terça-feira, 26 de maio de 2009
CUBA IMPERDÍVEL!
Temas para debate 1. O contexto pré-revolução e as transformações do pós 59. 2. A economia no "período especial" dos anos 90 e as transformações na estrutura sócio-classista cubana. 3. Perspectivas e desafios da atualidade. Cuba sob a perspectiva da unidade latinoamericana.
Segunda-feira, 1 de junho, às 18h30 Local: Sede Centro - auditório do 2º andar
Sexta-feira, 5 de junho, às 19h Local: Subsede de Campo Grande - auditório
Convidados: Sede e Campo Grande: Daniel Aarão Reis (Doutor em História Social/USP. Professor de História Contemporânea/UFF) Theotônio dos Santos (Doutor em Economia por Notório Saber e Professor da UFF, Coordenador da Cátedra da Unesco e membro do corpo editorial da Monitor Mercantil
Mais informações: Tels.: (21) 3262-3440
quarta-feira, 20 de maio de 2009
CANTADA
CANTADA- Ferreira Gullar
Você é mais bonita que uma bola prateada
de papel de cigarro
Você é mais bonita que uma poça dágua
límpida
num lugar escondido
Você é mais bonita que uma zebra
que um filhote de onça
que um Boeing 707 em pleno ar
Você é mais bonita que um jardim florido
em frente ao mar em Ipanema
Você é mais bonita que uma refinaria da Petrobrás
de noite
mais bonita que Ursula Andress
que o Palácio da Alvorada
mais bonita que a alvorada
que o mar azul- safira da República Dominicana
Olha,
você é tão bela quanto o Rio de Janeiro
em maio
e quase tão bonita
quanto a bonita
quanto a Revolução Cubana.
VIVA A PETROBRÁS!!!
Marcelo Fairbanks
Vista noturna parcial da Refinaria Henrique Lage, no Vale do Paraíba (Revap), em São José dos Campos-SPFoto: Ehder de Souza/Petrobrás da dezena deste século, a estatal pretende se situar entre as cinco maiores empresas integradas de energia do mundo. Ambiciosa, a meta exige investimentos pesados em todas as etapas da cadeia produtiva, agora estendida aos produtos petroquímicos.Como nos anos anteriores, as intenções de investimento saltam aos olhos, perfazendo um total de US$ 112,4 bilhões a ser distribuído no período. Os recursos para tanto serão obtidos pela geração própria de caixa, complementados por financiamentos compatíveis com a capacidade de pagamento da estatal. A área de extração e produção de óleo e gás natural (E&P) consumirá US$ 65,1 bilhões (58%), coerente com os planos de ofertar 3.494 mil barris de óleo equivalente por dia (boed, com óleo, gás e condensados) ao final de 2012. Em 2015, a estatal pretende alcançar a produção diária de 4.153 mil boed, somando as operações locais e internacionais da companhia. Em relação ao plano anterior, de 2007-2011, o volume de investimentos aumentou em US$ 31,2 bilhões (34%), principalmente pela introdução de novos projetos, no total de US$ 13,3 bilhões (16%). Entre eles estão o aumento da recuperação de campos de alta explotação, plano de gás, e o Complexo do Rio de Janeiro (Comperj) com sua refinaria petroquímica e satélites. Mas também contribuíram para o aumento a elevação de custos mundial do setor de petróleo, representando um adicional de US$ 10,9 bilhões (13%), e a variação cambial verificada entre 2006 e 2007 que devorou mais US$ 4,2 bilhões (5%).
Mais do que qualquer dos ministérios, o volume de investimentos da Petrobrás constitui a maior alavanca do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), instituído no atual governo. Isso explica a presença constante do presidente da República nas cerimônias públicas de batismo de plataformas e início de terraplanagens, sempre escoltado pelo presidente da estatal, o economista José Sérgio Gabrielli.
Gabrielli: execução do plano depende de fornecedores
“Nosso plano de negócios prevê mais de mil projetos, dos quais 454 têm valor superior a US$ 25 milhões”, disse o executivo.O fluxo de desembolsos prevê para 2007 a alocação de R$ 54 bilhões nesses projetos, correspondentes a US$ 25 bilhões, aproximadamente. Em média, cada um dos próximos quatro anos deve receber investimentos de US$ 22 bilhões. Além do montante, a exposição da gigante estatal atrai as atenções de vários setores, principalmente políticos. Isso desencadeou uma pequena dança das cadeiras na estatal. Na segunda quinzena de setembro, o ex-senador e ex-presidente da estatal José Eduardo Dutra foi nomeado presidente da BR Distribuidora, substituindo Maria das Graças Foster, indicada para a diretoria de gás e energia. Nesse cargo, substituiu Ildo Sauer, que retornou às atividades acadêmicas na Universidade de São Paulo. Em carta aberta, Sauer atribuiu sua demissão por ter se oposto à atual política energética, mediante a qual se espera que a Petrobrás forneça gás natural barato para termelétricas, evitando futuros apagões.Ao defender a remuneração plena do gás, Sauer teria contrariado a ministra da Casa Civil Dilma Roussef, ex-titular de Minas e Energia, mas que ainda mantém controle sobre a pasta. Tanto que as novas indicações foram interpretadas como impostas por ela, principalmente no caso de Maria das Graças Foster, que antes comandara a Petroquisa. Há comentários sobre uma possível ampliação da dança das cadeiras, atingindo outras diretorias. Esses rumores ganharam força com a carta de despedida de Sauer, cuja saída havia sido negada quinze dias antes pelo próprio Gabrielli, e se refletem no mercado de capitais, afetando o interesse de investidores em papéis da estatal.
