quinta-feira, 31 de março de 2011

É preciso cavar

É preciso cavar para mostrar como as coisas foram historicamente

contingentes, por tal ou qual razão inteligíveis, mas não necessárias. É

preciso fazer aparecer o inteligível sob o fundo da vacuidade e negar


uma necessidade; e pensar o que existe está longe de preencher todos

os espaços possíveis. Fazer um verdadeiro desafio inevitável da

questão:


o que se pode jogar e como inventar um jogo?

.. Michel Foucault


p.s; leia atebtamnete...pra melhor entender, Vacuidade não quer dizer "vazio",

aquilo que é "oco", mas sim que todos os

fenômenos, todas as coisas, existem sob dependência ou interdependentemente, e

não por si mesmas.


a..Inteligíveis..Que pode ser facilmente compreendido.


RETIRADO DO MURAL DO MICHEL

Charier

"A leitura não é somente


uma



operação abstrata


de intelecção;


ela é engajamento do corpo,


inscrição num espaço,


relação consigo


e com os outros".




(Chartier, 1994)


?

1.1.Intelecção (Insight)

A intelecção sucede quando alguém compreende algo e responde a uma questão suscitada por uma experiência e se liberta da tensão da pesquisa. Não há regras para a intelecção. Pelo contrário: a intelecção é que origina as regras. Não se aprende em enciclopédias nem livros; os livros é que resultam do acto de descobrir. Ninguém descobre por ninguém. A ocorrência da descoberta é variada. Muitas pessoas estiveram adormecidas, outras estarão quase sempre, sociedades inteiras. A descoberta oscila entre o concreto e o abstracto. É conhecimento do mundo concreto dado pelos sentidos e pela imaginação e também encontra expressão adequada nas fórmulas abstractas das ciências. As descobertas posteriores poderão levar as limitações das anteriores, fazendo surgir uma perspectiva superior de consciência. A subtracção mostra a possibilidade de números negativos, a divisão de fracções, as raízes quadradas a possibilidade de números irracionais. A perspectiva superior de Einstein explica todos os resultados da observação e experiência explicados na perspectiva inferior de Newton, e também explica outros fenómenos tais como o aumento na massa dos objectos à medida que a velocidade a que se deslocam se aproxima da velocidade da luz.

Teoria do fracasso

Teoria do fracasso

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Teoria do fracasso

Conforme prometido, volto à discussão sobre os limites do método científico lançada no post inaugural deste blog, no qual foi apresentado um artigo controverso de Jonah Lehrer sobre o tema e sua repercussão na internet.

Para prosseguir o debate, convidei o pesquisador Bernardo Jefferson de Oliveira, que estuda questões ligadas à história e à filosofia da ciência. Sua pesquisa de doutorado, realizada em parte na Universidade Harvard e lançada em livro em 2002, investigou a obra do britânico Francis Bacon (1561-1626), um dos fundadores do método científico moderno.

Oliveira é professor da UFMG e está atualmente fazendo pós-doutorado no núcleo de história da ciência da Universidade Paris-1. Da capital francesa, ele conversou comigo por Skype sobre o texto de Lehrer há alguns dias. Os principais argumentos apresentados por ele nessa conversa seguem sistematizados abaixo.

* * * * *

A visão de Lehrer sobre “o” método científico me incomodou. Não há um único método científico – existem vários. Ele pode variar de área para área e mesmo no interior de um mesmo campo científico. O procedimento que está sendo apresentado no texto como “o” método é um dos aspectos de uma argumentação que busca justificar uma determinada ideia. Quando se fala nesse método, a impressão que fica é que basta seguir aquele procedimento que se chega às descobertas. Mas não é bem assim. A ciência lança mão muitas vezes de recursos que podem soar incompatíveis ou mesmo paradoxais.

A replicação de resultados – o foco da argumentação de Lehrer – é uma das contribuições de Bacon para a consolidação do método científico e tem muito a ver com nosso domínio prático da natureza. Mas é difícil reduzir o método científico a essa dimensão. A ciência tem outras virtudes, como a intenção autocrítica.

