. Republico-a para facilitar o achado.
EDU










UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA






Eduardo Pimentel Affonso




TURMA:K




TRABALHO PARCIAL Nº1




TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.






Niterói
2009






O Magnetismo Sedutor da Boa Vizinhança abaixo da linha do equador, ou: - do é que eles tanto riem?...pergunta de boa juntura Frankliana, quem sabe, para o futuro aprofundamento dos elementos de uma marcante imagem.


Eduardo Pimentel Affonso



TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras,2000.



Ainda antes de cruzar o primeiro parágrafo do fundamental trabalho de pesquisa de Pedro Paulo TOTA, a intrigante imagem da capa do livro, O Imperialismo Sedutor, destaca uma pintura reproduzida de uma foto durante uma visita em Natal(1943). A imagem forma um enigma, que salta o olhar atento para uma reflexão duradoura. Ela está fundamentada num marco histórico de valor inegável. A legenda da imagem, localizada nos anexos iconográficos do livro, descreve: “Roosevelt, Vargas e militares americanos e brasileiros na base americana de Natal, conhecida como Paramirim Field. (...)Neste encontro negociou-se a participação do Brasil na guerra.”

O velho e surrado bordão, “uma imagem vale mais do que mil palavras”, que em parte alguma serve à história(sem a devida investigação), deve, entretanto, ser utilizado como uma bela provocação estética. TOTA serve um prato cheio para condimentar análises: dos elementos que constituem poderosamente uma imagem. Não sendo esta uma imagem qualquer(exibida simplesmente para vender um livro, embora não exista pecado algum em atrair o leitor), ela na verdade, deve corresponder a significados que TOTA introduz no livro, que pode ser, por exemplo, um convite à beira do Atlântico para um banquete de perguntas indigestas que não calam diante do tempo.

Um daqueles peixes grandes expostos a mesa, que leva-nos a duvidar num primeiro olhar, se serve ou não para uma ceia muito aguardada, “desjejum desenvolvimentista” para saciar o apetite de um gigante “despertado” nos anos 30 por VARGAS. O gigante ganhara ainda mais interesse para o Tio Sam, dez anos após a revolução, com seu apelo além fronteiras para lutar a guerra lado a lado. “I want you for U.S. army”! Apelo de amizade, gesto maturado por Roosevelt, da filosofia prática(A Política da Boa Vizinhança),de Benjamim Franklin, que dita: “Quando se pretende fazer uma boa mesa e os extremos das tábuas não se adaptam bem uns aos outros, compete ao artífice tirar um pouco de cada uma e fazer uma boa juntura”(The Story of American Philosophy, 1960,p.37). TOTA diz ser inegável a virada cultural com a guerra.

Perguntas de um alinhamento, “mesa em pé”, que poderiam ser as seguintes em relação a foto(pintura), reflexos da sua permanência futuro afora: -Quem são esses homens vestidos poderosamente de branco? -Porque as posições deles estão trocadas? -A quem interessava divulgar este ícone? -Quem a produziu? -Em que contexto ela foi gerada? Uma mensagem de forte poder interrogativo, como algo que não passa estômago adentro, parece pesar mais ainda:- Do que Roosevelt e Vargas, ladeados por staff militar, tanto riem? Com A Política da Boa Vizinhança, Franklin aponta ainda: “Se não tens um temperamento afável, mostra que és afável, é possível que a aparência se transforme em realidade”.(The Story of American Philosophy, 1960,idem).

Este é o primeiro ponto positivo de TOTA. Já de cara instigar-nos a não engolir o peixe sem antes observar as zonas espinhosas. O pesquisador, naturalmente, relacionado com as intenções editoriais de divulgar bem o seu livro, encaminha-nos para um mergulho numa impressionante construção de relações. Relações baseadas entre uma grande democracia liberal, com um Estado nada liberal banhado pelo Atlântico sul maravilha(fazer se encaixar, lembra?) É preciso fazer com toda propriedade eco a apresentação do livro por Mattehew Shihirtis. "O Imperialismo Sedutor é uma obra inovadora de como opera do imperialismo".-diz ele. E é mesmo! Uma intensa ponte aérea se deu início, mas sem dar em conta o intercâmbio científico.