Custos elevados – “O maior desafio para o plano de negócios não é o valor, mas a capacidade física dos fornecedores”, comentou Gabrielli. A preocupação confirma a superocupação da cadeia de suprimentos da indústria do petróleo em todo o mundo. O caso das sondas de perfuração é típico, não havendo disponibilidade para contratar novos arrendamentos. Felizmente, a estatal conta com unidades suficientes para manter seu ritmo de exploração, somando 63 perfuratrizes entre próprias e arrendadas por meio de contratos de longo prazo.
mais: http://www.quimicaederivados.com.br/revista/qd465/petrobras/petrobras01.html
segunda-feira, 18 de maio de 2009
UM POUQUINHO DE BRECHT FALANDO DE POUPANÇA
A Cruz de Giz
Eu sou uma criada. Eu tive um romance
Com um homem que era da SA.
Um dia, antes de ir
Ele me mostrou, sorrindo, como fazem
Para pegar os insatisfeitos.
Com um giz tirado do bolso do casaco
Ele fez uma pequena cruz na palma da mão.
Ele contou que assim, e vestido à paisana
anda pelas repartições do trabalho
Onde os empregados fazem fila e xingam
E xinga junto com eles, e fazendo isso
Em sinal de aprovação e solidariedade
Dá um tapinha nas costas do homem que xinga
E este, marcado com a cruz branca
é apanhado pela SA. Nós rimos com isso.
Andei com ele um ano, então descobri
Que ele havia retirado dinheiro
Da minha caderneta de poupança.
Havia dito que a guardaria para mim
Pois os tempos eram incertos.
Quando lhe tomei satisfações, ele jurou
Que suas intenções eram honestas. Dizendo isso
Pôs a mão em meu ombro para me acalmar.
Eu corri, aterrorizada. Em casa
Olhei minhas costas no espelho, para ver
Se não havia uma cruz branca.
RESENHA de livro: 'O IMPERALISMO SEDUTOR
Uma colega me pediu para ler. Republico-a para facilidar o achado.
EDU
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
CENTRO DE ESTUDOS GERAIS
INSTITUTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E FILOSOFIA
CURSO DE PÓS- GRADUAÇÃO LATO SENSU EM HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA
Eduardo Pimentel Affonso
TURMA:K
TRABALHO PARCIAL Nº1
TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras, 2000.
Niterói
2009
O Magnetismo Sedutor da Boa Vizinhança abaixo da linha do equador, ou: - do é que eles tanto riem?...pergunta de boa juntura Frankliana, quem sabe, para o futuro aprofundamento dos elementos de uma marcante imagem.
Eduardo Pimentel Affonso
TOTA, Antonio Pedro. Imperialismo Sedutor: a americanização do Brasil, na época da segunda gerra. São Paulo, Companhia das Letras,2000.
O velho e surrado bordão, “uma imagem vale mais do que mil palavras”, que em parte alguma serve à história(sem a devida investigação), deve, entretanto, ser utilizado como uma bela provocação estética. TOTA serve um prato cheio para condimentar análises: dos elementos que constituem poderosamente uma imagem. Não sendo esta uma imagem qualquer(exibida simplesmente para vender um livro, embora não exista pecado algum em atrair o leitor), ela na verdade, deve corresponder a significados que TOTA introduz no livro, que pode ser, por exemplo, um convite à beira do Atlântico para um banquete de perguntas indigestas que não calam diante do tempo.
Um daqueles peixes grandes expostos a mesa, que leva-nos a duvidar num primeiro olhar, se serve ou não para uma ceia muito aguardada, “desjejum desenvolvimentista” para saciar o apetite de um gigante “despertado” nos anos 30 por VARGAS. O gigante ganhara ainda mais interesse para o Tio Sam, dez anos após a revolução, com seu apelo além fronteiras para lutar a guerra lado a lado. “I want you for U.S. army”! Apelo de amizade, gesto maturado por Roosevelt, da filosofia prática(A Política da Boa Vizinhança),de Benjamim Franklin, que dita: “Quando se pretende fazer uma boa mesa e os extremos das tábuas não se adaptam bem uns aos outros, compete ao artífice tirar um pouco de cada uma e fazer uma boa juntura”(The Story of American Philosophy, 1960,p.37). TOTA diz ser inegável a virada cultural com a guerra.
Perguntas de um alinhamento, “mesa em pé”, que poderiam ser as seguintes em relação a foto(pintura), reflexos da sua permanência futuro afora: -Quem são esses homens vestidos poderosamente de branco? -Porque as posições deles estão trocadas? -A quem interessava divulgar este ícone? -Quem a produziu? -Em que contexto ela foi gerada? Uma mensagem de forte poder interrogativo, como algo que não passa estômago adentro, parece pesar mais ainda:- Do que Roosevelt e Vargas, ladeados por staff militar, tanto riem? Com A Política da Boa Vizinhança, Franklin aponta ainda: “Se não tens um temperamento afável, mostra que és afável, é possível que a aparência se transforme em realidade”.(The Story of American Philosophy, 1960,idem).
Este é o primeiro ponto positivo de TOTA. Já de cara instigar-nos a não engolir o peixe sem antes observar as zonas espinhosas. O pesquisador, naturalmente, relacionado com as intenções editoriais de divulgar bem o seu livro, encaminha-nos para um mergulho numa impressionante construção de relações. Relações baseadas entre uma grande democracia liberal, com um Estado nada liberal banhado pelo Atlântico sul maravilha(fazer se encaixar, lembra?) É preciso fazer com toda propriedade eco a apresentação do livro por Mattehew Shihirtis. "O Imperialismo Sedutor é uma obra inovadora de como opera do imperialismo".-diz ele. E é mesmo! Uma intensa ponte aérea se deu início, mas sem dar em conta o intercâmbio científico.
Na mesma trilha de análise do imperialismo ianque atuante na região nesse tempo de guerra, “imperialismo de espírito de colaboração elevado”, mas nem tanto, está o bom trabalho de duas décadas antes, de Gerson MOURA,- Tio Sam chega ao Brasil, Editora Brasiliense, São Paulo, 1984. A curiosidade é que Antonio Pedro TOTA, autor do excelente trabalho com o Imperialismo Sedutor, ampliou o tema com anexos iconográficos, pesquisas dentro e fora do país, fazendo um livro de fácil divulgação histórica e compreensão(evoé!), como o boníssimo compacto livro de MOURA.