A constante busca de refutação de teorias é uma dimensão crítica que separa a ciência e a filosofia de outras formas de conhecimento. Os pesquisadores estão frequentemente repensando e descartando as teorias vigentes. E, para isso, todos concordam que não há um método único. E isso enfraquece a visão que tenta transformar o fenômeno do efeito de declínio em uma grande questão da ciência, como aparece no texto.

Creio que a desatenção social para muitas das anomalias citadas no texto pode ser explicada de um ponto de vista histórico, sociológico ou antropológico. Elas não significam que haja uma conspiração da natureza, ou que “tudo que pode dar errado dará”, como postula a famosa lei de Murphy. Como essa lei, a reflexão de Lehrer sobre o efeito de declínio não deixa de ser uma teorização bem humorada sobre uma frustração.

A história do conhecimento é em grande parte uma história de desilusão. Por um lado, a ciência está associada ao progresso, ao aumento do nosso domínio sobre a natureza. Mas podemos também entendê-la também como uma tomada de consciência das nossas limitações. Freud notou isso muito bem: com Copérnico, o homem se deu conta de que a Terra não é o centro do universo; com Darwin, ele descobriu que pertence a uma espécie como outra qualquer; e, com a psicanálise, que sequer domina sua própria mente.

E a história das ciências é um prato cheio pra estudarmos essas decepções. O incentivo à refutação e ao descarte de ideias antigas é um lado rico da ciência. Isso não a desmerece – pelo contrário, enriquece-a. Não se trata de uma invalidação do método, mas da afirmação de um valor científico fundamental.

Ao chamar a atenção para o fato de que a natureza nem sempre responde de forma igual às indagações que fazemos, Lehrer não leva muito em consideração que a natureza pode não ser tão regular e objetiva como cremos. Os fenômenos naturais não são, como pretendiam os métodos da ciência moderna, separáveis do conhecimento que temos deles e das formas que temos para conhecê-los. Assim as investigações dos cientistas, como as que Lehrer explora, muitas vezes dizem mais sobre suas crenças, hábitos e expectativas do que sobre o próprio funcionamento da natureza.

Seja como for, é interessante que o questionamento de Lehrer venha à tona. Seu artigo é provocador e este é um ótimo debate. Recomendo-o para quem queira entender o funcionamento da ciência, por mostrar como são discutíveis nossas certezas.

* * * * *

O debate está longe de ser esgotado – e nem poderia num espaço como este. Ainda há muito chão para reflexões interessantes, como as que recebi por e-mail de alguns leitores após a publicação do primeiro texto sobre o tema. O próximo post desta série será dedicado à discussão desses argumentos.

Imagem: Francis Bacon retratado no século 18 pelo pintor britânico John Vanderbank (detalhe).

Palestra do dia 15 de Abril

http://www.simonsen.br/semanaletras/inscricao.php?inscricao=inscVisitante
Inscreva-se aqui!

dE leve IBraim

"em certas atmosferas tudo que ilegal desmancha no ar", ganha status de charme, elegância e outras mumunhas... é pena que a Coluna Social tenha acabado nos jornais do Rio. Ali se aprendia a etiiqueta do poder e o exercício de uma lógica da côrte no balneário decadente e se via quem frequentava o jet set e dirigia os orçamentos públicos destinados aos mortais.

Mapa mundial digital IBGE

http://www.ibge.gov.br/paisesat/main.php

sexta-feira, 25 de março de 2011

segunda-feira, 14 de março de 2011

ON THE ROAD



On The Road: um livro de 36 metros

(Se é sua primeira vez aqui, talvez goste de conhecer a lista com 2 mil livros para baixar grátis)

Talvez você não saiba que o livro On The Road, de Jack Kerouac, foi escrito em um rolo de papel de 120 pés, aproximadamente 36 metros, com espaços simples e sem margens.

Kerouac chamava o original de “The Scroll”. Ao pé da letra, rolo. Diz ele ter feito isso com ajuda de nenhum estimulante que não café.

O rolo ainda existe e foi comprado em 2001 por Jim Irsay (proprietário da equipe de futebol americano Indianapolis Colts), para 2,43 milhões de dólares, e está disponível para visualização pública.