Na mesma trilha de análise do imperialismo ianque atuante na região nesse tempo de guerra, “imperialismo de espírito de colaboração elevado”, mas nem tanto, está o bom trabalho de duas décadas antes, de Gerson MOURA,- Tio Sam chega ao Brasil, Editora Brasiliense, São Paulo, 1984. A curiosidade é que Antonio Pedro TOTA, autor do excelente trabalho com o Imperialismo Sedutor, ampliou o tema com anexos iconográficos, pesquisas dentro e fora do país, fazendo um livro de fácil divulgação histórica e compreensão(evoé!), como o boníssimo compacto livro de MOURA.

Mais um ponto! Alguém que não descreve, descreve, descreve....e ainda é compreensível! Faz a gente, enquanto lê, querer ouvir, por exemplo: Carmem Miranda, o epsódio do Cassino da Urca é analisado por TOTA, (“disseram que voltei americanizada”), seguir, Villa Lobos, Dick Farney, criticado por José Ramos Tinhorão, como um arremedo americanista. Ianquismo, influenciador por aqui já em 1919, que de Lima Barreto denuncia na abertura do livro.


É muito interessante a perspectiva lançada por TOTA dos inúmeros intelectuais, que justificaram e participaram da política do Office- Office Of Inter American Affair , servindo ao governo americano como chefes locais, tradutores, músicos, expositores em feiras e em atividade de audiovisual ou justificando “no problem”. A grosso modo, a esteira do “modernismo antropofágico” já estava esticada por Oswald de Andrade para comer o gringo americano(bispo Sardinha?), como no Manifesto do Pau Brasil(1922). O desenvolvimento dos ajustes, certas confusões a respeito da nossa cara(em relação as peculiaridades culturais latino americanas)são exemplificadas por TOTA muito bem. Uma elaboração do Office.

Nascido em 1942, TOTA é contemporâneo do tema do americanismo por aqui, nasce exatamente no ano em que a guerra já havia eclodido na Europa, momento em que o Office já começara a agir e expandir seus tentáculos (desde 1941). TOTA dialoga com as fontes muito bem, com o tempo em que cresceu menino de cidade do interior. Numa dessas pequenas cidades que enviam sargentos para morrer em guerras, em cidades que ficam onde não se sabe bem no mapa. O que faz lembrar Joel Silveira, que conhecia profundamente a composição da FEB e a vida das soldados no front italiano. Escreveu sobre muitos personagens desconhecidos, mortos que não brilham na política cultural da aliança entre EUA e o Brasil.

TOTA demonstra que o mundo anglo-saxão estava perdendo espaço com os ingleses encurralados no norte da África pelos soldados da Alemanha do Marechal Rommel. O tempo em que capitaneados por Roosevelt, os americanos buscavam reverter a seu favor as oportunidades que sobravam na América Latina, último local fora do mundo em conflito e fora, inclusive, do seu próprio território, de seu mercado interno, onde poderiam ampliar “um senhor mercado” com uma boa estratégia pacífica, dando um chega pra lá nos interesses do EIXO e da Alemanha, de quebra. TOTA demonstra a preocupação com os estados do sul do Brasil, simpáticos a causa nazista e desenha uma possível intervenção americana, planejada como plano B.

TOTA pesquisa, levantando aspectos positivos e negativos, das produções culturais em exposições, jornais, programas de rádio, filmes e documentos oficiais entre 1941-45. É o curto período, de intensidade avassaladora, que entrou no Brasil a máquina de propaganda do Tio Sam através do O Office, que promove intercâmbio, de produções positivas e negativas(não será possível declinar a exceção sensível marcante, da Fotógrafa Genevieve Naylor, um capítulo inteiro merecido, está disponível no livro: Poses e Fragrantes-Ensaios sobre história e fotografia, de Ana Maria MAUAD- EdUFF-2008). Também, por questão de necessidade de aprofundar a pesquisa, vendo os filmes citados por TOTA, prefiro não comentar a participação de Walt Disney, que a princípio considero muito mais impactante pelo valor da imagem animada.