Mais um ponto! Alguém que não descreve, descreve, descreve....e ainda é compreensível! Faz a gente, enquanto lê, querer ouvir, por exemplo: Carmem Miranda, o epsódio do Cassino da Urca é analisado por TOTA, (“disseram que voltei americanizada”), seguir, Villa Lobos, Dick Farney, criticado por José Ramos Tinhorão, como um arremedo americanista. Ianquismo, influenciador por aqui já em 1919, que de Lima Barreto denuncia na abertura do livro.
É muito interessante a perspectiva lançada por TOTA dos inúmeros intelectuais, que justificaram e participaram da política do Office- Office Of Inter American Affair , servindo ao governo americano como chefes locais, tradutores, músicos, expositores em feiras e em atividade de audiovisual ou justificando “no problem”. A grosso modo, a esteira do “modernismo antropofágico” já estava esticada por Oswald de Andrade para comer o gringo americano(bispo Sardinha?), como no Manifesto do Pau Brasil(1922). O desenvolvimento dos ajustes, certas confusões a respeito da nossa cara(em relação as peculiaridades culturais latino americanas)são exemplificadas por TOTA muito bem. Uma elaboração do Office.
Nascido em 1942, TOTA é contemporâneo do tema do americanismo por aqui, nasce exatamente no ano em que a guerra já havia eclodido na Europa, momento em que o Office já começara a agir e expandir seus tentáculos (desde 1941). TOTA dialoga com as fontes muito bem, com o tempo em que cresceu menino de cidade do interior. Numa dessas pequenas cidades que enviam sargentos para morrer em guerras, em cidades que ficam onde não se sabe bem no mapa. O que faz lembrar Joel Silveira, que conhecia profundamente a composição da FEB e a vida das soldados no front italiano. Escreveu sobre muitos personagens desconhecidos, mortos que não brilham na política cultural da aliança entre EUA e o Brasil.
TOTA demonstra que o mundo anglo-saxão estava perdendo espaço com os ingleses encurralados no norte da África pelos soldados da Alemanha do Marechal Rommel. O tempo em que capitaneados por Roosevelt, os americanos buscavam reverter a seu favor as oportunidades que sobravam na América Latina, último local fora do mundo em conflito e fora, inclusive, do seu próprio território, de seu mercado interno, onde poderiam ampliar “um senhor mercado” com uma boa estratégia pacífica, dando um chega pra lá nos interesses do EIXO e da Alemanha, de quebra. TOTA demonstra a preocupação com os estados do sul do Brasil, simpáticos a causa nazista e desenha uma possível intervenção americana, planejada como plano B.
TOTA pesquisa, levantando aspectos positivos e negativos, das produções culturais em exposições, jornais, programas de rádio, filmes e documentos oficiais entre 1941-45. É o curto período, de intensidade avassaladora, que entrou no Brasil a máquina de propaganda do Tio Sam através do O Office, que promove intercâmbio, de produções positivas e negativas(não será possível declinar a exceção sensível marcante, da Fotógrafa Genevieve Naylor, um capítulo inteiro merecido, está disponível no livro: Poses e Fragrantes-Ensaios sobre história e fotografia, de Ana Maria MAUAD- EdUFF-2008). Também, por questão de necessidade de aprofundar a pesquisa, vendo os filmes citados por TOTA, prefiro não comentar a participação de Walt Disney, que a princípio considero muito mais impactante pelo valor da imagem animada.
A “quinquilharia cultural”, impulsionada por uma intensa comunicação de massa, jamais percebida em curto período, chegaria por aqui substituindo a França, formadora da nossa elite intelectual. O que me faz pedir licença para arriscar um verso meu, neste ano comemorativo, aberto pelas luzes dos fogos, glamour, do ano da França no Brasil: “Vive la France! A França é nossa herança. Nossa farsa, nossa pança!” Com pretensão de difusão cultural recheadas de segundas intenções marcantes, entretanto, ótica assimilada para troca de interesses estratégicos do Brasil, o ideário da Política da Boa Vizinhança, imperialismo sucedido da vez e da hora, apresenta realizadores e estrelas dirigidas pela impulsividade de, criatividade e poder do milionário wasp Nelson Rockefeller, apoiado incondicionalmente por Roosevelt. TOTA destaca o importância do milionário, que a princípio movido por interesses de ampliação de seus negócios na América Latina(Standard Oil), cria um plano que alavanca amplos interesses, inclusive energéticos(General Eletric). Empresa privadas americanas de grande porte darão suporte publicitário as ações do Office.“O combate ao germanismo deveria ser feito via mercado”(p.53).
A sua obra de TOTA não está presa numa só corrente de análise. TOTA usa Gramsci e Toqueville, o último faz uma análise do americanismo. TOTA mesmo citando estatísticas econômicas, sem se prender a elas, deixa claro que o conceito de imperialismo, adjetivado como “sedutor”, está presente numa estratégia para envolver corações e mentes, para “dominar economicamente”. Numa filosofia para ganhar a almas brasileiras por meios sutis, caracterizado pela comunicação de massa e cultura, baseada no modo de vida da classe média americana. Mas que “entendia”, que o espírito Wasp precisava criar condições de expansão na chamada outra América, católica, sem democracia e muito afetuosa em relação ao estrangeiro e as novidades de além mar.
Nas exatas aspirações do sonho da sociedade de consumo deles, “a outra América”, a que eles imaginavam que copiaríamos(será?) através do chamado “American way of life”. Cujos fracassados não entram no brinde dos bem sucedidos, com a licença poética: “Um beijo nas crianças e um martini servido pela esposa, depois de voltar a noite da guerra. Nem sempre voltarei, queridos. Um dia pode ser que volte enrolado numa bandeira”. TOTA demonstra o desagrado por retratos que não demonstrem a sociedade americana como um exemplo a ser seguido pelo mundo. O diretor de cinema Henry Ford é contratado pelo Office, desde que não repita nada com o teor realista, o realismo do seu magistral filme “As Vinhas da Ira”(1940), baseado no romance de John Steinbeck(Pulitzer,1939).