FONTE-: CRÉDITO:http://livroseafins.com/on-the-road-um-livro-de-36-metros/

sábado, 12 de março de 2011

Semana de letras

S e m a n a

de

L e t r a s




S e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a sS e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a sS e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a sS e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a sS e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a s S e m a n a de L e t r a sS e m a n a de LetrasdeletrasemanaSemana


Palestra com professor e poeta Eduardo Affonso

O uivo da raça dos desassossegados

Faculdades Integradas Simonsen Rua ibitiuva 151- Padre Miguel- Rio de Janeiro-RJ.


quinta-feira, 10 de março de 2011

Gal Costa - Negro Amor (It's All Over Now, Baby Blue)


Gal Costa-Negro Amor (It's All Over Now, Baby Blue) (Caetano Veloso/Péricles Cavalcanti/Bob Dylan) Universal Music

Álbum:"Caras e Bocas" (1977)

Negro Amor

Gal Costa

Composição: Bob Dylan / Versão Péricles Cavalcante e Caetano Veloso

Vá, se mande, junte tudo que você puder levar
Ande, tudo que parece seu é bom que agarre já
Seu filho feio e louco ficou só
chorando feito fogo à luz do sol
Os alquimistas já estão no corredor
e não tem mais nada negro amor

A estrada é pra você e o jogo é a indecência
junte tudo que você conseguiu por coincidência
e o pintor de rua que anda só
desenha maluquice em seu lençol
sob seus pés o céu também rachou
e não tem mais nada negro amor

Seus marinheiros mareados abandonam o mar
seus guerreiros desarmados não vão mais lutar
seu namorado já vai dando o fora
levando os cobertores? E agora?
até o tapete sem você voou
e não tem mais nada negro amor
e não tem mais nada...

As pedras do caminho deixe para trás
esqueça os mortos que não levantam mais
o vagabundo esmola pela rua
vestindo a mesma roupa que foi sua
risque outro fósforo, outra vida, outra luz, outra cor
e não tem mais nada negro amor
e não tem mais nada negro amor
e não tem mais nada negro amor

Ivan Lins - Abre Alas


Apare os teus sonhos que a vida tem dono e ela vem te cobrar/ Não corra o risco de ficar alegre pra nunca chorar /Encoste essa porta que a nossa conversa não pode vazar/.Bandeira arriada, folia guardada pra não se usar
A festa não era assim, não era assim .
Ivan Lins / Vítor Martins
P.S.definitivamente.


IMPULSO tecnológico da Revolução Industrial

Substituímos o telégrafo da primeira Revolução Industrial(iniciada em 1780)pelo google, como instrumento de comunicação a partir do final do século XX.

Durante o século XIX era assim que as notícias chegavam.

Machado escreve poeticamente sobre a morte de Carlos Gomes, por exemplo...


TODA ESTA SEMANA foi feita pelo telégrafo. Sem essa invenção, que põe o nosso século tão longe daqueles em que as notícias tinham de correr os riscos das tormentas e vir devagar como o tempo anda para os curiosos, sem essa invenção esta semana viveria do que lhe desse a cidade. Certamente, uma boa cidade como a nossa não deixa os filhos sem pão; fato ou boato, eles teriam algo que debicar. Mas, enfim, o telégrafo incumbiu-se do banquete.

A maior das notícias para nós, a única nacional, não preciso dizer que é a morte de Carlos Gomes. O telégrafo no-la deu, tão pronto se fecharam os olhos do artista e deu mais a notícia do efeito produzido em todo aquele povo do Pará, desde o chefe do Estado até o mais singelo cidadão. A triste nova era esperada – não sei se piedosamente desejada. Correu aos outros Estados, ao de S. Paulo, à velha cidade de Campinas. A terra de Carlos Gomes deseja possuir os restos queridos de seu filho, e os pede; São Paulo transmite o desejo ao Pará, que promete devolvê-los. Não atenteis somente para a linguagem dos dous Estados, um dos quais reconhece implicitamente ao outro o direito de guardar Carlos Gomes, pois que ele aí morreu, e o outro acha justo restituí-lo aquele onde ele viu a luz. Atentai, mais que tudo, para esse sentimento de unidade nacional. que a política pode alterar ou afrouxar, mas que a arte afirma e confirma, sem restrição de espécie alguma sem desacordos, sem contrastes de opinião. A dor aqui é brasileira. Quando se fez a eleição do presidente da República, o Pará deu o voto a um filho seu, certo embora de que lhe não caberia o governo da União; divergiu de S.Paulo. A república da arte é anterior às nossas constituições superior às nossas competências. O que o Pará fez pelo ilustre paulista mostra a todos nós que há um só paraense e um só paulista que é este Brasil.