A “quinquilharia cultural”, impulsionada por uma intensa comunicação de massa, jamais percebida em curto período, chegaria por aqui substituindo a França, formadora da nossa elite intelectual. O que me faz pedir licença para arriscar um verso meu, neste ano comemorativo, aberto pelas luzes dos fogos, glamour, do ano da França no Brasil: “Vive la France! A França é nossa herança. Nossa farsa, nossa pança!” Com pretensão de difusão cultural recheadas de segundas intenções marcantes, entretanto, ótica assimilada para troca de interesses estratégicos do Brasil, o ideário da Política da Boa Vizinhança, imperialismo sucedido da vez e da hora, apresenta realizadores e estrelas dirigidas pela impulsividade de, criatividade e poder do milionário wasp Nelson Rockefeller, apoiado incondicionalmente por Roosevelt. TOTA destaca o importância do milionário, que a princípio movido por interesses de ampliação de seus negócios na América Latina(Standard Oil), cria um plano que alavanca amplos interesses, inclusive energéticos(General Eletric). Empresa privadas americanas de grande porte darão suporte publicitário as ações do Office.“O combate ao germanismo deveria ser feito via mercado”(p.53).

A sua obra de TOTA não está presa numa só corrente de análise. TOTA usa Gramsci e Toqueville, o último faz uma análise do americanismo. TOTA mesmo citando estatísticas econômicas, sem se prender a elas, deixa claro que o conceito de imperialismo, adjetivado como “sedutor”, está presente numa estratégia para envolver corações e mentes, para “dominar economicamente”. Numa filosofia para ganhar a almas brasileiras por meios sutis, caracterizado pela comunicação de massa e cultura, baseada no modo de vida da classe média americana. Mas que “entendia”, que o espírito Wasp precisava criar condições de expansão na chamada outra América, católica, sem democracia e muito afetuosa em relação ao estrangeiro e as novidades de além mar.

Nas exatas aspirações do sonho da sociedade de consumo deles, “a outra América”, a que eles imaginavam que copiaríamos(será?) através do chamado “American way of life”. Cujos fracassados não entram no brinde dos bem sucedidos, com a licença poética: “Um beijo nas crianças e um martini servido pela esposa, depois de voltar a noite da guerra. Nem sempre voltarei, queridos. Um dia pode ser que volte enrolado numa bandeira”. TOTA demonstra o desagrado por retratos que não demonstrem a sociedade americana como um exemplo a ser seguido pelo mundo. O diretor de cinema Henry Ford é contratado pelo Office, desde que não repita nada com o teor realista, o realismo do seu magistral filme “As Vinhas da Ira”(1940), baseado no romance de John Steinbeck(Pulitzer,1939).

Refeito, naturalmente, o pesadelo da crise de 1929, que na crista da onda trouxe no seu bojo a incrementação do entretenimento e o fortalecimento da indústria da produção de mitos na América do Norte(mas porque será que não trouxeram o jazz?), da ideologia(o Office é uma fábrica de ideologias), o audiovisual foi usado para aproximar diferenças e imprimir o ritmo do charme e da simpatia via Office. O rádio e o cinema, mascarados por Rockfeller como “relações culturais”, foram usados como uma maneira de dar camadas médias a impressão de que haviam “muitas coisas” que nos aproximavam.

A primeira era o fato de sermos todos americanos, faríamos parte de uma América, outra, mas que se integraria aos benefícios “do progresso” como uma questão de tempo. A Feira de New York(1939), New York Word`s Fair , em que o Brasil participou com ampla gama de produtos naturais, música e arquitetura, apontava esse caminho. Muitos intelectuais acreditavam”que a modernização brasileira deveria seguir o modelo americano”(p.95).