Refeito, naturalmente, o pesadelo da crise de 1929, que na crista da onda trouxe no seu bojo a incrementação do entretenimento e o fortalecimento da indústria da produção de mitos na América do Norte(mas porque será que não trouxeram o jazz?), da ideologia(o Office é uma fábrica de ideologias), o audiovisual foi usado para aproximar diferenças e imprimir o ritmo do charme e da simpatia via Office. O rádio e o cinema, mascarados por Rockfeller como “relações culturais”, foram usados como uma maneira de dar camadas médias a impressão de que haviam “muitas coisas” que nos aproximavam.
A primeira era o fato de sermos todos americanos, faríamos parte de uma América, outra, mas que se integraria aos benefícios “do progresso” como uma questão de tempo. A Feira de New York(1939), New York Word`s Fair , em que o Brasil participou com ampla gama de produtos naturais, música e arquitetura, apontava esse caminho. Muitos intelectuais acreditavam”que a modernização brasileira deveria seguir o modelo americano”(p.95).
É bom “lembrar”, que seres de sorriso fácil, sedutor, e aparentemente inocente dos anos 20 já habitavam por aqui, como Louis Armstrong, Shirley Temple ou ícones mais maduros e românticos como Rudolph Valentino(latin lover) ou dá própria ocasião como o furacão feminino, Rita “Gilda” Hayworth, eleitos no imaginário do ocidente, mas com muitos matizes e poucos questionamentos sobre as suas próprias vidas numa sociedade altamente competitiva e fracionada. Tudo que estava por trás de seus papéis, numa sociedade que seria sutilmente vendida como a ideal para toda a humanidade em tempos de guerras, de grandes ou pequenas proporções no espaço terrestre não importava.
Afinal, a cultura sempre chega antes dos soldados, através de outras armas e pode até prescindir deles. O que em si, conforme o espírito do capitalismo, é um negócio grande e bem fechado, que envolve a emoção(entretenimento, lucro alto), mas que foi antecipadamente racionalizado para não parecer ou ser simplificado como a única intenção de lucro rápido e fácil para um curto prazo. A cultura é um elemento de permanência. Como ela é também, um bem não material, dever ser medida em dimensão fora da emoção, que causa coletivamente efeitos e que se acumula no tempo da vida de cada pessoa no cotidiano. MAS não só os dividendos da produção dela vão para os bancos. Todas as indústrias fora dela também lucram muito junto com o Estado e a sociedade a qual pertencem todos “esses valores”.
TOTA é muito bom em lembrar-nos disso, durante todo livro Rockieffeler é o potagonista da Política da Boa Vizinhança. Busines is busines. Um businesisman vai cuidar pessoalmente de como organizar uma ação eficaz que leve em conta os meios para obter resultados para a sua classe de homens, os que dominavam os negócios do seu país. A superação dos antagonismos sempre contornado pelo “pragmatismo americano”, foi uma outra lição que parte da intelectualidade à época herdou com facilidade. Enquanto que para os americanos a superação dos antagonismos sempre esteve diretamente ligado ao pragmatismo dos seus interesses estratégicos a longo prazo. Não há portanto nisso nenhuma contradição, que não possa ser superada ou adaptada as regionalidades e as demais condições da identidade de cada nação.
TOTA aponta-nos, que “os capitalistas americanos ofereciam-nos, com aparente sinceridade, uma associação para superarmos o atraso. Mas muitos latino- americanos tinham dúvidas se essa era realmente uma via para o desenvolvimento”(p.187). Os americanos que se surpreenderam, em especial Rockieffeler, com as nacionalização do petróleo, por Cárdenas no México. Eles não pareciam entender, cada realidade num processo histórico específico. TOTA finaliza, “ um povo só incorpora um determinado valor cultural se ele fizer sentido no conjunto geral da sua cultura”. O que também serve para os americanos. “Jacksomos brasileiros”, parafraseando o Lenine. Um criativo compositor, cidadão do mundo, que faz embolada das intenções e insuperáveis contradições da vida neste lado da América cheia de swing nas veias.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
"UM SUJEITO ADMIRÁVEL E SEUS 3 CONSELHOS":
(1)- "Esteja atento. Aprenda a ganhar dinheiro. Aprenda a sustentar-se e à sua família. É importante que saiba tomar conta de si próprio e dos seus , é uma coisa que por si só é capaz de o conservar ocupado e afastado do mal durante toda a vida".
(2)- "Trave relações com outras pessoas, e faça disso uma tarefa importante. Aprenda a conduzir-se a si próprio, e também a lidar como outros homens, para que eles e você possam realizar coisas em conjunto".
(3)"Além de ser um cidadão auto-suficiente de sólido espírito cívico, faça qualquer coisa além disso, em benefício da humanidade em geral".
Benjamim Franklin-
fonte: H.B. Van WESEP " A ESTÓRIA DA FILOSOFIA AMERICANA- Editora Fundo de Cultura Brasil Portugal. Lisboa, 1960. NESTA OBRA ESTÃO OS 7 PENSADORES AMERICANOS QUE ESTOU CONHECENDO .
p.s. Na vida de Franklin houve sempre o pensamento mais intenso, mas o pensamento não era tudo: o contributo pessoal dele para o ensino da virtude foi substituir o CONHECE-TE A TI MESMO de Sócrates pelo seu, estritamente norte- americano , FAZE QUALQUER COISA POR TI MESMO.
SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE ELE...