Agora que ele é morto, em plena glória, acode-me aquela noite da primeira representação da Joana de Flandres, e a ovação que lhe fizeram os rapazes do tempo, acompanhados de alguns homens maduros, certamente, mas os principais eram rapazes, que são sempre os clarins do entusiasmo. Ia à frente de todos Salvador de Mendonça, que era o profeta daquele caipira de gênio. Vínhamos da Ópera Nacional, uma instituição que durou pouco e foi muito criticada, mas que, se mereceu acaso o que se disse dela, tudo haverá resgatado por haver aberto as portas ao jovem maestro de Campinas. Tinha uma subvenção à Ópera Nacional; dava-nos partituras italianas e zarzuelas, vertidas em português, e compunha-se de senhoras que não duvidavam passar da sociedade ao palco, para auxiliar aquela obra. Cantava o fundador, D. José Amat, cantava o Ribas, cantavam outros. Nem foi só Carlos Gomes que ali ensaiou os primeiros vôos; outros o fizeram também, ainda que só ele pôde dar o surto grande e arrojado...

Aí estou eu a repetir cousas que sabeis – uns por as haverdes lido, outros por vós lembrardes delas; mas é que há certas memórias que são como pedaços da gente, que não podemos tocar sem algum gozo e dor, mistura de que se fazem saudades. Aquela noite acabou por uma aurora, que foi dar em outro dia, claro como o da véspera, ou mais claro talvez; e porque esse dia se fechou em noite, novamente se abriu em madrugada o sol, tudo com uma uniformidade de pasmar.

Afinal tudo passa, e só a terra é firme: é um velho estribilho do Eclesiastes, de que os rapazes mofam, com muita razão, pois ninguém é rapaz senão para ler e viver o Cântico dos Cânticos, em que tudo é eterno. Também nós ríamos muito dos que então recordavam o tempo em que foram cavalos da Candiani, e riam então dos que falavam de outras festas do tempo de Pedro I. É assim que se vão soldando os anéis de um século.

Ao contrário, a história parece querer dessoldar alguns dos seus anéis e deitá-los ao mar – ao Mar Negro, se é certo o que nos anuncia o mesmo telégrafo, portador de boas e más novas. Não trato da deposição do sultão, conquanto o espetáculo deva ser interessante; eu, se dependesse de uma subscrição universal, daria meu óbulo para vê-lo realizado com todas as cerimônias, tal qual o Doente imaginário. A diferença entre a peça francesa e a peça turca é que o homem doente parece doente deveras, — semilouco, dizem os telegramas. As deposições da nossa terra não digo que sejam chochas, mas são lúgubres de simplicidade. O teatro de Sergipe está agora alugado para essa espécie de mágica; não há quinze dias deu espetáculo, e já anuncia (ao dizer do País) nova representação. As mágicas desse teatro pequeno, mas elegante, compõem-se em geral de duas partes – uma que é propriamente a deposição, outra que é a reposição. Poucos personagens: o deposto, o substituto, coros de amigos. Ao fundo a cidade em festa. Este ceticismo de Aracaju, rasgando as luvas com aplausos a ambos os tenores. Não revela da parte daquela capital a firmeza necessária de opinião. Tudo, porém, acharia compensação na majestade do espetáculo; infelizmente este é pobre e simples; meia dúzia de homens saem de uma porta, entram por outra, e está acabado. É uma empresa de poucos meios.