É bom “lembrar”, que seres de sorriso fácil, sedutor, e aparentemente inocente dos anos 20 já habitavam por aqui, como Louis Armstrong, Shirley Temple ou ícones mais maduros e românticos como Rudolph Valentino(latin lover) ou dá própria ocasião como o furacão feminino, Rita “Gilda” Hayworth, eleitos no imaginário do ocidente, mas com muitos matizes e poucos questionamentos sobre as suas próprias vidas numa sociedade altamente competitiva e fracionada. Tudo que estava por trás de seus papéis, numa sociedade que seria sutilmente vendida como a ideal para toda a humanidade em tempos de guerras, de grandes ou pequenas proporções no espaço terrestre não importava.

Afinal, a cultura sempre chega antes dos soldados, através de outras armas e pode até prescindir deles. O que em si, conforme o espírito do capitalismo, é um negócio grande e bem fechado, que envolve a emoção(entretenimento, lucro alto), mas que foi antecipadamente racionalizado para não parecer ou ser simplificado como a única intenção de lucro rápido e fácil para um curto prazo. A cultura é um elemento de permanência. Como ela é também, um bem não material, dever ser medida em dimensão fora da emoção, que causa coletivamente efeitos e que se acumula no tempo da vida de cada pessoa no cotidiano. MAS não só os dividendos da produção dela vão para os bancos. Todas as indústrias fora dela também lucram muito junto com o Estado e a sociedade a qual pertencem todos “esses valores”.

TOTA é muito bom em lembrar-nos disso, durante todo livro Rockieffeler é o potagonista da Política da Boa Vizinhança. Busines is busines. Um businesisman vai cuidar pessoalmente de como organizar uma ação eficaz que leve em conta os meios para obter resultados para a sua classe de homens, os que dominavam os negócios do seu país. A superação dos antagonismos sempre contornado pelo “pragmatismo americano”, foi uma outra lição que parte da intelectualidade à época herdou com facilidade. Enquanto que para os americanos a superação dos antagonismos sempre esteve diretamente ligado ao pragmatismo dos seus interesses estratégicos a longo prazo. Não há portanto nisso nenhuma contradição, que não possa ser superada ou adaptada as regionalidades e as demais condições da identidade de cada nação.

TOTA aponta-nos, que “os capitalistas americanos ofereciam-nos, com aparente sinceridade, uma associação para superarmos o atraso. Mas muitos latino- americanos tinham dúvidas se essa era realmente uma via para o desenvolvimento”(p.187). Os americanos que se surpreenderam, em especial Rockieffeler, com as nacionalização do petróleo, por Cárdenas no México. Eles não pareciam entender, cada realidade num processo histórico específico. TOTA finaliza, “ um povo só incorpora um determinado valor cultural se ele fizer sentido no conjunto geral da sua cultura”. O que também serve para os americanos. “Jacksomos brasileiros”, parafraseando o Lenine. Um criativo compositor, cidadão do mundo, que faz embolada das intenções e insuperáveis contradições da vida neste lado da América cheia de swing nas veias

Centro Cultural Mario Quintana



Hotel MAGESTIC, quarto de MÁRIO Quintana-Porto Alegre-2004

1994


Uma rádio de pátio na Faculdade onde trabalhava emitia jazz. mpb, soul, eruditas, informações muito raramente lidas pelo sujeito da foto(nego que seja eu!) , para fora do coração. Nos fins de semana o Baiano LOURIVAL do Bar da Rua do Imperador(realengo) gravava as fitas que pedira a ele. RETIBUIA com a minha letra boa de forma nas fitas que ele gravava para o pessoal que pedia.

Em 2000 -brasil 500 anos!

GAMA FILHO - FORÚM DE HISTÓRIA, em algum lugar do tempo


Mário , eu e Marden agora é pra valer!