Benjamim Franklin, cientista, inventor, político
Por Maria Benedita Tribolet Abreu
A.A. Nº 100/1953
Em várias cidades dos Estados Unidos celebra-se este ano o tricentenário do nascimento de Benjamim Franklin. Em Filadélfia, na noite de 17 de Janeiro, data do seu nascimento, foram acesas 300 velas por 300 personalidades representativas das diferentes facetas da personalidade de Benjamim Franklin e da sua intervenção nas áreas política, jornalística, cívica, cultural, filantrópica e científica. O programa das celebrações inclui exposições, conferências, concertos, documentários, reconstituições históricas e espectáculos. Pretende-se assim festejar o exemplo e a herança desta personagem ímpar da história americana e paradigma do self-made man. |
A vida
Benjamim Franklin nasceu em Boston em 17 de Janeiro de 1706. Foi o 10º filho de Josiah Franklin, modesto fabricante de velas e sabões e de Abiah Folder, sua segunda esposa. O seu pai teve no total 17 filhos e, embora planeasse fazer de Benjamim um futuro sacerdote, não teve possibilidades económicas para isso. Frequentou a escola apenas durante dois anos e com dez anos teve de deixar de estudar e passou a ajudar o irmão James numa tipografia. Como gostava muito de ler, rapidamente aprendeu a compor e a imprimir os seus próprios panfletos que vendia nas ruas.
Aos 15 anos, o seu irmão começou a publicar o primeiro jornal de Boston, "The New England Courant". Benjamim queria escrever para o jornal, mas como sabia que James não permitiria, começou a escrever à noite cartas assinadas com o nome fictício de Silence Dogood, uma viúva que criticava todo o mundo à sua volta e em particular o que se referia à forma de tratamento das mulheres.
As cartas eram metidas debaixo da porta da tipografia e ninguém sabia quem as escrevia, mas tiveram enorme êxito e todos queriam saber quem era a autora. Só depois da publicação de 16 cartas, Benjamim confessou a sua autoria, o que veio a despertar a inveja de James pela atenção que todos deram ao talento do irmão.
Algum tempo depois James foi preso por ter criticado o clero puritano e conservador da cidade numa questão levantada a propósito da vacinação contra a varíola e Benjamim ficou a gerir a publicação do jornal. Quando o irmão regressou, em lugar de ficar agradecido pelo seu desempenho, começou a maltratá-lo.
Decidiu então fugir, o que era ilegal na época. Apanhou um barco para Nova Iorque, na esperança de aí encontrar trabalho como tipógrafo, mas isso não aconteceu e acabou por atravessar a pé New Jersey e chegar a Filadélfia de barco. Gastou as últimas moedas a comprar pão e, em Outubro de 1723, muito molhado, sujo e maltrapilho foi recolhido em casa da família da que viria a ser a sua futura esposa, Deborah Read.
Arranjou trabalho como tipógrafo e saiu-se tão bem que o governador da Pennsylvania prometeu ajudá-lo a lançar-se por conta própria, se fosse a Londres comprar o equipamento necessário. Porém, não cumpriu a promessa e Benjamim viu-se obrigado a ficar vários meses em Inglaterra a trabalhar como tipógrafo, enquanto Deborah se casou com outro, esquecida das promessas de casamento que haviam feito durante a sua estadia em casa da família.
Regressado a Filadélfia, pediu emprestado algum dinheiro e iniciou o seu próprio negócio de tipografia, que depois estendeu à publicação do jornal Pennsylvania Gazette, comprado em 1729. O seu trabalho estendia-se desde a impressão do jornal à redacção de artigos e de cartoons, de tal forma que se tornou no jornal de maior êxito na colónia.
Trabalhava tanto que começou a despertar a atenção dos seus concidadãos que lhe surgiram contratos para o governo e oportunidades de negócios.
Teve um filho de mãe desconhecida em 1728, William, e em 1730 casa com Deborah Read, cujo marido a tinha entretanto abandonado.
Eram ambos muito empreendedores e além da tipografia, tinham uma loja de comércio diversificado, desde sabão a tecidos, e ainda uma livraria.
Em 1733 começou a publicar o Poor Richard`s Almanack que continha previsões sobre o tempo, receitas, conselhos, homilias e professias. Publicava-o com o pseudónimo de Richard Saunders, um pobre homem que necessitava de dinheiro para a sua mulher doente. Foi nesse almanaque que ele escreveu a maior parte das suas frases mais célebres.
Aos 42 anos era um dos homens mais ricos e influentes da cidade e decidiu promover o desenvolvimento da sua comunidade. De 1730 a 1740, ajudou a levar a cabo diversos projectos. Promoveu a pavimentação, limpeza e iluminação das ruas, constituiu a comissão instaladora do Pennsylvania Hospital, grupo destinado a ajudar no tratamento de doentes; a Library Company, a primeira companhia livreira para a importação de livros ingleses, que ainda hoje existe. Criou também a Philadelphia´s Union Fire Company, companhia de bombeiros e, em 1752, a Phyladelphia Contribution for Insurance Against Fire, a primeira companhia de seguros de Filadélfia, destinada a ajudar as vítimas de incêndios, que também ainda perduram. |
Em 1747, retirou-se dos negócios e concentrou-se na ciência, experimentação e invenções.
Inventou um forno de aquecimento doméstico, barbatanas, lentes bifocais, um odómetro ou conta-quilómetros, um instrumento musical chamado " glass harmonica", um cateter flexível e o pára raios que foi a mais célebre de todas as suas criações.
Em 1749, fundou a Universidade da Pennsylvania.
A partir de 1750 começou a interessar-se mais pela política. Em 1757 foi para Inglaterra representar a Pennsylvania na luta contra os descendentes da família Penn, sobre quem deveria representar a Colónia. Permaneceu em Inglaterra até 1775, como representante não só da Pennsylvania mas também da Georgia, New Jersey e Massachusetts.
A vida em Inglaterra dessa época tinha facetas muito mais actractivas do que a vida na América: cultura, teatro, conversas interessantes, debates e convívios sociais e culturais. Benjamim começou a desejar ficar em Inglaterra permanentemente e suplicava a Dedorah para vir ter com ele, porque tinha muito medo de viajar de barco.
Em 1765, Franklin ficou surpreendido com a generalizada oposição americana à "Lei do selo" e foi o seu veemente discurso que ajudou a persuadir os membros do Parlamento a revogar a lei. A partir dessa época ele começou a pensar se não seria melhor a América tornar-se independente da Inglaterra e, apesar de ter muitos amigos ingleses, começou a ficar cansado com a corrupção que via na vida política e em redor da alta sociedade e da realeza.