Que abismo entre Aracaju e Istambul! Que diferença entre as duas portas sergipenses e a Sublime Porta! Lá são as potências que depõem, presididas pelo pontífice do islamismo, tudo abençoado por Alá e por Maomé, que é profeta de Alá. Nas ruas sangue, muito sangue derramado, sangue de ódio e de fanatismo. Ouvem-se rugidos da Ilha de Creta e da Macedônia. Na platéia o mundo inteiro. Mas o principal não é isso. O principal espetáculo, o espetáculo único, é o desmembramento da Turquia, também notificado pelo telégrafo. Esse é que, se se fizer, dará a esse século um ocaso muito parecido com a aurora. Os alfaiates levaram muito tempo a medir e cortar a bela fazenda turca para compor o terno que a civilização ocidental tem de vestir; e por que as medidas políticas diferem das comuns, vê-lo-emos talvez brigar por dous centímetros. As tesouras brandidas; e, primeiro que se acomodem, haverá muito olho furado. O desfecho é previsto; alguém ficará com um pano de menos, mas a Turquia estará acabada, e a história terá dessoldado alguns elos que já andavam frouxos, se é que isto não é continuar a mesma cadeia.

Pode suceder que nada haja, assim como não voará o castelo do Balmoral, com a rainha Vitória e o czar Nicolau dentro. Esta outra comunicação telegráfica desde logo me pareceu fantástica; cheira a imaginação de repórter ou de chancelaria. Nem é crível que tal tragédia se represente às barbas da sombra Shakespeare, sem este seja consultado quando menos para lhe pôr a poesia e os relatórios policiais não têm.

Enfim, melhor que atentados, deposições e desmembramentos, é a notícia que nos trouxe o telégrafo, ainda o telégrafo, sempre o telégrafo. Porfírio Diaz abriu o congresso mexicano, apresentando-lhe a mensagem em que anunciava a redução dos impostos. Estas duas palavras raramente andam juntas; saudemos tão doce consórcio. Só um amor verdadeiro as poderia unir. Que tenham muitos filhos é o meu mais ardente desejo.


FOTO: MACHADO DE ASSIS, POR MARC FERREZ

Machado de Assis, in A SEMANA, 20 setembro de 1896
Fonte:
Machado de Assis, Obra Completa, vol. III, Rio de Janeiro:
Editora Nova Aguilar, 1994.

terça-feira, 8 de março de 2011

segunda-feira, 7 de março de 2011

que carnaval que nada!


...que o silêncio maravilhoso! Já li pacas! ... e agora acabo de fazer a colagem desta imagem, que é uma ilustração do grande Bruno LIBERATI !
A imagem ilustrou o saudoso CADERNO ESPECIAL, DO JB, do dia 12-08-1984! Em agosto a imagem completa 27 anos! A matéria do do Jose Newmane Filho revelava o boom do movimento beat, que chegava ...ao BRASIL com 30 anos de atraso! Da esq. para direita Kerouac, Bird, abaixo a esq. Fante, Ginsberg e acima Dylan e um moleque de mochila(eu?) na contra-mão...
O público que comparecer a palestra, 15 de Abril, Semana de Letras SIMONSEN, verá a imagem de perto.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Um artigo do sobre o valor da liberdade.


Um artigo do sobre o valor da liberdade.

“Liberté, Égalité e Você”

por Marcos Sá Corrêa

Enfim, ninguém mais precisará pegar em armas para invadir Versalhes.