Contra capa do ARQUIVO MORTO




Texto bem carinhoso da minha querida amiga Simone Barra.
CAPA:
link e leia:http://eduardoaffonsohistoriapoesiaetudo.blogspot.com/2009/02/arquivo-morto-poemas.html poemas.html

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

parlavra que colho ao fácil 1

Parlavra que colho fácil 1

Num velho papelzinho da gráfica JBIG anotara faceiro a palavra idiossincrasia,possivelmente do Aurelhão:

1-Disposição do indivíduo, que o faz reagir, de maneira muito especial, a ação dos agentes externos;
2-maneira de ver, sentir, reagir de cada pessoa.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

TIRO NO ASSUNTO

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
TIRO NO ASSUNTO



Remover cada traço da inconstância
avançar até o mais alto grau da têmpera
cortar em pedacinhos relações amorfas
Vencer o tédio!
fugir dos hipócritas!
Dar um beijo na felicidade
um abraço no amor
E
um tiro no assunto!
EA
P.S.Para Picasso com o trabuco na mão, todas as possiblidades na cabeça e em guarda ao coração!

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Pós-ia, mas decidiu ficar por aqui mesmo....




"uns


exatamente


iguais


outros


perfeitamente


semelhantes"


EA

PS>pós-ia mas decidiu que não fazia muita diferença...

Glauber roxo!


Eu que sou Glauber roxo achei num papel na minha gaveta uma maravilha da fala dele( sempre presente na minha cabeça antiquada), que exponho agora sem maiores transes, se não me engano foi pinçado do livro que depois cito a fonte por estar longe do exemplar. Faz um tempo revi uma das maravilhas do cimema mundial TERRA EM TRANSE, que ganhou cópia digitalizada numa das granas mais bem aplicadas em obra de profundidade intelectual incontestável pela PETROBRÁS.


"Contesto a objetividade porque ela é um produto da racionalidade, que nego estruturalmente. Sou metafórico e barroco e assumo isso. A metáfora é linguagem da poesia, o nível mais profundo da linguagem. E o barrroquismo é a incorporação do sexo à vida. O que existe é um racionalismo linguístico por parte das pessoas. Estão todos condicionados a ouvir e eu estou dispostoa dizer o que penso, memo que errre"

Glauber Rocha

p.s. saiba mais...