Acabou por dar-se um verdadeiro corte de relações, quando Franklin enviou para a América e divulgou umas cartas de Thomas Hutchinson, indigitado para governador de Massachussetts, e em que ele mostrava discordar de certas liberdades concedidas aos americanos. Por causa disso, Benjamim foi chamado a Whitehall e condenado publicamente pelo seu acto.
Regressou a casa e começou a trabalhar activamente pela independência. Pensou que o seu filho William, nessa época governador de Nova Jersey, concordaria com as suas ideias, mas tal não aconteceu. William permaneceu leal a Inglaterra, e a ferida aberta entre pai e filho nunca mais sarou.
Franklin foi eleito para o 2º Congresso e trabalhou num Comité de cinco membros que ajudaram a redigir a Declaração da Independência, juntamente con Thomas Jefferson. Em 1776 assinou a Declaração da Independência.
Foi para França, como 1º embaixador na corte de Luis XVI.
A França e a Inglaterra, as duas super potências europeias da época e, embora ambas fossem monarquias, eram dois países diametralmente opostos na sua forma de governo e nas suas crenças fundamentais. A Inglaterra era governada por um governo parlamentar com representantes eleitos pelo povo e a França era uma monarquia absoluta; a Inglaterra era protestante e rompera completamente os laços com a igreja romana no século anterior, enquanto que a França se mantinha católica e ligada a Roma.
Tanto na língua como na religião e no temperamento, os americanos eram muito mais parecidos com os ingleses que com os franceses e por isso a França achava muito estranha esta aproximação dos americanos como aliados. No entanto, por estar humilhada com as derrotas sofridas na guerra com os Ingleses na França e na Índia, era do seu próprio interesse que a França deveria ajudar os americanos. Estes, por seu lado, desejavam aliar-se a uma das forças mais poderosas do mundo.
Benjamim chegou a Paris em Dezembro de 1776, uma cidade que não se parecia nada com a "cidade das luzes". O parisiense médio vivia pobremente, em ruas estreitas e com esgotos correndo nas ruas, onde pedintes e sem abrigo estavam por todo o lado. |
Pode parecer estranho que Benjamim não se tivesse interessado pelo povo francês, visto que ele sempre advogara as causas dos comuns e se tivesse rodeado das classes altas e dos intelectuais franceses. Mas não é assim tão estranho, se nos lembrarmos que o seu objectivo primário era obter a ajuda da França para os Estados Unidos e não há dúvida que a América não teria ganho a Guerra da Revolução sem a ajuda finanveira e militar da França e o único responsável por isso foi indiscutivelmente Benjamim Franklin.
Foi em grande parte devido à sua popularidade que o governo francês assinou o Tratado da Aliança em 1778 e o Tratado de Paris em 1783.
Franklin viveu em França nove anos, e foi substituido como embaixador por Thomas Jefferson que escreveu sobre ele "Quando ele deixou Passy, onde vivia, parecia que a terra tinha perdido o seu patriarca".
Voltou para a América aos 79 anos e embora doente tornou-se presidente do Executive Council of Pennsylvania. Um dos seus últimos actos públicos foi escrever o tratado da abolição da escravatura em 1789.
Morreu em 17 de Abril de 1790, com 84 anos e foi enterrado ao lado da sua mulher que tinha falecido 25 anos antes.
O seu funeral foi acompanhado por 20.000 pessoas, desde membros do executivo a juízes, políticos e membros das sociedades e companhias por ele criadas - seguros, hospitais, tipografias, livrarias, bombeiros, etç.
A sua personalidade "eléctrica" ainda hoje ilumina o mundo.
O cientista e inventor
Um cientista era, naquela época e ainda hoje, alguém que reflectia sobre a forma como as coisas funcionavam e tentava imaginar formas de faze-las funcionar melhor.
Foi o espírito científico que Benjamim Franklin possuía, que fez nascer nele o inventor. A sua curiosidade natural sobre as coisas e a forma como funcionavam, fez com que tentasse encontrar modos de as fazer trabalhar melhor.
Assim, por exemplo, ele via mal e precisava de óculos. Tinha dois pares de óculos, uns para o longe e outros para ler. Como ficava cansado de estar constantemente a tirar e a voltar a colocar os óculos, decidiu encontrar uma forma de fazer uns, que pudessem ser usados para vêr ao perto e ao longe.Cortou ao meio as lentes dos dois pares de óculos que tinha e colocou metade de cada uma das lentes junto com a outra metade na mesma armação e assim nasceram as lentes bifocais.
Um dos seus irmãos sofria de cálculos renais e sofria com os tratamentos ministrados na época. Foi, no desejo de o ajudar a sentir-se melhor que ele desenvolveu um cateter flexível, o primeiro que apareceu na América.
Inventou um forno de aquecimento doméstico que usava menos lenha, libertava mais calor e tinha menos perigo de incêndio do que as lareiras existentes. Embora não funcionasse muito bem e fosse posteriormente aperfeiçoado ficou sempre conhecido com o nome de forno de Franklin.
Em 1753 inventou o pára-raios para proteger os edifícios e os barcos dos perigos das descargas eléctricas dorante as trovoadas.
Como sabemos, Ben tinha uma livraria, onde passava muitas horas a ler. Por isso, inventou uma cadeira de biblioteca, à qual adaptou uma ventoinha que se movia através de um pedal e dotada de um assento reversível que permitia transformá-la num escadote. Por outro lado, e porque necessitava de ter acesso e manusear livros situados em prateleiras altas, inventou um braço extensível tendo na extremidade dois dedos manipulados por intermédio de uma corda e que ainda hoje é usado.
Durante as oito viagens que fez através do Atlântico, mediu a temperatura do mar e foi capaz de desenhar com detalhe, uma carta das correntes do Golfe.
Não patenteou muitas das suas invenções porque achava que "se nós beneficiamos das invenções dos outros, também devemos ficar felizes em partilhar as nossas... graciosamente e com alegria".