Nem tudo na vida desce melhor em francês. Às vezes a língua faz de tudo para facilitar as coisas. Usa, por exemplo, a mesma palavra para falar de residências aristocráticas, sedes de governo, hospitais ou hospedarias. Mas no mês passado a notícia de que em Versalhes o velho Hôtel du Grand Contrôle está virando o novo Hôtel de l’Orangerie só faltou entalar na garganta de Jean-Jacques Aillagon, que administra o -palácio, o museu e o parque desertado pela realeza em outubro de 1789.“É uma iniciativa pioneira”, declarou Aillagon na entrevista coletiva que anunciou a locação do prédio histórico à Ivy International, uma empresa belga. Pioneira, mas não revolucionária. Espanha e Portugal, desde a década de 40, alugam quartos em conventos, castelos e outras relíquias de seu patrimônio público, confiando sem maiores cerimônias à iniciativa privada a gestão dos paradorese pousadas oficiais.E agora a França entra na roda com um vasto acervo de tesouros, que inclui as muralhas medievais de Carcassonne, ao norte dos Pireneus, e o castelo de -Saint-Cloud, nas margens do Sena. Só não dá para sonhar com uma noite na Bastilha, em Paris, porque tão logo o povo tomou a prisão, o especulador imobiliário Pierre-François Palloy, “o Patriota”, arrancou do comitê revolucionário uma licença para demoli-la.A conversão do Hôtel du Grand Contrôle em Hôtel de l’Orangerie é só o primeiro passo de uma revolução na hotelaria francesa. Mas nem isso poupou Aillagon da ferroada do Libération. Os franceses já sabiam há muito tempo que o administrador de Versalhes era “um tantinho provocador, mas não a tal ponto”, comentou no dia seguinte o jornal fundado pelo filósofo Jean-Paul Sartre. Referia-se à estreia de Aillagon na vida pública, oito anos atrás, comunicando ao país, como ministro da Cultura e da Comunicação, que na vida privada continuaria homossexual.No caso do Grand Contrôle, o administrador bem que tentou ficar na defensiva. Alegou que o edifício construído em 1684 para um duque e tomado em 1720 de uma agiota holandesa estava em petição de miséria. Literalmente, “desbeiçado”, depois de uma longa ocupação pelo Ministério da Guerra, que o usou desde o século XIX como repartição militar sem jamais consertar o que o tempo ia limando.Seu saguão está interditado porque o teto caiu sobre a escadaria. A capela, em ruínas. As paredes, nuas e vergadas. As vigas, bichadas. O terraço, tão cheio de infiltrações que a chuva cascateia pelos andares abaixo. Mas o prédio é tombado como monumento nacional. Mesmo sem integrar, no sentido estrito, o Palácio de Versalhes, na prática tem passagem direta para seus pavilhões e acolheu no passado inquilinos ilustres, como o ministro das Finanças Anne Robert Jacques Turgot.Turgot tentou, pela reforma econômica, livrar a França da ruína e, por tabela, Luís XVI da rota de colisão com o fio da guilhotina. Mas não emplacou dois anos no posto de tesoureiro-mor daquela corte perdulária. O cargo Grand Contrôle, apesar do nome presunçoso, passou à posteridade como símbolo do grande descontrole financeiro que roeu o Antigo Regime. E o palácio de tijolos vermelhos, com 1 700 metros quadrados de área semidestruída e decoração interna reduzida a duas chaminés, nunca mais voltou a ser a sombra do que era.Terá agora que melhorar muito para ser o hotel “de charme” que prometem seus arrendatários. Até reabrir as portas, em janeiro do ano que vem, passará por uma reforma em regra. A obra, orçada em qualquer coisa entre 5,5 e 7 milhões de euros (ou, por alto, de 12 a 16 milhões de reais), custaria mais do que o governo francês está disposto a desembolsar.Tratava-se, portanto, de “salvá-lo”, disse Aillagon. E salvá-lo de maneira “distinta, porque ele está realmente plantado no cenário nobre, mesmo se não está no jardim”. O forte do hotel, mesmo antes da reforma, são as janelas de seus 23 apartamentos, debruçadas sobre os laranjais de Luís XIV, que lhe deram o nome de “l’Orangerie”.[Image]Ele dá vista também para os espelhos d’água do lago ornamental suíço e, ao fundo, os bosques das antigas reservas de caça onde Luís XVI, perseguido desde a juventude pela má fama de casto e misógino, esmerava-se em provar à corte que dava no couro de javalis e cervos. Tudo isso a menos de 20 quilômetros de Paris. É um privilégio real, embora não chegue a ser exclusivo. Do outro lado do parque, o Trianon Palace, da cadeia Waldorf Astoria, oferece mais ou menos o mesmo panorama, só que virado pelo avesso.Inigualável mesmo, no Hôtel de l’Orangerie, é a vizinhança. Não exatamente a dos turistas que fazem fila na porta do palácio, às vezes em multidões tão compactas que dariam para começar a Revolução Francesa outra vez. Luís XVI fugiu de menos gente do que Versalhes recebe atualmente num dia de boa visitação. O que importa nele é ficar tão perto da extravagância rococó que, livre da dinastia Bourbon e incorporada pela Unesco ao patrimônio artístico da humanidade, deixou de parecer insolente para se tornar nostálgica.O hotel fica no cinturão de ruas que costeiam o palácio. Faz parte de sua história. E dormir lá é praticamente dormir em Versalhes, sem os inconvenientes encarados pelos forasteiros que, no século XVIII, com a realeza em casa, conheceram a corte nos bons tempos. Apesar do luxo ostentatório, os padrões da hospedagem no palácio sempre estiveram abaixo da categoria cinco estrelas.Que o diga o escritor inglês Horace Walpole. Ele andou por ali no apogeu do absolutismo. Com faro aguçado de historiador da arte e o nariz empinado de 4º conde de Oxford, ele fez um retrato impiedoso da vida cotidiana no palácio: “O mau cheiro se agarra nas vestes, perucas e até roupas de baixo. E, o que é pior, mendigos, empregados e visitantes aristocráticos indistintamente usavam as escadas, os corredores e qualquer lugar menos acessível para se aliviar.”Faltavam banheiros para os 5 mil hóspedes de Versalhes. Fazia parte do serviço de quarto uma equipe encarregada de recolher urinóis nos corredores toda manhã. Na falta desse requinte, o remédio era recorrer ao parque, aos jardins e às aleias do pátio. Até a futura rainha Maria Antonieta, parada diante de um relógio de sol, tomou sem querer um banho de líquido suspeito, despejado do alto de uma janela por mão anônima.Havia gente demais e privacidade de menos na Versalhes de Luís XVI. Entrava no palácio qualquer um, fora os infectados por varíola. Bastavam na época o chapéu e a espada para credenciar um fidalgo. E, na pior das hipóteses, a portaria alugava chapéus e espadas. Quase nas portas do palácio, o livreiro Lefèvre oferecia folhetos pornográficos em que figurava com destaque a lésbica Toinette (ou seja, Toninha). Ela lembrava, sem tirar nem por, a rainha Maria Antonieta.Desses excessos da monarquia os hóspedes do Hôtel de l’Orangerie estarão livres. Da revolução para cá, a liberdade e a fraternidade ficaram cada vez mais ao alcance de todos que possam pagar uma diária estimada em, pelo menos, 500 ou 600 euros. Em bom português, cerca de 1 200 ou 1 440 reais. Fora os extras.