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

UTOPIA TODO DIA

..."a vida é sonho"-Pedro Calderon de La Barca

AMIGOS contemporâneos...Um novo ano. Vivenciamos este tempo que passa junto conosco sempre buscando melhorar as coisas, contribuindo com algumas das nossas ações como educadores e cidadãos ao lado da nossa escolha como historiadores, jornalistas, sociólogos.....Mas acima de tudo seguimos fazendo amigos, revendo velhos camaradas e recriando formas de encontrar de fato pessoas com quem dialogar de forma amigável, aberta e sem grandes sedimentações redutoras do conhecimento e da vida. AQUELAS pessoas que possam rir de si mesmas e duvidar das ideologias sem maiores consequências são sempre bem vindas em qualquer que seja o tempo!PENSO que isso que realmente tem algum valor na amizade. É justamente a possiblidade de conservar a utopia, o que realmente importa, também na amizade através do tempo. As outras questões parecem não existir diante desta concretude inabalável que torna tudo matéria de sonho, de encontros. Alguém JÁ DISSE QUE A VIDA É SONHO.Vejam QUE NÃO EXISTE REGIME POLÍTICO QUE SOBREVIVA ao homem que sonha que a sua existência trancende a realidade dura dos sistemas, que ele pode com as palavras, articuladamente, destruir o castelo de cartas de qualquer poder.O homem com a sua poesia vence as demandas das conjunturas e transforma aquilo que desejar profundamente. Alguém duvida? Mas esse homem só é capaz de fazer isso com outros poetas. Só, completamente só, com as palavras ou imagens nada pode fazer. Nem mesmo é capaz de sobreviver sem trocar olhares, abraços e de dar novas pigmentações a esperança na arte que é viver em grupo! Estou cada vez mais convencido de que nada sei de história sem historiadores para dialogar. Estou mesmo convencido ainda de que nada saberei da vida se ela estiver em mãos que não acenam saídas para a humanidade em qualquer que seja o ofício! O ego SÓ PODE mesmo sucumbir diante da maravilhosa forma do ser ridículo, que dimensiona o conhecimento ainda por vir para ser usado coletivamente a serviço da quebra das mistificações e de versões da verdade que serão superadas, por exemplo... Bom, amigos, desejo-lhes que conservem a utopia. POIS ela não é uma ciência e não pretende explicar nada. Somente sobreviver nos corações e mentes humanas, caso seja mesmo impossível! SENÃO...não há a mínima graça! SEMPRE ao lado da paz e do amor como formas de inteligência capazes de fazer prosperar a UTOPIA. EA
p.s; Com essa peça, Pedro Calderón de La Barca (1600-1681) entronizou definitivamente o Barroco no teatro espanhol, O teatro, aliás, foi a maior expressão do Barroco, pois nele se potencializa a idéia de que se vive um sonho que vai desfazer-se no final. Ou, talvez, a ilusão perdure, e a dúvida não se desfaça: Eu sou eu assistindo ao teatro, ou estou no palco pensando que o teatro é a vida? A peça está fortemente carregada pelo sentido dramático do homem seiscentista, que descobre não ser o centro do universo, e que toma consciência de que tudo é efêmero e vão, o tempo é fugaz, as coisas mutáveis, nada perdura – e, ao mesmo tempo, ele se sente profundamente apegado às riquezas do mundo e aos prazeres da vida. O protagonista da história é o príncipe Segismundo, que, desde o nascimento foi condenado a um terrível destino: encerrado pelo rei seu pai numa torre, ali viveu até a juventude, conhecendo apenas um ser humano, o seu carcereiro. A essas alturas da história, o rei (Basílio) percebe que talvez tenha cometido um erro com tal atitude e resolve tirar o filho da prisão e testá-lo, para ver se ele merece ser seu herdeiro. Tem medo, porém, de que o desventurado príncipe demonstre má índole e incapacidade de governar – caso em que terá que retornar à prisão, e esta lhe seria mais dolorosa do que jamais fora, depois de ter vivido na suntuosidade e conforto do palácio real. Para que seu filho não sofra essa desilusão, Basílio resolve usar um estratagema: o carcereiro deverá ministrar a Segismundo uma droga muito forte que o fará dormir profundamente e, depois, acordar como um príncipe em um luxuoso quarto no palácio de seu pai. Seria um sonho? É espantoso o que admiro... / é tanto que já não creio... / Eu, em telas e brocados, / eu, cercado de criados, / um leito de sedas, / gente pronta a me vestir... / Não sonho? Ou sim? / Que houve enquanto eu dormia? E aqui vem a idéia de poder e dissimulação do teatro (e da vida?): Não quero o poder fingido, não quero pompas fantásticas, ilusões inúteis. Já vos conheço, e sei que é o que acontece quando sonham. Mas para mim acabaram as ilusões; estou acordado, sei muito bem que a vida é sonho. Segismundo, depois de ter experimentado as honrarias e pompas no palácio de seu pai, é levado novamente a dormir sob o efeito de uma poção, e acorda outra vez na masmorra em que passara toda a sua vida. Esse retorno à desgraçada condição de encarcerado se deve ao fato de ter cometido ações altamente condenáveis ao experimentar o poder, na posição de príncipe herdeiro do trono. Diante da infelicidade do príncipe, o carcereiro, Clotaldo, o convence de que o palácio, as belas roupas, os cortesãos, as honrarias, enfim, tudo não passou de um sonho. Acrescenta ainda que, mesmo em sonhos, ele deveria ter honrado seu pai e praticado boas ações. De acordo com a moral barroca, Calderón de La Barca mostra que, sonho ou realidade, a vida é efêmera (passa muito rapidamente), por isso o ser humano deve se voltar para o eterno, e que nada se perde em praticar o bem. Segismundo: É certo; então reprimamos / esta fera condição / esta fúria, esta ambição, / pois pode ser que sonhemos; / e o faremos, pois estamos / em um mundo tão singular / que o viver só é sonhar / e a vida ao fim nos imponha / que o homem que vive, sonha / o que é, até despertar. Tradução de Renata Pallotini e a publicação da Editora Scritta, Rio de Janeiro, 1992.