Frases famosas
" A penny saved is a penny earned"-" Dinheiro poupado é dinheiro ganho"
"At twenty years of age, the will reigns;at thirty, the wit; and at forty, the judgment"- " Aos vinte anos manda a vontade, aos trinta a inteligência e aos quarenta o discernimento " "There was never a good war or a bad peace"- " Nunca houve uma guerra boa nem uma paz má". "Eat to live, and not live to eat." - "Comer para viver e não viver para comer". |
"Necessity never made a good bargain."- "A necessidade nunca fez um bom negócio".
"Three may keep a secret, if two of them are dead"- " Três podem guardar um segredo se dois deles estiverem mortos".
"Early to bed and early to rise, makes a man healthy,wealthy and wise."- " Deitar cedo e cedo erguer, faz um homem saudável, rico e sábio".
"What is serving God? Tis doing Good to Man" - " O que é servir a Deus? É fazer Bem ao Homem".
"He that lies down with Dogs, shall rise up with Fleas" -" Aquele que se deita com Cães, levantar-se-á com Pulgas".
"Glass,China and Reputation are easily cracked and never well mended."- " Vidro, porcelana e reputação facilmente se estragam e nunca se conseguem recuperar totalmente".
"After crosses and losses, men grow humbler and wiser" - " A dor e a perda tornam o homem mais humilde e mais sábio".
" There are three faithful friends - an old wife, an old dog, and ready money." - " Há três amigos fiáveis- uma velha esposa, um velho cão e dinheiro na mão".
" If you would not be forgotten
As soon as you are dead and rotten,
Either write things worthy reading,
Or do things worth the writing." - " Se não queres ser esquecido, quando morreres, escreve coisas que mereçam ser lidas ou faz coisas que mereçam ser escritas".
"Keep your eyes wide open before marriage, half shut afterwards"- " Mantém os olhos bem abertos antes do casamento e meio fechados depois dele."
"When the well's dry, we know the worth of the water"- " Quando o poço seca é que percebemos o valor da água."
"Fish and visitors stink after three days" - " O peixe e as visitas cheiram mal após de três dias."
"Well done is better than well said"- "É melhor fazer do que dizer".
quarta-feira, 6 de maio de 2009
¡AY, CARAMBA! "¡Arriba, arriba!"
SEMPRE GOSTEI DO LIGERINHO!!!!!
AY, CARAMBA, ARRIBA, ARRIBA!
MAS...SACANAGEM DIZER QUE A GRIPE ESPANHOLA,
QUE JÁ PASSA DE 1500 CASOS EM 21 PAÍSES TEM HAVER COM ELE, NOSSO PERSONHAGEM PREFERIDO NAS TARDES REGADAS A CAFÉ COM LEITE E PÃO NA CHAPA!
ACORDEI BEM ABESSA!
EM MEIO A TANTA MEDIOCRIDADE AMBULANTE GRAÇANDO POR TODO LADO, HOJE , DE MANHÃ NA HORA QUE ACORDEI LÁ PELAS 10H, O MEU MOLEQUE DE 3 ANOS DISSE A SEGUINTE MARAVILHA DE EXPRESSÃO POÉTICA:
segunda-feira, 4 de maio de 2009
a coisa em si
" A P O E S I A ''
Ela
Compartilha o transbordamento do vazio
com a abundância do caos em mim.
Não peço que entendam.
domingo, 3 de maio de 2009
O TEATRO DO OPRIMIDO ESTÁ VIVO!
Augusto Boal nasce em 1931, no bairro da Penha, Rio de Janeiro. Desde criança escrevia, ensaiava e montava suas próprias peças nos encontros de família. Sua formação em Engenharia Química torna-se paralela à pesquisa, à criação de textos teatrais lidos e comentados por Nelson Rodrigues. Estuda na Columbia University com John Gasner e assiste às montagens do Actor’s Studio. Em 1956, Boal volta ao Brasil a convite de Sábato Magaldi e Zé Renato para dirigir o Teatro de Arena de São Paulo. O grupo provoca uma revolução estética no teatro brasileiro nos anos 50 e 60. Através do Seminário de Dramaturgia, do Laboratório de Interpretação e das diversas montagens, o Teatro de Arena contribui vigorosamente para a criação de uma dramaturgia genuinamente brasileira. A partir 1964, a Ditadura Militar inicia a perseguição a todos os indivíduos e grupos de artistas com preocupações sociais e políticas. Em 1968, vem o AI-5 que aperta ainda mais o cerco. Em 1970, O Núcleo Dois do Arena inicia os primeiros experimentos do Teatro-Jornal, o embrião do Teatro do Oprimido. Em fevereiro de 1971, Augusto Boal é preso, torturado e exilado. Passando a residir na Argentina, de 1971-1976, dirige o grupo “El Machete” de Buenos Aires e monta, de sua autoria, “O Grande Acordo Internacional do Tio Patinhas”, “Torquemada” (sobre a tortura no Brasil) e “Revolução na América do Sul”, iniciando intensas viagens por toda a América Latina, onde começa a desenvolver novas técnicas do “Teatro do Oprimido”: Teatro-Imagem, Teatro-Invisível e Teatro-Fórum.Em 1976 muda-se para Lisboa, onde dirige o grupo “A Barraca”. Dois anos depois é convidado para lecionar na Université de la Sorbonne-Nouvelle. Em Paris, cria o Centre du Théatre de l´Opprimé-Augusto Boal, em 1979.Trabalha em muitos países europeus e desenvolve as técnicas introspectivas do Teatro do Oprimido: o Arco-Íris do Desejo. Antes de regressar definitivamente ao Brasil, monta no Rio de Janeiro “O Corsário do Rei” (de sua autoria, letras de Chico Buarque, música de Edu Lobo) e “Fedra” de Racine, com Fernanda Montenegro.A convite do então Secretário de Educação do Estado do Rio de Janeiro, professor Darcy Ribeiro, Boal volta ao Brasil em 1986 para dirigir a FÁBRICA DE TEATRO POPULAR. O objetivo era tornar a linguagem teatral acessível a todos, como estímulo ao diálogo e à transformação da realidade social.Ainda em 1986, junto com artistas populares, cria o Centro de Teatro do