FONTE:http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-53/chegada/liberte-egalite-e-voce

quinta-feira, 3 de março de 2011

Todo dia!

Meus sentimentos sinceros estão por perto na passagem de uma camarada.

Em memória dela


È mesmo um mundo raso, mesquinho, e infelizmente, temos tão poucos exemplos dessa virtude leve, desse descompromisso com a babaquice, a adulação, sem parcerias com viagens coletivas e tudo mais... Fico aqui pensando o porque disso, qual a motivação que realmente move as coisas e transforma o tempo e as sociedades? Será que isso tudo é somente uma utopia? ...é possível? Que seja UMA UTOPIA!! Pois gente como a gente, identificada, relacionada com o descompromisso, com as tais coisas mesquinhas que falei, são raras! Conhecemos algumas dessas pessoas e devemos fazer algo para preservá-las mais por perto. Ainda que não deixem o nosso coração! Ainda que nos estejam esperando apenas n"alguma estação.Ainda que a lembrança delas esteja presente para nos lembrar do que realmente somos feitos! Para que a nossa emoção sobreviva e seja preservada como espécie, parte, partícula, nada. Apenas um vento que fez tocar os acontecimentos e passa deixando a inestimável essência escrita no tempo.

Eduardo Affonso

P.s> Meus sentimentos sinceros estão por perto na passagem de uma camarada.

é a chuva que faz o mar



“Bendito é aquele que semeia livros,
livros a mão cheia e manda o povo pensar;
o livro caindo na alma, é germe que faz a palma,
é chuva que faz o mar”.
(Castro Alves)

CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador

CCJ aprova regulamentação da profissão de historiador
FINALMENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Todos os Fogos o Fogo: Império




BAIXE A PRIMEIRA PARTE DO LIVRO
entrando no link: todos os fofos o fogo (abaixo)


Todos os Fogos o Fogo: Império: "O império britânico começou pilhando o ouro e a prata dos espanhóis, desenvolveu-se copiando as instituições financeiras dos holandeses e ..."