Oprimido – CTO-Rio, para difundir o Teatro do Oprimido no Brasil.No CTO-Rio, desenvolve projetos com ONG´s, sindicatos, universidades e prefeituras. Em 1992, candidata-se e é eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo PT (Partido dos Trabalhadores), para fazer Teatro-Fórum e, a partir da intervenção dos espectadores, criar projetos de lei: é o Teatro Legislativo.Após transformar o espectador em ator com o Teatro do Oprimido, Boal transforma o eleitor em legislador. Utilizando o Teatro como Política, em Sessões Solenes Simbólicas, encaminha à Câmara de Vereadores 33 projetos de lei, dos quais 14 tornam-se leis municipais, entre 1993 a 1996.A partir de 1996, fora da Câmara dos Vereadores, Boal e o CTO-Rio seguem na consolidação do Teatro Legislativo Em 1998, conseguem o apoio da Fundação Ford, para a criação de grupos comunitários de Teatro do Oprimido. Boal também realizou diversas Sessões Solenes Simbólicas, de Teatro Legislativo, no exterior: no “Great London Council” - Londres, com a participação de escritores como: Lisa Jardine, Tarik Ali, Paul Heller e advogados dos Tribunais de Londres; em Bradford, na Câmara Legislativa da cidade, sobre questões relativas aos portadores da Síndrome de Down; na Sala da Comissão de Justiça do Rathaus (Prefeitura) de Munique, com apoio da Sociedade Paulo Freire.Em 1999, transforma a ópera “Carmem” de Bizet em SAMBÓPERA, uma experiência inovadora que traduziu as músicas originais para ritmos genuinamente brasileiros. Carmem ficou em temporada no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio de Janeiro. Em julho de 2000, estreou em Paris. Em 2001, “La Traviata” é montada também como SAMBÓPERA e faz circuito no Rio de Janeiro.Sua mais recente pesquisa é a Estética do Oprimido, programa de formação estética que integra experiências com o SOM, PALAVRA, IMAGEM e ÉTICA. A Estética do Oprimido tem por fundamento a crença de que somos todos melhores do que pensamos ser, e capazes de fazer mais do que aquilo que efetivamente realizamos: todo ser humano é expansivo.Augusto Boal é autor de diversas obras literárias lançadas nos mais diversos idiomas, além de colecionar um arsenal extraordinário de prêmios e honrarias. A principal criação de Augusto Boal, o Teatro do Oprimido, é hoje uma realidade mundial, sendo a metodologia teatral mais conhecida e praticada nos cinco continentes.Augusto Boal é um artista em plena atividade!
boal@ctorio.org.br
Obras de Augusto Boal “JaneStipfire” – edição revisada - Civilização Brasileira – 2003“O Teatro como arte marcial” – Garamond – 2003"Hamlet e o filho do padeiro" - Civilização Brasileira – 2000Jogos para atores e não atores - Civilização Brasileira – 1999Teatro Legislativo Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996Aqui Ninguém é Burro! Rio de Janeiro: Revan, 1996O Suicida com Medo da Morte Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1992Duzentos Exercícios e Jogos para Ator e Não-Ator com Vontade de Dizer Algo através do Teatro - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991O Arco-Iris do Desejo - Rio de Janerio: Civilização Brasileira, 1990Teatro de Augusto Boal 2 São Paulo: HUCITEC,1986Teatro de Augusto Boal 1 São Paulo: HUCITEC,1986O Corsário do Rei Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1986Teatro do Oprimido e Outras Poéticas Políticas- RJ: Civilização Brasileira, 1985Stop C’est Magique Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980Milagre no Brasil Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979Murro em Ponta de Faca São Paulo: HUCITEC, 1978Jane Spitfire Rio de Janeiro: DECRI,1977Técnicas Latino-Americanas de Teatro Popular, São Paulo:HUCITEC, 1975Crônicas de Nuestra América, São Paulo: CODECRI, 1973Categorias de Teatro Popular Buenos Aires:Ediciones CEPE,1972Arena conta Tiradentes São Paulo: Sagarana,1967
Prêmios recebidos por Augusto Boal 2003: Proclamation – City of New York – Theater of the Oppressed Day – 27 de maio2003 Título de ECO-CIDADÃO, Prefeitura de Macaé2001: Doctor Honoris Causa in Literature, University of London, Queen Mary, UK2000: Montgomery Fellow, Dartmouth College, Hanover, USA2000: Doctor Honoris Causa in Fine Arts, Worcester State College, USA2000: Proclamation of the City of Bowling Green, Ohio. USA1999: HONRA AO MÉRITO, União e Olho Vivo, 1999-12-071998: PREMI D´HONOR, Institutet de Teatre, Barcelona, Spain1998: PREMIO DE HONOR, Instituto de Teatro, Ciudad de Puebla, México1997: Prix du Mérite, Ministère de la Culture de l´Egypt1997: Lifetime Achievement Award of Americam - As of Theatre in Higher Education1996: Cultural Medal - Götemborg University1996: Doctor Honoris Causa - in Human Letters - Nebraska University1995: The Best Special Presentation - Manchester News -UK1995: Prix Culturel - Institut Fuer Jugendarbeit - Gauting - Baviera 1995: Outstanding Cultural Contribution, Queensland University of Technology 1994: Medalha Pablo Picasso da Unesco 1994: Prêmio Cultural Award da cidade de Gavle-Suécia 1981: Officier des Arts et des Letras- Condecoração - France 1971: Prêmio Obie Award -Feira Latino Americana de Opinião - Estados Unidos1967: Prêmio Moliére pela criação do Sistema Coringa, Brasil 1965: Prêmio Moliére Para o espetáculo Mandragora de Maquiavel, Brasil1962: Prêmio Padre Ventura, melhor diretor do ano, São Paulo, Brasil